A manhã do primeiro dia de outono irrompeu quente no bairro Daimyō. Se fosse um fim de semana, daria uma maravilhosa praia, mas era uma detestável terça-feira. Naruto havia acabado de tomar o café da manhã e já estava pronto para garantir mais um dia de trabalho honesto e sua devida remuneração.
O jovem executivo deu um selinho em Hinata, que retirava os pãezinhos de queijo do forno elétrico, e saiu ajeitando o terno. Acionou o portão automático e manobrou o carro, colocando-o na rua, rente ao limite da calçada. Lembrou-se de algo. Saiu do Toyota e antes de entrar na residência para pegar o remédio, ouviu a voz indesejável:
— Bom dia, vizinho. Esqueceu alguma coisa? — Sasuke regava o canteiro de ixoras.
— Bom dia. — Respondeu mal humorado. — Esqueci minhas aspirinas. — Falou baixo, quase inaudível.
— Chegou bem tarde ontem, hein? Hora extra? — Sasuke indagou com tom sarcástico.
Naruto passou pelo vão do portão e não respondeu. Achava Sasuke intrometido demais. Era o tipo que vivia observando os vizinhos do condomínio para fazer comentários maldosos, insinuantes. Ao entrar na cozinha, pegou a caixa de comprimidos. Notou que Hinata estava sentada à mesa, com a cabeça apoiada na superfície de madeira. A xícara sobre a mesa estava vazia e limpa, os pãezinhos de queijo, num prato de porcelana, ainda estavam aquecidos, implorando para serem devorados.
— Hinata, o que está acontecendo? Não dormiu bem essa noite? Você anda bem estranha nesses últimos meses.
— Você me beijou e nem reparou minhas olheiras. — Hinata falou, erguendo o rosto.
— É verdade. Estão horríveis.
— Assim você me deixa ainda mais motivada... Para ficar o dia inteiro na cama.
— Tenten de novo?
— Tenten era minha melhor amiga. Ela está morta, eu sei, mas o modo como foi morta... — Hinata começou a chorar.
— Isso já tem mais de dois meses, meu amor. Precisa reagir. A polícia está cuidando do caso. Em breve, descobriremos o ou a canalha que fez isso. Prometo a você. — Naruto beijou-a na testa e saiu correndo pelo vão da porta. — Cuide-se. Preciso ir. Se eu chegar atrasado de novo, vou tomar uns esporros do filho do dono da empresa que por caso é meu chefe direto.
Entrou no carro e saiu lentamente, através do retrovisor interno ficou observando a precisão de dois ou três cortes de tesoura de jardim, Sasuke podava os ramos das ixoras. O moreno virou o rosto acompanhando a trajetória do Toyota até o portão do condomínio. O loiro percebeu no rosto dele, um sinistro sorriso nos lábios.
“Esse cara é muito estranho. Daqui a pouco esse chato deve chegar por lá.” Pensou.
***
O prédio Konoha localizava-se no coração do bairro populoso, central e comercial de Shukuba. O edifício foi um dos primeiros a ter quarenta andares. Construído há algumas décadas, não possuía um mecanismo moderno de elevadores e o sistema de câmeras internas estava sempre apresentando problemas; além disso, os corredores foram projetados para terem pouca iluminação, premiando os andares com uma penumbra cinematográfica. O escritório “Yodaime Importação e Exportação Ltda” ocupava seis andares do prédio, salas amplas, locais de trabalhos intensos que envolviam conhecimentos jurídicos, contábeis e de informática. Atendia diversos clientes interessados em balanços contábeis e pareceres jurídicos.
— Atrasado de novo, hein? Senhor Uzumaki. — Minato falou revirando os olhos, ao deparar-se com ele no corredor.
— Lamento, chefe. Passo mais tempo preso no trânsito bem próximo do prédio do que me deslocando do meu bairro até o acesso de Shukuba. — Naruto continuou andando sem sustentar muita conversa. Entrou no salão de trabalho, encaixou o paletó aberto no encosto da cadeira, sentou-se e ligou o computador. Sem perder mais tempo, foi logo abrindo as planilhas na tela.
— Soube do fuxico? — Kakashi se levantou da baia, com um cafezinho na mão, doido para fumar um cigarro e colocar o amigo a par dos últimos acontecimentos.
— Cheguei agora. Como posso saber de alguma coisa?
— Presta atenção, olha o seu zap, te mandei mensagem já tem meia hora.
— Estava no trânsito, nem olhei o celular. — Naruto desbloqueou o display e baixou o grupo de fotos. — Nossa, que fotos horríveis! Eu acho que sei quem é.
— Aham. Ela mesma. Outro assassinato aqui no prédio, só que da funcionária do escritório em que o Sasuke trabalha. Encontraram a coitada à noite, logo depois que eu saí do trabalho, deitada nas escadas que dão acesso à garagem do subsolo. Foi estrangulada. Removeram logo o corpo para que hoje pela manhã não houvesse problemas com o início dos expedientes nos escritórios do prédio.
— Lamentável, ela era muito bonita.
— Esse tal de Sasuke é meio esquisitão, né?
— É intrometido e inconveniente. Sasuke, além de ser do escritório vizinho concorrente, mora ao lado da minha casa no condomínio.
— Azar o seu. Vai ver que ele é o assassino da Tenten e dessa garota aí.
— Ele é o maior fofoqueiro que conheço. Claro, depois de você.
— Eu não faço fofocas. Eu trago informações, fatos, seu... Seu... Seu ingrato! Você que fica nesse mundinho isolado, não querendo saber de nada. Só sabe falar da sua mulher. É Hinata pra cá, Hinata pra lá, um saco!
Naruto ignorou a fala do amigo, precisava dar um gás no seu trabalho.
Todos do prédio conheciam a estrangulada. Seu nome era Deidara, era formada em Direito, trabalhava na Six Ways Soluções Jurídicas e estava cursando Artes. Usava óculos estilo anos 60, vermelho com bolinhas, e tinha um belo corpo. Gostavam muito dela, mas as colegas do trabalho a odiavam. Desfilava quase que bimestralmente com um novo namorado, na maioria das vezes, rapazes de uma agência de modelos para comerciais que funcionava no prédio.
Arrependido pela grosseria, Kakashi tentou novamente puxar conversa, depois que veio da copa, com um pouco de água numa caneca com o desenho do Goku estampado.
— E Hinata? Como ela está?
— Se recuperando, ela anda um pouco estranha.
— Estranha como?
— Fala sozinha. O rosto parece inchado de tanto chorar e está com as olheiras pior do que a do síndico do Konoha, o maluquinho do Gaara.
— Nossa, ela gostava mesmo da Tenten.
O telefone de mesa tocou. Naruto atendeu, em seguida, se levantou e foi em direção à sala de Minato, só ouviu Kakashi gritando: “depois te conto os detalhes...”
***
— Naruto. Esse é Hidan, um dos sócios da Akatsuki Automóveis. Precisamos de alguém para fazer com urgência um parecer tributário-financeiro.
Naruto apertou a mão do homem, depois se virou para Minato que continuou:
— Naruto Uzumaki, eu preciso desse parecer para Akatsuki Automóveis ainda hoje, como sabe... Um dos nossos melhores clientes. — Disse-lhe, estendendo uma pasta.
Naruto pegou a pasta e sentou-se calmamente na cadeira de visitantes, cruzando a perna. Examinou as folhas timbradas, dando uma rápida lida nos tópicos mais importantes.
— Você não pode estar falando sério, chefe.
— Como?
— É isso mesmo. Nem o melhor especialista do mundo te entregaria um parecer dessa complexidade em menos de seis horas.
Minato franziu a testa e fez um beicinho horroroso.
— Acho que você tem razão. Em quanto tempo?
— Três dias.
— Dois dias ou você pode pensar em enviar currículos por aí.
— Gosto de sua objetividade, chefe. E um pouco do meu salário. Dois dias, então.
Hidan e Minato se entreolharam e o primeiro assentiu com a cabeça.
— Não confiaria esse trabalho a outro profissional a não ser você. Faça a tarefa com o carinho de sempre. Estamos combinados? — Minato falou tenso e foi se levantando, Hidan fez o mesmo. — Tenho um compromisso agora. — Minato falou e passou um zap para alguém.
— Ok, em dois dias o parecer estará em sua mesa. — Naruto falou e retornou para sua mesa baia.
— E aí? Tomou outro esporrinho básico? — Os olhinhos de Kakashi surgiram por cima da baia.
— Você sabe que Minato se derrete com meu trabalho, né? Ele me deu mais uma tarefa.
— Convencido... Olha ali! O estagiário está saindo de fininho.
— Ele está saindo, e daí Kakashi? Você parece o Sasuke prestando a atenção na vida dos outros! Me entrega logo os cálculos financeiros do fluxo de caixa da Akatsuki Automóveis do último trimestre, eu preciso alimentar minha planilha.
— Eita, peraí. Desde quando você me dá ordens?
— É sério. Preciso desses cálculos.
— Só por isso, só vou te entregar amanhã.
— Você tem um coração de pedra, meu amigo.
— Brincadeirinha. Já te entrego.
***
Os olhinhos novamente surgiram.
— Meio-dia, Naruto. A melhor hora de todas. Almoço...
— Calma. Pronto. É só salvar e... maravavilha!
— O quê? Maravavilha? Sem criatividade nenhuma, estou há dois anos aqui e você continua com esse... Seria um bordão? — Kakashi revirou os olhos.
— Sou analista jurídico-contábil, não um agente de publicidade. Deixa a criatividade com eles.
— Oiê! A patada come solta entre vocês dois. — Temari falou, batendo palmas, desfilando com elegância, por cima da sandália gladiadora vermelha, da mesa baia do outro lado do corredor do salão.
— A gente se entende bem. — Naruto falou preocupado em desarrumar o cabelo e passar um pouco do perfume Kurama no pescoço.
— Que mania horrorosa essa de desarrumar o cabelo para ir almoçar! — Temari criticou.
— Relaxa. É para parecer rebelde. — Naruto falou e foi desenroscando a cabeça do Kurama, que era um frasco de vidro na forma de uma raposa de nove caudas, para passar o raro perfume japonês no pescoço e pulsos.
— Vai parando, esse cheiro me dá alergia. Já te falei isso! — Kakashi se revoltou.
— Calma. Tudo bem, eu não uso.
Kakashi suspirou aliviado. O odor deveria ter algum componente que fechava a garganta do amigo. O desatencioso do Naruto nem sempre se atentava de que poderia prejudicá-lo seriamente.
— Mc Donald´s? Galera. — Kakashi perguntou conferindo a carteira.
— Hoje prefiro algo com sustância. — Naruto respondeu já indo em direção à porta principal.
— Su... o quê? — Kakashi debochou.— Nem minha avó fala desse jeito.
— Vocês são muito chatos! — Temari saiu, seguida de Kakashi.
Os três foram para o corredor aguardar o elevador. Eram quatro. Dois pareciam desligados; o outro permanecia parado no andar mais alto. Apenas um funcionando de fato, parando de andar em andar. Quando abriu, estava lotado. O pior é que a maioria dos que ocupavam o elevador era do escritório concorrente. Ao ver Sasuke, Naruto disse que desceria de escada. Temari e Kakashi se apertaram no elevador.
Naruto quase nunca descia a escadaria, aliás, o assassinato de Tenten foi nas escadas de acesso ao 14º andar, seu corpo foi encontrado ensanguentado com várias estocadas de um objeto pontiagudo. Desde então, todos evitavam as escadas. O Uzumaki tinha que descer vinte andares e, ao se aproximar do 14º andar, ouviu a voz de Minato. Das escadas do 15º andar pôde ouvi-los. Se seus ouvidos não o tivessem traindo, parecia que Minato conversava muito tenso com alguém, uma voz masculina. Ele ouviu Minato mudando para um tom afável. Tentava ouvir exatamente o conteúdo do diálogo quando o smartphone tocou. A foto do rosto de Kakashi apareceu no display com um sininho logo acima. Naruto se desesperou e interrompeu a chamada se preparando para fugir um andar acima quando ouviu a voz de Minato:
— Shikamaru, é você?
Naruto subiu para o 16º andar e por sorte o elevador que estivera no 40º andar parou logo, quase vazio. Entrou e ficou memorizando a sonoridade da voz de quem estava com Minato até que congelou surpreso.
— O que aconteceu? Fala logo. Você está mudo desde que desceu as escadas. Até aceitou vir comer hambúrguer nessa lanchonete lotada! — Temari falou, curiosa.
— Você não explicou por que demorou tanto a descer. Viu a alma de Deidara vagando pelas escadas? — Kakashi perguntou com seriedade.
— Vi , ou melhor, ouvi Minato.
— E daí? — Temari levou o canudinho à boca e sugou o suco de laranja.
— Ele estava alterado, conversando com alguém no mesmo local em que a Tenten foi assassinada.
— Minato anda muito tenso. Desconfio que ele “pegava” a Tenten. — Kakashi falou e mordeu o cheddar.
— Acho que ele estava com o estagiário.
— O novinho? Ele não deve ter mais de vinte anos. — Temari passou katchup na batata frita e ficou reparando a massa vermelha escorrer para só depois degustar e em seguida indagar: — Alguém pelo menos sabe ou lembra o nome dele?
— Estagiário não tem nome, é apenas estagiário. — Kakashi bebeu a coca-cola.
— Estava com o estagiário, e daí? — Terami afogava as batatas fritas no katchup.
— Daí que a Tenten era a assessora direta de Minato. O cargo está vago e...
— Você quer dizer que o estagiário assassinou Tenten para ficar com o cargo? Isso é ridículo. — Kakashi falou com a boca cheia, encolhendo os ombros.
— Com o cargo e com Minato. — Naruto respondeu arregalando os olhos como se tudo fosse muito óbvio.
— Não creio nisso. — Temari falou, verificando as horas.
— O estranho aconteceu quando você, Kakashi, como sempre querendo me ferrar, ligou na hora errada.
— Putz, foi mal aí.
— O quê de estranho? — Temari indagou.
— Minato perguntou: “Shikamaru, é você?”
— Que doidera, hein? — Kakashi atacou as batatas do combo de Naruto.
— Shikamaru foi mandado embora pelo próprio Minato porque Tenten fez uma denúncia e provou incongruências no balanço contábil. — Naruto lembrou.
— O cara estava roubando na contabilidade, fazendo desvios no caixa, imagina só. Todo metido a certinho, mol sete um. — Kakashi continuava roubando as batatas fritas do amigo.
— A gente não viu, nem ouviu nada. Deixa esse assunto pra lá. — Temari falou irritada.
— Nada disso, eu estou dando uma de investigador do assassinato da Tenten. Hinata só vai melhorar depois que ela souber quem matou a amiga de infância. Me sinto na responsabilidade.
— Naruto. Deixa isso pra lá. Pode ter sido o estagiário, o Shikamaru ou até mesmo o Minato. Deixe que a polícia cuide disso. Esqueça, senão vai sobrar pra você, meu amigo. — Kakashi concluiu.
***
— Cara, já são quase vinte horas. Estou indo. Só tem a gente aqui. — Kakashi consultou o smartphone para ver o WhatsApp.
— Se adianta, amigo. Vou ficar até as vinte e uma horas. Tenho que entregar o documento em dois dias e preciso adiantar hoje o máximo possível.
— Está bem. Boa noite e até amanhã. Cuidado com as almas penadas da Deidara e da Tenten, elas podem estar por aí.
— Não fala besteira!
— Fui. Peraí. — Kakashi se virou devagar para Naruto, colocando sua mala executiva em cima da mesa. — Não foi esse parecer tributário da Akatsuki Automóveis a última tarefa de Tenten? Eu me lembro de que ela me pediu uns cálculos.
O susto estampado na careta de Naruto era indisfarçável. Ele ficou quieto sentindo pontadas na cabeça e dores logo em seguida. Kakashi tinha razão.
— Se cuida meu amigo. Fica esperto. Tem treta aí. Agora fui mesmo!
Dois terços do escritório estavam com as lâmpadas desligadas. O velho prédio compartilhava histórias contadas pelos funcionários mais antigos, relatos cabulosos, pastas que caíam do nada, vultos que eram vistos por mais de uma pessoa ao mesmo tempo, suicidas que voltavam, mas o fato era que existia um serial killer no Konoha. Isso era real. Naruto abriu a segunda gaveta e tomou um comprimido que desceu com o restinho frio de café. Levou as duas mãos à cabeça e tentou abstrair os pensamentos. Respirou fundo e voltou a pesquisar a legislação tributária para respaldar sua tarefa.
Quase uma hora de trabalho, Naruto supôs ter visto um vulto. Levantou-se devagar e acionou o canivete suíço. Achando-se ridículo, recolheu o canivete e o guardou de volta na gaveta. Depois, fez uma reverência à estatueta de vidro da raposa de nove caudas, seu perfume, adorno e devoção. Desligou as luzes e fechou o escritório. Não conseguiria produzir mais nada.
Passou num restaurante para jantar sozinho, acabou encontrando amigos do ensino médio e entrou noite adentro relembrando os bons tempos.
***
O portão fez o movimento para cima e o Toyota estacionou na garagem. Em seguida, ouviu o Honda de Sasuke chegando e estacionando rente à calçada. Ficou observando Sasuke sair e percebeu que ele estava nervoso. Naruto meneou a cabeça e entrou em casa.
— Naruto Uzumaki! São quase uma hora da manhã. — Hinata se encolheu na cama e começou a chorar.
— Eu passei o zap pra você explicando o porquê de chegar tarde. — Naruto falou sentindo a mão da mulher o empurrando no momento em que tentava beijá-la sensualmente.
— Por favor, me deixa em paz. — Hinata encobriu a cabeça com um lençol.
Naruto se afastou e foi até a sala ver televisão, não adiantava insistir, nem tampouco curtia discutir a relação. Colocou num canal de shows e ficou assistindo o hard rock do Quarteto do Som. Entediado, trocou de canal para assistir seu anime favorito, Dragon Ball.
Estava quase dormindo quando percebeu uma mancha de sangue no tapete. Constatou outros pingos que davam na lavanderia e no varal de roupas de Hinata. Havia roupas recém lavadas e aparentemente limpíssima.
Pela manhã, Naruto saiu discretamente para não acordar Hinata que dormia profundamente, queria poupá-la. Depois se esforçaria para saber o que de fato estava se passando com ela, além de explicações sobre haver manchas de sangue no tapete e no corredor.
Mais uma vez, esqueceu-se da caixa de remédio e ao retornar para apanhá-la, o smartphone tocou.
— Já está vindo? — Kakashi perguntou.
— Estou saindo agora de casa.
— Vem com calma. Prepara seu espírito.
A entrada do prédio estava interditada com uma fita extensa, amarela e preta. Ao identificar o síndico do Konoha na calçada, no meio da multidão, foi logo perguntando:
— Gaara, o que aconteceu?
— Estão dizendo que ele se suicidou, mas a polícia acha que ele foi jogado ontem à noite lá de cima. Caiu no pátio interno. O corpo só foi descoberto pela manhã por um dos meus porteiros.
— Ele quem?
— Não sei quem é. Trabalhava no seu escritório.
— O estagiário se suicidou. — Kakashi chegou esbaforido, roubando a cena.
— A polícia acha que ele foi jogado, os peritos chegaram para a averiguação. — Temari chegou logo atrás.
Os três se afastaram para conversar numa rua de pouco movimento, perpendicular ao prédio Konoha.
— Ou foi Minato, ou foi Shikamaru. — Naruto falou.
— Minato não foi, ontem ele foi para Hokkaido por volta de dezesseis horas, palestras financeiras. — Temari refutou.
— Então foi Shikamaru. Acho que foi ele! — Naruto afirmou.
— Como assim? — Temari perguntou indignada.
— Não se lembra do que contei ontem?
— Peraí, você ouviu Minato perguntando se era ele, mas você nem viu Shikamaru por lá. — Temari protestou.
— Vai ver que o estagiário descobriu alguma coisa e Minato... — Kakashi tentou acompanhar a linha de raciocínio de Naruto quando foi interrompido.
— Peraí gente! Porra! Para com essa palhaçada! — Temari começou a gesticular e a gritar no meio da rua.
— Por que você está assim tão nervosa? — Naruto perguntou desconfiado.
— É ridículo isso tudo. São apenas cogitações, não pode denunciar Shikamaru.
— Quem disse que vou denunciar Shikamaru? — O loiro indagou retesando a testa.
— Você acabou de dizer isso. Você está paranoico, Naruto.
— Eu não disse isso. Você que está gritando no meio da rua e gesticulando como uma louca. Eu e Kakashi só estamos especulando, vendo possibilidades.
— Dane-se! — Temari gritou e desapareceu do campo de visão deles.
Os dois ficaram mudos observando a amiga se afastando com passadas pesadas. Kakashi retirou um cigarro do maço, começou a fumar.
— Dane-se você também. Sabe que eu odeio a fumaça de cigarros. — Naruto foi se afastando, parou e voltou seu olhar para Kakashi. O amigo parecia sereno, expelia a fumaça para o alto pela boca e pelo nariz. — A que horas de fato você saiu do prédio?
— Ah, Naruto vai se f...
***
O expediente só começou às 14 horas do mesmo dia. O silêncio era funeral, as equipes estavam desmotivadas, a desconfiança era mútua.
O corpo do estagiário seria enterrado depois da autopsia.
Vielen Dank für das Lesen!
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