alexlorenzo Alex Lorenzo

Enquanto a crença é a percepção de uma realidade, a ilusão é a distorção dessa percepção. Ariel, escudeiro de Thanlia, percebe que o conflito crença e ilusão será o drama de sua aventura solitária que o levará a descobrir uma nova realidade.


Kurzgeschichten Nicht für Kinder unter 13 Jahren.

#Nefelins #medieval #ilusão #drama #Crenças #batalha
Kurzgeschichte
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O Castelo Caiu

Aquela manhã foi derradeira de uma vida confortável. Também dos campos arborizados, dos córregos límpidos e das brincadeiras de garoto. Ariel despertou em seu aposento no castelo de Thanlia. Pensou o quanto era feliz com suas crenças. Toda aquela tradição passada pelos antigos, toda aquela devoção pelos seres de asas o fazia um ser feliz.

Levantou-se sonolento e foi até o vão da janela setentrional como fazia todas as manhãs. O Sol, que já havia se erguido no horizonte, perdeu o alcance de sua quentura e luminosidade, no momento em que a grande nuvem cinzenta furtou a beleza do despertar da manhã. O vento frio, que invadiu forte sua janela, derrubou a insígnia de madeira com traçados simbólicos da família do nobre, o leão alado. O jovem escudeiro, sobrinho da rainha, voltou seu olhar para o objeto e antes que pudesse devolvê-lo ao seu lugar na cômoda, seus ouvidos foram violentados pelo ribombar dos canhões invasores.

Os sons dos metais e da cadência dos soldados correndo disputavam o espaço auditivo com os gritos de medo das mulheres e servos do castelo nos longos corredores. À confusão de sons se juntou a dos impactos provocados pelo choque de gigantescas pedras que destroçavam parte das paredes do castelo, arremessadas por catapultas. Não havia na fortificação a plena certeza de segurança em quaisquer torres. Em nenhuma outra época, Ariel imaginou que seu castelo e sonhos se desmoronassem com tanta rapidez.

Apoiou as costas na parede gelada e examinou as próprias mãos que tremiam com movimentos curtos e involuntários. Precisava reagir. Não envergonharia a memória dos falecidos pais. Vestiu-se, armou-se para se juntar aos soldados da resistência. Com um machado na mão e o escudo na outra saiu do quarto, perfilando junto a um grupamento de contenção.

A batalha cruel se estendeu por dentro dos muros. Gafanhotos de soldados escalavam, incendiavam e dilaceravam. Os exércitos do reino Melbior estavam sufocando a resistência de Thanlia. Partes dos muros desmoronaram abrindo a porta de entrada. Hordas assassinas invadiram o castelo passando, quem estivesse em seu caminho, ao fio da espada.

Ariel lutou, golpeou, defendeu-se, mas, ao avistar a montaria de elefantes, recuou. O escudeiro conseguiu se esconder. Recostou-se na parede de seu esconderijo. O mancebo desistiu de permanecer testemunhando o triunfo do inimigo. Fechou os olhos. Seus ouvidos continuaram suportando a gritaria, as palavras de ordem, a correria, os sonidos dos metais que se chocavam, criando uma sinfonia de sons macabros que terminavam em mutilação, em sangue, em morte. Os ruídos perturbadores pareciam cada vez mais longe e o corpo do garoto estava congelado de medo.

Os sentidos sucumbiam e Ariel estava se esvaindo, assim como sua esperança de ter sua vida de volta. Imaginava que se fosse achado pelo inimigo, teria pela frente uma vida de dor e humilhação, trabalhando nas minas do rei de Melbior.

Ariel desmaiou.

A consciência do escudeiro de Thanlia foi se recobrando aos poucos. Não ouvia mais as gritarias, nem barulhos ensurdecedores, porém captava o tinido de cascos, alguns cavalos se aproximavam. Do rosto magro do adolescente brotava um suor frio, um nervosismo tomou conta de seus tendões e em instantes a adrenalina forçou seu corpo esguio a entrar em estado de alerta. Em segundos, todos os seus sentidos estavam aguçados. Por um ângulo, em oculto, viu a aproximação de um rapaz com orelhas pontiagudas, protegido por uma armadura prata reluzente, cunhada com a cabeça do dragão. Em sua testa, uma coroa prateada delgada. Ariel não teve dúvidas, era o príncipe tirano, Hagar, conhecido em campos de batalha como a Força do Dragão. O escudeiro continuou escondido na fenda, no obelisco situado no pátio, como um leão espreitando sua presa. Seus olhos azuis se mantinham firmes em cada movimento do príncipe.

Teria o Destino lhe dado uma oportunidade? Sua crença dizia que sim. O fato era que o jovem príncipe estava ao seu alcance. O escudeiro Thanliano olhou para seu machado, para o lado pontiagudo. Se ele concentrasse toda sua força certamente perfuraria a armadura e atingiria o coração do inimigo. O garoto respirou fundo. Sabia que se conseguisse esse feito, seria morto em seguida pelos soldados de elite que estavam sobre os cavalos ao redor do príncipe.

Ariel sentiu suas forças revigoradas. Eliminar Hagar era uma questão de honra, uma questão de justiça. Num ímpeto, num salto bem direcionado, Ariel jogou-se no ar para colidir com o príncipe. O corpo do garoto foi redirecionado e arremessado ao chão. Hagar já o havia percebido. Num contragolpe magistral, ele revidou com sua magia, repelindo-o. Com a queda, o garoto sofreu lesão na musculatura de uma das pernas. Os soldados saltaram dos cavalos para esquartejá-lo vivo.

— Esperem! Não o mate! — Hagar ordenou.

Os soldados se afastaram depois que o colocaram de joelhos na presença do príncipe que não se deu o trabalho de desmontar de seu corcel negro.

— Não sei se você é corajoso ou se é completamente louco!— Hagar sorriu e percebeu que o garoto olhava assustado ao redor, vendo um tapete de corpos sem vida e o castelo de Thanlia em ruínas.

Ariel recebeu do oficial um soco no rosto que quase deslocou seu pescoço.

— Olhe para o grande príncipe! Não desvie seu olhar dele, senão eu mesmo arrancarei seus olhos.

O príncipe mirou com reprovação para o oficial que logo se afastou de Ariel.

— Sua fortaleza está aniquilada, os sobreviventes são meus prisioneiros, no entanto, serei misericordioso com você. Vou te dar a chance de escolher.

O nariz do garoto gotejava sangue. Ariel percebeu seu coração acelerando, enquanto o príncipe se estendia em sua proposta:

— Você pode escolher se juntar aos prisioneiros. Terás o destino de todos, trabalhos incessantes nas minas de meu pai. Ou, simplesmente, se levante e siga seu caminho em liberdade, aceitando essa derrota humilhante.

Talvez o príncipe elfo quisesse amenizar um pouco seu sentimento de remorso pelo massacre de todo um povo. Já Ariel sentia uma dor mais forte na alma do que na perna. Afinal, a liberdade significaria covardia? Sem pensar muito, Ariel respondeu:

— Deixe-me ir! Escolho a liberdade. — Falou e abaixou a cabeça.

— Mandarei um dos meus soldados te acompanhar até a fronteira de Thanlia de onde deverás seguir para onde mandar seu coração e nunca mais voltar.

O príncipe fez sinal com as mãos e Ariel se levantou devagar. Na condição de escudeiro fez uma vênia que faria a qualquer príncipe estrangeiro. Caminhou mancando, sentindo uma dor imensa na perna, porém uma dor maior na alma. Evitava olhar os escombros e os corpos mutilados. O cheiro de pólvora ainda pairava no ar e no chão os destroços daquilo que um dia fora o castelo de Thanlia, seu lar, seu lugar seguro, seu castelo invencível onde cresceu e conquistou o posto de escudeiro.

Foi tudo uma ilusão.

Não ousava olhar para trás. Caminhava havia quase uma hora, suportando a dor e as fisgadas da musculatura da perna. O soldado cavalgava à sua frente sem dizer nada, saciando a sede com a água que saía do cantil e comendo pequenos pedaços de carne seca que trazia no bolso.

Ariel parou, olhou ao redor. Era uma planície de vegetação rasteira e espaçada onde seus joelhos descansariam um pouco, não suportava mais continuar caminhando. A fronteira ficava a cerca de duas horas a pé. Impaciente, o soldado melbiorano se aproximou, desembainhou a espada colocando-a próxima da garganta do rapaz. Falou com prepotência:

— Daqui irei procurar uma taverna e meretrizes. Caso eu o veja vagando por essas terras prometo que cortarei sua garganta. — O soldado deu um sorriso de desprezo, embainhou a espada, rumando para os vilarejos do leste que ficavam à meia hora de cavalo.

O soldado cavalgou por um instante e parou, voltou-se para Ariel e gritou:

— Catraio! Já pensou em virar comida de animais famintos? Pelo menos vai servir para alguma coisa. — Com um sorriso irônico de satisfação, o soldado retomou a direção e foi galopando com vigor, fazendo a poeira subir e ofuscar sua silhueta que desaparecia no horizonte.

O rapaz continuou caminhando pela planície, caindo seguidas vezes. Chegou até a rastejar, acalentado pelo vento suave e constante. Represava seu choro, pois ele acreditava que chorar e lamentar seriam sinais de fraqueza, afinal, a rainha de Thanlia não aprovaria essa atitude infantil. Apesar de ser adolescente, já era considerado um adulto, um soldado, um guerreiro para a cultura de seu povo.

Algumas horas se passaram sob o sol ameno. Era apenas um garoto ferido na vastidão da planície. Deitou-se, olhando para o céu, percebendo que as grandes nuvens cinza se moviam com velocidade. Continuou se arrastando pela beira da estrada de terra em busca de alguma aldeia que o acolhesse.

Um forte desânimo o assaltou. O cansaço, a sede, a fome e a dor constante em sua perna não permitiam que perseverasse em sua caminhada. Descansou. Respirou fundo e olhou para o céu, deitou-se com os braços esticados projetados ao lado do corpo e as pernas esticadas num ângulo de quase cinquenta graus. Olhava para o céu e um turbilhão de imagens da batalha povoavam seus pensamentos: as pessoas que ele prezava estavam embaixo das ruínas dos muros e das paredes do castelo ou estiradas nos pátios e galerias. Acomodou a cabeça e procurou descansar por instantes, para recobrar as forças e continuar a fuga fatigante. Precisava encontrar algum abrigo antes que a noite chegasse.

Exausto, adormeceu.

Acordou com gotas de água regando seus lábios e penetrando em sua garganta ressecada. Suas pálpebras se abriram lentamente. Num primeiro momento, vislumbrou a silhueta de uma garota com os cabelos dourados sacolejando por causa da ventania que se intensificava. Depois, seus olhos puderam identificar as cores do ambiente. Num plano de fundo, o céu acinzentado; próximo de seu rosto, uma linda garota de olhos celestiais derramava de um cantil, com gentileza e cuidado, água pura, fresca e revigorante. Ariel suspirou. Mãos macias acariciavam seu rosto e o sorriso dela encheu seu coração de esperança pela vida. Saciada a sede, indagou:

— Quem é você?

Ao ouvir a voz do rapaz ela sorriu, começando a falar em língua desconhecida. Uma língua estranha que ele jamais ouvira. Conhecia um pouco das línguas faladas no continente e tinha conhecimento de um ou outro verbete dos dialetos de estrangeiros que viviam em Thanlia, mas aquela língua era completamente diferente, parecia cantada, doce e harmônica.

A garota continuava emitindo sons que ele ouvia completamente encantado e envolvido, como se aquelas palavras estranhas fossem capazes de entranhar em sua pele e acalentar o sofrimento de sua alma.

Num movimento instintivo, afastou-se assustado e percebeu o abrir das asas.

— Um ser de asas?

A serenidade da garota logo aplacou seu espanto e ele sentiu vergonha.

— Perdoe-me. — O garoto falou arrependido.

Ele percebeu que uma das asas estava completamente aberta e a outra pela metade.

— Está machucada?

Ela se sentou ao lado dele no chão e recolheu as asas, estendendo uma das mãos. Ele entrelaçou seus dedos aos dedos dela. Ouviu três ou quatro palavras ininteligíveis. Ficaram se olhando como se tivessem descoberto algo profundo num encontro tão rápido e tão inusitado. Ela voltou a falar, enquanto Ariel observava os movimentos labiais.

A fragrância reconfortante do momento foi perdida. Uma mulher pousou diante deles. Cada asa esticada da adulta era mais comprida que Ariel. Ela se aproximou e puxou a garota para perto de si. A adulta também era de uma beleza que deixou o rapaz magnetizado e contemplativo. Elas conversaram entre si. A mulher se aproximou de Ariel e lhe entregou um cantil com água e sementes comestíveis. Disse algumas palavras para ele e se afastou com a garota.

— Por favor, esperem.

A mulher envolveu a garota com os braços e com o bater de suas asas ganhou o céu. Ariel ficou olhando para aquela imagem se distanciando cada vez mais até desapareceram entre as nuvens.

A verdade era que Ariel, sem esperanças, sentia seu desejo de viver ressurgindo. Uma sensação estranha envolveu seu coração. A mulher e a garota com asas não eram uma ilusão, eram tão reais quanto aquele cantil e o saco de pano cheio de sementes.

Bebeu água e alimentou-se. Andou por mais duas horas, sem encontrar o menor sinal de algum povoado. O esforço exagerado acabou paralisando a musculatura da perna lesionada. Esticou-a procurando alívio e conforto. Fechou os olhos e se concentrou nos detalhes da garota de asas. A voz parecia que ainda podia ser ouvida. Em sua mente, apareceu a imagem daquele olhar sereno que o arrebatara.

Abriu os olhos, fazendo movimentos bruscos de autodefesa ao sentir a pele sendo espetada.

— Saiam! Corvos malditos!

A reação dele desencadeou os grunhidos mórbidos das aves de rapina. Um bando deles estava em volta do rapaz. Atacavam com ferocidade, perfurando seu corpo. Ariel pegou alguns pedregulhos, jogou-os nas aves que se intimidavam por instantes e voltavam a atacá-lo. Desesperado, percebeu outro bando chegando, havia centenas deles que grunhiam incessantemente anunciando uma morte lenta e dolorosa. Ariel gritava e tentava quebrar um galho do arbusto para servir de arma, mas já não estava conseguindo mais ficar de pé. Em pouco tempo, seu corpo estava coberto de corvos, instintivamente se encolheu para a posição fetal, ignorando a dor muscular. Agora, era só esperar a morte. Era só dormir o sono eterno. Fechou os olhos.

Ouviu um estrondo, as nuvens cinza estavam compactadas. Uma ventania, seguida por relâmpagos e barulhos sequencias de trovões, anunciaram uma chuva torrencial. Os corvos se precipitaram numa grande revoada formando uma gigantesca nuvem no céu e em seguida se dispersaram.

A chuva caiu forte.

Do seu corpo encharcado fluíam filetes de sangue que se desmanchavam como rios que desembocam no mar. Ele tentou levantar-se, mas seus músculos tremeram. Desabou. Talvez agora pudesse se encontrar com a garota de asas no apagar da vida. Ela deveria ser uma ilusão da própria imaginação. Olhou e não viu cantil nenhum em sua cintura, muito menos o saco de sementes comestíveis. Aliás, à margem da estrada, seu corpo começava a ficar imerso no lamaçal. Debatia-se, lutava para manter o rosto por cima, mas nem assim conseguia respirar direito com milhares de gotas açoitando seu rosto. Fechou os olhos mais uma vez. Com a noite se aproximando, seu dia estaria terminado.

Seus ouvidos ainda foram capazes de captar a aproximação de cavalos e o ruir agudo de rodas em atrito com seus eixos. Uma carroça parou próximo. Ainda sentia o incômodo dolorido das picadas, principalmente nas costas. Negava-se a abrir os olhos. Percebeu seu corpo sendo suspenso e por instinto arregalou os olhos. Ele viu um homem com sobretudo marrom e um capuz cuja face escondia. O estranho o carregou no colo até a caçamba da carroça.

— O Grande Mestre te espera. — a voz ecoou baixa e grave.

O monge balbuciou ao ver o corpo inerte do rapaz pousar suavemente no fundo da carroça, talvez estivesse conjurando palavras de proteção. Na medida em que adormecia, o garoto sentiu uma mistura estranha de esperança e medo.

***

O monastério de Danvasquez fora construído num penhasco em tempos imemoráveis. A arquitetura desarmonizava com as construções mais recentes do norte do continente. A região à sua volta era coberta de arbustos rasteiros e vegetação mirrada constantemente adornada pela neve. Por ficar no extremo norte, a região era gelada durante o ano inteiro. Para lá iam os órfãos, os desiludidos e os vocacionados.

Ariel despertou num aposento estranho. A luz solar invadia as janelas e dissipava a luz das velas exalantes de odores enjoativos. O corpo estava dolorido, talvez tivesse repousado por dias. Olhou os símbolos religiosos incrustados nas quatro paredes. Em seguida, constatou um bracelete com o nome do monastério. Agora, pertencia ao lugar sagrado, aos votos de reclusão, meditação e celibato.

Crenças e ilusões se fundiram.

Ainda convalescente, sentou-se em seu leito. O quarto não era tão grande quanto o de Thanlia. Havia duas cômodas, panos limpos, água numa bacia e uma pasta esverdeada. A beca era larga, inadequada. Um único objeto lhe chamou a atenção. Mancando, foi até ele, pregado na parede. A imagem do quadro era tão bela quanto àquelas a quem viu na estrada. Uma mulher de asas, com vestimenta dos antigos, fazendo pose e, ao lado dela, uma garota semelhante com as asas completamente abertas. Num canto do quadro, a assinatura de um artista conhecido.

Sorriu. A esperança sufocou a ilusão. Acreditava um dia reencontrá-la.

17. Dezember 2019 02:37 2 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

Über den Autor

Alex Lorenzo Olá, sou o Alex. Carioca. Amante de literaturas, com desvios de predileção por fantasia medieval. Curto novelas de ficção científica, com distopia, melhor ainda. Viajo por contos de quaisquer modalidades, seja estilo Stephen King, seja Machado de Assis. Escrevo por terapia, por amar. Nas horas vagas, desenho. Meu sonho é desenhar meus próprios personagens. Bom, se quiser conversar, sugiro uma xícara de café com biscoitos amanteigados. Abraços!

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Post!
Eduardo Miranda Eduardo Miranda
Olá Alex, tudo bem? Faço parte do Sistema de Verificação e venho lhe parabenizar pela Verificação da sua história. Um texto muito bem elaborado, uma história diferente das comumente descritas sobre idade média, capa e espadas. Fato esse que torna a leitura muito agradável, o diferente me atrai. O personagem frágil que busca forças para sobreviver chega a ser dramático, me sofrer com ele, me fez sentir sua dor ao ver os mortos no castelo e seu desespero tentando sobreviver em sua caminhada sem destino. A aparição da garota e da mulher com asas nos remete a um clima fantasioso, se torna o grande charme do texto, e fiquei com uma dúvida para pensar e refletir, seriam elas anjos? Seu texto está muito bem escrito e elaborado encontrei uma única falha que certamente foi um erro de digitação que não comprometeu o entendimento do Conto; “Afastou-se assustado ao percebeu o abrir das asas“; acredito que o correto seria, “Afastou-se assustado e percebeu o abrir das asas“. O desfecho foi um final que insinua esperança e uma possível continuação do tema, espero que esta continuação aconteça...rsrs Alex, de um modo geral seu texto é atrativo, gostei muito da história e espero em breve ter a oportunidade de ler outros trabalhos de sua autoria. Parabéns!
October 10, 2020, 18:03

  • Alex Lorenzo Alex Lorenzo
    Obrigado, Eduardo, por apontar o equívoco, já fiz a devida correção. Essa história surgiu inspirada num esboço de uma história maior, de minha autoria, em capítulos que está sendo aperfeiçoada. Sendo que mudei o nome de todas as personagens para construir esse conto. No caso, os seres com asas, nesse universo em criação, são outros seres, e sim, bem parecidos com os anjos bíblicos e com a tradição. Você apreendeu bem o sentido que procurei passar ao leitor sobre o protagonista, ele é um adolescente, é frágil diante do mundo beligerante inspirado na nossa idade média, mas com um fundo de fantasia. O personagem está "predestinado" pelo autor a passar momentos terríveis na sua nova vida no monastério, o que "talvez" molde sua personalidade e o projete na sociedade cruel em que ele vive. Caso queira conhecer um pouco desse universo em criação, sugiro a leitura de Deramir. Agradeço os elogios e fico feliz em tê-lo atraído para essa jornada. Abraços! October 29, 2020, 18:54
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