Eu estou totalmente quebrado. Mais um dia nesse quarto velho, sem dinheiro, sem amigos e sem companhia. Eu costumava ser um músico, estava finalmente melhorando, finalmente conseguindo um pouco de atenção. Mas quando meu filho se foi, tudo desabou; meu casamento, minha carreira e minha vida. É incontável as vezes que eu tentei me matar, mas sempre surgia algum desconhecido e me impedia... Mas está tudo realmente acabado. Estou morto por dentro, mas já que não posso me matar, vou viver de qualquer forma.
Desço as escadas e vou fazer um café. São três da manhã, água fervendo, vento e folhas batendo nas janelas, uma faca em meus pulsos. É inevitável, eu não consigo parar. Tudo isso, essas merdas na minha vida, aconteceram há três anos.
O telefone está tocando. Eu o atendo calmamente enquanto deixo a faca no balcão da cozinha.
- Alô – Achei que já haviam cortado minha linha telefônica há semanas, por falta de pagamento.
Tudo oque eu ouço do outro lado da linha é um pouco de interferência, e uma respiração fraca, como se alguém esperasse eu falar algo.
- Alô? Quem é?
A linha permanecia em silencio, com a mesma respiração.
- Olha – Começo com um suspiro e continuo com uma voz calma – Se isso for um trote, já é bem tarde para uma criança estar acordada brincando no telefone dos pais.
- Boa noite, Ren – Era uma voz grave e firme, transmitia confiança e segurança.
Seja lá quem fosse, aparentemente me conhecia, a pessoa do outro lado da linha tinha usado um apelido que me deram colegial, meio que para abreviar meu nome ‘’Renan’’.
- Quem é? – O apelido tinha puxado minha curiosidade, eu admito. Já tinha me esquecido da água para fazer café.
- Está na hora, faça suas malas. Não esqueça o teclado, Ren.
- ... – Apesar de acreditar que era um trote, parecia ter realmente algo errado ali... Ele falava como se estivesse frente a frente comigo, o clima estava totalmente pesado sobre mim – Do que está falando? Hora de quê?
- Já tomou o seu café? Vamos, ande logo com isso. Estou te esperando na porta. Seu filho está ansioso pela sua chegada.
Desliguei o telefone. Eu já havia entendido. Andei para a cozinha, tomei café com bolachas. Troquei de roupa, peguei o meu teclado e abri a porta.
- Estava ansioso pela sua chegada há um tempo – Falei olhando a figura em minha porta.
Andei, estava muito claro lá fora, apesar de ser três da manhã.
Meu corpo imóvel continuava no chão da cozinha, com meus pulsos e pescoço sujos de sangue, assim como a faca que eu havia usado anteriormente.
Vielen Dank für das Lesen!
Wir können Inkspired kostenlos behalten, indem wir unseren Besuchern Werbung anzeigen. Bitte unterstützen Sie uns, indem Sie den AdBlocker auf die Whitelist setzen oder deaktivieren.
Laden Sie danach die Website neu, um Inkspired weiterhin normal zu verwenden.