noveluas Tata C

Jennie está prestes a ver sua amiga mais querida se casar, mas ela não pode dizer que está imensamente feliz, não poderia mentir. Jisoo se prepara para subir ao altar e dizer sim ao homem que a espera, mesmo que não seja nele em quem seus olhos repousam. Palavras deixadas para trás às vezes se transformam em fantasmas, que precisam ser carregados por muito tempo. Dizem que o amor vence tudo, mas quanto tempo ele pode resistir?


Fan-Fiction Bands/Sänger Nicht für Kinder unter 13 Jahren.

#jensoo #kim-jennie #kim-jisoo #wlw #blackpink
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Eu sei que você se lembra

Julho de 2008 – Gimpo


Todos no acampamento já estavam em suas barracas, prontos para descansar do dia movimentado e cheio de atividades; dentro de uma delas, Jennie estava inquieta, não conseguia pregar os olhos com todo aquele calor. Cutucou a amiga alguma vezes, percebendo que a mesma dormia tranquila e sem se importar com a temperatura; Jisoo era realmente uma garota sossegada, eram poucas as coisas que podiam tirá-la do sério, e a temperatura estava longe de ser uma delas.

— Jisoo..., ei, Jisoo — a garota sussurrou, tentando acordar a outra. — Aish! Amiga, acorda!!

— Hum... — murmurou em resposta, ainda sonolenta.

— Vamos dar uma volta, tá muito quente aqui dentro.

— Volta? Agora?! — questionou.

— Sim, agora dona Jisoo, não passam das 23h da noite!

— Ai..., mas, tá muito bom aqui — disse, ainda sem abrir os olhos ou se mexer.

— Você não se incomoda com nada Jisoo, por favor, me faça companhia!

A garota sonolenta apenas abriu um dos olhos e enrugou o rosto em protesto, mesmo assim, levantou o corpo, confirmando que sairia para uma volta com a amiga. As duas saíram da barraca em silêncio, carregando apenas uma manta leve e uma lanterna; caminharam um pouco, sendo iluminadas pela luz do luar e quase não precisando da lanterna. Não chegaram muito longe, acharam uma pequena clareira e decidiram estender a manta ali, se deitaram e por alguns minutos, apenas ouviram os sons que vinham da mata e aproveitaram a brisa fresca; até que Jennie quebrou o silêncio.

— Jisoo, no que está pensando?

— Nos biscoitos que eu esqueci em casa, eu deveria ter me lembrado... — respondeu, com o olhar distante, realmente pensava nos biscoitos.

— Nossa Jisoo, fala sério!! — Riu da amiga e quase perdeu o pensamento que tinha na cabeça, quando iniciou a conversa. — Eu estou pensando em outra coisa, sabe?

— Tipo o quê? — Se virou para encarar a outra, com o olhar curioso.

— Em nós duas.

Se encararam por alguns segundos, como se soubessem exatamente o que a outra pensava, ao mesmo tempo que se perguntavam se era aquilo mesmo.

— O que tem nós duas? — Jisoo desviou o olhar, voltando a observar o céu estrelado.

— Você não sabe? Que tudo vem mudando de uns tempos pra cá? — Jennie continuava a encarar o rosto delicado da amiga.

— Mais ou menos, mas o que podemos fazer sobre isso? Não há o que fazer.

— Há sim..., nós podemos tentar, sabe...

Jennie vinha guardando muitas coisas dentro de si, todas elas sobre Jisoo, todas sobre como já não era possível ficar perto dela, sem que ansiasse por mais. Sentia um ciúme diferente, com qualquer pessoa que tivesse mais atenção da outra, que pudesse passar mais tempo, que conseguisse formar dupla ou qualquer outra coisa trivial. Queria mais de Jisoo, em todos os momentos, em qualquer situação, e sabia, ela queria o mesmo. Apenas nunca se permitiu demonstrar, nunca se entregou aos momentos em que o clima diferente era quase palpável. Estava tudo guardado a tempo demais, em uma intensidade alta demais.

Por isso ela se apoiou em um dos cotovelos e se aproximou da garota por quem estava apaixonada e deu alguns segundos para que ela pudesse pensar, se queria se manter ali ou se preferia se afastar. Ela não se moveu, então Jennie quebrou a barreira que havia e colou seus lábios aos de Jisoo, devagar e quase sem se mover, apenas um longo selar. Quando se distanciou, teve o pescoço envolto pelos braços da outra e foi puxada gentilmente de volta ao beijo. No meio da clareira, sob a luz do luar, as duas garotas confessaram os sentimentos, quase sem nenhuma palavra.


Agosto de 2015 – Seul


A senhora Kim não parava nem por um segundo, todos os dias ela tinha mais de mil coisas para resolver, entre reuniões com um cerimonialista, com a florista ou com o fotógrafo. O casamento da filha estava a deixando de nervos a flor da pele, mas não podemos dizer que ela estava zangada, casar a mais nova sempre fora um de seus maiores sonhos, ainda mais quando o noivo é alguém descente, responsável e gentil. Não poderia desejar mais nada para Jisoo, a entregaria para alguém com total capacidade para dar a ela uma vida boa e feliz; ela só desejava que a própria noiva estivesse tão animada quanto ela mesmo.

Jisoo sempre dizia a quem quisesse ouvir, “amo Donghyun!”, mas em todas elas faltava convicção, não havia brilho no olhar. Eles começaram a namorar há dois anos e sempre foram estáveis, sem brigas, sem altos e baixos, apenas estavam juntos e gostavam disso; há quem diga, que ele gosta muito mais dela, do que ela gosta dele, mas em qual relacionamento não acontece esse tipo de comentários? Era isso que ela pensava, quando se deparava com a fofoca. Não precisa provar a ninguém que amava o noivo.

Quando o pedido de casamento foi feito, ela levou cerca de três dias para definir sua resposta e um deles, fora passado inteiro dentro do quarto de Jennie, há três casas de distância da sua. Naquele dia, não conversaram sobre nada que não fossem músicas, filmes e seriados, não pensaram em nada que não estivesse relacionado a elas e apenas elas. No dia seguinte, Jisoo saiu da casa da amiga, antes mesmo que ela acordasse e foi para casa, ligou para Donghyun e disse “sim”.

Desde então, se passaram seis meses, exatamente. Neles, a amizade com Jennie foi ficando cada dia mais delicada, como se ambas pisassem em ovos, quando precisavam ou queriam conversar, como se uma palavra errada ou aproximação exagerada pudesse quebrar tudo. Jisoo focou tanto em seu trabalho, que mal saia da livraria dos pais, na qual era gerente; fazia funções que não lhe cabiam, passava do horário e quando a mãe ligava, pedindo que fosse para casa ou para alguma das reuniões, ela apenas desconversava e dizia que algo muito urgente surgira.

Quando era questionada sobre a distância que mantinha dos preparativos e até do próprio noivo, ela apenas dizia que era sua própria forma de lidar com a pressão de tudo, que precisava disso para não ficar nervosa demais, e que não havia razão para se preocuparem, ela estava muito feliz, podia garantir. As fotos da parede do quarto, em sua maioria com Jennie, estavam aos poucos sendo guardadas, o mural contava apenas com uma foto, de um acampamento que fizeram juntas há sete anos. Era de uma época especial, era sua preferida e sabia que uma cópia estava no quarto da amiga, em um porta-retratos de 8000 wons, que compraram juntas em uma das paradas do ônibus.

Faltavam apenas vinte e quatro horas, para que Jisoo passasse a ser da família Choi. Jennie andava ocupada demais e quase nunca aparecia em casa, não mandava mais mensagens para que as duas descessem até a conveniência da rua de baixo, para tomarem sorvete às dez da noite. Às vezes a noiva pensava que estava em algum sonho estranho, vivendo a realidade de outra pessoa, que no dia seguinte podia acordar e estar no ensino médio de novo, tendo seu nome chamado pela amiga, para que tomassem o caminho do colégio juntas.

Ela caminhou pelo quarto, colocando as últimas coisas na mala que preparava para a lua de mel; fariam uma viagem tradicional, iriam para Ilha Jeju, aproveitar alguns dias num dos lugares mais sonhados pelos coreanos. Ela estava animada, estava muito animada; ao menos era o que dizia a si mesma, a cada peça de roupa que acrescentava. Lembrou-se de que precisava colocar seus documentos de volta na carteira, foi até sua escrivaninha e abriu a pequena gaveta no canto. Achou os documentos e um envelope com seu nome, que não se lembrava de ter colocado ali. O abriu, vendo uma folha de caderno, com a letra de Jennie.

“Jisoo..., olá?! Não sei bem como escrever uma carta, mas tentarei ser direta. Sei que você se lembra, da noite de julho, que passamos no acampamento. Sei que se lembra da clareira, das estrelas no céu e da luz do luar. Mas eu não estou aqui para te cobrar, eu realmente quero que você seja feliz com ele. Eu vou torcer para que ele mantenha o sorriso no seu rosto e que possa te dar o que você procura. Não quero te pressionar a nada, mas preciso que saiba, que eu me lembro e sei que se lembra também. Nada acontece por acaso Jisoo, por isso eu vou aceitar como as coisas aconteceram, mas eu quero que saiba por mim, que eu sempre vou me lembrar. Que seu casamento seja especial e bonito, eu estarei lá.”

Nenhuma lágrima caiu, mas a angustia que crescia em si desde o pedido de casamento, agora era mais presente, mais pesada e doía mais. Ela se lembrava. Sabia do que Jennie falava e sabia a razão pela qual a amiga mandou a carta; estava angustiada e confusa. Queria ver a outra, falar com ela e perguntar o motivo de não ter entregue a carta em mãos, era a véspera da cerimônia, deviam conversar. Mas sabia que ela não estaria em casa, sua mãe havia comentado com a senhora Kim, que ela voltaria de algum lugar apenas no dia, estava ocupada, mais uma vez.

Mais algumas horas e ela estaria num hotel da cidade, colocando o vestido branco que a mãe escolhera, sendo auxiliada por Jennie, que era a dama de honra. Poderiam se falar, poderiam dizer algumas coisas, quais ela não sabia, mas poderiam tentar; pensar em tudo estava a deixando a beira de uma crise de ansiedade, era algo que ela realmente não precisava. Guardou a carta dentro do livro que levava consigo na bolsa e jogou a mala no chão, sem muito cuidado; se deitou na cama e afundou o rosto no travesseiro, deixou que o cansaço tomasse conta de si e adormeceu. Precisava estar disposta para seu grande dia. 

24. Januar 2019 01:20 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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