lsalcantara Lucas Alcântara

O medo é um sentimento que pode nos ser útil para autopreservação, mas também pode se tornar um mal que nos impede de agir. Mas e quando a vida de alguém amado está em risco? Será o medo tão forte capaz de não salvar alguém tão especial para nossas vidas? Nesse conto você acompanhará um homem que vi se deparar com essa escolha, que para salvar a vida de alguém amado, terá que enfrentar um mal obscuro de que ele escapara a muito tempo atrás, mas que de alguma forma conseguiu retornar. Conto para o concurso monstros


Kurzgeschichten Nur für über 18-Jährige.

#concurso #horror #288 #boo #terror #interior #monstros #stephenking
Kurzgeschichte
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A luz dentro do poço

O matagal crescia em volta de um pequeno trajeto de gramíneas baixas, chamado de “caminho de roça” pelo povo popular, eram pequenos trajetos que já tiveram tantas indas e vindas que até mesmo a natureza se adaptara a eles, como uma lembrança natural de tempos perdidos. Tempos esses que Roberto gostaria de manter coberto pela natureza e jogado no esquecimento. Mas ali estava ele, andando por aquela trilha depois de trinta anos, relembrando de acontecimentos perdidos, enfrentando todos os seus medos e demônios passados para procurar o seu filho perdido.

Roberto sempre foi um homem de fé, acreditava que o mundo era regido por um Deus justo, que enchia os bons de graça enquanto jogava a miséria naqueles que faziam o mal. Enquanto o trigo era semeado e cultivado com todos os louros, o joio era jogado as chamas, se tornando cinzas e sumindo da face da terra. Por toda sua vida acreditou nisso, viveu uma vida nobre e honrada como um trabalhador rural, sempre servindo a igreja e os desígnios de Deus. Só para descobrir que não havia justiça no mundo em que vivia.

Ele começou a descobrir isso depois que perdera seu primeiro filho por causa de uma doença súbita, uma febre maldita que tirou sua vida antes mesmo dele completar dez anos. Uma criança tão feliz e alegre, que possuía tanto amor pela vida foi arrancada dela sem a misericórdia de nenhum Deus justo. Enquanto pessoas piores andavam por aí, sem nem merecer a vida que possuíam. Por isso que quando teve o segundo filho, Luiz, jurou a si mesmo que não dependeria de nenhum Deus para protegê-lo, que faria isso custe o que custar.

E novamente teve a prova da injustiça do mundo, quando Luiz, um garoto doce e amoroso, que gostava de se dedicar aos estudos e ajudar os pais em casa, desapareceu subitamente. Trazendo ao velho homem do campo de volta a mesma sensação de viver em um mundo onde nenhum deus teria clemencia ou piedade dele.

Antes do dia acabar, Roberto tinha juntado amigos, conhecidos e familiares para a sair a procura de seu filho, indo nas casas das outras crianças até alguns terrenos baldios ali perto. Ele conhecia bem aquelas áreas, já que o mesmo brincara lá quando era mais novo. Reviraram toda a área rural e alguns foram procurar até em povoados vizinhos quando as luzes laranjas do crepúsculo deram a Roberto uma idéia que ele tentava negar a si mesmo, suas memórias trouxeram eventos que jurava que bloqueara de sua mente. Eventos de quase trinta anos atrás, quando este era uma criança sapeca de nove anos de idade, assim como o filho.

Em uma época que ele mais quatro amigos encontraram um enorme casarão do século XIX, abandonado em meio a um enorme matagal que o ocultava do resto da cidade. O lugar parecia emanar uma energia macabra para as crianças quando chegaram da primeira vez, só que mesmo assim decidiram fazer dali seu centro de aventuras.

As paredes da casa, que pareciam ter sido brancas a muito tempo atrás, eram permeadas por marcas negras do que aparentava ter sido um grande incêndio. Dentro dela, móveis destruídos e marcas de do antigo incêndio se alastravam por todo o local, o cheiro da fumaça parecia impregnado tudo ali que ganhara um ar macabro com as paredes negras, pintadas pelas chamas já extintas. Toda a histórias, todas as vidas que já passaram por ali, foram devoradas pelo fogo que deixou apenas os ossos de uma antiga maravilha. Só que nem mesmo aquilo atrapalhara a empolgação das crianças, todos os dias eles brincavam naquele lugar, fingindo que eram mestres de uma grande fazenda de café dos tempos do imperador, ou aventureiros que encontraram um castelo antigo, colocando toda a imaginação para trazer graça a velha mansão.

Todos ali tinham uma regra, brincavam de de manhã até a tardezinha, cabulavam a aula e iam brincar na casa velha, mas nunca ficavam até depois do sol se por. Por causa dos barulhos estranhos que ouviam de um casebre ali do lado, barulhos esses que também ouviram no andar de cima do casarão onde ninguém tinha coragem de ir. Certa vez acabaram esquecendo a hora e ficaram até mais tarde lá, então o som de lamentos, maldições e sons de correntes se arrastando, barulhos gulturais ficaram tão altos que trouxeram a tona as coisas ruins que seus pais contavam antes deles dormirem. Entretanto, aqueles barulhos não apareciam na luz do dia o que deixava o lugar perfeita para brincadeira das crianças.

O casarão não trazia nenhum medo se evitasse o andar de cima. Mas o que eles descobriram nos fundos foi o começo de toda uma desgraça. Em um caminho no quintal da mansão existia uma pequena trilha, já quase totalmente oculta, que levava até um poço. O mato ao redor do lugar caía sobre ele como se tentasse erradicar o local da existência, mas sua estrutura ainda poderia ser vista.

Principalmente por causa da luz que saía dele.

Uma luz branca emergia suavemente entre as brechas das tábuas que selavam o poço. Apesar do evento totalmente sobrenatural, nada demais parecia vir dali, as crianças brincavam e acharam as sombras bonitas vindas da luz dentro do poço. Todas, menos Roberto, algo naquele fenômeno possuía uma natureza nefasta oculta no lindo espetáculo, algo pior que os lamentos do andar de cima. Enquanto os quatro admiravam e tentavam ver o que provocava a luz que vinha do poço, o jovem garoto apenas sentia sua barriga se embrulhar e um frio percorrer sua espinha como uma garra de gelo que o cortava da cintura a nuca.

Naquele dia Roberto deixou os amigos no casarão e correu de volta para sua casa, com um medo profundo de um motivo desconhecido. Ao chegar cedo ele não falou nada com os pais apenas ajudou o pai na lavoura e ficou lá, feliz por estar longe daquele poço. Cansado, já prestes a desmaiar na cama por causa do esforço de ter trabalhado na terra, os pais dos amigos do garoto bateram em sua porta, todos preocupados porque nenhum deles tinha voltado pra casa.

Ele poderia ter dito sobre o casarão, poderia ter dito sobre onde eles iam quando cabulavam aula, mas ninguém sabia onde ficava aquele lugar. Se Roberto contasse sobre o poço seria obrigado a voltar lá e se deparar com o que seja lá que existisse, se deparar com os amigos que abandonara. Então, mesmo vendo os pais de seus amigos preocupados, mesmo sabendo que ainda poderia ajudá-los, o garoto Roberto decidiu mentir. Falou que não tinha visto o dia todo e preferiu guardar o segredo do poço com ele.

Era por causa daquilo que agora ele corria pelo matagal que dava até o casarão, se embrenhando nas plantas com carrapichos que lhe flagelavam a pele, os matos que deixavam aqueles irritantes pontos verdes em suas pernas e os mosquitos que o atacava aos bandos, fazendo-o espalmar toda hora e matar vários a cada espalmada ou tapa em seu próprio corpo. Seu coração apertava quanto mais sentia o casarão se aproximando. O crepúsculo começava a se formar nas nuvens quando enfim viu a estrutura, ainda com as marcas negras do incêndio, as janelas destruídas e o telhado despedaçado; sem nenhuma vegetação ao seu redor, um lugar totalmente estéril que nem os animais ousaram entrar.

Conforme se aproximava do casarão, lamentos ecoavam do interior escuro, os mesmos choros as mesmas súplicas, os mesmos horrores que motivavam ele e os seus amigos a irem embora antes do sol se por. Por um momento pensou em procurar lá dentro, mas em seu âmago ele sabia onde procurar seu filho. A cada passo que dava o frio percorria seu corpo como garras que alisavam sua pele, mesmo com o suor empapando toda sua camisa colando-a no seu corpo como uma segunda pele. Seu estômago embrulhava com uma tempestade lá dentro que acompanhava o seu coração acelerado e a respiração irregular.

Com muito esforço ele avançou pela trilha dos fundos até ver novamente, a mesma estrutura de pedras envelhecida pelo tempo, só que agora com as tábuas que o selavam jogadas ao chão e a luz saindo do fundo do poço. A sensação era pior do que antes, o medo enfraqueceu suas pernas e o fez cair de joelhos, a bile ameaçou subir. A luz que agora saía com bem mais força possuía uma coloração diferente, da última vez que a vira era um branco opaco e inexpressivo, mas agora, trinta anos depois, era um amalgama de quatro cores, vermelho, verde, amarelo e azul, que se moviam e se devoravam criando um espetáculo bem mais belo, só que ainda mais assustador.

Novamente seu corpo o repelia contra aquilo, seu instinto de sobrevivência gritava para fugir e tentar esquecer novamente aquele lugar, mas não iria aguentar a perda de outro filho. Da última vez a luz levara seus amigos, agora poderia estar com a coisa mais importante da sua vida. Enquanto ele buscava forças para seguir em frente, a iluminação do poço se enfraqueceu e de lá uma voz surgiu.

- Alguém me ajuda! - A voz do seu filho o chamou de volta para realidade, ele estava lá, vivo pronto para ser salvo. A força voltou para suas pernas e ele finalmente correu até o poço onde não havia mais nenhuma luz.

- Luiz! Luiz! Luiz meu filho eu tô aqui! - Gritou o pai desesperado, mas nada havia dentro do poço além de uma corda e um córrego.

- Pai! Eu tô preso! Pai me ajuda! - O medo ainda o dominava, mas ouvir o choro do seu filho trazia mais força que nunca para ele. Reunindo toda coragem ele finalmente segurou na corda e desceu no poço tão temido e lá dentro viu algo que nunca esperaria.

Uma caverna, grande e ampla com dezenas de metros de altura, um rio raso que e molhava até metade da canela, musgo nas rochas perto da água e uma galeria de cristais que refletiam o brilho da noite por todo lugar. O rio seguia reto e chamou a sua atenção a outra câmara ao lado do túnel. Ele adentrou no local escuro e quando estava as bordas da outra câmara, a luz voltou a aparecer, imediatamente o gelando de medo, observando a luz refletir em vários pontos da caverna até chegar na abertura, ali estava a fonte de tudo aquilo, de todos os seus medos mais obscuros, de seu grande pecado cometido a trinta aos atrás. Se entrasse poderia salvar seu filho, mas também teria que enfrentar tudo aquilo enterrado em seu coração. A luz novamente se apagou e a voz voltou a ecoar na caverna.

- Pode aparecer, nós sabemos que você está aí. - A voz de Luiz se uniu a voz dos seus antigos amigos. A euforia o fez girar e novamente tremer ao ver o que tinha ali.

Metade do corpo do seu filho estava dentro de um verme anelídeo de pele branca, a boca circular repleta de dentes o segurava e o resto do corpo estava oculto nas sombras da câmara. Os olhos do garoto brilhavam no mesmo amalgama colorido da luz que vinha do poço, aquelas quatro cores em tempestade.

- Você demorou Roberto – Agora a voz dele era um coro com a dos seus amigos desaparecidos. - aquela época era para tudo ter terminado, mas você me impediu.

- qu… - que… - Quem é você? - Toda a força de vontade só foi capaz de fazê-lo entoar aquelas palavras, ele queria lutar, queria tirar seu filho das garras daquele verme, mas não conseguia fazer nada a respeito além de ficar alí, congelado pelo medo.

- Eu não sou nada que possa ser compreendido por vocês – A voz saía sem nenhuma expressão – Assim como minhas ações, só o que você poderia entender era não era para eu estar aqui e por causa da sua fuga eu tive que adormecer por mais trinta anos. Mas agora eu finalmente posso ir embora, graças a sua linhagem. - Assim que ele disse isso o corpo de Luiz começava a entrar mais e mais na boca do verme.

- Não! Por favor! - Nenhum medo poderia ser maior que aquela dor novamente, ver seu segundo filho morrer, assim como Matheus que morreu em seus braços anos atrás. - Você disse que precisava de mim! Disse que tudo isso foi atrapalhado por minha causa! Eu estou aqui! Não precisa levá-lo!

- Então dessa vez você aceitaria? Trocaria a vida do seu filho pela sua?

– Sim! Você tem a mim… não o machuque! - Dessa vez não havia medo em seu coração, Roberto olhava o verme com toda determinação necessária. Não seria Deus que o salvaria daquela situação, seria ele que salvaria a vida do seu filho com suas próprias mãos.

- Então está decidido. - Assim que disse isso os olhos de Luiz pararam de brilhar e se fecharam; o verme se esticou e o colocou no chão com certa suavidade. Roberto segurou seu filho e a satisfação de senti-lo em seus braços o fez abraçar ainda mais forte o garoto desmaiado, mesmo dormindo, ele ainda trazia alegria ao velho pai que aproveitava cada segundo do seu último abraço. Por um momento o impulso de sair correndo o dominou, se corresse com todas suas forças poderia levar a criança o mais rápido possível. Por um momento a esperança inflou seu coração para a tarefa mais difícil de toda sua vida, mas assim que virou para ver onde estava a criatura, ele percebeu que naquela caverna a esperança não iria ajudá-lo.

O “verme” na verdade era apenas a cauda daquela aberração, saindo das sombras da caverna, quatro pares de pernas aracnídeas peludas, erguiam um corpo longo coberto de escamas, totalmente branco, uma cabeça sem olhos também alongada e achata exibia dentes pela borda da boca do lado de baixo. O máximo que Roberto conseguiu fazer foi afastar o filho para longe da criatura. Nem em um milhão de anos conseguiria imaginar um ser tão horrendo quanto aquele, um retrato físico da loucura que o dominava.

Mas o pior aconteceu quando a abominação abriu sua boca. A parte de cima se dividiu em duas partes que se abriam em diagonal enquanto a de baixo desceu, formando um Y repleto de fileiras de dentes afiados. No fundo da boca um grande olho o fitou, o globo emanava a luz amalgama de vermelho, verde, amarelo e azul, as quatro cores se devoravam e lutavam em um frenesi assustador enquanto a mente do pobre homem era tragada até sua pupila em formato de X, aluzes se moviam ferozes dominando os olhos do homem e levando-o ao ápice do abismo da loucura. Ele só conseguia ver aquilo, continuar vidrado naquela fonte de poder enquanto sua mente se dilacerava descobrindo o segredo de tudo aquilo. Tudo era luz, tudo se resumia aquele ser e quando finalmente seus olhos se derreteram a cauda do monstro o engoliu e tudo se tornou escuro.

...

A luz do sol forçava por entre suas pálpebras tirando o escuro e trazendo o vermelho irritante que o fez acordar. Luiz acordou todo empapado de suor e ouvindo o zumbido irritante dos mosquitos que pousavam em sua pele para sugar seu sangue, olhando de um lado para o outro, viu que se encontrava em uma cratera, algo bem profundo, mas muito fácil de sair. Com certo esforço ele subiu andando pelo terreno acidentado até chegar na superfície que dava em um grande matagal, repleto de mangueiras cajueiros palmeiras e outras plantas que nem dava para saber o nome e virando para trás ele viu um enorme casarão.

O mesmo casarão que ele encontrou quando foi atrás da luz estranha que apareceu enquanto voltava da escola. Devia ter avisado a alguém, mas a atração foi tão forte que ele não pôde resistir. Enquanto fazia o caminho de volta, Luiz olhava para aquela antiga mansão com certo medo, ecos saíam dela parecendo som de lamentos, mas em vez de procurar a criança tapou os ouvidos e correu de volta para a trilha da estrada. Antes mesmo de chegar em casa se deparou com um amigo de seu pai que o abraçou firme e o levou de volta para casa, lá encontrou sua mãe em prantos.

O tempo passou e dessa vez seu pai, Roberto, que não havia chegado da busca por Luiz, todos estavam preocupados. Mas a criança sabia, lá no fundo que ele não voltaria, todos o chamavam de canalha, do homem que abandonou a mulher e o filho quando tava desaparecido, histórias sobre o marido bruto e infiel correram a cidade, mas Luiz nunca acreditou e quando ele falou para sua mãe que na verdade o pai fez tudo por amor, a mulher também acreditou.

Durante o resto da infância, quando a noite vinha quente e as estrelas surgiam no céu escuro, Luiz sempre subia no telhado e perdia horas olhando para apenas uma estrela que ficava distante das outras, mas possuía a luz mais bela. Uma luz amálgama de várias cores irradiando verde, vermelho, amarelo, azul e roxo.

13. Mai 2020 14:22 25 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

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Inkspired Brasil Inkspired Brasil
Olá, Lucas! Somos da Embaixada Brasileira do Inkspired, responsáveis pelo desafio Monstros Ink., e ficamos muito felizes com a sua participação; é sempre bom ver essa disposição para a escrita. Mansões, matagais e coisas antigas transpassam aquele conforto que só um bom mistério consegue proporcionar. E o início da sua história começa assim: um lugar antigo e que guarda coisas antigas longe da visão da maioria. No entanto, não fica apenas nisso. Também há as luzes que, diferente dos murmúrios noturnos que o lote emite, causa uma estranha excitação de se chegar até o final e descobrir de uma vez por todas o seu significado. As palavras escolhidas são boas. Elas realmente criam aquele clima rural em que a história está inserida. O monstro, uma combinação bizarra de verme, inseto, escamas e olho (aparentemente humano) foi uma surpresa e tanto. Bem descrito e inesperado. Porém, há certas partes que merecem mais atenção, vejamos. Nos primeiros parágrafos dá para notar frases muito longas que poderiam tornar-se mais enfáticas e objetivas, sem que perdessem seu poder de descrição, encurtando os períodos com ponto final. E esse processo acontecesse muitas vezes no decorrer da história, o que acaba deixando o leitor vaguear entre muitas e muitas vírgulas, dificultando a captação de cada fato e detalhe que a história tem a oferecer. A mansão, a trilha que leva à mansão e o poço (e seu interior também) são lugares-chaves da sua história. É onde tudo aconteceu e está acontecendo. Mas, apesar da boa descrição do interior da mansão e também da trilha, sentimos que o lote, no final, não passa aquela mágica, mesmo que macabra, que uma mansão pode e consegue passar. Também há pouco conteúdo no passado de Roberto. Nessa parte, a de dissecar a personalidade do protagonista, a perspectiva escolhida faz muita diferença. Considerando que, no momento da história, a única coisa importante para Roberto, enquanto adulto, é encontrar Luiz, a perspectiva deveria se ater mais nas ações e descrições objetivas. Isso porque, em contrapartida, há a existência de outra perspectiva: a de Roberto enquanto criança. Esse embate de perspectivas em um terror, precisamente onde o passado não é superado pelo protagonista e tão logo vem à tona (como veio - a hipótese de Luiz ter se aventurado pelo lote mal assombrado), floresce uma oportunidade descritiva, pois, exclusivamente ao assunto da casa mal assombrada, do poço e do sumiço dos amigos, descrever a personalidade de Roberto enquanto criança é deixar implícito ao leitor que ele não mudou muito. Assim como na vida, muitas vezes somos um reflexo do que fomos na infância. Um exemplo disso é o feito por S. King em It. Toda a parte estrutural de personagens e de potenciais cenários foi construída na infância dos envolvidos. Quando adultos, todos com sucesso, suas personalidades não mudaram. A lembrança não superada, por mais que adormecida, de Pennywise não os deixaram seguir adiante. Muitos fatores enriquecedores poderiam ser adicionados no passado da história, enquanto que, no presente, apenas descrições mais objetivas bastavam. Outro ponto: Roberto está com medo, aliás, quem não estaria diante de acontecimentos como esses de A Luz dentro do Poço? Entretanto, há demasiada descrição desse medo e em momentos diferentes. Essa fragmentação descritiva enfraquece o arsenal que um escritor possui para descrever determinadas situações, tornando muitos parágrafos um pouco repetitivos. Evitar uma descrição aprofundada no início, deixando-a para o final, para quando ele avistasse o monstro de fato, seria uma jogada interessante, porque é só quando diante de algo estranho e incrível que se tem as mais fortes emoções. Roberto, quando na frente do monstro e com Luiz prestes a morrer, parecia estar com o mesmo medo de quando estava na superfície à procura do filho. Também há erros de português, principalmente de crase. Revisar um texto escrito sempre vai fazer parte do processo criativo. Bom, aqui chegamos ao final. Nós, do time de Comunidade da Embaixada Brasileira do Inkspired, ficamos muito contentes com sua participação, pois assim nos concedeu a chance de ler A Luz Dentro do Poço.
September 25, 2020, 16:36
Raquel Terezani Raquel Terezani
Olá! Escrevo-lhe por causa do Sistema de Verificação do Inkspired. Caso ainda não conheça, o Sistema de Verificação existe para verificar o cumprimento das Regras comunitárias e ajudar os leitores a encontrarem boas histórias no quesito ortografia e gramática; verificar sua história significa colocá-la entre as melhores com relação a isso. A verificação não é necessária caso não tenha interesse em obtê-la, então, se você não quiser verificar sua história, pode ignorar esta mensagem. E se tiver interesse em verificar outra história sua, pode contratar o serviço através de Serviços de Autopublicação. Sua história foi colocada "Em revisão" pelos seguintes apontamentos retirados dela: 1)Pontuação: No trecho “-uma criança tão feliz e alegre, que possuía tanto amor pela vida foi arrancada dela”, o correto seria haver mais uma vírgula após a palavra “vida”. / No trecho “Você demorou Roberto”, o correto seria haver uma vírgula após a palavra “demorou” 2)Outros: No trecho “pareciam ter sido brancas a muito tempo atrás”, a palavra correta seria “há” muito tempo. / No trecho “Toda as histórias”, a concordância correta seria “todas”/ A grafia correta da palavra “gulturais” é “guturais”. Observação: os apontamentos acima são apenas exemplos retirados de sua obra, há mais o que ser revisado. Aconselho que procure um revisor; é sempre bom ter alguém para ler nosso trabalho e apontar o que acertamos e o que podemos melhorar, e os revisores do Inkspired, quando contratados, fazem uma correção aprofundada e profissional, realizada por revisores capacitados e experientes. Caso se interesse, o serviço de Correção editorial e de estilo também é disponibilizado pelo Inkspired através do Serviços de Autopublicação. Também disponibilizamos o serviço de beta readers, que fazem uma análise detalhada de pontos específicos da história (como enredo e construção de personagens) e a enviam através de um comentário privado. Além disso, também temos o blog Tecendo Histórias, que dá dicas sobre construção narrativa e poética, e o blog Esquadrão da Revisão, que dá dicas de português. Confira! Bom... Basta responder esta mensagem quando tiver revisado a história, então farei uma nova verificação.
June 23, 2020, 09:49
Nathy Maki Nathy Maki
Olá!! Adoro toda essa ambientação no interior, aqui esse tipo de história sempre é bem viva e todo mundo conhece alguém cujo tio aconteceu tal coisa hejej Li tudo prendendo o fôlego de tanta ansiedade para chegar ao final, e nossa... Muito bom! Parabéns pelo conto <3
June 15, 2020, 02:51

Antónia Noronha Antónia Noronha
Um conto com um enredo muito interessante e muito boa construção do ambiente! Bom trabalho!
May 28, 2020, 22:07

Rodrigo Borges Rodrigo Borges
Curiosidade e curiosidade. Eu fiquei ansioso pra descobrir o significado das luzes. Eu falaria mais sobre a sua história, mas vou me resguardar para o fim do desafio. Mas, parabéns!!
May 25, 2020, 01:50

CC C Clark Carbonera
Primeiramente, parabéns pelo conto, Lucas! Está muito bom e envolvente mesmo! Enquanto alguns se lembraram de Lovecraft (excelente fonte de inspiração para qualquer um) eu senti como numa história do Stephen King, pela própria maneira sua de descrever os personagens, a conexão deles com seus passados, e de trazer o terror fantástico para situações cotidianas! Se você fizer uma revisão final nele (tem alguns poucos erros de digitação, de crase, de ortografia, transitividade verbal, pontuação da vírgula separando vocativo e da conjugação do verbo "haver" - sei como é difícil escrever e eu também erro demais, por isso conto com o apoio dos leitores para me ajudarem também), o conto ficará nos 'trinks' e se tornará um diamante depois dessa revisão!! Parabéns novamente ^^
May 21, 2020, 13:57

  • Lucas Alcântara Lucas Alcântara
    Poxa muito obrigado. Amo receber críticas construtivas como essas. Não sei se pode revisar durante o concurso mas vou levar isso muito em consideração e estou louco para ler o seu conto May 23, 2020, 12:55
  • C C C Clark Carbonera
    Nossa! É verdade, estamos no concurso...Sua história me envolveu de tal forma que esqueci-me desse "minúsculo" detalhe! De fato, não devemos fazer modificações depois da publicação, mas faça-as depois do término do concurso :) E sim, críticas construtivas são as melhores, também amo. May 24, 2020, 16:02
Urutake Hime Urutake Hime
Olá!! Foi um conto bem interessante, a ambientação do interior costuma ser ótima para esse tipo de narrativa misteriosa, ainda mais com o casarão e os muitos mistérios que o cercam. Fiquei intrigada com o monstro, querendo saber mais sobre ele e o motivo de estar ali, mas o foco mesmo era no horror que o personagem teve que passar, pelo menos resgatando o filho. Parabéns!
May 21, 2020, 00:25

  • Lucas Alcântara Lucas Alcântara
    Muito obrigado! Eu não achei qual das suas histórias faz parte do desafio poderia me indicar qual é? May 23, 2020, 12:56
  • Urutake Hime Urutake Hime
    Não estou participando do desafio dessa vez, quem sabe na próxima :3 May 31, 2020, 01:31
Artemísia Jackson Artemísia Jackson
Muito massa sua ambientação e o monstro, muito criativo. Foi o final menos triste até agora, sofri com as histórias do desafio, porque todas foram ótimas, porém arrasaram meu coração. Enfim, parabéns, fez um ótimo trabalho!
May 20, 2020, 19:47

  • Lucas Alcântara Lucas Alcântara
    Muito obrigado! Eu meio que optei por um final mais leve mesmo kkkkkkk. Poderia me dizer qual dos seus contos é o do concurso? eu não to achando May 23, 2020, 13:00
  • Artemísia Jackson Artemísia Jackson
    Foi uma boa aposta! Minha história é "Área 51", mas não é conto, vai ter mais capítulos. May 23, 2020, 17:38
DC David Cassab
Cara muito bom. a ambientação e alguns pontos me lembrou " A cor que caiu do espaço " do Lovecraft. E terror com roça, sempre manda bem. Ótimo conto.
May 15, 2020, 01:59

  • Lucas Alcântara Lucas Alcântara
    Poxa valeu! Lovecraft foi uma grande inspiração para mim. May 16, 2020, 15:36
  • Lucas Alcântara Lucas Alcântara
    Também li o seu e achei incrivel a ideia do monstro vir dos espelhos May 16, 2020, 15:40
  • Lucas Alcântara Lucas Alcântara
    Também li o seu e achei incrivel o monstro que saiu de dentro do cara May 16, 2020, 15:41
Lilac L. Lilac L.
Caramba. Que monstro interessante! Eu fiquei pensativa sobre o que exatamente seria a luz e não esperava uma criatura assim, confesso.
May 14, 2020, 20:26

  • Lucas Alcântara Lucas Alcântara
    Nossa obrigado moça! Também li o seu e fiquei pasmo. Boa sorte para nós May 16, 2020, 15:38
Melissa Leal Melissa Leal
Caramba.... gostei demais da tua escrita! Fiquei arrepiada!! (´⊙ω⊙`) me senti dentro da história, senti tudo kkkk Jesus
May 14, 2020, 17:22

  • Lucas Alcântara Lucas Alcântara
    Fico feliz que tenha gostado! O seu também ficou muito marcante por usar a maldade humana. May 16, 2020, 15:39
~