heyjess Hey Jess

Jeon Jungguk era alguém que sonhava em uma vida tranquila em que pudesse fazer o que gostava, viver de maneira pacifica com as pessoas que amava, porém isso não passava de um sonho, que para si parecia inalcançável, possuindo um pai extremamente abusivo e agressivo, ele foge de casa depois de ser espancado pelo mesmo, abandonando tudo aquilo que tinha para tentar criar algo novo, sair daquele inferno em que vivia. Contudo, depois de se envolver com uma facção criminosa, ele terá que sobreviver no submundo da grande metrópole enquanto busca sua tranquilidade.


Fan-Fiction Bands/Sänger Nur für über 18-Jährige.

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O Início

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Em uma sala de aula de uma faculdade qualquer de fotografia, Jeon Jungguk olhava distraído pela janela da sala, observava as pessoas no pátio, andando calmamente e conversando com os companheiros, indo para lugares marcados com destinos incertos.

Os orbes negros iam de pessoa a pessoa, sem realmente olhá-los, estava perdido em pensamentos, mas uma voz chamando seu nome o tirou de seu mundo platônico.

-Jeon? – assim que virou para a direção que o chamavam, notou que não só o professor, mas todos na sala o observavam, o que o deixou constrangido, levando-o a sentir o rosto começar a esquentar – Está entendendo a matéria?

O professor tinha um olhar preocupado e atento sobre a figura de rapaz, com um livro na mão esquerda e um giz na direita, ele se inclinará um pouco na direção do moreno que tinha as maçãs do rosto levemente rubras.

-Sim sim... estou entendendo. – O olhar preocupado do professor não mudou, ele apenas respirou fundo e se virou voltando a explicar a matéria para o resto da sala.

O moreno deu uma última olhada pela janela, mas logo começou a prestar atenção a aula. Depois de alguns vários minutos foi dado o sinal do fim das aulas naquele dia, todos começaram a arrumar os materiais e guardá-los na bolsa, o barulho dentro da sala ficou mais alto por um momento breve, porém logo a sala já estava vazia, tendo apenas o barulho de vozes vindo do corredor.

Jeon guardava suas coisas com lentidão, enquanto a luz da janela iluminava a sua mesa, o tom alaranjado do pôr-do-sol era algo deslumbrante e do 5° andar daquele prédio o garoto pôde ser agraciado com uma vista daquelas, ele levou a mão dentro da mochila e tirou de lá uma máquina fotográfica simples, andou um pouco pela sala vazia até achar a posição ideal, levando a câmera até a altura do seu rosto e pressionando o dedo no botão certo, um click baixo soou, indicando que a foto havia sido tirada.

-Ficou incrível... – sua voz foi sumindo conforme observava a foto, realmente tinha ficado linda.

Ele voltou até a sua mesa e guardou novamente a câmera na mochila, depois de verificar que tudo estava lá dentro, ele fechou o zíper e colocou-a nas costas, caminhando para a saída da sala e apagando a luz da sala.

Logo após sair da área da instituição, Jeon levou o olhar novamente aos céus, que agora tinha tons de rosa e roxo, um pequeno e sutil sorriso nasceu no canto de seus lábios, mas logo o olhar voltou para frente, observado o caminho que seguia.

No caminho de volta para casa ele relembrava coisas do passado, como sua mãe, que viera a falecer por traumatismo craniano, ninguém sabe o que aconteceu naquele dia, dizem que ela escorregou e bateu a cabeça na quina da banheira da antiga casa, mas Jeon tinha suas dúvidas quanto a isso, seu pai era o causador dessas dúvidas. Um homem bruto e violento, que vivia batendo em si e em sua mãe, várias vezes ele tinha a agredido tanto que Jeon nem sabe como ela não havia morrido antes.

E seu pai era uma das coisas que passava pela sua mente, tinha medo dele, seu desejo mais profundo era não ter medo e poder enfrentá-lo, talvez se tivesse feito isso antes sua mãe ainda estaria ali ao seu lado, lhe dizendo que tudo iria ficar bem.

Com esses pensamentos os passos de Jeon iam ficando cada vez mais lentos, até que ele parou, já estava de noite e as ruas com pouco movimento, ele abaixou a cabeça e fechou as mãos, apertando os dedos nas palmas, as machucando um pouco, mas logo respirou fundo e relaxou o corpo. Não adiantava ficar pensando no que deveria ter feito, no que teria acontecido, sua mãe não iria voltar, mas ele sabia que se continuasse daquele jeito logo seria ele quem escorregaria e bateria a cabeça na banheira.

~~

Quando chegou em casa já era 22:24 da noite, estava parado em frente a sua casa observando, não havia luz nem barulho vindo da casa, ‘talvez ele não tenha chegado’, era o que se passava em sua mente.

A casa era antiga e estava mal cuidada, a tinta das paredes, tanto dentro quanto fora, estavam descascando junto com o bolor que crescia cada vez mais, o pequeno jardim que havia na frente estava destruído, as ervas daninhas mataram todas as flores, além do lixo que havia ali; garrafas de cerveja, cigarros, embalagens de salgadinhos e comida enlatada.

Portas e janelas tinham dobradiças enferrujadas e empoeiradas, pareciam estar prestes a cair.

E com uma respiração profunda e recitando mentalmente um mantra, ele andou até estar de frente a porta e destrancou-a com a chave. Com um som agudo Jeon abriu a porta o suficiente para que ele pudesse passar, logo fechando-a e a trancando novamente.

Ele ficou parado por um tempo, tentando ouvir algum som diferente, mas era apenas silencio e isso o deixou menos tenso, seu corpo relaxou e ele soltou a respiração, que não percebeu que havia prendido.

Caminhou rapidamente, mas com cuidado, até o seu quarto, deixou a mochila lá e foi para o banheiro tomar um banho rápido.

Já no quarto e com roupas limpas, o moreno se deitou na cama e fechou os olhos, não havia percebido o quão cansado estava, pois dormiu poucos minutos depois de ter deitado, mas não houve nenhum sonho que pudesse o acalmar, foi apenas um escuro.

O som de algo quebrando despertou o jovem que dormia profundamente, o som se repetia com intervalos curtos. Jeon meio desnorteado se sentou na cama e passou a mão pelo rosto até chegar os fios negros de seu cabelo, cada vez que o som se repetia, jeon se tornava mais são e um sentimento ruim o invadia, deixando um gosto horrível na sua boca.

-03:56... – com o celular em mão, ele olhou brevemente a hora e o gosto ruim em sua boca só pioravam.

Levou os pés ao chão de madeira fria e finalmente se levantou, ainda meio sonolento ele caminhou para fora do quarto e começou a seguir o barulho de coisas se quebrando, a cada passo o frio na barriga aumentava, seu corpo começara a ficar tenso e um pouco tremulo, até que chegou no local que vinha o barulho agonizante: a cozinha.

Havia um homem que balbuciava coisas que o rapaz não conseguia entender, o cheiro de álcool dominava o ambiente, deixando-o enjoado, o homem, que jeon julgava ser seu pai, abria os armários e jogava tudo para fora, não se importando com o que fosse, pratos, copos, talheres, panelas e até mesmo comidas, o chão da cozinha estava coberto de cacos e pedaços grandes de vidro e porcelana fajuta.

Ele parecia fora de si e Jeon percebeu isso.

Com cuidado o jovem olhou em volta e viu a casa toda revirada, um verdadeiro caos, mas foi descuidado em desviar a atenção de seu pai bêbado. Pois o homem havia percebido a presença do garoto e logo pegou a primeira coisa que viu, uma pequena faca de pão, avançando em seguida para cima do filho.

Jeon sentiu uma mão grande em seu ombro puxando suas roupas para trás e o jogando no meio da cozinha, ele caiu de lado cortando e perfurando quase a lateral esquerda inteira do corpo, seu rosto foi o menos afetado, tendo apenas alguns cortes, mas sua mão direita foi a primeira a chegar no ponto de impacto, assim recebendo muito dano.

Com alguns gemidos Jeon abriu os olhos e viu sua mão direita toda cortada e com alguns cacos grandes enfiados, sentiu o corpo arder por completo e não conseguia movimentar direito a mão, sentia apenas uma dor lancinante vindo da mesma, os olhos negros começaram a marejar pela dor, mas seu olhar foi para o ponto que se mexia na sua frente.

-Foi você... onde tá?... – Com uma voz sussurrante o pai do moreno se aproximava lentamente, com o olhar fixo nos de Jeon, a luz que vinha do lado de fora da casa deixava a silhueta do homem mais definida, e isso arrepiava o garoto, que tremia de medo.

Quando os orbes negros viram o pequeno objeto na mão do pai, ele sentiu seus ossos tremerem e seus pulmões arderem. Seria assim seu fim? Ali? Naquela cozinha?

O homem inclinou o corpo e com a mão livre alcançou a roupa de jeon e a puxou para cima, deixando seus rostos bem perto e logo sussurrando, novamente, em tom ameaçador.

-Onde está? – o corpo do garoto tremia, sua mão ardia mais que tudo, estava quase chorando e se perguntava do que o pai falava, além do hálito horrível, que provocava mais enjoo no jovem.

-E-eu nã – foi cortado com um forte soco no rosto e um grito de raiva vindo do homem que o segurava.

-ONDE ESTÁ!? – o som de metal caindo chamou a atenção do garoto, mas seu corpo caindo novamente em cima dos estilhaços o trouxe a si.

O homem ajoelhou e ficou por cima do garoto, o prendendo entre as pernas, logo começando uma sequência de socos pelo rosto e corpo do filho, que tentava se proteger, porém sua mão e corpo estavam debilitados. Socos nas costelas, abdômen, rosto e até nos braços, onde o soco pegasse estava bom para o homem alcoolizado, já para Jeon, ele nem sentia mais o corpo, sentia apenas dor, mas não sabia de onde vinha, talvez a única coisa que ele sentia era as lagrimas quentes que transbordavam de seus olhos e caiam pela lateral do rosto.

Do nada o homem parou os socos, se levantou e foi para outro local da casa, deixando o garoto todo machucado estirado no chão da cozinha.

Confuso com a atitude aleatória do pai, jeon tentou se levantar mas seu corpo inteiro doía, estava quase sem forças, mas ficar no chão frio e cheio de entulho perfurante não era bom, se seu pai voltasse, talvez fosse pior, tinha sorte da faca ter sido jogada no chão quando o homem resolveu o atacar.

Com cuidado e com muito esforço, ele se levantou com dificuldade e caminhou lentamente para fora da cozinha, seu pé tivera alguns cortes nesses poucos passos, mas comparado a toda dor que ele estava sentindo o que eram alguns cortes na sola do pé?

Andou até o seu quarto e pegou a toalha que havia tomado banho e caminhou para o banheiro, tudo de maneira silenciosa, segurando os soluços ele chegou ao banheiro e fechou a porta, trancando-a, ele retirou a roupa com todo o cuidado do mundo e começou a se limpar, o sangue do seus cortes haviam parado de sair, mas ele teve que retirar os cacos que estavam presos no corpo. Segurando os gritos de dor, ele foi tirando e limpando o local com a única coisa que havia no banheiro para limpar ferimentos: Álcool.

As lagrimas de dor voltaram a cair e a respiração do garoto se tornou mais densa, o líquido transparente que escorria pela pele entrando nos ferimentos, ardiam o local com muito mais intensidade.

A parte mais difícil foi limpar sua mão direita, ela estava muito machucada, iriam ficar cicatrizes, nem sabia se poderia voltar a usá-la normalmente depois daquilo.

Quando acabou tudo, enrolou algumas ataduras em volta da mão e dos machucados mais profundos, a toalha que antes era branca, agora estava em tons de rosa e vermelho, os olhos estavam vermelhos e inchados, tanto pelos socos que havia recebido, quanto pelo choro, seu rosto e corpo estavam cheios de hematomas e cortes.

Ele se sentia vazio, queria ir embora e nunca mais voltar, sumir... mas para onde iria?

Sua mente gritava que não importava, eles só tinham que sair dali, só isso importava.

Com uma olhada pela estreita janela do banheiro, Jeon pôde ver que já estava amanhecendo, ele se sentia exausto, mas se não fosse embora agora, estaria fadado a acabar como sua amada mãe.

Saiu do banheiro rapidamente e entrou no quarto, o som do ronco de seu pai era alto o suficiente para Jeon saber que ele não iria acordar tão cedo, então, em movimentos rápidos, não se importando com a dor de seu corpo, ele pegou a mochila e uma bolsa em cima do guarda roupas.

Na mochila ele enfiou tudo que era mais importante, o velho notebook, cadernos, eletrônicos, tudo nesse tipo foi enfiado na mochila surrada e ela foi fechada logo em seguida.

Ele rapidamente trocou de roupa e na mala que havia pego, colocou todas as roupas que tinha, que eram bem poucas e algumas outras coisas, como um cobertor, travesseiro e roupa de cama, além é claro de meias e roupas intimas.

Todas as poucas coisas que ele tinha fora colocado dentro da mochila ou da mala de cor escura com apenas duas alças e um zíper, não havia bolsos do lado de fora, mesmo havendo só roupas a mala ficou relativamente pesada, mas isso não iria impedir ele.

Antes de sair do quarto, algo grudado na parede chamou sua atenção; uma foto sua e de sua mãe, poucos dias antes dela falecer, rapidamente ele tirou a foto da parede e a guardou na mala escura. Com uma última olhada para o seu quarto, ele saiu e foi em direção a porta principal da casa, seus passos eram silenciosos, mas determinados.

Já na frente da última barreira, ele queria olhar para atrás, mas algo o impediu, talvez se visse pela última vez a bagunça que a casa se encontrava, talvez ficasse com pena do ser deplorável que era seu pai, então com uma respiração funda ele abriu a porta, que havia sido deixada destrancada por seu pai, e saiu da casa. Sim, era apenas uma casa, Jeon não se lembra se algum dia já teve algo para chamar de lar, talvez quando sua mãe ainda estava viva, mas ele não se lembrava e já não fazia muita questão.

A partir do momento em que ele pisou na calçada, ele decidiu que não queria morrer, iria aproveitar sua vida e ser feliz, teria uma casa legal, com quem sabe um cachorro, acordaria e tomaria um café da manhã tranquilo, do jeito que ele sempre desejou. Ele e sua mãe.



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As ruas de Seongdong-gu estavam movimentadas, pessoas iam e vinham, o som dos carros, as vozes, tudo entrava pelos ouvidos de Jeon de maneira brutal. Sua cabeça doía, estava com fome, com sono, com dor e seu corpo gritava por um descanso.

Depois de sair de casa, o garoto seguiu para uma direção qualquer, sem se importar muito para onde estava indo, e assim que avistou um ponto de ônibus se aproximou, esperando o próximo. O primeiro que veio ele entrou e deu uma olhada na rota do ônibus, ele ia em direção ao centro de Seoul, pagou a quantia indicada para descer no último ponto e se sentou em qualquer banco vazio. No caminho havia ligado para o seu trabalho, avisando o chefe que ele não poderia mais ir trabalhar, com algumas explicações a mais para o senhor ele desligou o celular e tentou descansar, mas sempre que fechava os olhos a silhueta de seu pai vinha a mente, o fazendo arrepiar e se ajeitar no banco.

Assim que chegou no ponto desejado, se levantou e desceu do veículo, estava um pouco zonzo, não havia conseguido descansar quase nada, entretanto iria achar um lugar para ficar, por pelo menos essa noite. A mão esquerda levava a mala de cor preta e a mochila estava em suas costas, com a mão machucada ele pegou o celular e deu uma olhada na hora: 08:44.

Voltou a guardar o celular no bolso da jaqueta grossa que usava, voltando a caminhar um pouco mais rápido.

Já estava bem claro contudo o céu permanecia nublado, ameaçando chover, no entanto mesmo assim Jeon achou uma visão belíssima, os tons de cinza do céu em contraste com a cor do farol dos carros e ônibus que passavam, ele queria pegar sua câmera e registrar esse momento, entretanto estava no meio da calçada e sua câmera estava no fundo da mochila, seria trabalhoso.

Enquanto andava, o garoto foi olhando para os prédios, procurando algum lugar para poder ficar, de preferência um local barato, todavia tudo que via eram prédios comerciais e lojas, estava começado a ficar frustrado, todavia um folheto grudado em uma parede chamou sua atenção:

“Quartos disponíveis p/ no máximo um casal! Venha e confira! Endereço...”

Jeon anotou o endereço e o colocou no aplicativo de pesquisa em seu celular, que o guiou até o local indicado, era um pouco longe de onde estava, mas era melhor do que continuar a procurar e acabar tendo que dormir na rua.

Enquanto andava calmamente seguindo a direção que seu celular mostrava, o garoto não percebeu uma movimentação estranha na mesma calçada que estava, uma movimentação que vinha em sua direção. A sensação de algo grande trombando consigo e o levando ao chão fez todos os seus ferimentos doerem e arderem de maneira extravagante, algo havia batido nele com força o suficiente para que seu celular fosse jogado longe e a mala que segurava também, porém ele não foi o único que caiu; a pessoa que trombou nele foi ao chão junto, e igual a Jeon, suas coisas caíram no chão também.

O peso da pessoa em cima do garoto saiu rapidamente, abrindo rapidamente os olhos ele viu um cara se levantando com pressa enquanto olhava para a direção que ele havia vindo, ele parecia desesperado, com uma olhada rápida pelo chão o cara pegou a bolsa que ele havia deixado cair e voltou a correr.

Desnorteado e com muita dor, Jeon se levantou com calma, suas costas doíam pelo impacto e por sorte não tinha batido a cabeça, entretanto ela latejava e sua visão estava turva e desfocada, algumas pessoas que estava passando e viram a cena, foram ajudar o garoto, pegaram o celular e a bolsa que havia caído, por um momento ele se lembrou que cairá em cima da sua mochila, a qual estavam as coisa mais importantes para si, se xingou pela desatenção e falta de cuidado e puxou a mochila para frente do corpo com rapidez, a abrindo e verificando por cima.

A coisa que mais abalou a si foi ver sua câmera com a tela quebrada, ‘pelo menos não foi a lente’, respirou fundo, como poderia ter tanto azar em tão pouco tempo?

Uma das pessoas que havia ajudado agachou ao seu lado lhe entregando o celular e a grande bolsa preta.

-Ei, você está bem? – a voz era masculina, mas muito suave, os orbes negros foram em direção ao homem que lhe ajudava e era um cara muito bonito, um rosto delicado e lábios grandes, porém o corpo dele era grande, Jeon via isso pelos ombros largos.

-Ah... sim, estou. Obrigado. – Com cuidado ele pegou o celular e novamente chorou internamente, a tela do aparelho estava toda trincada.

-Você está destruído, não quer ir ao hospital? – o tom preocupado na voz do homem que ainda estava ali agachado no meio da calçada, chamou a atenção de Jeon novamente, que deu um pequeno sorriso constrangido, estava tão mal assim?

-Está tudo bem, eu estou bem, isso foi... um acidente em... no trabalho. – Meio sem jeito ele se levantou com ajuda do mesmo homem, que lhe entregou a mala preta.

Jeon sentia que o homem o observava por inteiro, porém ele não falou nada, ainda estava constrangido.

-Bem, então okay, eu vou indo, tome mais cuidado no trabalho em. – Com um pequeno sorriso caridoso o homem desconhecido saiu em passos calmos.

-Obrigado... – num baixo sussurro Jeon deu uma última olhada no cara, mas logo voltou a atenção ao aparelho trincado em sua mão, com alguns toques na tela ele percebeu que ainda funcionava, já estava ótimo naquele momento. Com um profundo suspiro e ainda sentindo que haviam olhos sob si ele voltou a seguir o caminho que o aplicativo indicava, a pouca sorte de Jeon fez com que o pequeno e antigo aparelho ainda permanecesse ligado e funcional, pelo menos o necessário.

Depois de alguns minutos ele chegou na rua indicada; ela era relativamente estreita, passaria no máximo um carro ali, haviam alguns prédios pequenos de no máximo 4 andares e algumas casas pequenas, era uma rua aparentemente pobre, não tinha a elegância esperada de um local no centro de Seoul, no entanto aos olhos do jovem estudante de fotografia aquela rua tinha um charme, a rua estava cheia de folhas secas que haviam caído das enormes arvores que tinham entre algumas casas, havia uma grama sutil que conseguia nascer nas frestas da calçada, os muros das casas e prédios eram antigos, porém estavam bem cuidados, era um local que lembrava a fase idosa da vida; antiga contudo bem cuidada.

Em passos calmos ele adentrou pela rua até chegar em um dos pequenos prédios, onde havia uma pequena plaquinha pendurada escrita a mesma coisa que no panfleto. Jeon com cuidado entrou no prédio empurrando a porta de madeira antiga, dentro do local tinha um leve cheiro de naftalina, mas era sutil, e a casa também atiçou o lado fotografo de Jeon, era tudo bem rustico e antigo, todavia muito bem conservado, as escadas e moveis tinham uma ancestralidade que o garoto adorava, se sentia com um pouco de sorte de ter encontrado tal lugar.

Andou um pouco mais pelo o que ele imaginou ser a recepção, observando tudo com olhos bem atentos, até que uma voz suave e levemente rouca o chamou.

-Bom dia rapazinho! – uma voz feminina e envelhecida soou alegremente pelo cômodo, uma senhora vinha andando em pequenos passos até onde estava o moreno.

Seus cabelos já estavam quase todos brancos, os fios eram bem alinhados e presos em um pequeno coque atrás da cabeça, suas roupas eram o que se imaginaria de uma senhorinha, e esse pensamento fez Jeon abrir um pequeno sorriso enquanto observava a senhora se aproximar.

-Em que posso te ajudar? – o rosto envelhecido deixava a velinha mais fofa, ela tinha um ar gracioso em volta de si.

-Eu vi que aqui tem quartos para alugar, queria saber se ainda tem algum disponível.

-Temos sim, temos sim! – ela se virou e começou a andar até uma mesa que havia encostada ali, com um aceno de mão ela chamou o garoto para se aproximar, encarando-o no caminho. – Você está bem machucado jovenzinho, está tudo bem com você? – em tom preocupado a velinha observava o rosto do garoto e a mão direita enfaixada, mas com rastros de sangue.

-Estou bem, não precisa se preocupar. – Tentando tranquilizar a velinha, Jeon abriu um pequeno sorriso, a senhora não era idiota, porém nada poderia fazer por alguém que não quer ajuda.

-Certo... Bem, eu tenho 2 quartos disponíveis para uma pessoa, uma é de frente para a rua – disse apontando em direção a entrada do prédio – o outro é atrás... eu recomendo o da rua.

-Por quê?

-Pois o de trás vai dar de frente com um muro horrível do prédio que construíram na rua de trás.

-Ó, certo, vou querer o da rua então. Quanto é por noite?

-Humm, 22370,29 won (76 reais) por noite. O que acha?

-Está ótimo, vou pagar essa e a próxima noite. – Colocando a mala preta no chão, ele pegou a carteira – Aceita cartão aqui? – o tom acabou soando levemente infantil, fazendo a senhorinha rir um pouco.

-Sim sim, temos que ir nos adaptando para novos clientes! – a mesa possuía duas pequenas gavetas, a senhora puxou uma delas e tirou uma pequena maquininha de cartão e entregou-a para Jeon.

Depois de ter feito todas as coisas para oficializar que ele iria ficar ali, a senhora deu a chave do quarto e mostrou o caminho a ele, o quarto ficava no segundo andar, era o típico quarto de locais antigos, os moveis e o cheiro, mas Jeon gostou, era de certa forma aconchegante.

Assim que entrou no quarto, fechou a porta e a trancou, colocou a mochila e a mala no canto do quarto, abriu as janelas e se deitou na cama, que era bem macia, fechando os olhos e se aconchegando. Seu corpo clamava por um descanso apropriado e naquele momento se sentiu feliz, estava livre, poderia recomeçar, sem seu pai, sem aquela casa, sem nada do tipo. E antes de cair em um sono profundo e merecido, ele fez uma nota mental de que deveria ir até sua faculdade e conversar com a secretaria da instituição.



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Os passos eram rápidos e indicavam nervosismo em excesso, uma corrida em meio a calçada cimentada, a respiração ofegante e o suor que escorria pelo rosto, indicavam o cansaço do homem. Ele corria sem uma direção certa, querendo apenas escapar daqueles que o perseguiam, se arriscando a olhar para trás as vezes, mas se arrependia imediatamente quando percebia que ainda estava sendo perseguido.

-Desgraçados... – a voz falha disse em tom baixo a si mesmo enquanto observava homens de ternos negros com olhos fixos em si. Ficava abismado em como eles conseguiam perseguir alguém sem sequer chamar tanta atenção, não percebendo o fato de que ele que atraia a atenção toda para si mesmo enquanto corria desesperado pela calçada movimentada. A cada esquina sua mente jogava pragas em todos a sua volta que o atrapalhavam, principalmente o garoto a quem havia trombado minutos atrás, esse era o principal que recebia pragas e xingamentos simplesmente por ter “ficado no caminho”.

A cada esquina que virava, sentia estar se afastando, porém, quem imaginaria que a próxima esquina a esquerda seria uma rua sem saída?

Assim que os pés o levaram a virar e adentrar na infeliz rua, seu coração deu um salto além do normal e sua pulsação acelerava, não havia continuação, a rua acabava a alguns metros em uma casa, os pulmões ardiam e os músculos da perna formigavam, sentia suas costas e peito molhados pelo suor, sentia sua barriga gelar.

Como uma última opção o perseguido se virou, com intenção de voltar de onde veio, entretanto na entrada da rua lá estavam, quatro homens vestidos elegantemente, eles se aproximavam com cautela, com os olhos fixos naquele que carregava uma grande mala negra.

-Vamos Mit-eum. – A voz suave e doce soou alto na rua vazia, se alguém de fora ouvisse não notaria nada de ameaçador no tom da voz, mas Mit-eum conseguia perceber o quão agressivo era aquela simples frase que vinha dos lábios daquele em sua frente. – Nos de a mala e poderá ir embora.

-Você acha que eu não sei que irão me matar de qualquer maneira? – em tom ríspido e com a respiração pesada, ele segurou firmemente a mala e se colocou a correr em direção aos inimigos, numa tentativa de abrir um furo naquela resistência e poder fugir.

Porém foi em vão, uma vez que foi segurado por eles, que eram mais fortes do que aparentavam, numa luta rápida eles retiraram a bolsa de Mit-eum e um deles levou-a até o de maior autoridade.

-Se tivesse entregado sem resistência eu de fato deixaria você ir, mas depois dessa cena ridícula, acho que o chefe terá que lhe dar uma punição adequada. – Um sorriso, que aos olhos de Mit-eum era tenebroso, a malicia que se escondia nas curvas do lábio cheio, o faziam tremer um pouco.

-Prendam ele e o levem ao chefe. – As feições mudaram para algo mais sério e a ordem fora dada com firmeza, fazendo os subordinados concordarem e obedecerem. – Leve a bolsa e entregue a ele. – Com uma breve olhada na mala que o subordinado carregava, ele se lembrou do garoto que a pouco havia conhecido, era uma mala bem parecida, contudo ignorou tal pensamento e seguiu junto aos outros e entraram em grandes carros que haviam estacionado na entrada da rua a pouco tempo.

Mit-eum estava amarrado, com a boca e olhos cobertos, o colocaram no porta malas de algum dos veículos que estavam estrategicamente próximos, os movimentos que os homens bem vestidos faziam eram de tamanha naturalidade que se não fosse pelo fato de parecer quase um sequestro ninguém notaria nada de estranho acontecendo ali, finalmente quando tudo estava no fim eles seguiram em direção onde o chefe estaria.

Chegaram no local rapidamente, era um prédio residencial luxuoso, em uma área rica de Seoul: Gangnam-gu, um local onde a classe alta costumava frequentar, a grande maioria dos prédios eram luxuosos e aparentavam ostentação, não só prédios como as lojas e estabelecimentos, era um grande distrito muito rico.

-Senhor Kim, o chefe está o esperando. – Um dos subordinados abriu a porta e acompanhou o moreno por entre o salão da recepção, os carros saíram da frente do prédio e foram para o estacionamento no subsolo. Chamaria muita atenção vários homens levando alguém amarrado e amordaçado no meio de Gangnam, poderia sujar a reputação tão gloriosa do prédio e daquele que atravessava as grandes e luxuosas portas de metal e vidro.

-Certo, avise-o que estou levando Mit-eum e as cédulas. – O subordinado concordou e assim que saíram do elevador, ele foi em uma direção oposta ao moreno.

O moreno possuía um nome de pronúncia suave; Kim Seok-jin, era alguém de sorriso doce e voz suave e branda, no entanto possuía uma mente brilhante e uma incrível habilidade com armas brancas, além e claro de seu talento na arte da atuação, blefe e a complexa diplomacia. Ele era uma das cabeças principais da empresa “Big Hit”, que era apenas uma fachada para uma organização ilegal de tráfico, tal empresa que possuía várias áreas de atuação, entretenimento, negócios, vendas e criação de conteúdo e objetos.

Já o tráfico era de drogas, armas, informações, em algumas raras vezes de pessoas, mas nunca de animais, essa era a única coisa que não faziam, entretanto costumavam roubar animais traficados e levá-los a locais de reabilitação, uma coisa nobre para criminosos fazerem, contudo isso eles meio que colocavam no nome da Big Hit, como sendo uma parte direcionada para santuários e abrigos, mesmo que fosse um pouco confuso de algumas pessoas entenderem como funcionava aquilo, mas em geral as pessoas não costumavam pensar em como e sim nos benefícios e coisas boas que isso traria, tanto que muitas das parcerias nasceram por meio do interesse nesse status de “empresas lutando pelo bem do planeta e dos animais”, contudo isso eu irei deixar para explicar melhor em outro momento.

Jin depois de ir ao seu quarto e se arrumar adequadamente para encontrar o ‘chefe’ de tudo, caminhou calmamente em direção ao que eles chamavam de “O Estúdio”, era o local onde eles se encontravam quando precisavam discutir sobre diversos assuntos.

-Chefe? – com leves batidas na porta ele se posicionou e aguardou o aval para entrar.

-Entre Jin. – A voz grossa e imponente foi ouvida de maneira abafada por aquele que estava fora.

Levando a mão a maçaneta luxuosa, Jin abriu a porta adentrando na sala, que já estava com todos os integrantes, faltando apenas ele próprio.

6 cadeiras ao redor de uma grande mesa redonda feita puramente de uma madeira escura, as cadeiras eram macias e confortáveis, além de muito elegantes, havia apenas uma cadeira que não estava ocupada, a sua cadeira.

Assim que entrou, sentiu o olhar de todos em si, o subordinado com a mala que havia pego estava no canto da sala, Mit-eum também estava ali, mas estava em silencio e ainda amarrado e com o rosto coberto, a sala tinha um clima um pouco pesado, contudo isso não afetava o moreno recém-chegado que entrou na sala e caminhou até seu lugar com tranquilidade.

-Parabéns Jin, conseguiu capturar ele – indicava com a mão que fala do prisioneiro – e conseguiu de volta o dinheiro.

Apesar da voz do líder ser grave e soar seria o tempo todo, os cinco que a ouviam, sabiam que ele realmente estava alegre, não tanto para que se torne visível, apenas o suficiente.

Com um sinal da mão do líder, o subordinado que carregava a mala se aproximou e a colocou em cima da mesa, na frente do chefe, logo se afastando e voltando ao lugar em que estava.

O líder, que possuía os fios do cabelo em tons de loiro e prateado, se levantou da cadeira macia e olhou a mala negra a sua frente, levou a mão esquerda até o zíper da mesma e puxou com rapidez. Alguns segundos se passaram e o ‘chefe’ não apresentou nenhuma reação, como se estivesse absorvendo tudo aquilo que estava olhando.

-Jin? – o olhar do chefe não desviou em nenhum momento do conteúdo de dentro da mala, o que causou curiosidade a todos ali.

-Sim chefe?

-Venha até aqui. – agora ele estava sério e eles perceberam isso, Jin estranhou um pouco, no entanto se aproximou do chefe cautelosamente, quando se aproximou o bastante para ver o conteúdo de dentro da mala, seus olhos se arregalaram e ele teve vontade de rir, porém seria um péssimo momento para isso.

-O que você tem a me dizer sobre isso? – o tom de voz do chefe não mudou, entretanto, seu olhar desviou para os orbes castanhos de Jin.

-Ah... trocaram as malas? – o tom levemente risonho de Jin, junto a informação solta no ar, fez todos o encararem e os mais próximos erguerem o corpo para olhar dentro da mala.

-Sério? – dessa vez o tom sutilmente irônico e raivoso que veio do chefe deixou Jin em silencio total. – Encontre essa merda agora! – o tom ainda raivoso e impaciente deixou a sala em silencio e a graça daquilo havia sumido em questão de segundos, todos com olhares sérios que variavam entre o chefe e o rosto de Jin, que ainda olhava para dentro da bolsa com a mente um pouco confusa que repassava os acontecimentos para que tal coisa ocorresse.

Dentro da mala negra deveria haver vários bolos de dinheiro, o dinheiro de pagamento do último investimento que fizeram, mas ali na frente deles havia uma mala cheia de roupas, um travesseiro e em cima de tudo um papel virado para baixo.

O chefe que havia voltado a se sentar, levando uma das mãos ao rosto, sentiu seu sangue ferver em raiva quando ouviu o riso debochado que vinha daquele que ainda estava amarrado e com um saco na cabeça no canto da sala.

-Ai está a merda da sua recompensa! – talvez fosse o desespero junto com a felicidade em ver que o tal “chefe” não tinha conseguido o que queria de novo, mas havia se arrependido em ter falado alguma coisa quando a única coisa que ouviu foi passos vindos em sua direção, passos tão calmos e leves que faziam seu sangue esfriar. Segundos depois se sentiu ser jogado com força no chão e algo fazendo pressão em sua cabeça, em seguida sentiu algo passando pelo seu rosto com força e indo para em sua garganta e começar a apertar, deixando apenas que um pouco de ar passasse pela traqueia, era torturante não poder respirar totalmente, apenas o suficiente para que se desesperasse, porém assim que tentou se debater sentiu um peso sobre o corpo e um riso abafado.

O loiro, conhecido como “chefe”, havia voltado a olhar para mala, percebeu então o tal papel em cima de tudo e levou a mão o pegando e virando para cima, era uma foto, de um garoto e uma mulher, talvez mãe e filho? Não sabia dizer exatamente, enquanto analisava a foto, Jin se aproximou e quando ele visualizou a foto levou a mão ao queixo, tal movimento chamou a atenção do chefe.

-Então naquele momento... sim... verdade...– com a mão ainda no queixo ele balbuciava algumas coisas para si mesmo.

-Você o conhece?

-Ah... eu não diria que o conheço, mas pouco antes de o pegarmos, – indicou apontando com o polegar para o prisioneiro que estava em sua seção particular de tortura – ele deu uma batida feia com esse garoto aí.

-Você falou com ele? – dessa vez outro da mesa se manifestou, ele tinha a voz grossa, contudo melódica.

-Falei, mas não perguntei o nome nem nada do tipo – disse cruzando os braços, contudo não desviando o olhar – admito que fiquei com um pouco de dó, ele estava todo machucado, acho que devia ter apanhado de alguns caras, e ele ainda tromba com ele daquele jeito. – Novamente apontando para o prisioneiro enquanto balançava a cabeça negativamente – Fiquei com pena, ele era bem fofinho, mesmo todo machucado.

Os 4 que estava na mesa riram um pouco da declaração, entretanto o suspiro cansado do chefe chamou a atenção.

-Encontrem ele e tragam de volta o dinheiro. – disse voltando a passar a mão livre no rosto enquanto jogava a foto no centro da mesa, deixando disponível que todos vissem.

2. Januar 2020 04:03 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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