nicansade Franky Ashcar

Essa história viaja ao longínquo espaço e tempo da insanidade. Qualquer alma-perdida na tentativa de abandonar um vício passará por isso. Não existe tolerância e não existe amor na abstinência, apenas o ódio.


Fan-Fiction Anime/Manga Nur für über 18-Jährige. © Créditos pela imagem: 桜乃

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Kurzgeschichte
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Vou comprar leite, você quer algo?


Disclaimer:

Os personagens de Naruto não me pertencem, fanfiction criada por fã para fã. Sem comprometer a obra original e sem fins lucrativos.

Créditos pela imagem:  桜乃


Notas:

Olá gente, tudo bem?

Fanfic do desafio Songfic do grupo FNS. A música que escolhi é “Pé na porta e soco na cara" do Matanza (link da música com legenda), e o casal que eu trabalhei é SNS e tem menção a Sakuino. Então, né com isso vocês estão cientes sobre o que se trata a fic. Eu me inspirei neste vídeo, que é muito SNS. Acabou que ficou maior do que eu imaginava e tive que dividir em 3 capítulos.

Bom vou avisar, então vamos lá...

Essa fic é uma comédia absurda da vida real e se passa em meados de 2015. Os lugares citados são todos reais deixarei um guia com os lugares no final do capítulo. 

A fic é carregada de palavras de baixo calão e gírias LGBTQ+ da época em São Paulo, usadas na narrativa com a proposta de imergir o leitor no cenário. Deixarei um glossário ao final. 😉

Se liguem nas tags e possíveis gatilhos, tem bastante cena de violência, não a pessoas, e sim um objeto em específico. Foram devidamente avisados! 😉

Espero que vocês gostem, boa leitura!


***




 




Essa história viaja ao longínquo espaço e tempo da insanidade. Qualquer alma-perdida na tentativa de abandonar um vício passará por isso. Não existe tolerância e não existe amor na abstinência, apenas o ódio.

Quer gentilezas e paciência, nessas últimas duas semanas que me encontro perdido no inferno?

Vai para a puta que pariu.

Desculpa a irritação, às vezes foge do controle. Recomponha-se Naruto, recomponha-se!

Acontece que em geral sou uma pessoa hiperativa e ansiosa. Não sou mal educado, só a falta dos cigarros que tem me deixado assim… Irritado e com vontade de matar um.

E como começar uma história de superação?

‘Tá’ nem tanto! Vamos pro começo…

Um dia minha melhor amiga resolveu que casaria. Simples desta maneira.

Não houve preparação ou chazinho. Ela apenas falou normal, como se comunicava que o leite acabou e precisava comprar mais:



— Na, vou casar!



Sua fala omissa, foi gesticulava sem qualquer emoção. Sakura era uma pessoa prática, mesmo que a paixão por Ino queimasse em seu peito.

Depois ela sorriu como uma boba apaixonada que era, mostrando a aliança de noivado no dedo.

E eu, como o melhor amigo que ela poderia ter, apenas respondi:



— Tá querendo dar o truque, amapô? Tô boa!



Recebi um soco forte no braço junto a uma cara feia. Não que eu duvidasse do amor que a Haruno tinha pela Ino, mas bom… Sakura passou cerca de cinco anos enrolando ela.

Até o casamento, saíamos todos os finais de semanas, de boate em boate daquela cidade luminosa, que nunca dorme e suas ruas abarrotadas de pessoas enchendo a cara dia após dia, noite após noite.

Arrastavamos dos dezesseis anos de idade até os vinte e cinco. Não consigo enumerar a quantidade de pessoas que passei o rodo nas madrugadas da Augusta, de todas as vezes que Sakura, teve que me abrigar em sua casa por causa da bebida em excesso. Caso contrário Kushina, minha mãe me daria um coió.

Lembro da ansiedade me consumindo a semana toda em que passava preso no estágio ou acordando cedo para a faculdade. Mas era só o ponteiro do escritório apontar para às dezenove horas, naquelas sextas-feiras tão típicas, começava a contar os segundos para o que hoje os jovens chamam de ‘sextar’.

A noite paulistana, como poucos pensam, são quentes e acolhedoras. Você está a fim de uma pizza? Encontrará todo o tipo de pizzaria. Quer sair e ouvir música alternativa e depois rebola a raba num pancadão?

Tem! E melhor, tudo isso no mesmo lugar.

Baladas de todos os tipos, restaurantes, parques vinte e quatro horas abertos, Praça do Pôr do Sol, shows, bares, karaokê e Afters. Tudo que você buscar, todo o tipo de atividades culturais e, tudo muito próximo e muito longe ao mesmo tempo.

Eu e meus amigos, o mesmo grupinho ainda formado no colegial, nos encontrávamos na estação da Consolação, o destino era marcado para as melhores e mais babadeiras boates LGBTQ+ desta cidade.

Relembro cada textura, cheiro, os jogos de luzes, a fumaça nebulosa cobrindo as pistas, os drinks maravilhosos e das fofocas no Twitter sobre tais festas apimentadas. Sempre regadas a Katy Perry e Lady Gaga.

Os corpos se esfregando suados e após essas noites, murmurarmos bêbados: Friday in Love, jogados no After Forever ou na Rua Oscar Freire em frente Da’Loca. Tudo isso são boas memórias, apenas boas memórias.

Penso nela mais como a saudade das costas não doerem, e tudo mais.

Não trocaria uma tarde de domingo abraçado com o Uchiha, enquanto vemos séries na Netflix, por esses frenesis danado de corpos suados na Augusta.

Quando Sakura, resolveu que estava na hora de juntar os paninhos com sua, até então, namorada, tudo mudou. Os amigos não eram mais os mesmos, todos velhos demais, de estagiário virei contratado e depois da minha formatura, comprei um apê com a ajuda do meu pai.

Escassas eram as vezes que acabava saindo. Na maioria das vezes ia para casa todas as sextas-feiras e só saía segunda de manhã para ir pro trabalho, no máximo ia para o portão buscar comida.

E quando não estava dormindo de todos os jeitos, largado na cama, como no episódio de Todo mundo odeia o Chris, que ele diz que seu sonho era dormir o sábado inteiro em todas as posições possíveis, jogava qualquer coisa no console sem um foco em jogo específico.

O que eu ainda não aprofundei nessa história e acredito que estamos num ponto propício para tal. Fora Sakura, tinha outra coisa que me acompanhou desde esses tempos de selvageria sexual; o cigarro.

Não me lembro quando ao certo entrei nesse vício do caralho, apenas aconteceu. E de fumar somente nos finais de semana, tornou-se uma maldição, onde parte do que seria minha fortuna ia apenas para ele.

Fumar é algo repugnante e ao mesmo tempo satisfatório, mas nunca havia acabado com minha vida. Não estou falando da saúde, do pulmão apodrecendo aos poucos, tô mais falando em questão social, outras épocas, onde podíamos fumar em quase todos os lugares fechados, e a lei antitabagismo não era tão rigorosa.

Apenas me incomodava o cheiro ruim impregnado em minhas roupas e vivia a colocar a culpa por não largar o vício no estresse do dia a dia. E conforme o tempo passava, rápido e cruel me via preso mais e mais.

Os anos foram passando, Sakura e eu, nos encontrávamos em menores vezes. Nunca mais para virarmos a noite e sempre junto a Ino, está sozinho com ela era algo raro. Essas saídas terminavam comigo indo com elas para casa e não pegando ninguém.

Todavia o corpo precisa de sexo, eu não passava vontade não, acabei trocando as noites calorosas de sexta-feira na Augusta, pelo Tinder e o Grindr.

E transava como nos velhos tempos. Antes que vocês comecem a falar um monte de escrotice. Que eu Naruto, sou uma puta, sem vergonha e o caralho a quatro; vamos aos fatos:



1 – Usar esses termos são ofensivos, em qualquer circunstância. Apenas tenho uma vida sexual satisfatória e ativa.

2 – Pensava sim num compromisso, dormir de conchinha, ter alguém para

dividir uma vida. Sou um cara muito romântico, apenas não tive tanta sorte naquele tempo.



Sakura dizia que eu tinha o dedo podre. Já Ino que eu estava certo mesmo e que tinha que demorar para me amarrar a alguém. Mas quem tem tempo para relacionamentos quando a oportunidade de promoção bate em sua porta?

E, no mesmo período que a frase do Homem-Aranha: com grandes poderes, vem grandes responsabilidades. Se tornava meu mantra para não surtar após a formatura.

Entre tentativas de largar a nicotina, que nunca dava em nada. Trabalho, trabalho e trabalho, psiquiatra por causa da ansiedade, uma pós-graduação forçada pelo escritório e os chatos happy hour com os colegas de trabalho.

Arrastava-me junto a não ter a Haruno, vinte e quatro horas à minha disposição, para contar sobre os meus encontros que sempre davam errados, marcados naquele tipo de app que só por Jeová. Acabei me reclusando.

Sabe quando tudo se torna rotineiro?

Você passa a responder todos com um sonoro não?

Essa fase foi mais longa que eu poderia imaginar, nem ver meus pais eu estava indo ver.

Não era depressão ou coisas do tipo, apenas uma fase de autodescobertas. Eu acredito que essas etapas na vida, são feitas para o nosso bem, aprender a se amar, amar sua companhia e o seu silêncio, é saudável.

Só que depois de tantas desculpas esfarrapadas, um dia simplesmente não pude negar o convite de Ino, Sakura pareceu bastante chateada quando dei a mesma desculpa automática.

E naquele momento atípico de minha situação reclusa, fomos a festa de final de ano da Gazzetta. Ino trabalhava lá, alguns anos, como DJ.

Obrigado a sair e ver pessoas, fui ao encontro marcado com Sakura de Uber, Pegando-a na metade do caminho, entre o trabalho na Liberdade, e a pequena quitinete que elas moravam na República.

Assim que o veículo parou no coração de São Paulo, e encarei um dos prédios mais antigos e tradicionais de toda Paulista, meu coração acelerou. Fazia cerca de um ano que não ia a festas com bebidas e a possibilidade de conhecer pessoas novas, fora do mundinho dos matches intermináveis e dos chatos do serviço.

Senti a mão quente de Sakura, pressionar o meu pulso enquanto observava as luzes coloridas reluzir no arranha-céu, em comemoração a data cristã que se aproximava.

A longa calçada e clássica da avenida, parecia curta o suficiente para os passos largos que dávamos, no instante que era arrastado pela Haruno ao alcançar a escadaria, a cerca do prédio, com rapidez.

O edifício espetacular por fora, adornado por escadas em mármore claro, era coberto pelo telhado abobado na vertical. O caminho alcançado, degrau após degrau, dava-se à entrada sem graça de piso polido esbranquiçado e paredes coloridas por papéis de parede bege. Nada novo em SP.

Nós identificamos ao segurança e o homem alto indicou com a cabeça o elevador certo para a cobertura, onde a festa acontecia. O elevador espelhado, era grande o suficiente para caber umas vinte pessoas, estava vazio.

Eu me encarei no espelho, todo gato, numa baby look laranja, que deixava os músculos marcados e Sakura, tirava fotos nossas, para postar no Instagram, como nos velhos tempos, cujas as fotos antes eram postadas no falecido fotolog.

O tempo quente, o sorriso largo nos lábios de Sakura, os cabelos róseos, arrumados para o lado, enquanto ela desfilava seu corpão no vestido curto e decotado nas costas. Me fez recordar de muitas coisas boas vividas ao seu lado.

O elevador parou e paramos de tirar fotos com aquela sensação de fracasso na vida, dois adultos tirando fotos com caras e bocas como adolescentes.

Encarei o salão, o mesmo piso lustroso, claro e sem graça do térreo. Algumas mesas com pessoas sentadas enquanto garçons desfilavam, num uniforme preto sport-chique brega, para lá e pra cá.

Jorge e Mateus cantarolava ao som ambiente, tocado por um DJ animado e a pista improvisada, rodeada por algumas pessoas dançando e bêbadas demais com duas taças de espumante, para notar nossa presença.

Meus olhos percorreram todo o salão, até avistarmos Ino, que sorria doce num vestido de tubinho preto, apertado e deixando as coxas firmes a mostra, ela conversava animada com um homem de costas.

Ao nos ver, a Yamanaka, acenou alegre. Neste minuto, o japa, mais sexy que já vi na vida, todo engravatado, virou e nos encaramos.

Aquele tipo de cena de filme, os olhos pretos e apertados, o rosto delicado e arredondado, e o nariz fininho e arrebitado, me encontrou com uma espécie boba no sorriso sacana de lado.



Ela percebeu minha agitação, virando-se para mim, ainda com suas mãos presas ao meu pulso e falou maldosa:



— Safada!



Talvez ela tenha captado rápido meu interesse no desconhecido, porque caminhávamos e do nada parei com cara de bobo.

Seu nome é Sasuke e ele é o homem mais lindo que conheci em toda minha vida, desde o olhar intenso, que ele carrega nos olhos pretos até aquela boca, que eu queria muito beijar naquele dia.

Eu beijaria aquele homem ou não me chamava Naruto Uzumaki!



“…”



Glossário:

Dar o truque: Desenvolver estratégias para manipular situações em que não há o devido preparo ou conhecimento prévio.

Amapô: mulher, pode chamar também de amapôa.

Tô boa: Okay, beleza.

Coió: apanhar.

Afters: Baladas matutinas, elas costumam abrir às 05:00 até mais ou menos 12:00

Babadeiras: Gíria homossexual referente a algo muito bom



Guia de Lugares:

After Forever: tradicional After, localizado na região central, direcionado a todo tipo de público.

Augusta: rua entre o centro e Zona Sul, da cidade de São Paulo, encontro de pessoas de todas as idades, A Rua Augusta é um lugar de pluralidade, lá vai todo o tipo de gente.

Rua Oscar Freire: rua atrás da Augusta, que tem um grande aglomerado de pessoas em barzinhos e baladas.

Da’loca/Aloca: balada LGBTQ+ onde rola de tudo, de pancadão a anos 80. Umas das mais pesadas, quando refiro a rolar de tudo é tudo mesmo.

Praça do Pôr do Sol: praça em Pinheiros, onde pessoas vão assistir o pôr do sol, fazer piqueniques noturno e um monte de outras coisas.

Gazzetta: estação de rádio fm, em que seu prédio é um dos mais antigos da Paulista, ele serve também como ponto de referência para encontros, já que como citado no texto possui grandes escadarias, pessoas se reúnem ali, até mesmo estudam no lugar.

Liberdade e República: bairros da região central de São Paulo.

Avenida Paulista: avenida mais importante de SP é conhecida como seu coração.



***


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4. Dezember 2018 21:32 4 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Liah Campos Liah Campos
Descobri seu perfil no Inks e Wattpad recentemente e estou fazendo uma verdadeira maratona de fanfics suas, pois estou simplesmente apaixonada pela sua escrita! *o* Sobre o capítulo, nossa! Talvez não tenha sido sua intenção, mas me deixou muito anima para conhecer mais de SP. Principalmente por ter me mudado recentemente para cá e ainda não conhecer nada (e infelizmente não ter alguém para me "guiar" rs). Fiquei mega feliz por ter feito esse tour turístico com personagens que amo tanto. <3
January 24, 2019, 18:05

  • Franky  Ashcar Franky Ashcar
    Olá Liah, tudo bem? Seja bem-vinda ao meu mundinho! Nossa eu fiquei tão feliz ontem com o seu comentário, que sai mostrando para todo mundo e colando na testa, obrigada pela gentileza e eu estou feliz em saber que minha escrita te agradou tanto que você está maratonando minhas estórias! (: Na verdade minha intenção era essa mesma, mostrar como eu enxergo e amo São Paulo, e fico feliz de que tenha te dado ânimo por conhecer parte da minha vida por longos anos! Bem-vinda, também a São Paulo! Se quiser fazer um tour está convidada, só não prometo os mesmos lugares que o Naruto narrou, porque a maioria já nem existem mais ou foram alterados ao longo dos anos, como a Avenida Paulista que cometeram um crime horroroso com ela, mas conheço de cabo a rabo cada museu, barzinhos, parque ou praça de Leste, Centro e Norte da cidade. Assim como posso te mostrar minhas ruas preferidas por causa da arquitetura! <3 Obrigada pelo tempinho que você tirou para minhas histórias e pelo lindo comentário carinhoso! <3 January 25, 2019, 17:32
Di Angelo Di Angelo
Olha só. Olha só ela com todo seu esplendor me fazendo ler Sasunaru depois de um bloqueio com esse shipp. Olha que eu amei o Naruto e todo o desabafo sobre a ex vida. SakuIno não apareceu muito e talvez nem apareça tanto, mas já tô aqui apaixonada nelas. Tinha mais coisas pra falar mais eu esqueci quando comecei a escrever, por enquanto é só isso e minhas risadas com esse Naruto.
December 04, 2018, 22:37

  • Franky  Ashcar Franky Ashcar
    Olha só olha só, ela com todo seu esplendor, bloqueada com SNS fazendo as honras, pq nosso relacionamento é solido de mais para ranço por shipp. Chupa essa sociedade! hahaha Eu nem sei porque meti elas aqui, serio, tô plotando tudo muito errado esses tempos, fazer o que. Amo essas duas que se eu pudesse colava na testa, sabe né? Narutinho todo do jeito que eu gosto, sem nenhuma vergonha na cara. Ain meu Deus, Ester! como ousa! Gracias por abrir uma exceção para mim! Eu tenho ou não a melhor marida do mundo para chamar de minha? Beijinhos <3 December 20, 2018, 13:04
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