Prólogo
-DO SUNIN VOLTA AQUI AGORA! - gritei desesperado. - KIM TAEOH! AISH! VOCÊS DOIS, PAREM DE ENGATINHAR PROS LADOS OPOSTOS! - praguejei sem saber atrás de quem correr. Parei no meio da sala pequena e fiquei olhando para os lados que os pestinhas tinham ido.
Eu estava exausto, me sentia cansado e só queria que tudo se acertasse. Eu queria que tudo fosse diferente, mesmo amando as crianças. Eu queria que Kyungsoo pudesse estar fazendo sua faculdade de gastronomia e não se privando de tudo. Eu sinceramente não achava justo que ele fosse trabalhar e me deixasse estudar.
Decidi ir pegar SunIn, que estava mais perto, e depois fui até TaeOh. Com os dois no colo, os larguei no cercadinho e sentei no sofá. Olhei para todo os lados e acabei sorrindo. Nunca pensei que com 17 anos eu moraria sozinho e seria responsável por duas vidas. Eu podia ter um filho de sangue, mas tinha dois no coração.
Enquanto eu estava sentado e olhando os cômodos, não consegui deixar de reviver as lembranças do passado. Fazia 9 meses que tínhamos as crianças em nossas vidas e mais de um ano que nossas vidas mudaram. Só faltavam mais 6 meses para eu encerrar a escola e poder trabalhar à noite no lugar do Soo. Ele era o mais sacrificado entre nós. Ele era meu pilar e eu queria ser seu pilar. Com esse pensamento em mente e olhando as crianças, quiquei no sofá quando meu celular tocou.
Sr. Kim/Chefe
-Alô? - atendi confuso. Era o chefe da cafeteria – que virava boate a noite - que eu
trabalhava de dia e que o Soo trabalhava de noite.
-Kai? É o Minseok. Eu estou ligando, porque o D.O acabou de desmaiar e estamos o levando para o hospital...
-QUÊ?! - gritei num pulo. As crianças pararam de brincar e me olharam assustadas.
-D.O está ardendo em febre. Eu estou na ambulância indo com ele para o hospital próximo a cafeteria/boate. Por favor, preciso que traga a carteira dele pra poder registrá-lo no hospital. Estou te aguardando. - e com isso ele desligou.
Meu coração veio na boca e voltou. Kyungsoo tinha desmaiado? Ele estava com febre? Como eu não notei isso? Hospital? Claro que eu nunca ia notar, se nos vemos uma hora por dia é muito.
-Puta que paril! - praguejei bem alto e me sentia atônito, sem chão e completamente perdido. Meu Kyungsoo, meu hyung...
Parei de me lamentar e corri para o quarto das crianças. Peguei roupinhas de frio, as vesti e as coloquei no carrinho de dois lugares. Conferi se tinha colocado a carteira do Soo no bolso da minha calça jeans e saí de casa com as crianças.
Fiquei esperando no ponto de ônibus o transporte chegar. Eu estava completamente atônito. Eu queria chorar. Kyungsoo não podia passar mal, nada poderia acontecer a ele. Eu precisava dele em tudo, eu queria que ele precisasse de mim em tudo. Somente percebi estar chorando, quando enxerguei o ônibus com os olhos embaçados.
O motorista parou e entrei por trás, por conta do carrinho com as crianças. Eu estava aflito demais. TaeOh e SunIn começaram a chorar do nada e eu tentei distraí-los com os chocalhos. Os chocalhos que eu tinha ido comprar com o Soo. Nosso primeiro presentinho para crianças. Nossa primeira compra de bebês. Senti meu coração apertar ainda mais.
Dei sinal assim que percebi que estava na hora de descer. O motorista parou e esperou que eu saísse com minhas crianças. Eles tinham parado de chorar e eu tentava seguir o exemplo deles. Corri para o hospital, sem me importar em estar empurrando o carrinho. Assim que entrei, avistei meu chefe à minha espera. Ele estava ao lado do balcão de atendimento.
-Hyung, hyung...
-Kai, acalme-se. Você precisa se acalmar. O D.O está bem, o médico já o examinou e disse que não passa de um resfriado misturado com estresse e cansaço. - ele falou ao me interromper e sorriu. - D.O tem 18 anos, ele é forte igual a você. Vocês dois já fizeram mais conquistas do que muita gente mais velha. Acalme-se, tudo vai ficar bem.
-Eu posso vê-lo? - pedi desesperado.
-Pode sim, mas as crianças não. Eu as olho pra você. Vá ver seu tão precioso hyung. - ele me encorajou e antes que eu corresse para longe, me segurou pelo pulso. - A carteira dele. Preciso dos dados dele pra dar entrada e saída do hospital.
-Ah... - entreguei a carteira em suas mãos e lhe perguntei o número do quarto. - TaeOh, SunIn, comportem-se! - mandei e vi os dois me sorrirem travesso.
Não me demorei mais ali e apenas corri até o quarto que meu chefe falou. Adentrei o quarto sem bater e logo vi o corpo pequeno do meu hyung deitado na cama hospitalar e ligado ao soro. Não consegui evitar a cachoeira de lágrimas que desceram pelo meu rosto.
-Hyung! - choraminguei e corri até ele, segurando sua mão entre as minhas e sentando na cadeira ao lado da cama. - Hyung... Eu te amo muito. Por favor, não me deixe. - pedi ainda entre choros.
-Nunca vou te deixar. - ele sussurrou e eu me assustei, levantando a cabeça de supetão e encontrando os olhos semiaberto. Olhos que costumam ser grandes, expressivos e fofos. - Eu te amo, Nini. Não vou te deixar. Não precisa chorar ok? Vamos sempre estar juntos. - ele me assegurou e eu chorei ainda mais.
Eu o amava. Não era do nada e eu sabia que isso acontecia com o mesmo período de tempo de nascimento das nossas crianças. Eu o amava mais do que qualquer coisa e queria tê-lo comigo sempre.-Hyung... Você me deu um susto. - choraminguei e vi seu olhar me pedir desculpas. - Eu pensei que ia te perder e por isso eu vou falar, porque não quero me arrepender.
-Falar? Se arrepender do quê? - ele perguntou ao me ver em silêncio. Respirei fundo, três vezes, para pegar coragem.
-Eu sou apaixonado por você, hyung. Eu preciso colocar isso pra fora, antes que seja tarde demais. - confessei ainda chorando e vendo os olhos dele se arregalarem. - Não precisa ser recíproco, só... Me deixa dizer que te amo e que sou apaixonado por você. A única coisa que te peço, hyung, é: nunca me deixe, por favor! - implorei e deixei que minhas lágrimas saíssem para expressar o que eu não conseguia explicar com palavras.
-Nini, por que chora tanto? - ele sussurrou e eu o encarei como se dissesse "acabei de me declarar pro meu melhor amigo hetero, estou com medo dele deixar de ser meu amigo." e ele riu. - Eu te amo Nini, espero que saiba interpretar isso bem.
-O que quer dizer com isso, hyung? - perguntei confuso. Ele sorriu para mim.
-Suas notas em interpretação textutal realmente nunca foram as melhores, não é mesmo? - brincou e eu fiz careta. Ele pediu que eu me aproximasse e eu o fiz, mesmo com medo de levar um tapa. - Eu te amo, Nini. Espero que agora saiba interpretar melhor. - e após dizer, ele beijou seu dedo indicador e o levou até os meus lábios.
Vielen Dank für das Lesen!
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