nathymaki Nathy Maki

Shinsou não se importava se Izuku queria ser um para todas as pessoas que necessitavam de ajuda. Aquilo que o Hitoshi desejava era ser um para ele.


Fan-Fiction Anime/Manga Nicht für Kinder unter 13 Jahren.

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I. Cesta caída

 

Notas iniciais: História feita com base em uma tirinha que vi no facebook beeem sofrida. Preparem as lágrimas ;,(

Para crissuniverse, perdão pelo angst <3

Na verdade, essa fanfic tem uma história engraçada. Eu vinha escrevendo ela desde agosto do ano passado e nesse tempo não estava acompanhando os acontecimentos do mangá (aliás, CONTEM SPOILER PRA QUE NÃO ACOMPANHA O MANGÁ) então escrevi ela e deixei de molho por um tempo. á esse ano fui me colocar em dias e qual não foi a minha surpresa ao ver que estava acontecendo bem o que eu planejava! Então, vendo isso, eu decidi fazer algumas poucas alterações e postar só agora, espero que gostem <3

*****

"Se você soubesse que pode morrer a qualquer momento... o que você faria?"

A atmosfera no quarto estava carregada. O ar pesado pela tristeza era cortado apenas pelo som dos soluços que vinham de Shouto. Não. Os dedos de Shinsou tremiam ainda agarrados a maçaneta da porta a qual ele segurava como se esta fosse seu único apoio enquanto o mundo que conhecia girava. Voltou os olhos para a garota de cabelos castanhos sentada na outra cadeira junto a cama e viu o olhar morto fixado em seu rosto. Não. A cesta de frutas e doces que ele pedira ainda se encontrava segura pelo aperto de seus dedos, as cores vibrantes, alegres demais para o ambiente escuro e fechado, o cheiro maduro e doce se espalhava pelo local contrastando com o odor clínico e esterilizado que associava a hospitais. Não.

No dia anterior ele havia estado ótimo. Havia rido de si e em seguida lhe lançara um daqueles sorrisos puros que faziam seu coração descompassar e toda raiva e preocupação se esvair de seu corpo. Era como receber uma dose de um relaxante extraforte que atingia até a ponta de suas terminações nervosas, agindo em cada célula. Ainda podia sentir a maciez dos lábios apertados contra os seus com pressa, podia ver o rosto vermelho se afastar correndo e o “Até logo. ” gaguejado, mas que começara a achar profundamente cativante.

Olhar para Izuku sempre fora como fitar o sol, todo abraços calorosos e sorrisos luminosos. Nada podia ser tão oposto aquilo do que a visão de Shouto agarrado a mão, agora magra e esquelética, o rosto enfiado nela enquanto as bochechas eram lavadas pelas lágrimas. Se ele, com toda sua expressão inabalável, se encontrava naquele estado só havia uma explicação: era tarde demais.

Não! Sua mente gritou mais forte, recusando-se a acreditar, recusando-se a desistir. Só podia ser um engano, uma pegadinha, e as câmeras surgiriam a qualquer momento para lhe filmar a reação quando ele levantasse da cama e sorrisse daquele jeito que fazia seu coração disparar, abrindo os braços para lhe acolher em um abraço de desculpas. Sim, essa devia ser a explicação. Mexeu a cabeça de um lado a outro, buscando as pessoas escondidas que estariam a lhe filmar, porém, uma vozinha irritante, a parte racional do seu cérebro que ainda se mantinha sã, insistia em dizer que não havia câmera alguma e que aquilo que seus olhos viam era a realidade.

NÃO! As mãos cerraram-se com força no intuito de conter o tremor que as tomava. Recusava-se sequer a cogitar a ideia, mas sua força não duraria, não quando tinha prova diante dos seus olhos, não quando via o bip dos aparelhos se apresentar baixo e irregular. Sabia o suficiente por conta da profissão do pai o que aqueles números inconstantes significavam. Mas, mesmo assim, negava-se a aceitar. Eram heróis! Seu trabalho era salvar pessoas! E se não pudessem salvar uma vida, principalmente aquela vida que lhes dera um sentido, pelo que estavam lutando?

― Isso só pode ser uma piada, não é, herói?

Avançou, a cesta agora jazia esquecida no chão. As palmas marcadas por meias luas onde as unhas haviam cortado ao fechar os punhos. Uraraka desviou o olhar e apertou as mãos contra as bochechas como se estivesse tentando ter compostura e impedir as lágrimas de caírem, mesmo que seu coração há tempos já houvesse desabado, deixando nada mais do que um espaço oco para trás. Shinsou tocou o ombro do Todoroki. Ele não se mexeu, mas a dor que sentia era palpável. Ele tremia pelos soluços contidos, pois até nesse momento Shouto era silencioso.

Todos os presentes estavam unidos por um sentimento: o amor que nutriam por aquele pequeno raio de sol de cabelos verdes e sorrisos sinceros. Aquele que os puxara do fundo do abismo e lhes apontara o caminho, sempre incentivando, sempre lá para os momentos necessários, a mão estendida que nunca seria retirada. O aperto no ombro se tornou mais forte, mas Todoroki não ligou. Sabia que Shinsou agora lutava com os próprios sentimentos.

A visão do Izuku desfalecido na cama era como uma facada em seu peito. O rosto pálido e magro, os cabelos sem vida e os olhos fechados sem o costumeiro brilho de esperança que carregavam. Até mesmo as sardas em suas bochechas pareciam apagadas. Ao menos no lado visível. Metade da face estava coberta de bandagens com o intuito de evitar que as feridas abertas na pele sofressem contaminação. O lençol cobria a metade inferior do corpo, escondendo das vistas os demais ferimentos que cobriam a pele. Shinsou prendeu o lábio inferior entre os dentes, apertando com força em uma tentativa frustrada de manter o controle. Sentiu o gosto salubre do sangue, mas, mesmo assim, não abrandou a força no ato.

O peito apertou, a angústia se fundindo as palavras que desejava gritar, ambas entalando na garganta e a obstruindo, tapando o único caminho que tinha para exteriorizar o que se passava em seu íntimo. Tentou engolir, empurrar todas as coisas para baixo para que assim não tivesse que as encarar agora, escondendo-as para o momento em que estivesse enfim só e pudesse desabar sem ser observado.

Os dedos tocaram a pele, onde esta ainda se encontrava disponível e não ligada às máquinas e tubos, um resto de calor ainda residia ali, uma piada para si. O calor, sabia, era uma mera ilusão de esperança. Tolo como era, viu-se agarrando a essa centelha, desejando com todo o seu ser que tal condição ainda pudesse ser revertida.

― Por quê? Por que fez isso? Por quê sofreu esse tempo todo calado? Podia ter confiado! – Fechou os olhos com força, forçando as lágrimas a permanecerem em seu lugar. Quase podia ver na escuridão das pálpebras o sorriso triste que ele lhe lançaria e as palavras verdadeiras, ditas contra a vontade, que o magoariam: "Se eu tivesse falado, o que poderia ter feito?" Odiou sua mente naquele momento e desejou estar em qualquer outro corpo, usando qualquer outra voz, apenas para se afastar da sensação de impotência que o tomava.

― Hitoshi. – Uraraka chamou em voz baixa, mas ele não lhe deu ouvidos, ou melhor, fingiu que não havia escutado. ― Shinsou. – Disse mais enfaticamente. ― Temos que ir, a mãe dele está aqui.

Mas ele não conseguia ir embora e deixá-lo ali sozinho, com essa aparência tão acabada, e sabendo que talvez essa fosse a última vez que o via. Uraraka o tocou no ombro e o puxou delicadamente, mas com força em direção a porta. Os pés teimavam em obedecer, decididos a não mais saírem do seu lado. Ele o deixara ir uma vez, e bem a sua frente estava o resultado. Não podia permitir que a situação se deteriorasse ainda mais. Como saberia caso o pior acontecesse? Se não fosse a sensação ruim que pesava em seu peito para avisá-lo, ele mal teria ido ao hospital, largando todo o treino do dia. Se não fosse isso....

― Garoto. – O toque diferente o fez erguer a cabeça. Aizawa se encontrava ao seu lado, o rosto sério, mas ele podia enxergar a preocupação naqueles olhos fundos, ela estava marcada nas olheiras escuras e esmagava seus ombros, fazendo-o parecer ainda mais curvado do que o via no dia-a-dia. O corpo relaxou minimamente. ― Temos que ir agora. – Disse firme, voltando-se também para os outros dois que ainda não haviam se mexido. ― Logo vocês estarão de volta. Eu prometo.

E Shinsou acreditou. Aizawa nunca quebrava sua palavra. Deixou-se arrastar para fora, os olhos ainda fixos na figura imóvel na cama, junto ao Todoroki que parecia morto por dentro e a Uraraka que os seguia ainda em silêncio.

― Izuku! – O grito de dor e aflição os atingiu. A mãe de Midoriya corria pelo corredor afoita, o cabelo verde bagunçado, as roupas amarrotadas, as lágrimas despontando dos olhos, escorrendo pelas bochechas de forma contínua, e a mão esticada como se precisasse alcançá-lo. Adentrou o quarto e todos puderam ouvir o barulho do corpo caindo contra o chão e dos soluços doloridos a ecoarem porta afora. ― Izuku. Izuku. Izuku! – Ela chamava. ― Por que não me ouviu? Por que precisava se tornar herói?

Era angustiante. Uraraka tinha as mãos nos ouvidos, os dedos presos aos cabelos e os lábios apertados enquanto o choro enfim lhe deixava. Aizawa viu os punhos de Shinsou se apertarem, os soluços de Uraraka e o olhar morto no rosto do Todoroki e uma parte sua se contorceu dolorosamente.

Aquelas crianças haviam se tornado suas mesmo com tanta relutância, mesmo que negasse em alto e bom tom, havia se afeiçoado a elas e lhe doía vê-las sofrer. Assim como lhe doía ver o garoto tão acabado deitado naquela cama, a vida por um fio. O talento tão promissor agora o matava. E ainda havia All Might, se martirizando de culpa e sem coragem de, ao menos, vir visitá-lo. Envolveu as faixas ao redor dos alunos e os puxou dali desejando que estas pudessem ao menos abafar um pouco da dor que sentiam.

6. Januar 2019 22:13 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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