hunterprirosen HunterPri Rosen

Na primeira vez que Eloise Bridgerton e Sir Phillip ficaram frente a frente foi nítido que nenhum dos dois era o que o outro estava esperando e parecia muito claro o quanto eram incompatíveis. Entretanto, o mal julgamento que fizeram logo ficou para trás. As personalidades e expectativas tão destoantes em relação ao casamento ideal não impediram os corações de se unirem na mesma batida apaixonada. Hoje, com essa data completando um ano, Sir Phillip decide fazer uma surpresa para a sua amada Lady Crane.


Romantik Historisch Nicht für Kinder unter 13 Jahren.

#OsBridgertons #spoilers #heterossexualidade
Kurzgeschichte
13
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Capítulo Único

Notas Iniciais:

História participante do Terceiro Desafio de Fanfics do @DesafiosFanfics do Spirit, cujo tema é Amor de Primavera.

A história se passa depois do final do livro 5 da saga Os Bridgertons, "Para Sir Phillip, com amor."

Capa editada por mim com uma imagem de uso livre do Unsplash.

Escolhi falar de um casal que eu amo da saga Os Bridgertons (não que eu não ame todos os outros hihihihi), Eloise e Sir Phillip. Vou deixar o link com a sinopse do livro no final, bem como o jornal do desafio.

A história se passa depois do final de "Para Sir Phillip, com amor" e o título é uma brincadeira com o livro.

A história se passa em maio e na Inglaterra, ou seja, primavera no hemisfério norte.

Boa leitura!


***

Gloucestershire, InglaterraMaio de 1825

Para qualquer pessoa, aquela parecia mais uma manhã comum, mas Sir Phillip Crane sabia que era um dia especial assim que abriu os olhos e admirou a mulher adormecida ao seu lado na cama. Uma mulher com cabelos castanhos volumosos, um rosto lindo em formato de coração e que só ficava quieta assim quando dormia. Era quando toda a agitação intrínseca de Eloise perdia a batalha para a exaustão e ela mergulhava num sono profundo e sereno.

Se bem que, às vezes, falava dormindo. Mas pelo menos calava-se logo e não se mexia, o que era algo digno de nota em se tratando dela.

Phillip amava vê-la dormindo e poderia ter passado a manhã inteira olhando para ela, admirando-a com fascínio como já fizera tantas manhãs, até que Eloise enfim despertasse, olhasse para ele em retorno e abrisse o sorriso que sempre o incendiava por inteiro.

Ao invés disso, Phillip obrigou-se a levantar, depois de dar um suave beijo em sua testa e afagar carinhosamente a barriga muito protuberante entre eles. Pretendia lhe fazer uma surpresa e, para ter o efeito desejado, Eloise deveria acordar sozinha.

Phillip vestiu-se e deixou o quarto. Voltou algumas vezes depois e, em silêncio, arrumou tudo o que precisava por ali. Antes de sair em definitivo, ajeitou um envelope cor de creme sobre o travesseiro ao lado de Eloise para que fosse a primeira coisa a ver quando acordasse.

Phillip que, embora tenha evoluído bastante desde que descobriu o amor por Eloise, não se considerava habilidoso com as palavras ditas, sentia-se mais à vontade quando podia colocar os pensamentos no papel. E, já que tudo entre os dois tinha começado por causa de uma carta, nada mais justo que ele usasse essa estratégia com ela num dia tão especial como aquele.

Não que todos os dias do último ano não tenham sido assim. Na verdade, todos os dias ao lado de Eloise Bridgerton... Não, ao lado de sua esposa, Eloise Crane, eram mais do que especiais, eram mágicos.

— Mágicos...

Phillip riu baixinho de si mesmo. Realmente não era bom com palavras. Ainda assim, estava certo de que mágicos era uma definição aceitável. Hoje era mágico de um jeito diferente, concluiu por fim. Porque hoje fazia um ano que tinha conhecido a sua mulher.

Eles podiam ser muito diferentes um do outro, porém Phillip estava cada vez mais certo de que eram perfeitos um para o outro também. Tinham um casamento feliz, cheio de paixão, e Eloise amava os dois filhos do primeiro casamento dele como se fossem dela. Há muito, os gêmeos Oliver e Amanda, de nove anos, passaram a chamá-la de mamãe e estavam ansiosos pelo irmãozinho ou irmãzinha que logo nasceria. Phillip também estava, mal se aguentava de ansiedade e alegria.

Eloise era tudo que ele precisava e nem sabia. Ela se estabeleceu no seu coração como a primavera coloria os campos com suas flores nessa época do ano. O coração dele, que por anos amargou um inverno longo e desolador, ganhou cor e vida quando foi tocado por ela. Eloise transformou sua vida inteira numa primavera sem fim.

Phillip sentiu os lábios se esticando num sorriso inevitável e afundou as mãos na terra de um vaso em sua estufa, tentando se concentrar no experimento botânico da vez. Sem perceber, pôs-se a assobiar uma canção feliz. Era inevitável e se tornou um hábito. Há quase um ano, já não conseguia trabalhar mais em silêncio. E há muito, parou de se sentir um tolo por deixar a felicidade aflorar assim.

Não era um tolo afinal, apenas um homem apaixonado. Um homem que amava profundamente uma mulher e tivera a sorte de ser amado de volta com a mesma devoção. Um homem afortunado que jamais esperou ser.

A vida de Phillip, por muito tempo permeada de escuridão, traumas e desesperança, havia se iluminado desde que Eloise surgiu em Romney Hall numa manhã de primavera como aquela. Trazendo uma pequena mala e muita personalidade a tiracolo.

Nem que vivesse mil anos, Phillip Crane se esqueceria daquele dia e da imagem perturbadora que gesticulava sem parar no centro de sua sala. Por mais que o primeiro encontro tenha sido desastroso, também foi especial e ficou gravado em sua memória com carinho.

Depois de se corresponderem através de cartas por cerca de um ano, Phillip havia convidado a Srta. Bridgerton a visitá-lo em Gloucestershire. Ele foi muito direto e, agora admitia, nada romântico, na última carta enviada. Prático, propôs que os dois se conhecessem pessoalmente para descobrir se eram compatíveis. E, se assim o fossem, poderiam vir a firmar matrimônio. Phillip era um barão viúvo, não tinha passado dos trinta anos e poderia lhe proporcionar uma vida confortável no campo. E Eloise, apesar de ter recebido seis propostas de casamento antes dele, ainda era solteira.

O problema foi que ela nunca respondeu a carta em questão. Ao menos, não como ele esperava que fizesse qualquer dama em situação semelhante. Ao invés de seguir o que o bom senso determinava, Eloise agiu por impulso, fugiu da família e da vida em Londres no meio da noite e se embrenhou numa viagem solitária até a casa de Phillip, chegando sem avisar que vinha.

Não deu nem tempo para o anfitrião providenciar uma dama de companhia e assim preservar intacta a reputação de Eloise, e isso o desconcertou a ponto de irritá-lo. Aliás, não deu nem tempo de Phillip se limpar e se vestir apropriadamente, sendo obrigado a aparecer na sala de visitas com as roupas sujas do trabalho diário na estufa e uma mancha de terra no rosto.

Despreparado para aquela visita surpresa, sem jeito em virtude da sua aparência desleixada e zonzo com a falação desenfreada da impulsiva e elegante senhorita na sua frente, Phillip meteu os pés pelas mãos e foi um tanto rude com ela. A verdade é que se sentiu muito intimidado naquele dia. Porque Eloise Bridgerton não era nada do que Phillip Crane esperava. Que Deus o ajudasse porque ela era muito mais do que ele poderia ter sonhado.

Para uma solteirona de vinte e oito anos, era muito bonita e atraente. Era nítido como era inteligente e espirituosa. E quando encontrou os olhos dela pela primeira vez, olhos cinzas como o céu nublado antes da tormenta, Phillip teve certeza de que poderia se afogar neles. Na verdade, estava certo de que poderia se afogar nela por inteiro.

Casado há quase um ano, Phillip já não se lembrava mais de quão triste e solitária era a superfície. Todo dia, mergulhava mais um pouco no amor de Eloise. Todo dia se sentia o mais sortudo dos homens por tê-la em seus braços.

[...]

Poucas coisas eram capazes de deixar Eloise Crane sem palavras. Quase um ano de casada e ainda estava aprendendo que seu marido era uma delas. Se ainda havia alguma dúvida da capacidade de desnorteá-la, ela estava convicta de que agora não restava mais nenhuma. Phillip tinha o dom de encantá-la até o ponto em que as palavras se perdiam na garganta. Não, até o ponto que elas mal chegavam à sua mente.

O envelope sobre o travesseiro foi a primeira coisa que viu ao abrir os olhos. A segunda foi a caligrafia masculina e rapidamente reconhecida com os dizeres: Para Lady Crane, com amor.

De súbito, sentou-se na cama abrindo o envelope às pressas, mas se deteve, também de súbito, quando os olhos encontraram a terceira coisa. Era impossível não ver, na realidade. Estava por toda a parte, ao redor de toda a cama de dossel. Como se todas aquelas flores, rosas e orquídeas dispostas em belos vasos e arranjos lhe reverenciassem.

Seu coração deu um salto e os olhos não ficaram imunes à emoção sentida. Eloise, sempre tão eloquente e faladora, só conseguiu murmurar duas palavras naquele momento:

— Oh, Phillip...

Precisou de alguns instantes para se recompor antes de abrir o envelope. E precisou focar bem o olhar marejado nas linhas da carta para ler o que o marido havia lhe escrito ali.


Minha amada, Eloise.
Hoje completa um ano que você colocou os pés em Romney Hall e, com o devido respeito, o nariz intrometido em minha vida.
Como naquela ocasião, ocorreu-me que nunca respondeu minha última carta, embora tenha aceitado o convite para me visitar e vindo afinal. Ocorreu-me também que eu nunca lhe agradeci de forma apropriada pela visita.
Então, permita-me.
Obrigado por ter vindo e me feito seu. Obrigado por ter recusado seis pretendentes e esperado por mim. Obrigado por ser a mãe dos meus filhos, dos dois que eu já tinha e agora deste, já tão amado, que carrega em seu ventre. Obrigado por ter me ensinado a ser um pai de verdade para Oliver e Amanda, e por ter me ajudado com as lembranças ruins do meu. Obrigado por falar demais e me deixar zonzo toda vez, é sempre um prazer tentar acompanhar seu raciocínio. Obrigado por me fazer apreciar os dias de sol, mesmo eu ainda preferindo os de chuva. Obrigado por me amar e me deixar amá-la, asseguro que eu não esperava ser tão feliz assim. Obrigado por alegrar meus dias com esse amor e por aquecer as noites com a nossa paixão. Obrigado por ter vindo. E obrigado, principalmente, por ter ficado.
Eu a amo muito. Por isso, ofereço-lhe as mais belas flores desta estação.
E se você achar que são muitas, que mal cabem em nosso quarto, que foi loucura, saiba que elas não são nada comparadas ao que você semeou em mim.
Minha vida está colorida por toda a parte. E foi você, Eloise, quem cultivou cada flor.
Com amor e sempre seu,
Phillip.

Eloise precisou de um novo tempo para se recompor. Bom, o mais provável era que ela precisasse de uma vida inteira para isso. Acaso sua irmã Hyacinth estivesse ali, teria perdido a paciência e lhe dado uma bofetada para se certificar de que ainda estava viva.

Eloise estava viva. Muito viva. Como a própria primavera é. E enfim conseguiu acalmar o coração o suficiente para se mexer e sair da cama. Percorreu cada arranjo com um olhar fascinado e os tocou suavemente com a ponta dos dedos. Explorou o doce perfume e sorriu feito a mulher apaixonada que era.

Apesar da gestação avançada, foi capaz de se aprontar rápido e sem clamar por nenhuma criada para ajudá-la com a vestimenta. Prendeu os cabelos depois da higiene matinal no lavabo adjacente e deu uma última olhada nas incontáveis e lindas flores que adornavam o quarto inteiro.

Quando saiu de lá, sentia-se pesada por conta da barriga e, ao mesmo tempo, leve pelas palavras do marido ainda reverberando em seu coração feito música.

Sem dúvida, Phillip havia colocado sua alma naquela carta. Em cada doce linha. Quase um ano de um casamento muito feliz e o gosto pela poesia, que já possuía antes de conhecer a esposa, pareciam tê-lo ajudado a ser tão certeiro.

Com os cantos da boca esticados num sorriso que não a largava, Eloise passou rapidamente pela sala e deu um beijo em Oliver e Amanda. Deixou os filhos apreciando o café da manhã com a babá e prometeu voltar em breve. Estava faminta, na verdade. Entretanto, no momento, havia algo mais insaciável do que seu estômago de grávida. O seu coração.

Ignorando a condição física que a deixava mais lenta, Eloise correu para fora de Romney Hall simplesmente porque era Eloise. Quando colocava algo na cabeça, tinha que agir rápido. E havia decidido se jogar nos braços do marido. Era algo inadiável e urgente!

[...]

Phillip a sentiu chegar bem antes de Eloise cruzar a porta da estufa. Ele a sentia por perto da mesma maneira que, sendo botânico, sentia as mudanças na terra a cada estação.

Dentro do seu peito, algo também mudava naquele instante. O coração sempre disparava quando Eloise se aproximava, mesmo que ele estivesse de costas para ela como agora.

Quem estava tentando enganar? Ele disparava só de pensar nela...

Com um largo sorriso que a esposa não podia ver daquele ângulo, Phillip lavou as mãos de terra numa bacia com água em sua mesa de trabalho e enxugou com um pano que ficava por perto. Mesmo assim, não estava muito apresentável.

Quando se virou para Eloise, pretendia alertá-la que suas roupas estavam um tanto sujas. Porém, não houve tempo. Num instante, a esposa venceu a distância entre eles e o abraçou com tudo o que tinha, com tudo o que era, com um calor que Phillip só podia entender como o mais puro amor.

Ele sorriu, envolvendo-a de volta com seus braços fortes, aninhando Eloise e a enorme barriga entre eles do melhor jeito que pôde.

— Vejo que encontrou o meu presente, Lady Crane.

— Eu também amo você... — Eloise declarou em resposta e um tanto sem fôlego. — Amo demais. Amo! Amo! Amo!

Phillip riu do seu esforço em falar. Claro, era Eloise. Sempre falando pelos cotovelos. Às vezes, falava até sozinha.

Ele gargalhou ao se lembrar do quanto ficava surpreso no começo de tudo, quando mal a conhecia e ela lhe arrancava risos e sorrisos quando ele menos esperava e das coisas mais bobas. Reações que Phillip acreditava não ser mais capaz de ter naquela época.Porque tudo era inverno antes da primavera chegar.

Agora que ela estava ali, ele só conseguia pensar em beijar sua primavera. Ele só queria beijá-la. E foi exatamente o que fez, tomando o rosto entre as mãos enormes, afogando-se nos olhos cinzas por um instante e mergulhando naquela boca com um beijo voraz e, ainda assim, cheio de ternura.

E aquele foi mais um dia mágico em Romney Hall.


Notas Finais:

A saber, Eloise tem uma menina e dá o nome de Penelope para ela (nome da sua melhor amiga nos livros).

Ela e esse maridão maravilhoso ainda fazem mais dois bebês depois, Georgiana e Frederick kkkkk

Esse é o meu segundo livro favorito da saga (depois de O Duque e Eu) e, caso vocês ainda não conheçam, recomendo todos eles com meu coração viciado em romances de época kkkkkk

Link do livro 5: http://www.editoraarqueiro.com.br/series/para-sir-phillip-com-amor/

Link do desafio: https://www.spiritfanfiction.com/jornais/terceiro-desafio-de-fanfics--amor-de-primavera-17381770

9. September 2019 15:47 3 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

Über den Autor

HunterPri Rosen You know who I am. Oi? Caçula de três irmãs, apaixonada por dogs, lufana. Sou Hunter, Whovian, Grimmster, fã de Friends e de mais uma pá de séries. Adoro filmes de suspense, terror sobrenatural e clássicos de ação. AMO livros e fan(fictions) de vários gêneros.

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Álisson Lima Álisson Lima
Muito bom, gostei!
September 15, 2019, 10:57

  • HunterPri Rosen HunterPri Rosen
    Muito obrigada por ler e comentar, fico feliz que gostou <3 September 17, 2019, 15:41
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