1
4.4k ABRUFE
Abgeschlossen
Lesezeit
AA Teilen

S04#22 - PARTNERS II - SCULLY

(NOTES FOR I REMEMBER YOU)


INTRODUÇÃO AO EPISÓDIO:

[Som: Simple Minds - Don't You (Forget About Me)]

Scully atirada no sofá. Olha para o teto, enquanto brinca com uma mecha de cabelos entre os dedos.

Mulder sentado na poltrona. Olhar distante, como quem está planejando alguma coisa, sério, com a mão por sobre queixo e lábios. De repente os dois se olham ao mesmo tempo. Sorriem.

MULDER: - No que está pensando?

SCULLY: - Em nada. E você?

MULDER: - Na minha estratégia de ataque ao inimigo.

SCULLY: - Isso é a coisa mais entediante que já vi Mulder! Por que não relaxa um pouco? Hoje é sábado, são duas horas da tarde e estamos aqui viajando, cada um no seu universo particular...

MULDER: - Você tem razão. Apesar de que a nossa vida e os Arquivos X são a mesma coisa, eu tenho que me acalmar ou vou acabar tendo um enfarto.

Scully sorri.

MULDER (OFF): - Ela me sorriu meigamente. O sol que entrava pela janela iluminava aquele sorriso, aqueles lábios rosados e deixava os cabelos avermelhados mais ruivos e brilhantes, contrastando com sua pele branca.

Scully percebe que ele olha pra ela e está longe.

SCULLY: - (SORRINDO) O que acabou de pensar, Mulder?

MULDER: - (SORRI DESAJEITADO/ PEGO NO FLAGRA) Coisas.

SCULLY: - (SORRINDO) Que coisas?

MULDER: - No quanto você é linda.

Ela sorri novamente. Fecha os olhos.

MULDER (OFF): - Você me sorriu, e sorrindo brilhava mais que o sol... Instintivamente comecei a lembrar de nós dois... Se eu levaria lembranças, seriam muitas. Mas as primeiras sempre eram da engraçada Scully. Da minha Scully... (SORRI) Daquela noite... Era uma sexta-feira, resolvemos sair do bureau e beber alguma coisa juntos. Encontramos o Kersh no bar, Skinner e mais alguns agentes... (SORRI) Pra não levantar suspeitas, ficamos. Bebemos, conversamos. Como dois agentes, dois parceiros. Mas a sua irritação foi tanta que começou a abusar da bebida. Bebia tudo o que lhe ofereciam... O resultado...

VINHETA DE ABERTURA: JUST ABOUT YOU...


BLOCO 1:

FLASH BACK:

A sala do apartamento de Mulder na penumbra. Percebe-se a luz do corredor por debaixo da porta de entrada. E movimentos. Ouvem-se as gargalhadas de Scully. A porta abre-se. Mulder acende as luzes. Os dois entram. Ele fecha a porta.

MULDER (OFF): - Scully estava completamente bêbada, rindo sozinha. E eu... Eu também não estava no meu juízo perfeito. Se é que algum dia já tive juízo...

Mulder olha pra ela e sorri. Ela o puxa pela gravata o arrastando pra sala. Ele vai como cachorrinho puxado pela coleira.

MULDER: - Au! Quer me estrangular agora?

Ela aproxima-se dele. Fala enquanto desliza as mãos por sobre sua camisa. Ele envolve os braços na cintura dela.

SCULLY: - Hum, tô cansadinha...

MULDER: - Posso imaginar. O dia foi estressante. Mas pelo menos, é sexta-feira...

SCULLY: - Quero fazer coisinhas com você.

Mulder sorri. Ela começa a abrir a camisa dele, já sem coordenação nenhuma. Afrouxa sua gravata, quase que o estrangula.

MULDER: - Scully, calma, deixa que eu faça isso.

SCULLY: - Não, eu gosto de fazer isso.

Ele segura os pulsos dela.

MULDER: - Não está em condições de tirar nem a sua roupa.

SCULLY: - (SORRI MALICIOSA) Sério?

Ela vira-se de costas pra ele.

SCULLY: - Hum... Se puder me ajudar a levantar os bracinhos eu ficaria agradecida...

Ele tira a blusa dela. Agarra-a pela cintura. Desliza a língua por seu pescoço. Ela se encolhe, arrepiada.

SCULLY: - Ai, isso faz cócegazinhas...

MULDER: - ...

SCULLY: - Hum... (COMEÇA A RIR) Para!

MULDER: - Você quem começou com a sacanagem.

SCULLY: - Eu não sou mulher de sacanagem... Eu sou séria (COMEÇA A RIR)... Não gosto dessas coisinhas...

MULDER: - Ah, você gosta... Você vale tanto quanto eu.

SCULLY: - Hum, tá chamando euzinha de ordinariazinha? ... (BEIÇO) Scullyzinha num gosta disso não... (COMEÇA A RIR)

Mulder a solta. Tira a gravata e a camisa. Ela vira-se pra ele. Olha-o de cima a baixo. Olha pra ele, passando a língua nos lábios.

SCULLY: - Gostoso! Delicioso!

MULDER: - Scully... Não provoca...

Ela coloca a mão nas calças dele o puxando num supetão.

MULDER: - Ah, Scully, não faz isso não...

SCULLY: - Por quê?

MULDER: - Por que eu vou virar um lobo mal.

Ela sai correndo pra cozinha, ele a agarra pela cintura. Ela esperneia, gritando e rindo alto.

SCULLY: - Larga euzinha!!!

MULDER: - Não largo não.

SCULLY: - Hum... Então não larga. (RINDO) Eu não quero mesmo...

Ele beija o pescoço dela, enlouquecido. Ela se afasta.

SCULLY: - Hum, não. Tô bravinha com você.

MULDER: - O que eu fiz?

SCULLY: - (BEIÇO) Você agora ficou com a maniazinha de chegar sem falar nadinha e ir me empurrando contra a parede, e pegando tudo o que quer.

MULDER: - (DEBOCHADO) Algum problema nisso? Não tô pegando o que é meu?

SCULLY: - Você só fica abusando de euzinha. E eu nunca faço isso.

MULDER: - Tá bom, eu não vou mais fazer isso.

SCULLY: - Ia gostar se eu chegasse e abusasse de você, sem perguntar nadinha?

MULDER: - Ah, pode apostar que sim.

Ela o empurra contra a parede. Mulder dá com o nariz na parede. Ela fica por trás dele, movendo seu corpo contra o dele. Mulder começa a rir.

MULDER: - (RINDO) Acho que assim não vai dar em nada, Scully...

Ela se afasta rindo.

SCULLY: - Viu? Viu só o que a Scullyzinha aqui passa? Achou agradável?

MULDER: - (RINDO) Vindo duma mulher eu não vejo problemas...

Ela caminha até o sofá e atira-se.

SCULLY: - Hum, por que não arranja algo pra beber?

MULDER: - Acho que você já bebeu tudo que podia.

SCULLY: - Não. Eu quero beber!

MULDER: - Tá bom, você é a médica por aqui. Mas eu não vou te levar pro hospital pra tomar glicose. Enfio você debaixo do chuveiro com café bem forte.

SCULLY: - Se você lavar as minhas orelhinhas eu não me importo...

MULDER: - (RINDO) Scully, você bêbada é de lascar! Toma cuidado, viu?

Mulder vai pra cozinha. Volta com uma garrafa e dois copos.

MULDER: - Tá. Acho que merecemos tomar um porre hoje. Merecemos agir como dois malucos, ser gente comum, sem problemas, sem estresse, sem angústias...

Ele serve o uísque. Entrega um copo pra ela. Ela olha pra ele, fazendo cócegas em sua barriga.

MULDER: - (RINDO) Para, Scully!

SCULLY: - ...

MULDER: - (RINDO) Você tá me molestando sexualmente! Para! Sai fora, sou um rapaz de família!

Ela para. Olha pras pernas dele. Agarra suas coxas.

SCULLY: - ... Adoro homens de pernas grossas...

MULDER: - Scully...

SCULLY: - Grandão. Você é todinho grande...

MULDER: - Scully... Eu tô avisando...

SCULLY: - Hum, adoro ser amassada por um grandão como você...

MULDER: - Para com isso, Scully, eu tô começando a ficar nervoso...

SCULLY: - Por quê?

MULDER: - Estímulo auditivo. Sabe que funciona muito bem comigo.

SCULLY: - Gostosão... Delicioso...

MULDER: - ... (RINDO) Scully, para. Vai dormir, vai.

SCULLY: - Por quê? Eu num quero dormir não.

MULDER: - Melhor dormir, você está bêbada...

SCULLY: - Então? Imagina que loucura vai ser?

MULDER: - ...

SCULLY: - Sabe que deviam mudar o seu apelidinho?

MULDER: - Como assim?

SCULLY: - De Mulder, 'o Estranho', pra Mulder, 'o Empalador'...

Mulder tem um acesso de riso. Ela ri com ele.

MULDER: - (RINDO) Scully, de onde tira tanta sacanagem? Você não era assim...

SCULLY: - Você me deixa assim, taradinha, empolgadinha, molha...

MULDER: - Scully, vamos dormir, tá legal?

SCULLY: - (FAZ BEIÇO) Não... Eu quero você...

Mulder olha pra ela, incrédulo.

SCULLY: - Eu quero você todinho... Todinho...

MULDER: - (MALICIOSO) Todinho?

SCULLY: - Hum hum... Todinho, eu sou gulosa. Sou pequenina, mas tenho um apetite grandão.

MULDER: - Vai dormir, tô avisando... Pro seu bem... Não me provoca Scully... Eu fico completamente cego e parto pra agressão.

SCULLY: - Não quero dormir. Eu quero o Raposão.

MULDER: - Sabe que vou te dar um apelido também? É, acho que estou cansado de ser o alvo da sacanagem aqui. Vou retribuir.

SCULLY: - Hum, que apelidinho?

MULDER: - Scully, você é uma devoradora de homens, sabia? Isso me remete a algo chamado planta carnívora.

SCULLY: - Tá chamando euzinha de planta carnívora?

MULDER: - Você é uma planta carnívora. Só não consigo me lembrar o nome da espécie... Tá, mas é uma planta carnívora. Atrai a presa e depois papa.

SCULLY: - Vou papar você todinho, Mulder... (MANHOSA) Vem aqui, vem... Vem pra sua plantinha carnívora...

Ele dá sorrisinho com o canto da boca. Vai até ela. Ela se ajeita no sofá.

SCULLY: - Deita aqui do meu ladinho.

MULDER: - (DEBOCHADO) Eu não! Você tá estranha e é perigosa.

SCULLY: - Hum, deita... Tô chateadinha.

Ele deita-se do lado dela.

SCULLY: - Hum, tá apertadinho.

Ela levanta-se. Mulder fica olhando pra ela. Ela vai pro quarto. Mulder senta-se no sofá. Ela volta com dois travesseiros e uma manta.

MULDER: - Vamos dormir no sofá?

SCULLY: - (RINDO MALICIOSA) Não... No tapetinho.

MULDER: - Ai, ai, ai... Isso não vai acabar numa boa...

Mulder levanta-se. Afasta a mesa de centro. Ela atira os travesseiros e a manta no tapete. Tenta tirar as calças, sem sucesso.

SCULLY: - Pode me ajudar?

MULDER: - (DEBOCHADO) Claro Scully. Eu sou muito prestativo...

Ele aproxima-se, abrindo a calça dela. Ela olha pra ele.

MULDER: - Eu sempre gosto de ajudar mulheres indefesas...

Ele ajoelha-se, abaixando as calças dela até os tornozelos. Ela olha pra ele.

MULDER: - Se tirar os sapatos, vai ficar mais fácil.

Scully apoia um pé no outro pra tirar os sapatos. Perde o equilíbrio. Mulder a segura pela cintura, rindo. Scully consegue tirar os sapatos. Ele tira as calças dela, enquanto ela segura-se nele.

MULDER: - Melhor?

SCULLY: - Hum hum...

MULDER: - Prontinho agente do FBI.

Mulder levanta-se. Ela olha pra ele, perversamente. Ele balança a cabeça negativamente, rindo. Ela olha pra lingerie que veste.

SCULLY: - Mas ainda estou vestida!

MULDER: - (RINDO) Scully, acho que você exagera quando bebe, sabia?

Ela passa as mãos nos cabelos, revirando-os. Olha pra ele.

SCULLY: - Euzinha?

MULDER: - É, 'euzinha'.

SCULLY: - (RINDO) Eu não tô bêbada.

MULDER: - Não, eu é que bebi 'pouquinho'...

SCULLY: - (BEIÇO) Não tô não. Eu só tô tontinha.

MULDER: - Scully, se eu não viesse dirigindo, a polícia te pegava.

SCULLY: - Hum, e daí?

MULDER: - Daí que ia te dar uma multa depois de ver o seu estado. Se te pedissem pra fazer um quatro, você cairia no chão.

SCULLY: - (TONTA E SURDA) Hum... Quer fazer de quatro?

MULDER: - (RINDO) Eu falei fazer um quatro, não de quatro! Ah, deixa pra lá. (RI) Você não tá me ouvindo mesmo.

Ela cai por cima dele. Mulder a ajuda a deitar-se. Ela põe a mão na cabeça.

SCULLY: - Hum... Acho que bebi demais.

MULDER: - Imagina... Foi só gim, uísque, cerveja... Invejo o seu fígado! Eu estaria morto, estatelado no chão, se tivesse feito um coquetel molotov desses.

SCULLY: - Hum, vou te estatelar no chão. Todinho.

Ele levanta-se.

MULDER: - Acho melhor você dormir e curar esse porre.

Ela puxa as calças dele pra baixo.

SCULLY: - Não quero dormir! Tira isso, tira.

MULDER: - (RINDO) Para, Scully!

Ela não para.

MULDER: - (RINDO) Calma, mulher! Eu tiro!

SCULLY: - Hum, adoro ficar de galinhagem com você... Acho que minhas peninhas estão caindo 'Mulderzinho'.

MULDER: - Mulderzinho? Hum... Eu gosto disso, Scully.

Mulder se despe. Deita-se ao lado dela. Ela vira-se de costas. Ele puxa a manta e os cobre. Agarra-se nela. Fecha os olhos. Ela de olhos abertos.

SCULLY: - Mulder?

MULDER: - Fala.

SCULLY: - ... Você gosta de mim?

MULDER: - ... Claro que gosto de você.

SCULLY: - Por quê?

MULDER: - Porque eu te amo.

Ela faz um beiço e começa a chorar. Mulder olha pra ela.

MULDER: - O que foi?

SCULLY: - (CHORANDO/ BEIÇO) Você me ama!

MULDER: - (INCRÉDULO) Qual o problema?

SCULLY: - (CHORANDO) Eu nunca fui tão amada!

Mulder a abraça. Ela chora.

MULDER: - Pronto, agora começou a fase da depressão...

Ela chora sem parar. Ele sorri, afagando os cabelos dela.

MULDER: - Eu te amo. E estou aqui. Pra sempre.

Ela seca as lágrimas. Olha pra ele. Franze o cenho de novo e começa a chorar.

SCULLY: - Você vai me deixar!

MULDER: - Eu? Scully, por que eu faria isso?

SCULLY: - Você é bonito demais pra mim!

MULDER: - Scully, para com isso!

SCULLY: - Eu não sou atraente! Eu sou feia! Eu disfarço minhas sardas!

MULDER: - (RINDO) Scully, eu te amo do jeito que você é.

SCULLY: - Sério?

MULDER: - Sério.

SCULLY: - (CHORA) Eu tenho celulite!

Mulder desata a rir. Ela olha pra ele enfurecida.

SCULLY: - Tá vendo? Tá rindo de mim!

MULDER: - Não, eu não estou rindo de você.

SCULLY: - Tá sim! (CHORA) Eu sou feia!

MULDER: - Não é.

SCULLY: - Sou!

MULDER: - Tá bom, tá bom. Você é feia então.

Ela chora mais ainda. Ele a abraça com força, num sorriso. Ela recosta a cabeça em seu ombro.

MULDER: - Scully, você consegue me fazer rir mesmo que eu não tenha mais vontade de fazer isso na vida...

SCULLY: - (BEIÇO) Me promete que não vai ir embora amanhã cedinho e me deixar dormindo...

MULDER: - (RINDO) Não se preocupe. Sem chances de eu ir embora daqui... Justamente do meu apartamento. Pra onde iria?

SCULLY: - Você tá mentindo. Você é homem. Homens mentem. Dizem que não vão deixar a gente, mas mal o solzinho nasce e vocês já pularam da caminha...

MULDER: - Eu não vou sair daqui. Vamos acordar juntinhos e passar todo o final de semana juntinhos. Tá bom?

SCULLY: - ...

MULDER: - Scully?

SCULLY: - zzzz...

Mulder sorri. A deita no chão. Cobre-a com a manta. Aconchega-se nela. Beija-lhe o rosto.

MULDER: - Teoria de Jean Paul Sartre: A bebida faz você mostrar a sua verdadeira essência... Adoro a verdadeira essência dessa mulher. Adoro quando ela deixa essa máscara de seriedade cair...


BLOCO 2:

TEMPO REAL:

Scully observa Mulder. Ele parece sair do transe.

SCULLY: - Ei, onde estava?

MULDER: - (SORRI) Numa sexta-feira, onde você estava bêbada, dando escândalo na minha frente e se passando por boba.

Scully sorri. Põe as mãos no rosto.

SCULLY: - Nem me lembra disso, Mulder... Que papelão!

MULDER: - Ah, deixa disso. Vai ficar com vergonha de dar furos na minha frente? Quantas vezes eu já aprontei umas piores e você se fez de desentendida pra não me constranger?

Ela sorri. Levanta-se.

SCULLY: - Acho que vou pra cozinha.

MULDER: - Hum... O que vai aprontar por lá?

SCULLY: - Bolo?

MULDER: - De chocolate?

SCULLY: - Exatamente.

MULDER: - Eu lavo a louça. Pelo menos sei fazer isso.

Os dois riem. Ela estende a mão pra ele. Ele segura na mão dela e levanta-se. Os dois vão pra cozinha de mãos dadas.


4:34 P.M.

Scully deitada na cama, vestida. Olha para o teto.

Som da porta do apartamento, abrindo e fechando. Scully senta-se na cama. Mulder entra no quarto, vestido de calças sociais, camisa e gravata. Atira o paletó sobre a cama.

SCULLY: - O que ele queria?

MULDER: - O maldito relatório que eu me esqueci de entregar. Tive de ir até o Bureau e levar aquela droga ou acabaria ferrando com ele na reunião. Quem faz reunião num sábado, Scully? ... Tenho pena do Skinner, sabia? Eles acham que ele não tem mais nada pra fazer do que ficar entupido de burocracia até a garganta.

Ele senta-se na cama. Põe as mãos no rosto.

MULDER: - (SUSPIRA) Ando com a cabeça na lua.

SCULLY: - ...

MULDER: - É pressão demais. Eu não aguento mais isso. Tem uma hora na vida que a gente cansa, perde aquele pique, aquele desejo de ser o melhor, de vencer na vida... Eu já tenho o que quero. O resto é luxo e completamente dispensável.

SCULLY: - Mulder, você é quem faz pressão. Você se pressiona demais a tudo. Você não desliga, não relaxa... Você não para um minuto de pensar nessas coisas todas. Desliga um pouquinho, hein?

Ele continua com as mãos no rosto, cabisbaixo. Ela arrasta-se pela cama. Ajoelha-se atrás dele e o envolve nos braços. Ele tira as mãos do rosto. Se entrega ao abraço dela, segurando suas mãos. Ela beija seu ombro.

SCULLY: - Hum? Pode ser?

MULDER: - Pode. Então me ajuda a desligar. Só você sabe fazer isso.

Ela beija-o no ombro. O embala. Ele fecha os olhos.

MULDER: - Deus! Hoje eu tenho a certeza absoluta de que não sobreviveria a tudo isto se não tivesse você... Você me acalma, Scully. Você me tira da realidade, me faz ficar leve.

Ela, ainda por trás dele, desata a gravata. Abre um dos botões da camisa e desliza sua mão pelo peito dele o acariciando.

SCULLY: - Mais calminho?

MULDER: - Hum... Claro que estou ficando mais calminho...

SCULLY: - Isso te deixa calminho?

MULDER: - Qualquer coisa que você faça me deixa calminho. Até olhar pra você me deixa calmo.

Ela morde o ombro dele, por sobre a camisa.

SCULLY: - E isso?

MULDER: - (SORRI) Hum... Também. Embora calminho, você pode acabar me deixando é 'nervoso'.

Ela se afasta dele, recostando-se na cabeceira. Ele se deita no colchão. Abre os braços. Fecha os olhos.

MULDER: - (RINDO) Eu me entrego. Não vou resistir.

Ela sorri. Coloca o pé sobre a calça dele. Começa a provoca-lo.

SCULLY: - Desiste?

MULDER: - Desisto.

SCULLY: - Tirei todos os telefones do gancho. Desliguei celulares. Fechei as janelas.

MULDER: - Tranquei a porta.

SCULLY: - Vai me prometer que não vamos sair daqui até segunda pela manhã.

MULDER: - Prometo.

SCULLY: - Tem suprimentos para uma guerra naquela cozinha.

MULDER: - (SORRI)...

SCULLY: - Tem um vinho gostoso nos esperando... E comprei cerejas.

Ele sorri ainda de olhos fechados, estirado na cama.

MULDER: - Scully... Você não presta mesmo.

SCULLY: - Não presto, mas te amo. (MANHOSA) Ai, Mulder, eu só quero ficar sozinha com você! Isso é uma necessidade. Tá difícil achar um tempinho pra mim nessa sua agenda cheia.

MULDER: - Eu poderia ter alugado um filme...

SCULLY: - Aluguei três.

Ele ergue a cabeça e olha pra ela.

MULDER: - (DEBOCHADO) Impressão minha ou estava planejando realmente me manter em cárcere privado por todo o final de semana?

Ela sorri. Ele deita a cabeça no colchão. Ela continua a massageá-lo com o pé. Ele solta um sorriso.

MULDER: - (RINDO) Para de me provocar, Scully... Quer me deixar nervoso?

SCULLY: - Mulder, eu posso falar algo muito sério?

MULDER: - Fala.

SCULLY: - Estou estranha.

Ele ergue a cabeça e olha assustado pra ela.

MULDER: - Estranha como? Como assim?

SCULLY: - Estou com uma sensação de liberdade total com você.

Ele deita a cabeça, suspirando aliviado.

MULDER: - E isso não é bom?

SCULLY: - É, mas...

MULDER: - ...

SCULLY: - ...

MULDER: - Mas o quê, Scully?

SCULLY: - Mulder, eu... Ah, deixa pra lá.

Ele vira-se. Apoia o cotovelo no colchão. Apoia a cabeça na mão. Olha pra ela.

MULDER: - Se eu dissesse pra você que sinto isso também, acreditaria?

SCULLY: - (CABISBAIXA/ SORRI TÍMIDA)...

MULDER: - Eu te amo. Cada dia que passa eu te amo mais. Não tem cura.

Ela olha pra ele.

MULDER (OFF): - Ela me olhou ternamente com seus olhos azuis. Eu não sei por quanto tempo, porque o tempo entre a gente parece ficar nulo. Mas ficamos nos olhando assim por muitos instantes. Perdidos um no olhar do outro. Sem palavras. Só olhos. Só coração. (SORRI) Acho que só alma. Tanto eu quanto ela conseguíamos captar o que o outro sentia ou queria dizer... Acho que a palhaçada havia acabado. Costumávamos fazer esse tipo de jogo um com o outro. Agora percebíamos a seriedade. Eu confesso que tinha medo de momentos sérios. Ou eu ou ela acabava entrando em uma crise de tabu e descambando pra palhaçada, como forma de ficar menos tensos. Acho que hoje, seria a minha vez. Estava nervoso, confuso, com todo esse meu plano. Eu me sentia com o peso do mundo nas costas, sabendo que se algo desse errado seria por causa do meu fracasso. E que ela sofreria junto comigo. Queria parar de pensar, mas não conseguia. E isso me deixava mais tenso, mais triste. Com mais medo. Estava me sentindo uma criança que precisava de carinho. Eu precisava fugir de mim mesmo. Precisava fugir do Mulder atormentado. Eu só queria ser uma pessoa comum, dada a prazeres e uma vida comum. Queria fugir da minha responsabilidade. Por hoje, eu não queria mais ser um alienígena.

Ele deita-se. Olha pro nada.

MULDER (OFF): - Senti minhas lágrimas caírem. A tristeza que eu tentava esconder no meu coração começava a sair pelos olhos. Não queria preocupa-la, mas eu não podia mais aguentar. Eu queria chorar. Chorar como um menino. Um menino que sabe que tem de ser homem pra vencer o monstro. Em nome de nós dois. Da nossa felicidade. A coragem? Bem, a coragem era ela. Ela era a minha coragem. O prêmio? Nosso filho. Eu não podia chorar agora. Eu tinha de ser forte.

Mulder levanta-se rapidamente, saindo do quarto. Vai pra sala, secando as lágrimas, tentando disfarçar o sofrimento. Abre a gaveta da escrivaninha e retira um pequeno embrulho. Volta pro quarto. Scully olha pra ele.

MULDER: - Eu disse que ando esquecido... Comprei um CD pra você.

SCULLY: - Sério?

MULDER (OFF): - Ela abriu um sorriso que se equivalia ao sorriso de quem ganha na loteria sozinho. Ela se contentava com as coisas mais simples... Eu a invejava por isso. Mas aos poucos, eu começava a aprender com ela.

Mulder entrega o pacote pra ela. Ela abre rapidamente.

MULDER: - Não é Bryan Adams. Você já tem todos!

SCULLY: - Não importa. Pode ser até o ZZ TOP! Vindo de você, eu vou amar.

Mulder sorri.

SCULLY: - (ABRINDO UM ENORME SORRISO) Simple Red?

Mulder abaixa a cabeça. Ela abre um sorriso maior ainda.

SCULLY: - Mulder, você comprou pra mim a nossa canção?

MULDER: - ...

SCULLY: - Mulder... Eu te amo!

MULDER: - Ah, vai! Você nem se lembra mais qual é a canção. (DEBOCHADO) Não é Stars.

SCULLY: - (RINDO) Eu sei qual é.

MULDER: - Será que sabe?

Ela aponta no CD. Ele ri.

MULDER: - Puxa vida, mas você não esquece mesmo!

SCULLY: - Nunca esqueço as canções que você canta pra mim. Vai, coloca pra gente ouvir. Eu amo essa música!

Ele pega o CD e se aproxima do aparelho.

MULDER: - Nunca imaginei que você também fosse maluca por Simple Red. Mas confesso que eu prefiro Simple Minds.

[Som de For Your Babies – Simple Red]

Mulder deita-se ao lado dela na cama. A abraça. Ela recosta-se nele. Fecha os olhos. Ele afaga seus cabelos.

MULDER: - (CANTANDO) Você sabe que eu faço... Qualquer coisa que você quer... Ei, eu, eu tento dar a você quase todas as coisas que você precisa... E eu posso ver que isto basta pra você...

SCULLY: - (CANTANDO) Eu não acredito em muitas coisas... Mas em você eu acredito.

Ele olha pra ela. Ela aproxima os lábios e o beija. Ele a envolve nos braços a puxando pra cima de seu corpo. A abraça com força. Eles ficam ali abraçados, se embalando.

MULDER: - (COCHICHA) Eu vou te dar o presente que você merece. Isto é uma promessa.

Ela derruba lágrimas.

MULDER: - (COCHICHA) Você sabe que eu vou. Você vai ter seu filho, Scully. Eu juro pra você.

Ele a beija na testa com carinho.

MULDER: - (COCHICHA) Vai ter... Eu quero ver você feliz. E eu vou fazer qualquer coisa pra isso. Pela mamãe Scully. Por seus bebês.

SCULLY: - Mulder desista...

MULDER: - (COCHICHA) Nunca. Eles tiraram de nós um pedaço da nossa alma, do nosso amor. Eu não vou deixar assim. Vou ficar quieto, calado, me fazendo de bobo. Mas não parado. Nós vamos ganhar deles, Scully.

Mulder olha para o teto. Procurando escutas.

MULDER (OFF): - Ela queria isso. Ela precisava ouvir isso algumas vezes. Eu sentia que ela queria que partisse de mim a força. Se eu estava quebrado, ela estava mais. Mas não podíamos falar sobre isto. Não sabia onde era seguro. Não confiava nem no sossego do meu apartamento. Nem no dela. Muito menos no FBI, no carro. Era horrível ter vontade de falar e precisar aumentar o som, ou cochichar. Mas não queria fazer muito isso. Podia haver câmeras e desconfiariam. Só podíamos realmente falar quando estávamos em algum caso, na rua, em qualquer local que fosse aberto. Ela sabia disso, e concordava comigo. Era segredo nosso. Não falaríamos mais nada na frente de ninguém. Eu não confiava mais. Não que não confiasse nos meus amigos. Eu tinha medo de que os torturassem e obtivessem a resposta. Não. Eles nunca mais iriam chantagear pessoas como o Skinner, os Pistoleiros, a família de Scully. Eu não envolveria ninguém. Apenas eu e ela estávamos nessa. Só nós dois sabíamos dos planos e da verdade. E do risco que isto implicaria. Mas já estava decidido. Eles iam me pagar caro. Os colocaria um contra o outro. E pegaria Scully e a criança e cairíamos fora daqui. Os meios pra fazer eram dolorosos. Mas era a única chance. Agora era a minha vez de manipular as peças do tabuleiro. Eu havia nascido de novo.

Mulder fecha os olhos, abraçando mais fortemente a parceira. Ela esboça uma fisionomia de tranquilidade por estar nos braços dele.


7:49 P.M.

[Som: Simple Minds - Don't You (Forget About Me)]

Mulder, deitado na cama de bruços, vestido apenas de camisa e cuecas boxer, abre os olhos. Olha para o despertador. Ergue-se. Senta-se na cama. Passa a mão nos cabelos. Olha para o lado, mas Scully não está na cama.

MULDER (OFF): - O estresse era tanto que acabei dormindo. Já eram quase 8 horas da noite. Com certeza eu perderia o sono. Quando me sentia deprimido, triste, isso era fatal. Caía na cama e dormia. Não há melhor remédio pro espírito do que deixa-lo sair do corpo. Quando ele volta, vem mais leve, descansado.

Mulder abre o resto da camisa. Vagarosamente, numa lassidão de quem acordou há pouco. Boceja. Tira a camisa. Joga-a no chão. Inclina-se pra trás e fecha os olhos.

MULDER (OFF): - Teoria Mulderiana: quando você dorme, seu espírito voa livre por aí, junto com outros. Volta a sua essência, talvez ao seu lugar de origem. Ele se reafirma. Então volta mais completo... Hum... É uma boa teoria. Pena que estou com preguiça de pensar em assuntos complexos hoje... Meu cérebro está cansado.

Mulder, ainda de olhos fechados, desliza o corpo pra baixo, deitando-se de novo, num sorriso. Vira-se de lado. Boceja novamente.

MULDER (OFF): - Eu mais parecia um bicho preguiça. Ou uma toupeira. (SORRI) Eu chamava a Scully de toupeira, quando nas manhãs de inverno ela relutava em sair da cama, se escondendo debaixo do cobertor. Parecia uma toupeira se enfiando pra baixo da terra. E como toda a toupeira, ai de quem tentasse a tirar da toca... Só se fosse pra pegar um solzinho e se espreguiçar... Mas não havia sol nessa hora. Só a luz do poste que entrava pela janela. E eu, como boa toupeira, preferia ficar no ninho...

Mulder dá um sorriso, de olhos fechados. Abre-os.

MULDER (OFF): - Pressenti sua presença no quarto. Virei na cama e tudo o que podia ver, com a pouca luz que vinha da janela, era você com seus cabelos ruivos desalinhados, se aproximando da minha cama, numa camisola preta que ia até seus pés descalços. Passos lentos, olhar de desejo, mechas de cabelos pelo rosto... Eu continuava imóvel, estatelado naquela cama, observando você... Acho que naquele momento, fiz minha cara de pânico. Me sentia a presa acuada, esperando o primeiro golpe de sua algoz... Você subiu de joelhos na cama e inclinou-se sobre meu corpo, sem me tocar. Sussurrou em meu ouvido, com sua voz sexy e me disse: eu quero sentir seu gosto... Ah, Deus! Nem precisava tanto pra que meu corpo reagisse rapidamente e me acordasse. Você começou a descer seu rosto pelo meu corpo. Fechei os olhos... Sentia sua respiração descendo por minha pele, e eu já não assimilava mais nada, como se estivesse drogado. Levei minhas mãos para tocar você e você as afastou. Então me agarrei na cama. Esperando seu ataque, imóvel, mal respirando. Eu era a vítima. Quando senti seus lábios descendo por minha barriga, eu comecei a tremer. Desejo. Tensão. Apertava mais o lençol enquanto sentia seus lábios brincarem comigo... Ah, Scully... Quantas vezes eu avisei pra não me provocar... Eu nunca me continha. Eu queria te agarrar, mas você me censurava. Então fiquei com o lençol mesmo, descontado nele a minha força. Uma de suas mãos afagava meu abdômen, enquanto a outra a ajudava a me massagear juntamente com sua boca... Eu não conseguia reagir. Eu só tinha uma coisa em mente: entrar em você. Mas você não queria. Não agora. Me queria em sua boca e eu enlouquecia cada vez mais sentindo-me em sua garganta. Revirar os olhos era pouco... Sua boca subia e descia. Suavemente. Então você começou a fazer com força. Eu acho que fui pra fora da galáxia na mesma hora. Só conseguia gemer, perdido em desejo, sentindo que iria explodir. Sua língua me percorria inteiro e eu já estava a ponto de não me responsabilizar por nada. Novamente senti sua boca, a força dos seus lábios. Entre gemidos, eu pedi pra você parar. Mas você parecia não querer. Eu insistia, não podia mais me segurar. Você fingia não ouvir. Era o sinal. O sinal de que realmente queria que eu não me segurasse. Então, não me segurei. Gemi com um certo alívio momentâneo. Pensei que você pararia. Não. Você queria mais. Agora com mais força, apenas me massageando e esperando que eu revidasse novamente. E eu o fiz, soltando um gemido mais alto. Ergui minha cabeça e olhei pra você, com meus olhos cansados e entorpecidos. Você limpou sua boca sensualmente com os dedos e depois os levou à boca, me olhando com desejo por entre as mechas ruivas que lhe cobriam o rosto, como alguém que gostou daquilo. Eu atirei minha cabeça contra o travesseiro. Fechei meus olhos, ofegante. Meu corpo tremia, meu coração pulava no peito. Com certeza eu morreria. Mas seria extasiado de prazer. Você me matava. Me matava de tesão. Era demais pra qualquer homem. Mais do que qualquer um poderia esperar. Um misto de sacanagem e ingenuidade. E eu que sempre tive a fixação por transar com uma daquelas mulheres de filmes pornôs e me pegava dizendo a mim mesmo que nunca teria uma delas... Engano. Você era mais do que qualquer uma delas. Disposta a tudo. E eu não iria mentir, todo homem tem essa fantasia de querer uma mulher quente e disposta a tudo. Só que nunca imaginaria que você era assim... Aprendi da pior maneira a não julgar as pessoas pela aparência. E essa sua mistura explosiva me deixava insano. Insano a ponto de me esquecer de tudo que era prioridade na vida. Eu agora não vivia simplesmente por não ter outra opção. Eu vivia por prazer. Pelo simples prazer de existir. Existir porque você existia.

Scully senta-se sobre ele. Fecha os olhos, mordendo os lábios sensualmente. Apoia as mãos no peito dele, movendo seu corpo contra o dele, lentamente. Solta gemidos baixinhos. Olha pra ele dengosa. Aproxima seus lábios dos dele, fazendo um beicinho manhoso de quem pede um beijo. Mulder envolve os braços nela. Os dois trocam um beijo de língua.

MULDER (OFF): - Eu devorava sua boca, como se quisesse entrar dentro dela. Eu me sentia inteiro dentro dessa mulher, num estado de completude indescritível. Ela deslizou seus lábios para meu rosto, soltando gemidos que faziam esquentar a minha pele com o ar quente que saía de sua boca. Ela sabia muito bem como enlouquecer um homem.

Mulder desce as mãos pelo corpo dela. Ela continua movendo-se sobre ele, gemendo, em êxtase.


BLOCO 3:

11:16 P.M.

[Som: Simple Minds - Don't You (Forget About Me)]

Mulder ajeita-se na cama, com cuidado pra não acorda-la. A observa dormir.

MULDER (OFF): - Eu a observava dormir. Lembrava as coisas que passamos juntos, de quando a conheci... Da época em que éramos completamente desconhecidos um para o outro. Eu sempre notei o olhar de desejo com que ela me olhava. E por isso eu me fazia de bobo. Por isso eu não a queria e a menosprezava... Fazia piadas bestas me atirando pra ela e depois cortava. A fazia sentir-se a pior mulher na face da Terra. Alimentava a neurose que ela tinha de não ser uma mulher desejável. Eu a fazia sofrer. E adorava fazer isso.

Mulder afasta os cabelos dela do rosto, pra trás da orelha, com um olhar de ternura.

MULDER (OFF): - E nesse momento me baixou um espírito um pouco perverso e então acabei pensando: realmente existem homens idiotas. E ela havia conhecido todos eles. Porque eu não conseguia entender como ela teve tantos caras e sempre acabava sozinha. Ela me dizia que eles tinham medo dela, que só queriam aventuras. (SORRI). Um bando de idiotas gays... É a única explicação plausível pra isso. Uma mulher como a Scully você não encontra em cada esquina. Eu sabia disso. Aventura... E eu que passei minha vida toda tentando achar alguém como ela, e existiam otários que a tinham e jogavam fora. Medo da independência dela... Se eu iria querê-la por apenas uma noite? Nunca! Eu a queria por toda a minha vida e se possível, por todas as encarnações... Não, eu não enjoaria. Ela era minha metade. (SORRI) Era ela quem tinha um pedaço da minha costela, nenhuma outra. Agora eu sabia disso. Entendia isso. Ela sempre foi mais do que sexo. E eu não era mais um cara idiota na fase de querer só sexo. A experiência me ensinou que isso acaba, enjoa. Você transa com uma, mas quer outra, pra ver se sai fora da rotina, se faz um sexo diferente. E quando não se está fazendo sexo, nos momentos em que você namora, flerta, sai com a garota e isso envolve conversa? Claro, porque você não faz sexo o dia todo. O sexo e rápido e o resto do dia? Você precisa conversar, trocar ideias, é a convivência entre namorados... Algumas não têm nada na cabeça, nenhum assunto. Apenas moda, beleza... Fofocas... Algum conhecimento cinematográfico ou musical. Mas nada que envolvesse entrar em discussão teórica ou acadêmica. Então você sabe que depois do sexo é melhor levantar e sair, antes que ela abra a boca. Mas com a Scully era diferente. Eu sempre podia esperar por um bom papo, ela tinha cérebro. Conseguia por vezes superar minhas teorias. Ela tinha assunto. Argumento. E tinha corpo. Corpo e mente. Eu poderia querer mais do que isso?

Mulder se espreguiça. Olha pra ela.

MULDER (OFF): - Eu admito, menospreza-la foi um golpe meio sujo, mas tem justificativa. Quando eu era mais jovem, algumas vezes saía à noite. Quando não estava a fim de caçar alienígenas e olhar pros céus, mas a fim de caçar humanas... (SORRI) Eu não era um cara muito atraente, usava óculos, era tímido. Tinha certo porte atlético, mas quando levantava minhas teorias sobre conspiração, elas caiam fora rapidinho, me chamando de neurótico, de maluco. Elas queriam caras que falassem de carros, de motos, de aventuras incríveis. E eu não tinha muito pra contar. Eu pensava mais, raciocinava mais e filosofava mais do que vivia. Eu tinha teorias, não a prática. E quando conversava com as garotas eu só recebia não. E eu admito que para esse tipo de coisa eu seja muito tímido. E ainda recebia não? Isso acabou me desapontado e resolvi prometer: 'Não chego mais em ninguém!'. E cumpri a promessa. Então, passei a ser vingativo com as mulheres. Minha vingança era provocar as garotas, e isso eu sei que faço muito bem. E a pobrezinha da Scully acabou sendo uma das minhas vítimas...

Mulder deita-se na cama, olhando para o teto.

MULDER (OFF): - Me lembro muito bem, como se fosse hoje, e nunca me esqueci disso. A Phoebe disse que me beijou a primeira vez e começou a namorar comigo porque eu tinha bumbum! Que coisa chata isso! Eu pensei que fosse pela minha simpatia, conversa agradável, pelo meu senso de humor... Mas não foi por nada disso! Foi por causa da minha bunda. Eu me senti o pior dos caras sobre a face da terra.

Mulder olha pra Scully.

MULDER (OFF): - Pelo menos, quando perguntei pra Scully, o por quê ela se apaixonou por mim, ela me respondeu: Mulder, você é o sujeito mais insano, mais triste e mais neurótico que eu conheci. Sua ironia agride, suas piadas são sem graça, você é um tarado por natureza, seu convencimento é insuportável e sua inteligência é fora do comum. E ainda por cima, além de ser louco e ver conspiração por todos os lados, acredita em alienígenas e coisas sem sentido e deixa farelos pela casa toda. Sem contar estas malditas casquinhas de semente de girassol.

Mulder encosta a cabeça no travesseiro, com um sorriso de felicidade estampado nos lábios.

MULDER (OFF): - Ela me ama pelo que sou. Pela minha essência, pela minha alma. Não pela minha bunda.

Ele fecha os olhos. Abre-os. Olha para o teto.

MULDER (OFF): - Sou um completo pervertido mesmo... As lembranças não me deixam dormir... Estávamos voltando de um caso, já tarde da noite. Numa rodovia que parecia não ter fim e nenhuma viva alma. Nenhuma casa... Nenhum carro passava por nós. O tarado aqui começou a olhar pras pernas dela... A imaginar coisas, porque o silêncio entre nós estava grande. Ela estava esgotada mentalmente. Não tinha ânimo pra falar. Olhava pela janela do carro pra imensa vastidão de campos. Havíamos saído de uma experiência nada agradável, envolvendo um caso de ritual satânico.


FLASH BACK:

[Som: Simple Minds - Don't You (Forget About Me)]

Scully olha pela janela do carro, desanimada. Mulder dirige.

MULDER: - ... Gosto do Minds. E você?

SCULLY: - ... Prefiro o Red.

MULDER: - Tudo bem. Pelo menos temos uma coisa em comum: O simple.

Mulder olha pra ela.

MULDER: - Scully relaxa. Acabou.

SCULLY: - Toda a vida é isso. Ô profissão estressante! Deveria ter sido cozinheira de restaurante de beira de estrada. Cansaria menos.

MULDER: - (SORRI/ OLHANDO PRAS PERNAS DELA) Não sei onde seria o restaurante, mas com certeza, eu seria freguês de carteirinha.

Ela olha pra ele, erguendo a sobrancelha.

SCULLY: - É?

MULDER: - Com certeza, mas não seria pra comer hambúrguer. (MALICIOSO/ OLHANDO PRA ELA DE CIMA A BAIXO) Eu comeria outra coisa.

SCULLY: - (DEBOCHADA) Eu comeria! Você não come nada por aqui. Se esqueceu da minha teoria?

MULDER: - Ah, me esqueci que eu sou a refeição... Mas confesso que eu estou a fim de jantar você inteirinha.

SCULLY: - Então por que não mata sua fome?

Ele entra no acostamento e para bruscamente. Desliga o carro. Apaga a luz interna.

SCULLY: - Mulder, aqui é perigoso.

MULDER: - Nananinanão... Chega pra você, Scully. Chega de me atiçar todo e depois cair fora.

Ele aproxima-se dela, procurando seus lábios. Ela recua, mas não escapa do beijo intenso e das mãos ágeis e rápidas de Mulder.

MULDER (OFF): - Começamos numa beijação e num esfrega-esfrega, eu afrouxando minha gravata, abrindo a camisa dela, ela abrindo a minha camisa, uma confusão de mãos desesperadas, que foi me deixando louco. Chegou certa hora que não aguentei mais e peguei uma de suas mãos e enfiei rapidamente na minha calça... Eu já estava excitado... Ela começou a apertá-lo e massageá-lo como louca. Até que uma hora resolveu me empurrar pro meu banco. Abriu minha calça. Abaixou-se e... Meu Deus... Começou a me sugar freneticamente, por inteiro dentro da boca, que me fazia até sentir dor. A gulosa e insaciável Scully. Eu mal respirava, me agarrando nos cabelos dela, gemendo como doido e rezando para que justo naquele momento não aparecesse ninguém... Eu alternava minha atenção nela e no retrovisor. Medo e desejo, uma combinação excitante por ser perigosa. O risco era uma viatura policial, e não seria novidade a gente acabar no xadrez e eu tendo de contar a velha mentira deslavada de ser um cara casado, com filhos e ela uma safada de plantão que dava pra todo mundo...

Mulder olha pra ela.

MULDER: - Ah, céus, mulher! Não me mata!... Ohhhhh...... Assim... Assim, Scully... Hummmm...

Ele inclina a cabeça pra trás, ofegante. Fecha os olhos. Tenta ajeitar o banco, naquele aperto, o volante atrapalhando e ele acaba apertando a buzina. Os dois levam um susto e Scully dá um sobressalto. Mulder grita. Ela olha pra ele em pânico, aflita, colocando a mão no rosto, constrangida.

SCULLY: - Te machuquei?

Ele olha pra ela, ofegante com o susto que levou.

MULDER: - Esse... (ASSUSTADO)... Esse é o estado que você me deixa! Completamente... Doido, perdido, enlouquecido e atrapalhado. E ainda por cima tendo que nos cuidar, morrendo de medo de chegar alguém e...

Os dois se olham. Começam a rir.

SCULLY: - E precisava apertar a buzina?

MULDER: - Errei, Scully! Isso aqui tá apertado, eu preciso de espaço! (OFEGANTE) Deus! Cheguei a ficar com dor de cabeça de tanto susto. Que sensação horrível...

Ela abaixa-se novamente.

SCULLY: - (MALICIOSA) Relaxa, eu vou fazer essa sensação parar.

MULDER: - (NERVOSO) Duvido que vá me acalmar. Desista. Até meu pensamento não levanta mais depois dessa. Me promete que quando eu sugerir isso num carro, você vai me lembrar que... Scully? ... Scully, não faz assim... Mulher vai com calma aí que... Nossa Scully... O que você não consegue?

SCULLY: - Levantar meus fundos monetários.

MULDER: - (DEBOCHADO) Se quiser levantar seus outros fundos, saiba que eu não vou ficar furioso não...

Ela ergue-se e olha debochada pra ele.

SCULLY: - A juros de longo prazo?

MULDER: - Todo o prazo que você quiser...

SCULLY: - Saiba que deve ser uma aplicação cuidadosa...

MULDER: - (DEBOCHADO) Eu sou muito cuidadoso com o meu investimento... E com o negócio dos outros...

SCULLY: - E se você depositar e perceber que os fundos não renderam juros altos vai fazer uma retirada de capital?

MULDER: - Não confia na alta dos juros?

SCULLY: - Não é que... (CONSTRANGIDA) Acho melhor não, Mulder... Eu... Eu nunca investi nos fundos antes, sabe? Medo de que seja uma aplicação insatisfatória e dolorida.

MULDER: - (SORRINDO) Uau, Scully! Deixou alguma coisa pra mim, é? Tá, tudo bem Scully. Esqueça o investimento por hoje. Acho que não é o 'banco' certo e o horário certo para esse tipo de aplicação. Mas pode confiar que o dia em que você estiver a fim, eu vou cuidar direitinho do seu capital nunca utilizado...

Ela cora. Ele sorri.

MULDER: - Vem aqui, vem... Esquece essas coisas. Eu sou um cara paciencioso, eu espero o tempo que for preciso... E além do mais, você não vai fazer disso um pretexto pra me deixar doido e pular fora...

Ela sorri menos constrangida. Ele aproxima-se dela e trocam um beijo apaixonado. Ele a puxa pra si, passando as mãos pelo corpo dela. Ela se entrega aos beijos dele. O clima esquenta de novo. Mulder envolve os braços no corpo dela, abrindo seu sutiã. Desliza as mãos pelas costas dela. Ela passa as mãos pelo peito dele, o explorando.

MULDER (OFF): - Comecei a tirar suas roupas como um louco... A gente tentava se agarrar, mas que diabos, um carro é o lugar mais apertado do mundo! Eu disse que no carro ficaria ruim e corríamos o risco de um dos dois esbarrar na maldita buzina de novo e acabar morrendo os dois de susto, e que não seria agradável o FBI nos encontrar mortos e nus dentro de um carro com placa do governo. Não seria um final digno pra nossa carreira. Ela riu. Eu pedi que fôssemos para o capô do carro, afinal a estrada parecia bem deserta e já era alta madrugada... Ela topou. Descemos do carro aos amassos. Scully se sentou em cima do capô e disse: 'Mulder, rápido, alguém pode nos ver'... E eu que sempre defendi a teoria das rapidinhas me sentia nervoso com aquilo. Fiquei entre as pernas dela e começamos a nos acariciar. Eu agarrava os seios dela e os sugava enlouquecido. Pra mim, nada como um belo, lindo e provocante par de seios. E ela os tinha. Ela me puxava contra seu peito, enlaçando seus dedos nos meus cabelos, agarrando-se neles, gemendo baixinho. Mas um pensamento rompeu em mim e eu ergui minha cabeça olhando em pânico pra ela.

Mulder olha assustado pra Scully.

SCULLY: - O que houve Mulder?

Mulder olha para o céu estrelado.

MULDER: - (PÂNICO/ ASSUSTADO) E se algum deles resolver nos abduzir num momento desses?

SCULLY: - Cala a boca, Mulder! (INDIGNADA) Usa essa maldita boca pra outra coisa a não ser pra falar besteira, porque eu estou pegando fogo e não aguentarei chegar até Washington!!!!

Ela o puxa pelos cabelos contra os seios.

MULDER (OFF): - Ela me forçava contra seu peito. E eu comecei a relaxar diante daqueles mamilos levemente rosados, bicos completamente petrificados... O perfume dela... Danem-se os alienígenas! – pensei – Agora estou pensando em humanas. Deslizei meus lábios semiabertos por seus mamilos e os sugava suavemente, enquanto ouvia os gemidos dela, que já explodia de desejo. Percorria-os com a língua e a senti amolecendo em meus braços. Mas não era o suficiente, eu queria enlouquecê-la mais. Então desci minha boca por seu corpo, ao mesmo tempo em que a empurrava por sobre o capô, querendo-a explorar por inteiro com a minha língua. Ela me soltou um olhar esfuziante com aqueles olhos azuis. Era difícil controlar o tesão. Me pediu que não. Ela queria, mas ali não era um local apropriado, ela precisava de espaço. E novamente pediu que fôssemos rápidos. Então a deitei no capô e debrucei meu corpo sobre o dela. Continuei a beija-la, como quem idolatra algo, enquanto me esfregava nela, tentando não ser apressado. Mas ela me pedia em sussurros para que eu agisse rápido, ela queria algo selvagem. Não a deixei terminar de falar e me enterrei dentro dela de uma só vez. O que a fez dar um pequeno grito. Mas não me preocupei, ela gritava sempre... Ela me deixava maluco, me puxando mais pra cima dela, envolvendo-me com uma das pernas. Então eu saí fora de mim. Ergui meu corpo, a agarrei pelas coxas e num impacto a puxei contra mim. Ela gritou em êxtase. Eu me movia contra ela, fazendo-a mover-se contra mim deslizando suavemente num vai e vem pelo capô do carro... Ainda bem que eu tinha encerado o carro!... Ela gemia, eu estava ofegante, sentia o suor correr pelo meu rosto. Eu não queria parar e nem ela queria. Fiquei movendo-me como um louco contra seu corpo, até gozar dentro dela... Então me afastei, meio tonto. Ela desceu e olhou pra mim, enquanto fechava minha calça e eu tentava recuperar meu senso de tempo e espaço. Ela empurrou minha franja pra trás, secando o suor da minha testa e me beijou suavemente no rosto. Entramos no carro e fomos embora.


TEMPO ATUAL:

Mulder começa a rir, olhando para o teto. Scully se acorda. Olha pra ele.

SCULLY: - (CURIOSA) O que foi meu louquinho? Já começou a rir sozinho?

MULDER: - Nada... (RINDO) Estava me lembrando daquele dia da buzina.

Ela senta-se na cama e põe as mãos no rosto.

SCULLY: - Nem me lembra! Mulder, que vergonha!

MULDER: - Vergonha por quê? (RINDO) Precisava ver a sua cara de desconcertada sobre a tal história dos fundos nunca utilizados...

Ela dá um tapinha nele.

SCULLY: - Para, seu sarcástico!

MULDER: - (RINDO) ...

SCULLY: - E precisava ver a sua cara de empolgação por saber disso.

MULDER: - Ah, confessa Scully: pelo menos sobrou alguma coisa intacta pra mim... Que eu adorei.

Ela dá outro tapinha nele.

MULDER: - Au!

SCULLY: - Pervertido! Tarado!

Ela levanta-se. Veste um robe.

SCULLY: - Quer água?

MULDER: - Não. Mas quero bolo de chocolate.

Ela sai do quarto. Ele a acompanha com os olhos, num sorriso terno.

MULDER: - (GRITA) Scully!

Ela volta.

SCULLY: - O que foi?

MULDER: - Eu te amo.

Ela olha pra ele, sorrindo.

SCULLY: - Amo você também, meu 'consultor financeiro'. (DEBOCHADA) Bem que dizem que nada como um judeu pra cuidar das suas finanças... Eles são sovinas e não deixam você desperdiçar nada. Você aproveita tudinho.

Ela sai do quarto. Ele ri.


BLOCO 4:

2:31 A.M.

Meia luz do abajur. Close no aquário. TV ligada. Foco desviado para o sofá.

Scully deitada no sofá, recostada no braço. Mulder deitado no meio das pernas dela comendo bolo e assistindo um filme. Ela brinca com os cabelos dele.

SCULLY: - Já vi esse filme umas 10 vezes. Mas adoro.

MULDER: - É um clássico. Peter Cushing e Christopher Lee eram uma dupla fantástica pra filmes de vampiros.

SCULLY: - Nós somos uma dupla fantástica.

Ele vira-se de bruços, encostando o queixo na barriga de Scully. Olha pra ela.

MULDER: - Concordo com isso.

Ele sobe pelo corpo dela.

MULDER (OFF): - Sofá, sala, TV, um homem e uma mulher sozinhos... Outra combinação explosiva... Nossos olhares se cruzavam. Ela me desejava com o olhar. Era um daqueles momentos onde não falávamos com a boca, mas com o olhar. Eu olhei pra ela sério, com desejo. E depois voltei meus olhos para o corpo dela, retornando aos olhos dela. Ela entendeu. Aproximei meu rosto de seu pescoço e comecei a beija-la. Explorar seu pescoço com meus lábios e língua. Os vampiros haviam me dado inspiração. Mordisquei-a de leve no pescoço e senti as mãos dela envolvendo meu corpo. Ela virou o rosto se entregando, de olhos fechados. Deslizei minha mão boba por aquele corpo macio e perfumado até tocar suas coxas. Coloquei minha mão nas suas coxas ela retribuiu com um demorado beijo. Agarrei aquela perna com toda a força que eu tinha. Ela aprofundou o beijo com a língua. Parecia querer entrar pela minha boca. Descolei meus lábios e acariciando sua coxa entre minha mão, com o polegar, olhei em seus olhos azuis brilhantes. Aquele céu profundo... Fechei meus olhos, deslizei meus lábios semiabertos para seu rosto e enfiei a língua em sua orelha. Senti que ela se arrepiou todinha, soltando um gemido. Subi minha mão e afastei o robe do peito dela, expondo aquele par de seios maravilhosos. Então aproximei minha boca sedenta, chupando-os, beijando-os. Sentia o corpo dela se revirando debaixo do meu. O contato daquele corpo quente contra o meu me deixava mais excitado. Eu sugava-a com força, com gula. Ela estendeu os braços pra trás, numa entrega total. Então, meu lado perverso e sacana tomou conta de mim. Afinal, elas falam, mas nunca conheci uma mulher que não tivesse desejo ardente pelos perversos e sacanas. Mas entenda-se assim: elas gostam do perverso e sacana só com uma: ela. Se for com as demais, está ferrado...

Mulder, disfarçadamente vai abrindo o robe de Scully, descendo sua cabeça pelo corpo dela. Scully ri.

SCULLY: - Mulder, não!

Ele não para, afastando o robe dela. Faz voltas com a língua em torno do umbigo. Percorre seu nariz pra baixo, aspirando o cheiro dela.

MULDER: - (MURMURANDO) Por que não?

SCULLY: - Por que... Hum, Mulder...

Ele puxa a perna dela pra cima de seu rosto.

SCULLY: - Hum, Mulder...

MULDER: - (MURMURA, ENQUANTO ROÇA SEUS LÁBIOS NAS COXAS DELA E OLHA-A COM DESEJO PERVERSO) Quero ficar aqui, perdido entre essas coxas macias... (ASPIRA A PELE DELA) Cheirosas... (LAMBE-A) Apetitosas... É, vou ser safado mesmo, Scully. Você é apetitosa e eu fico endurecido só com o teu cheiro.

SCULLY: - (RINDO DE NERVOSA) Mulder! Não fala assim!

MULDER: - (MURMURA) Ah, se quer se escandalizar... (BEIJANDO AS COXAS DELA) Se escandalize... (CHUPANDO AS COXAS DELA E MORDENDO-AS) ... Porque eu não vou parar... (DESLIZA A LÍNGUA) Hum... Hehehe... Cheguei onde queria.

SCULLY: - Mulder!

MULDER (OFF): - Mergulhei minha boca entre as pernas daquela deusa ruiva. Era tudo o que eu queria. Sentir seu cheiro de fêmea... Seu gosto... Percorri a língua num só toque de baixo pra cima e senti-a estremecer, agarrando-se no sofá. Ela tentava relutar, mesmo gostando, fechando as pernas... Culpa... Tudo bem, eu ia fazê-la sentir-se culpada. Então que pecasse pra valer. Levei minha mão até a dela e a tomei. Guiei sua mão pra entre suas pernas. Percebi que ela abriu os olhos e ficou observando o teto nervosamente. Eu a induzi a tocar seu próprio corpo. Continuei com minha mão sobre a dela, afastando com meus dedos, os dedos dela. Ela fechou os olhos e com seus dedos repetiu, afastando aqueles seus outros lábios rosados. Eu, como o indutor do pecado dela, comecei a brincar com minha língua, enquanto ela se contorcia de prazer, gemendo baixinho. Eu a explorava com minha boca, chupando-a por completo, mordiscando-a de leve. A séria agente Scully foi pra lua. Revirava seu corpo, enquanto eu a mantinha firme agarrando-a pelas coxas. Ela começou a gemer mais alto, sussurrando meu nome. Eu intensifiquei minhas carícias orais, eu queria mesmo que ela quebrasse barreiras e gozasse. Colei minha boca nela, ela gemia mais e mais, agarrando-se aos meus cabelos com a outra mão e pressionando-me contra seu corpo. Até que gozou em minha boca. Agora era eu quem ia pra lua. E agora ela se esquecia da santa e encarnava a maldita. E eu adorava a maldita. Ela me implorava pra parar. Parei. Voltei pra cima dela, distribuindo beijos por aquela pele macia, terminando em seu pescoço. Ela respirava ofegante, me implorando baixinho com a respiração e o peito arfando pra que eu entrasse nela. Eu entrei, bem devagar, para senti-la toda, sem perder nenhum centímetro daquele corpo que eu desejava. Ela gemia baixinho. Trocamos um olhar, e eu ia movendo meu corpo contra o dela, vagarosamente, olhando em seus olhos. Ela enfim parecia conseguir me encarar num momento íntimo. Ficamos nos olhando enquanto nos movíamos um contra o outro. Eu sorri meigamente pra ela. O suor escorria da minha testa. Ela me retribui o sorriso, estava suando também. Ficamos nos olhando por muitos segundos, num estado de plenitude e cumplicidade. Então ela envolveu sua mão no meu pescoço e me puxou pra perto de seu rosto. Encostamos nossos narizes, trocando um sorriso, sentindo a respiração quente e descompassada um do outro. Ela enlaçou meu corpo com as pernas. Aproximou os lábios do meu ouvido, murmurando sensualmente: 'me fode, Mulder. Eu não aguento mais de tanto tesão.' Pra que ela foi falar isso! Pra quê? Ela sabia que isso me deixava excitadíssimo e eu não me responsabilizaria por mais nada. Comecei a mover-me mais rapidamente contra ela, num vai e vem e ela se contorcia toda e fazia movimentos circulares com o ventre o que me excitavam mais ainda. Então começou a murmurar coisas obscenas, me provocando mais. Ergui meu corpo e percebi que meu suor caía da testa por sobre o corpo dela. Fechei os olhos, movendo-me mais rápido, ofegante, mal respirava. Ela gemia mais alto, entrando em mais um orgasmo. Aquilo estava virado numa loucura só, nós nunca fizemos algo tão intenso. Parecíamos incansáveis, lutando pra ver quem conseguia resistir mais tempo. Eu comecei a gemer também, murmurando o nome dela, pedindo pra ela continuar a mexer seu corpo daquele jeito, agarrando-a com mais força, naquele vai e vem ensandecido de desejo. Ela ergueu os braços pra trás, agarrando-se no braço do sofá. Movia-se contra mim, gemendo alto, e eu percebia que ela tinha um orgasmo atrás do outro. Ela mordia os lábios, se contorcendo, se contraindo, me apertando cada vez mais dentro dela, gritando enlouquecida de dor e prazer e pedindo pra eu que não parasse mais. Eu gemia com ela. Nós olhávamos um para o outro, sem parar de mover nossos corpos suados, não entendo nada do que estava acontecendo. Mas eu já estava explodindo, me segurando ao máximo. Não queria acabar com aquilo, mas eu não podia mais.

MULDER: - (OFEGANTE/SUOR ESCORRENDO PELO ROSTO) Scully, não dá mais pra segurar. Meu coração vai explodir pra fora do peito!

MULDER (OFF): - Empurrei meu corpo num só golpe contra o corpo dela e soltei um gemido de alívio. Ela gritou. Movi meu corpo mais um pouco e novamente me empurrei contra ela, gozando como nunca tinha gozado antes. Foi uma loucura. Acabei gozando três vezes dentro dela. Sentia meu corpo tremer dos pés a cabeça e sentia que eu ia despencar em cima dela. Ela me envolveu nos braços, me puxando pra seu peito. Eu podia ouvir o coração dela batendo, disparado, como o meu. Nossos corpos colados de suor. Eu fechei meus olhos, ainda respirando pela boca, pois não havia ar que satisfizesse meus pulmões. Senti seu beijo nos meus cabelos e seus afagos e carícias. Ela tremia tanto quanto eu. Procurei a mão dela e enlaçamos nossos dedos em cumplicidade. Eu realmente amava essa mulher. E a paz tomava conta de mim, enquanto me via ali deitado sobre ela, acabado, vulnerável. Continuei de olhos fechados e vivendo a mágica do momento. Caído de amor. Caído de prazer.


9:11 A.M.

Mulder acorda-se. Está deitado de bruços no sofá.

MULDER (OFF): - Não sei que horas eram. Acabei dormindo. Logo eu que dizia que não costumava dormir depois do sexo... Mas... Acontece. Eu não tinha forças ainda pra me mover. Que noite! Uau! Nessa hora queria ter poderes de levitação pra trazer o café até mim. Mas não precisava disso. Olhei pra porta da cozinha e um sorriso me esperava enquanto olhos azuis me admiravam. Sorri.

SCULLY: - Com fome?

MULDER: - Imagina que não.

SCULLY: - Precisa repor energias perdidas.

MULDER: - Anotou a placa do caminhão?

SCULLY: - Sim. D-A-N-A 1013.

Ele sorri.

MULDER: - Pode chamar um guincho pra me tirar daqui?

SCULLY: - Pensarei no seu caso.

Scully vai pra cozinha. Volta com uma bandeja. Senta-se na beirada do sofá e coloca a bandeja sobre as pernas.

SCULLY: - Vai, pelo menos tenta se erguer.

Ele levanta-se, mas deita de costas.

MULDER: - Ai! Tô sofrendo.

SCULLY: - (RI) Vai, toma um suco.

Ele senta-se no sofá. Pega o copo das mãos dela.

SCULLY: - Sente-se melhor?

MULDER: - Eu me sinto melhor porque ainda sinto seu cheiro no meu corpo.

SCULLY: - Hum...

MULDER: - (DEBOCHADO) Foi uma loucura, sabe? Eu fui estuprado! Preciso dar queixa de você mulher!

SCULLY: - Tadinho! Acabou-se o homem! Vai, come um cereal, uns croissants e repõe as energias que eu vou fazer outro bolo e uma mousse de maracujá pra compensar o prejuízo que te dei ontem. Você gastou muitas calorias...

Ele olha pra ela. Coloca o copo na bandeja.

MULDER: - Quero te dar um beijo. Um beijo apaixonado.

Ela ergue as sobrancelhas. Aproxima os lábios dos dele. Beijam-se suavemente. Afastam os lábios. Ele, debochado, revira os olhos e cai deitado. Ela ri. Levanta-se, deixando a bandeja na mesa de centro. Vai pra cozinha. Ele a acompanha com os olhos sorrindo.

MULDER: - Ei, cética!

SCULLY: - O que foi crédulo?

MULDER: - Quero revanche.

SCULLY: - Revanche aceita.

Ela entra na cozinha rebolando os quadris. Ele se atira no sofá.

MULDER: - (DEBOCHADO/ RESMUNGANDO) Essa mulher vai me matar... Ela acaba comigo... Eu tô ferrado! Devia ter ouvido minha mãe. Acabou-se minha vida de solteiro. Ela foi chegando, chegando, deixando uma roupa, deixando um CD, quando vi se instalou aqui e agora me chama de marido!

SCULLY: - O que está resmungando aí, Mulder?

MULDER: - (RINDO) Sua planta carnívora!


11:39 A.M.

[Som: Simple Minds - Don't You (Forget About Me)]

Scully na cozinha. Decora o bolo com glacê. Na maior calma, concentrada. Silêncio completo. Até que uma voz arrastada começar a cantar na sala.

Scully faz uma fisionomia de estranheza. Vai pra sala segurando a espátula cheia de glacê.

Corta pra Mulder espanando os móveis, de avental, dançando e cantando. Scully ergue a sobrancelha. Balança a cabeça negativamente e volta pra cozinha. Continua a confeitar o bolo. Para. Volta pra sala. Vê Mulder espanando o cachorro.

SCULLY: - Mulder, o que deu em você?

MULDER: - Em mim? Por quê?

SCULLY: - Está limpando a casa.

MULDER: - É que hoje, quando acordei, eu percebi que você tinha razão quanto aos farelos no sofá... Eles realmente incomodam. Inclusive, sabe, naquele vão entre o sofá e o encosto, eu achei uma coisa que tinha perdido.

SCULLY: - O quê?

Ele mostra a identificação de cachorro.

MULDER: - (SORRINDO/ CONVENCIDO) Meu presentinho... Vou colocar no chaveiro pra não perder.

Ela balança a cabeça negativamente rindo e volta pra cozinha.

SCULLY: - Ah, Ellen... Queria que estivesse aqui pra ouvir isso. Você duvidou quando eu falei...

MULDER: - E faz essa mousse de uma vez!

Ela volta pra sala.

SCULLY: - O que disse Mulder?

MULDER: - Mulher, eu quero o meu mousse de maracujá!

SCULLY: - Vai ter. Depois que lavar a louça do almoço.

Ela volta rebolando pra cozinha, cabeça erguida. Ele sorri safado.

MULDER: - Pisa. Pisa que eu fico mais doido!

SCULLY: - Alguma sugestão pro almoço?

MULDER: - Quer que eu cozinhe hoje?

SCULLY: - Não, hoje é meu dia.

MULDER: - Ah! Agora entendi porque 'depois que lavar a louça do almoço'. Hoje é meu dia de lavar pratos...

SCULLY: - Se esqueceu disso?

MULDER: - Sabe que prefiro ir lavar pratos que enfrentar o fogão, esse desconhecido.

Mulder levanta-se.

MULDER: - Vou levar o Cookie pra dar uma volta.

Ela sai pra fora da cozinha, segurando a espátula suja de glacê. Aponta pra ele.

SCULLY: - Se alguma metida parar você na rua pra perguntar o telefone do cachorrinho, eu juro que te mato. E coloque essa identificação no seu pescoço! É mais fácil eu perder você do que o Cookie!

Ele dá um sorriso convencido indo pro quarto. Ela sorri. Volta pra cozinha.


2:13 P.M.

Mulder larga o pano de prato sobre a mesa. Guarda o último copo. Scully entra na cozinha, vestindo o blazer.

SCULLY: - Volto antes do jantar. Tem a tarde toda livre de mim, Mulder.

MULDER: - Dê lembranças a Meg.

Ela sai, fechando a porta atrás de si. Mulder puxa a cadeira e senta-se. Apoia o cotovelo sobre a mesa e a cabeça na mão. Olhar perdido, de cachorro abandonado.

MULDER (OFF): - Impressionante! Ela mal saiu e já estou com saudades. A casa fica vazia sem ela. De fato, eu nunca mais vou conseguir ficar aqui sozinho. Se um dia ela me deixar, terei de me mudar. Cada objeto nesse apartamento tem uma lembrança dela. Esse pano...

Mulder pega o pano de prato e o olha fixamente. Sorri.

MULDER (OFF): - Era uma bela madrugada de sexta pra sábado. Tínhamos acordado há pouco tempo. Havia dois dias que não dormíamos, envolvidos numa investigação. Chegamos de Nova Iorque às 2 da tarde de sexta e dormimos feito pedras. Resultado: acordamos famintos e perdemos o sono na madrugada. Estávamos no apartamento dela. Ela vestia o casaco do meu pijama e eu as calças. Aliás, as mulheres adoram vestir as roupas dos homens. Eu confesso, me excito quando a vejo usar minhas roupas. E a safada sabe disso. Agora tenho de compartilhar minhas cuecas com ela. Ela pensa que servem pra bermudas e fica desfilando pela casa... Bom, mas estávamos revirando a geladeira, de galinhagem, pra ver quem conseguia retirar mais coisas dali em menos tempo. Fingindo brigar, aos empurrões, dando com os quadris um no outro, com o traseiro... Coisa de criança. Tradução: coisa de Mulder e Scully. No meio do empurra-empurra, esquecemos do joguinho e começamos a nos beijar, se amassar de uma forma, que ainda não tínhamos feito ainda. Ela tentava me afastar batendo em mim com o pano de prato, mas não era bem sucedida. Eu peguei um copo de iogurte de morango, fiz um furo com o dedo e derrubei em cima dela. Ela pegou o iogurte da minha mão e virou no meu peito. Olhamos um pro outro como quem tem um insight ao mesmo tempo. Ela se aproximou e começou a lamber meu peito. Pronto! Me acendi na mesma hora. Peguei outro iogurte e abri todos os botões da única peça de roupa que ela vestia. Comecei a lambuza-la primeiro na boca, e a lambia com uma volúpia enorme, depois fui descendo aos seus seios. Ah, Deus! Aqueles seios... Me lembrei daquela frase infame de caminhão: se seios fossem buzina ninguém dormia à noite. Completo: principalmente os nossos vizinhos... Bom, ela foi mais esperta. Tomou o copo de iogurte das minhas mãos, puxou minha calça e... Despejou tudo. Tava gelado, acredite, mas isso me deixou mais aceso! Então ela se ajoelhou. Eu perdia a reação quando ela fazia isso. Eu me sentia culpado porque era o alvo. Ela não. Quando as coisas se invertiam, eu não sentia culpa, mas ela sim. Que coisa estranha os tabus... Bem, ela adorava fazer isso. E depois me acusava dizendo que eu era quem tinha fixação oral... Scully, minha menina má... Eu nunca havia sentido ela me chupar daquela maneira, só faltava me arrancar aos pedaços, de tanta volúpia... Bom, ela custou a aprender a fazer isso... Aliás, tempos depois eu confessei isso pra ela e ela me sorriu desconcertada, dizendo que realmente não tinha muita experiência com essas coisas. Ela nunca fugia do trivial... Tá, mas deixa pra lá, isso é outra história... Eu sempre a deixava fazer, não queria desconcertá-la. Afinal, já dizia Mozart, a prática leva à perfeição... Bem, acho que ele se referia ao piano, mas... Com o tempo ela confirmou a teoria... Eu já não aguentava mais de tanto tesão e... Certamente, acho que não dava mais pra saber o que era iogurte ou não no rosto dela... Mas ela não se dava por vencida, continuou. Então, eu enlouquecido a agarrei e a coloquei em cima da mesa, partindo pra 'agressão'. Ela me suplicava por isso com seus olhos azuis... Ah, Scully... Realmente, se um dia isto acabar, pode ter a certeza de que, dos meus x-citing files, você será a rainha... (SORRI) Aliás, de todos os arquivos do meu coração e da minha alma. Me recuso a deletá-los do meu disco rígido... Eles me dão forças pra reagir e continuar de pé, lutando contra o que eu não quero acreditar.

Mulder perde o olhar no nada, triste.

MULDER (OFF): - E por mim nunca acabaria... (SUSPIRA) Mas sabe Deus o dia de amanhã! Só sei que eu não quero acreditar nessa verdade. Ainda temos tanto pra viver... Tanto pra conquistar... Somos tão felizes dentro da nossa desgraça... Nesse nosso negro amor... Estranho amor envolto em sombras... Na escuridão. Eu só peço que você nunca se esqueça de mim. Que chame o meu nome, porque eu estarei aqui. Que siga o meu caminho, porque eu sei que vai seguir e não tenho o direito de pedir que não o faça. Eu sei o que é amar demais. Porque também te amo. E agora sou eu quem tem a fé. Eu acredito que vamos vencer. Pelo menos não me entregarei até a vitória estar garantida.

Mulder segura o pano de prato nas mãos. Sorri cansado. Mas feliz. Pequenas gotas de sangue caem do nariz dele. Ele levanta-se e vai para o quarto.

Corte.


[Som: Simple Minds - Don't You (Forget About Me)]

Mulder sai do quarto, de terno e gravata, verificando a arma. Ele coloca a arma no coldre. Ajeita o paletó. Semblante sério, de raiva e revolta.

MULDER (OFF): - É hora de começar o jogo. Agora vão dançar conforme a minha música.

Mulder abre a porta. Olha para Krycek que está ali parado, esperando por ele. Krycek o olha desconfiado. Mulder lhe sorri cínico. Os dois caminham em direção ao elevador.


X


11/07/2000

11. August 2019 21:09 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
1
Das Ende

Über den Autor

Lara One As fanfics da L. One são escritas em forma de roteiro adaptado, em episódios e dispostas por temporadas, como uma série de verdade. Uma alternativa shipper à mitologia da série de televisão Arquivo X.

Kommentiere etwas

Post!
Bisher keine Kommentare. Sei der Erste, der etwas sagt!
~