artemisiajackson Artemísia Jackson

— Vocês ateus vão ser todos condenados. — Naruto anunciou gravemente. — Antes um ateu condenado a um religioso hipócrita. — Sasuke sentiu os ombros ficarem mais leves ao proferir as palavras que guardara por tanto tempo. • • • Créditos a capista @FernandaGomz, da equipe Realeza Design, cujo IG de contato é @designrealeza.


Fan-Fiction Anime/Manga Nicht für Kinder unter 13 Jahren.

#naruto #narusasu #religião #crítica #yaoi #fluffly
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I

Hello pessoal, eu já tinha postado essa história antes, mas precisei apagar para fazer a revisão. Tentei editar como nos outros sites sem precisar deletar a história, mas tem um bug que não me deixa apagar nada já escrito — sempre que tento, a palavra duplica, triplica e nunca é apagada. Não sei é meu navegador maluco, o fato de eu usar celular pra escrever ou bug do site. Se aconteceu com algum de vocês, me digam nos comentários. É isso, agora sem mais delongas, vamos a história.

~~~~~~~~~~

Naruto voltava da missa com sua pequena bíblia na mão, andando vagarosamente enquanto fazia o caminho de volta para casa. Não sentia nenhuma paz de espírito santo de Deus o edificando, não sentia nada daquilo que todos os fiéis diziam sentir.

Era assim em todas as missas; esperava por algo que nunca vinha, mas mesmo assim continuava firme, sempre esperando, confiando no que o padre dizia.

Tinha na mente aquela doce – mas venenosa – ilusão de que ao seguir aquelas

regras, estaria a salvo do inferno. E graças a essa tola ilusão, ignorava as hipocrisias que presenciava, relevava aquelas coisas que pareciam não fazer sentido e renunciava a muitas coisas devido aos dogmas religiosos que o prendiam – prendiam sua alma como algemas prendem nossas mãos.

Naruto suspirou pesadamente. Não se importava em abrir mão de certas coisas, mas havia uma em particular que lhe custava renunciar: sua amizade com Sasuke Uchiha.

Sasuke era ateu e nunca escondia tal fato das pessoas. Graças a isso, todos aqueles que frequentavam a igreja e conheciam Naruto aconselhavam-no a deixar aquela amizade de lado. Mas aquilo estava fora de questão para o Uzumaki; gostava demais do amigo para dar ouvidos a tais conselhos. Até mesmo porque duvidava que sua amizade com um ateu fosse o suficiente para lhe garantir passagem direta ao inferno.

Chegando finalmente em sua casa, Naruto dirigiu-se ao seu quarto, no intuito de cair na cama para refletir sobre o sermão daquela dia. Havia sido falado sobre fornicação e coisas do gênero, mencionando os casos gays como exemplo máximo do pecado sexual. Claro que o padre não usara termos ofensivos, escolhera bem as palavras usadas para tocar no assunto espinhoso.

Mesmo assim, aquilo incomodou Naruto mais que o normal. O jovem não conseguia conceber o fato de alguém ir para o inferno apenas por amar alguém do mesmo sexo.

"Afinal, amor é amor, não faz sentido existir punição para um sentimento tão puro." – ponderou com seus botões. Porém, o padre havia sido claro em suas palavras, ainda por cima dando a entender que dois homens ou duas mulheres jamais poderiam se amar de verdade.

Uma parte de Naruto queria protestar, questionar e refutar aquelas afirmações; mas a outra parte preferia aceitar as palavras de um servo do Senhor. E o jovem resolveu aderir às exigências da última parte, temendo a punição divina que poderia receber caso questionasse as ordens do Criador.

Ao terminar suas reflexões, Naruto pulou da cama, lembrando-se do compromisso que tinha com o amigo naquela tarde – haviam combinado de passearem juntos no principal parque da cidade; que explodia em cores devido a primavera.

O Uzumaki sorriu consigo mesmo enquanto se lembrava do trabalho que teve para convencer Sasuke a aceitar o convite para tal passeio. O Uchiha não era lá dado para essas coisas de apreciar a natureza, e só o fazia quando tinha Naruto ao seu lado – pois este último via e apontava tudo aquilo que Sasuke jamais veria se estivesse sozinho.

O loiro ainda riu ao se dirigir ao banheiro para se lavar. E todas as preocupações e reflexões sobre padres e sermões se foram de vez, dando lugar as lembranças de seu amigo rabugento e suas excentricidades.

Sem dúvida, renunciar a Sasuke Uchiha estava fora de questão.

~~~~~~~~~~~~~

Sasuke observava Naruto, que admirava um pássaro qualquer que pousara num galho baixo de uma árvore florida.

Ambos passeavam pelas trilhas do parque há mais de uma hora, admirando as diversas aves e flores que se espalhavam por cada canto do local. Normalmente, o Uchiha não dava a mínima para tais manifestações da natureza; porém, quando estava com o amigo, lhe parecia impossível ser indiferente à elas.

Talvez porque Naruto possuía o dom de fazer tudo parecer mais belo do que era de fato, devido a boa energia que sempre irradiava de si, energia essa que contagiava tudo e todos ao seu redor.

Até mesmo Sasuke se sentia alguém melhor ao lado do Uzumaki – sentia-se vivo e capaz de desfrutar do mundo e de suas vibrações, capaz de desfrutar da presença das pessoas, animais e natureza em geral. Com o amigo, tudo fazia mais sentido.

Naruto era, sem sombra de dúvidas, a melhor pessoa que o Uchiha havia conhecido, apesar da imaturidade e idiotice que demonstrava ter na maior parte do tempo.

— No que você tá pensando? – o Uzumaki perguntou de repente ao deixar o pássaro para trás, encarando-o e tirando-o de seus devaneios.

— Tô pensando em como você parece um idiota falando com essa plantas e com esse pássaro. – mentiu Sasuke, forçando-se a manter sua usual expressão entediada.

— Não tô falando com elas, seu bastardo imbecil. – Naruto retrucou, revirando os olhos. – Tô falando sobre a beleza delas, é diferente.

— Tanto faz. – Sasuke respondeu, ainda encarando o amigo. A beleza dele lhe interessava mais que a beleza de meros vegetais – embora jamais fosse admitir aquilo em voz alta.

Naruto despediu-se das plantas e voltou-se para Sasuke, andando até ele e apontando o início da trilha, indicando que deviam voltar pelo caminho pelo qual tinham vindo a fim de chegarem a saída do parque.

— Cansou? – o Uchiha indagou ao começar a andar ao lado do amigo.

— Não, mas tô com fome e não posso ficar te "alugando" o dia todo, até mesmo porque você é um chato. – resmungou em resposta.

— Não sou chato, só não vejo a graça que tu vê nessas coisas. – defendeu-se.

— Mas é por isso mesmo que você é chato! Tudo é tão lindo, mas você nem liga! – Naruto reclamou, com um bico emburrado enfeitando seu rosto. Adorável!

— Digamos que eu não tenho a sensibilidade que você tem.

— Isso é porque você não acredita em Deus. – afirmou convicto. – Prefere acreditar nas teorias idiotas da ciência, que apagam toda beleza e poesia da natureza.

Sasuke suspirou, contendo a resposta grosseira que ameaçava escapar. "Até que hoje ele demorou pra começar com os sermões" – pensou consigo mesmo. Toda vez que se encontravam, Naruto inventava de falar sobre Deus e dar sermões; aquilo só servia para irritar o Uchiha profundamente.

— Não sei como você consegue ver tudo isso sem sentir Deus. – continuou o Uzumaki, ignorando a irritação do amigo.

— Deve ser porque ele não existe. – Sasuke retrucou ácido, sem poder se conter mais.

— Vocês ateus vão ser todos condenados. – Naruto anunciou gravemente.

Apesar do tom grave que usara, o Uzumaki brincava, no intuito de irritar o amigo. Era um costume entre eles; estarem sempre se provocando. E apesar de saber que se tratava de uma brincadeira, Sasuke não podia perder a oportunidade.

Soltando um riso de escárnio, o Uchiha olhou profundamente nos olhos do amigo ao responder:

— Antes um ateu condenado a um religioso hipócrita! – sentiu um peso enorme sair dos ombros ao proferir tal frase que guardara guardando por tanto tempo.

Naruto o encarou, perplexo com a sinceridade e severidade presentes nas palavras do amigo.

— Não sou um hipócrita. – resmungou, profundamente ofendido.

— Ah, não? – Sasuke questionou, com as sobrancelhas erguidas. – Então por que está se doendo? Por que está ofendido? Você é hipócrita sim, Naruto! E sabe por quê? Porque você mente, mesmo sabendo que é errado. E o pior de tudo; você mente pra si mesmo. Por que você não pode simplesmente se livrar dessas correntes espirituais? Por que não pode se aceitar? Mentir não vai te salvar do inferno, só vai te levar mais rápido pra lá. — finalizou com uma expressão séria e um tanto quanto fria tomando seu rosto.

— Não sei do que tá falando, Sasuke. – Naruto sussurrou, sentindo o coração apertado.

Àquela altura, ambos já estavam de frente para saída do parque, pois nenhum tinha parado a fim

para efetuar a "DR".

O Uchiha deu uma risada seca e olhou profundamente nos olhos azuis de Naruto. Decidiu falar de uma vez, mandando as consequências ao inferno.

— Sabe sim, não se faça de sonso comigo, eu te conheço, Naruto. Você sabe que estou falando daquilo que faz seu coração bater mais rápido, aquilo que faz meu coração bater mais rápido junto ao seu. Essa coisa que existe entre nós deixou de ser amizade faz tempo, você sabe disso. E não adianta negar, porque sei quando meus sentimentos são correspondidos ou não, porque não sou um idiota apaixonado que se ilude sozinho. Mas se quiser negar, pode tentar. Te desafio a fazer isso olhando nos meus olhos. – acrescentou, ainda encarando o amigo de modo intenso.

Sasuke não era do tipo que demonstrava sentimentos, mas quando se enchia das coisas e resolvia botar tudo em pratos limpos, acabava sendo direto demais e talvez um pouco maldoso.

— Eu... Vo… você... – gaguejou o Uzumaki, tentando responder. Se atrapalhou e desviou o olhar ao ver que era incapaz de responder, virando as costas e resmungando algo sobre ir embora.

Diante disso, o Uchiha teve certeza que havia vencido, porém ainda tinha coisas a dizer. Sabia que era um tanto quanto cruel continuar, mas se recusava a ter piedade do amigo, pois Naruto não precisava de pena, mas sim de um tratamento de choque para poder acordar.

— Então você vai fugir? Além de hipócrita, é covarde? – riu sem humor. – Tudo bem então, Naruto. Você pode fugir de mim e das minhas palavras, mas não vai poder fugir de você mesmo.

— Tchau, Sasuke. – foi a única resposta que o Uzumaki se dignou a dar, começando seu caminho para casa.

O Uchiha, por sua vez, seguiu o caminho oposto – o da esquerda – para se dirigir a biblioteca; precisava estudar. Apesar de tudo, sorriu minimamente para si próprio enquanto pensava no ocorrido.

Havia plantado as sementes, só restava esperar pelos frutos; que desejava, sinceramente, que fossem bons.

8. Januar 2020 22:48 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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