euuu_xx moon B.K.

Em 1967, entre fotografias, cartas e estrangeiros demais, Londres se tornou uma cidade tão quente que o coração de Chanyeol pôde congelar quando leu a última carta do alemão de merda que roubou seu coração. ChanBaek!au | 60's


Fan-Fiction Bands/Sänger Nur für über 18-Jährige.

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Estrangeiros

Iniciava-se um dia conturbado, onde o Silver Cloud 56 foi, mais uma vez, alvo da lotação intensa da Shaftesbury Avenue. Era uma grande década afinal. A cidade estava cada vez mais desenvolvida e o turismo aumentava a cada ano. As pessoas tinham expectativas demais sobre a evolução de Londres. Os olhos atentos dos estrangeiros mostravam o quanto queriam explorar aquele pedaço de ouro que a cidade poderia ser considerada.

Já os olhos do rapaz que segurava firmemente o volante, limitaram a focar nas lojinhas que começavam a se aglomerar ao longo do quarteirão. As pessoas almejavam a riqueza e ali, definitivamente, era o lugar certo para atrair compradores não instruídos. Caiam fácil demais nos joguinhos de promoções e na conversa fiada dos vendedores. Quem sabe Chanyeol pudesse largar o negócio da família para seguir sua carreira como um simples comerciante nos arredores da, agora famosa, Piccadilly Circus.

Houve um momento em que, finalmente, pôde tornar a dirigir seu carro. Talvez o fluxo tivesse começado a ir para frente. Após isso, tomou algum outro trajeto, por uma rua mais abandonada, para que, com um atalho, chegasse mais rápido a fábrica.

Sua vaga reservada no estacionamento acinzentado e úmido fora ocupada pelo carro luxuoso. A frente longa de encaixe perfeito entre as linhas que limitavam o espaço. Entre toda aquela mescla de branco, cinza e bege, o brilho do veículo trazia uma admiração. Apesar de não sair do tom padrão, ele dava um ar de luxo ao estabelecimento aparentemente velho. O rapaz alto se orgulhava daquela conquista, após anos de batalha, se presenteou com aquele justo Rolls Royce Silver Cloud 1956. Branquinho, sempre bem lustrado. Seu interior confortável onde o estofado era revestido pelo couro em um tom de creme pouco claro. Um sonho. Um belo de um sonho que teve em relação ao carro extravagante. O conquistou por mérito próprio. Sentia-se todo dia um grande homem.

Chanyeol entrou pela outra da porta da fábrica. Uma mais ao fundo, que levaria diretamente a outro setor, onde o trabalho principal era em relação à papelada e ao que se limitava no financeiro. Seus pés avançavam em sincronia pelos degraus de cimento. Os sons provenientes da sola de seus Monk Strap's, causava um eco quase que dominante, deixando o barulho dos carros distantes, menos perceptíveis.

Adentrou o estabelecimento, seguindo pelo corredor extenso revestido com um piso pouco sujo. As marcas de pés imundos transformavam o lugar em algum tipo de lamaçal. O inglês parou um instante para conferir seus sapatos castanhos. Por ora nenhum havia se sujado. Tornou a movimentar-se rumo à porta de seu escritório. Sentou-se tranquilamente, apenas observando alguns papéis soltos sobre a escrivaninha. Esticou os braços. Realmente aconchegante, se não fosse pelo tédio que carregou dentro de si ao pisar no local. A monotonia o agradava, de certo modo, porém, seu dia estava parado demais. Acabara de começar, na verdade. Do que ele estaria reclamando afinal?

Ao longe podia escutar os sons de uma voz escandalosa que, obviamente, deixava que insultos escapassem. A porta foi aberta de supetão, levando um rapaz, pouco baixo, a ser atirado contra o chão. Sua boina verde-escura – em um tom de verde musgo – teve o mesmo destino. O jovem de cabelos castanhos claros e um olhar irresoluto apenas levantou-se vagarosamente enquanto catava o adereço do piso. Logo atrás de si, um homem robusto irritado.

— Peguei esse moleque vagabundeando ao invés de trabalhar! — O foco tenebroso de Jongin atravessava o outro à sua direita, que apenas mordia o lábio com olhos baixos e a face rubra. — Porra! Eu falei para não contratar esses merdinhas estrangeiros. Nem sabem trabalhar direito! Olha pra ele!? — Seu dedo acusatório foi na direção do peão. — É tão magro que não deve nem conseguir segurar um tijolo!

Era evidente o quão irritado o homem de cabelos negros e pele morena estava. Também podia-se notar seu pensamento xenofóbico explícito. Chanyeol apenas levou seus olhos ao garoto. Deveria ter uns 20 anos, no mínimo. Analisou a figura enquanto torcia os lábios em sinal de concentração. Estava pensando no que faria sobre.

— O que você estava fazendo, garoto? — Sua voz soou com leveza. Aquele dia ainda poderia ficar mais interessante. Nunca havia conversado com um estrangeiro – Exceto pela francesa que lhe pediu informação rapidamente em uma das ruas lotadas de Londres. Novamente pôs-se a cogitar nas punições ou algo do tipo.

— Ele estava sentado em um saco tirando foto dos trabalhadores! — Chanyeol ergueu o dedo em sinal de silêncio. A pergunta não era para si, e sim, para o ádvena que estava em silêncio.

— E-Eu não tinha más intenções… Estava apenas capturando cenas do dia a dia dos trabalhadores. — Sua voz baixa saía trêmula. Talvez pelo nervosismo. — Paralelo a isso, estou tentando me manter no jornal local. Me sujeitei a fazer uma matéria sobre os homens e suas condições.

— Porra! Ele é um espião, sr. Chadwick! Não podemos deixar ele aqui.

O homem alto olhou para Jongin de forma rígida novamente. Estendeu a mão em direção de ambos.

— Onde está a câmera? — Ditou com prevalência.

Jongin entregou o objeto que havia confiscado. A Contaflex foi deixada sobre a escrivaninha, sem previsão de devolução. Ao fazer isso, o moreno saiu da sala, deixando apenas o estrangeiro junto de Chanyeol.

— Bela câmera… — Observou o objeto de longe, com certo receio de estragar. — É Japonesa?

O jovem de cabelos castanhos franziu a testa com a falta de conhecimento do outro.

— Alemã… Não entende de câmeras, uh? Eu poderia… — Pôs-se em silêncio ao que viu o olhar de reprovação do inglês.

O sotaque na voz era, de certo modo, carregado. Algumas poucas palavras confundidas e um “R” bem puxado, além do “S” com uma fisgada diferente. O homem alto de cabelos pretos sentiu-se reprimido com seus limites na área de tal tecnologia.

— Você é russo? Tem um sotaque diferente. — Falou simplesmente, vendo, outra vez, o rapaz formar um vinco na testa deixando-se corar.

— Alemão, senhor… — Sentiu-se pouco tímido por ter de corrigir seu chefe pela segunda vez. Apoiou um dedo no suspensório gasto e olhou os próprios pés.

— Oh sim! — Chadwick olhou de relance o garoto magro estendido a sua frente. Pigarreou. — Qual… Qual seu nome?

O inglês não tardou em pegar uma folha onde eram listados alguns dos funcionários mais novos da fábrica. Com a ponta do dedo longo, tateou os nomes, na expectativa de receber uma resposta.

— Baekhyun… Meu nome é Baekhyun, senhor.

Era suficiente para que os olhos de Chanyeol fossem atraídos até o nome escrito entre os primeiros da lista em ordem alfabética. Baekhyun Schäfer. O homem alto apenas deixou uma singela marca sobre tal, para que pudesse se recordar.

— Certo, Baekhyun… — Comprimiu os lábios de forma fraca no intuito de manter-se relaxado. — Pode voltar ao trabalho

— Bem, eu… Eu posso pegar minha câmera?

— Não. — Falou sem que o olhasse de fato. Já se concentrava em outras coisas, na intenção de deixar explícito que era para o alemão sair de lá.

Baekhyun, com uma expressão pouco irritada, saiu da sala em passos fortes. Qual era o problema de tirar apenas algumas fotos afinal? Voltou ao setor onde estava antes de ser flagrado e tornou a fazer seu serviço. Seu corpo tremia levemente. Estava preocupado sobre a devolução de seu tesouro. A única lembrança que trouxera consigo da Alemanha. Presente de seus pais antes de partir. Teria como haver melhor opção? Decidiu que, naquela noite, enviaria uma carta explicando sua necessidade de obter a Contaflex novamente.


•••


Como já lhe era de praxe, Chanyeol permaneceu em seu escritório até que todos já estivessem voltando para seus devidos lares. Geralmente, não ficava sozinho nesses finais de expediente. Jongin estava sempre lá para auxiliá-lo.

Chanyeol ainda não estava totalmente pronto para tomar posse do legado de sua família. Porém, enquanto seu pai estivesse em suas atividades recreativas para fora do país, o homem cuidaria do lugar. Não era experiente, muito menos possuía toda a autoridade que aparentava ter. Sempre houve uma certa limitação no que se referia a atitudes. Essa foi a primeira vez que decidiu tomar uma. Precisava de uma experiência, então aproveitou as férias de seu genitor para que tivesse a chance de assumir, temporariamente, a fábrica.

O inglês observou a câmera que ainda repousava delicadamente sobre uma folha de papel em cima da mesa milimetricamente perfeita. Mordeu o lábio inferior. Estava curioso para entender como funcionava, assim como queria muito saber o que havia guardado em seu filme.

Coçou a mão para tocá-la, no entanto, a porta foi fracamente aberta pelo moreno, que possuía uma carta em mãos. Nem ele poderia imaginar quem havia deixado aquilo por ali. Jongin foi breve em catá-la e levar ao seu chefe.

— Achei isso aqui em frente à porta. — Indicou a folha. — Está designada a você!

Chanyeol estendeu a mão, fazendo um sinal para que lhe entregasse. Suspeitava quem poderia ser e o pensamento o deixava puto.

Abriu o envelope malfeito enquanto seus olhos percorriam o papel. Ao que as letras pequenas se expuseram, percorreu as orbes pela área mais abaixo. Havia uma solitária mancha de graxa que indicava dedos ansiosos. Riu internamente com sua avaliação. Leu o pedaço de papel com simplicidade.


>> Senhor Chadwick,

Cometi um erro logo cedo ao tirar fotos de seus funcionários. Juro que não se repetirá!

Eu realmente preciso deste bem. Há coisas importantes nela, além do valor significativo que tem para mim. É a única lembrança que decidi trazer à Inglaterra. As lembranças de minha família e país!

Espero que entenda. Passarei em sua sala logo pela manhã.

Danke schön

Ass. Schäfer <<


Oras, aquilo havia sido engraçado, de certa forma. Era como se seu peão estrangeiro estivesse tentando lhe dar uma ordem. Logicamente não cederia.

Deixou sua risada escapar, fazendo o outro homem lhe observar com curiosidade. Chanyeol jogou a carta no balde ao lado da escrivaninha onde haviam outros papéis amassados, que, mais tarde, seriam queimados.

— O que há na cabeça dos alemães?

Jongin não havia entendido, então apenas pôs-se a olhá-lo como se o próprio fosse um maluco.

— O garoto da câmera… Baekhyun. — Puxou o nome de sua memória, receou ter errado, mas não se importou com aquilo. Afinal, não era obrigado a decorar todos os funcionários. — Ele a está exigindo de volta! — Gargalhou novamente, ignorando o moreno confuso. — Ora essa!

Não prosseguiu ao que percebeu a expressão tediosa que Jongin carregava na face. Ele, definitivamente, não se importava.

Ambos decidiram que já era hora de ir para casa. Cada um para a sua. Chanyeol dirigia seu Silver Cloud 56, no banco ao lado, a câmera estava. Sabia que coisas assim não eram baratas e, como o alemão havia dito, tinha um valor sentimental para si. Londres andava sendo alvo de vários assaltos e, com esse pensamento, decidiu que não deixaria o objeto lá. Aliás, no dia que se seguiria, pensou em levar a câmera em algum especialista, para que revelasse as fotografias. Não o permitiria ficar com tais imagens de seu estabelecimento temporário. Havia muitas possibilidades de alguma denúncia – ele não era certo das condições dos trabalhadores, tentava ao máximo seguir os passos do pai.– ou espiões querendo copiar suas técnicas de produção.

Chegou à sua casa. Não era tão formosa quanto todos especulavam. Era de madeira; simples. Nem tão grande, nem tão pequena. Era equivalente para os quatro moradores e os demais que trabalhavam por ali. Caminhou pela escada de pedras até que alcançasse a varanda estendida em tons de marrom meio avermelhado. Seguiu para a porta de mesma tonalidade, não hesitando em abrir para entrar em sua morada.

•••


Chegaria mais tarde na fábrica, tanto pelo trânsito na Shaftesbury Avenue, quanto pelo fato de que iria revelar as fotos da câmera do rapaz alemão. Certamente ele estaria intrigado ao chegar em seu escritório e não encontrar nem o chefe e nem a câmera. Aquilo era, de certa forma, inusitado.

Com a diminuição do fluxo, conseguiu alcançar alguma loja de câmeras e produtos de arte. O comércio desse tipo havia aumentado com o tempo. Eram vários artistas fúteis criando coisas bobas para aparecerem. Exceto alguns, que ainda o faziam pelo amor à arte e não ao lucro dela. Consultou um homem baixinho de grandes óculos que lhe ocupavam o rosto redondo. Ajeitava vez ou outra a gola creme comprida e, finalmente, colocou o sobretudo preto em um canto qualquer. Parou para atender Chanyeol.

— No que posso ajudar? — Falou abrindo espaço no balcão, que antes deixara alguns itens sobre, para limpá-los.

— Eu quero revelar algumas fotos… — De forma desengonçada, tirou a câmera de seu pescoço, entregando ao outro homem.

— Certo… Todos os filmes?

Chanyeol ponderou por um momento. Ele realmente não entendia nada sobre o assunto. Apenas concordou com a cabeça, deixando que o rapaz de cabelos ralos levasse o objeto.

— Que belezinha, ein? Essa câmera é ótima… onde comprou?

— Ela é… — Não sabia ao certo o que deveria falar, então apoiou-se no balcão, aproveitando os segundos para inventar algo. — De um amigo. Não sei onde ele comprou.

O baixinho apenas assentiu lhe deixando um sorriso de lado em um singelo formato de coração. Era bonitinho. Seguiu para uma sala ao fundo. Chanyeol caminhou até uma das cadeiras para que aguardasse o término.

Em uns quase dez minutos, o homem da loja saiu de dentro da sala dos fundos carregando um envelope e a câmera. Deu uma risadinha irônica e entregou os objetos ao cliente.

— Belas fotos, sim? — O sorriso ladinho permaneceu em sua face. Chanyeol não entendia o motivo para tal, então apenas decidiu que havia algo de errado com o rapaz. — Esse seu amigo deve ser bem divertido.

Talvez o tom da voz do mais baixo tenha um leve peso duvidoso. Ignorou aquele assunto com um balançar de cabeça, dizendo que sim, seu amigo era divertido. Sorriu como um bobo, levemente forçado, para transmitir sua mentira como se fosse a verdade. Confuso.

Pagou o cara e saiu de lá carregando o pacote, o jogando sobre o banco do carro, junto da câmera. Finalmente seguiria à fábrica, tal que já estava atrasado por bom tempo. Não se preocupou. Novamente completando o percurso e estacionando em frente ao estabelecimento. Carregou os pertences para o escritório, antes de sentar-se à escrivaninha e refletir sobre o comentário daquele homem da loja. Seus olhos pararam no envelope à sua frente. Mordeu o lábio em curiosidade, abrindo o papel com simplicidade. Hesitou antes de enfiar a mão grande em busca das 20 fotografias.

Levou-as a altura do rosto e analisou com cautela. Haviam fotos realmente magníficas. Os trabalhadores em sintonia com o clima aparente. Tudo nos clássicos tons de cinza e bege londrinos. Havia também fotos de crianças que brincavam em frente à barbearia em um bairro mais pobre. Eram fotos dignas de um profissional.

Porém, ao que chegara na décima quarta fotografia, sentiu-se engasgar. Arregalou os olhos em estado claro de choque. Em segundos, Jongin permitia a entrada de Baekhyun no escritório, que certamente buscava por sua câmera. O rapaz tornou-se pálido ao imaginar o que Chanyeol havia visto. Este que estava vermelho. Mantiveram a expressão por um longo tempo.

— Senhor, eu… E-Eu preciso da câmera e-e das fotos também. — sua voz trêmula deixava mais explícito o seu medo — Por favor! — Saíra uma súplica ansiosa.

E foi nesse momento em que o inglês deixou as fotos sobre a mesa e olhou o alemão. Estava surpreso. Muito surpreso. E aquelas imagens não sairiam tão rápido de sua cabeça. Não tão cedo.

14. Juni 2019 04:21 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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