luainouee Lua Inoue ☽

Sakura era uma jovem e promissora cientista fascinada pela busca e pesquisas da vida alienígena, uma vida de dedicação e amor ao trabalho que talvez pudessem estar com os dias contados. Mesmo passando por um turbilhão de sentimentos e problemas, ela não desistiria de achar suas respostas.


Fan-Fiction Anime/Manga Nur für über 18-Jährige.

#naruto #sakura
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Superficial

Cinco horas da manhã e o despertador tocava sem falha.

— Só mais cinco minutinhos.

Repetia freneticamente em minha mente como se aqueles poucos minutos fossem resolver a correria do dia. Fechava os olhos e tentava relaxar mais um pouco, não pensando no quanto de estresse teria pela frente. O emprego sugava quase toda minha energia, mas sem dúvidas meu pai era responsável por me esgotar por completo.

— Não!

Tinha dias que o cansaço era tanto que eu ficava no automático, meu corpo descansava mas minha mente ainda continuava ativa. Foi exatamente o que aconteceu, enquanto fiquei tentando relaxar nos cincos minutos restantes, não percebia que passavam mais de vinte minutos. Já acordava em cima da hora pro trabalho, correndo pra lá e pra cá sem saber o que fazer primeiro. Me arrumava o mais rápido que podia, e era nítido que tinha sido ás pressas pois sempre colocava uma roupa amassada, não passava maquiagem, tampouco tomava café.

— Papai por que não me acordou? - ele sempre acordava cedo, era hábito. Fazia o café da manhã e lia seu jornal, e sempre antes de eu sair pra trabalhar falava coisas desmotivadoras sobre meu emprego, que o que eu fazia era besteira, por isso que se eu me atrasasse ele nunca me chamava.

— Bom dia pra você também Sakura.

— Eu realmente não entendo sabe pai, o senhor tem a plena consciência de que eu daria a vida pelo meu emprego, mas mesmo assim continua não aceitando, por quê? É tão difícil assim?

— Filha, só quero que seja feliz fazendo o que gosta...

— Mas eu faço o que gosto!

— Eu digo algo que seja normal, algo que não seja obsessão.

— Ser cientista é ser anormal ou obsessiva? Não entendi.

Meu pai ria enquanto coçava a cabeça e tomava seu café, ele me estressava quando começava a rir e não explicava as coisas. Eu fiquei parada esperando uma resposta sua, mas percebi que nada sairia de sua boca. Era frustrante não ter o apoio do próprio pai, ainda mais sabendo que os pais dos meus colegas de trabalho tinham orgulho deles.

— Ora ora, logo cedo uma discussão dessas. Sakura não ligue pro seu pai e vá logo que já está atrasada.

— Tudo bem, desculpe se te acordamos mamãe. Até mais.

Abraçava minha mãe ao sair, enquanto meu pai não fazia questão de tirar os olhos do jornal, mas sempre percebia que ao fechar a porta da casa ele erguia os olhos pra ver eu sair. Nem sempre foi assim, claro meu pai sempre foi irritante, principalmente quando o assunto trata-se de piadas sem graça, mas sempre conversamos, sempre nos apoiamos. As coisas mudaram mesmo quando disse qual profissão queria seguir, de início ele aceitou pois pensou que eu mudaria de ideia com o decorrer dos semestres na faculdade, foi quando meu estágio começou é que ele percebeu que era sério. Na verdade sempre foi, ele apenas nunca aceitou de fato. No meio disso tudo minha mãe sempre foi neutra, ela que era toda explosiva agora apaziguava nossas discussões. O sonho de meu pai era que eu fosse médica, coisa que até os meus dezesseis anos eu dizia com veemência que seria, mas com a chegada dos vestibulares, testes vocacionais, e muita pesquisa pra ter certeza do que eu queria pra minha vida, eu mudei de ideia. Creio que toda essa raiva que ele tem é por minha mãe ter ficado doente, e eu ter escolhido outra profissão, como se eu pudesse ter a cura que os outros médicos não conseguem diagnosticar para ela. Ele diz que eu prefiro brincar de procurar vidas em outros planetas, do que salvar as que sabemos com certeza que existem. Patético.

Ah! Como era cansativo ficar pensando nessas coisas antes de trabalhar, normalmente é sempre quando chego em casa.

— Caramba! - Olhei pra uma vitrine e minha aparência estava realmente horrível, olheiras enormes. Precisava de um café urgentemente. Eu sempre comprava no mesmo lugar, não sei se por gostar do café ou da bunda do atendente. E que bunda...

Quando eu apontava na porta ele já abria um largo sorriso, e eu retribuía timidamente. Eu não queria dar na cara que comprava café ali porque achava ele gostoso, tampouco queria arrumar encrenca com a namorada dele. Se é que eles eram namorados, mas era estranho como aquela garota vivia grudada junto dele, parecia carrapato.

— Bom dia Sakura, o de sempre? - Sim, ele sabia o meu nome, algo bem intimo pra quem compra café uma ou duas vezes na semana.

— Sim Naruto, o de sempre por favor.

Eu sabia seu nome porquê estava em seu crachá, mas pra mim era o suficiente no momento. Nunca podíamos conversar, eu só comprava café quando discutia com meu pai, e ele obviamente por estar em horário de trabalho, então eu me conformava. Mas era incrível a vontade que eu tinha de pelo menos conversar cinco minutos com ele, Naruto me passava uma paz e tranquilidade incrível, e aquilo eu não tinha faz tempo.

— Está aqui, espero que goste. – ele me entregava o café sorrindo.

Eu tomava um gole pra conferir o sabor, e depois de sorrir e dizer que estava perfeito via sua cara de satisfação. Na verdade ele sempre fazia do jeitinho que eu gostava porque já sabia, mas parece que ele sempre buscava minha aprovação. Parece mesmo que fazia de propósito tudo aquilo, as palavras, o sorriso, o café do jeito que eu amava.

Mas como nem tudo eram flores, chegava a pior parte, a hora de pagar. Sua ‘namorada’ era atendente do caixa e sempre me fuzilava com os olhos, também pudera seu possível 'namorado' era um tanto quanto gentil comigo. Sinceramente as vezes achava que era apenas isso, gentileza, em contrapartida tinha vezes que eu jurava que ele estava flertando.

— Tudo certo então, até mais e obrigada.

Enquanto eu saia ambos acenavam, e depois conversavam alegremente. Eu sinceramente não queria estragar um relacionamento por sentir atração física, mas se fosse o caso tenho certeza que seria recíproco, e além do mais nem sabia se eles realmente eram namorados.

Chegava ao metrô e só restava o copo vazio e as lembranças. Mais meia hora e minha cabeça estaria ocupada com muito serviço, finalmente não pensaria em mais nada que não valesse a pena. Nem em sorrisos, tampouco bundas gostosas.

...

Eu era uma das primeiras a chegar, pois sempre organizava as coisas não só pra mim mas pra todos os superiores. Na verdade meu estágio já havia acabado, mas como eles não conseguiam um substituto eu ainda estava encarregada dessas pequenas tarefas. Eu não me importava pois gostava do meu trabalho, além de que tinha competência para tal. O problema eram os atrasos que vinha acontecendo recentemente devido as frequentes discussões com meu pai, a qualquer momento eu poderia ter um ataque dos nervos. E lá estava exatamente quinze minutos atrasada, só pensava na minha mentora dando mais uma advertência.

Comecei a organizar rapidamente as coisas, claro que não daria tempo de arrumar tudo, mas pelo menos não estaria tudo por fazer quando todos chegassem.

— Sakura? – Eu levei um susto e dei um pequeno grito indo pra trás, derrubando todos os livros da pessoa que se encontrava atrás de mim.

— Ah! Kakashi, é você. - eu suspirei aliviada, pois até então era para eu estar sozinha aqui, tirando os guardas e a secretária.

— Desculpe pelo susto. - ele olhava em volta, coçava a cabeça até que finalmente falou. - Não se preocupe que eu já organizei os papéis pro pessoal lá de cima, na verdade eu preciso falar com você.

Estava pegando seus livros do chão quando ele falou isso eu paralisei, mas tinha que pelo menos disfarçar. Obviamente estava com medo, Kakashi era um dos superiores aqui e sabia dos meus atrasos, e agora além de querer conversar comigo diz que já fez o serviço que era pra eu fazer.

Eu não dizia absolutamente nada, esperava apenas ele se pronunciar.

— Bom você com certeza sabe que é sobre seus atrasos certo? - apenas consenti com a cabeça - Então, tem pessoas aqui que querem sua demissão, mas você é a nossa cientista mais jovem e mais proficiente em pesquisas sobre vida fora da terra. Eu não quero que isso aconteça com você, mas vai do seu esforço em aproveitar essa chance que eu estou te dando. Sabe também que ninguém pode saber disso né?

Eu já nem conseguia mais responder, tampouco processar aquilo tudo. Sabia que devido ao esgotamento que estava logo eu teria uma crise de ansiedade, mas não queria que fosse dessa forma. Na verdade não queria de nenhuma forma, mas no meu emprego seria pior.

— Por favor Sakura, o que está acontecendo?

Eu não conseguia respirar, e as lágrimas escorriam rapidamente. Kakashi percebeu que eu estava mal, então trouxe um copo de água. Eu pensava em toda minha pesquisa, nos anos que levei pra descobrir coisas que pra mídia pareciam insignificantes, mas que para mim eram respostas. Trabalhava no melhor centro de pesquisas, e de repente me via saindo daquele lugar com recursos inimagináveis.

— Sakura fique calma, você ainda não foi demitida, e nem será, basta cumprir seus horários, está bem? - Kakashi ergueu meu queixo fazendo nossos olhos se encontrarem - eu disse, está bem??

Eu apenas concordei com a cabeça, e quando ele sorriu pude sentir confiança de que meu emprego estava salvo. Kakashi gostava das minhas pesquisas, ele e minha mentora eram meus maiores apoiadores, sempre confiavam em mim e na minha capacidade, exatamente por isso apostaram todas suas fichas quando eu ainda era uma simples estagiária.

— Ok, Sakura lava esse rosto e toma alguma coisa, eles já devem estar chegando. - quando disse isso Kakashi passou a mão limpando minhas lágrimas, e colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Alguém entrou na sala batendo palmas.

— Posso saber o que está acontecendo? - Kakashi virou-se assustado, mas logo respondeu.

— Sakura teve uma crise de ansiedade.

— É mesmo, será que é por que não faz seu trabalho direito ou por que você quis designar uma tarefa nova a ela?

— Mas o que você está insinuando?

— Nada não, apenas quero que os cientistas daqui fiquem por merecimento, não por pena, tampouco por ‘serviços extras’.

— Seu canalha... - Kakashi partiu pra cima de Sasori, mas eu o impedi, aquilo poderia gerar ainda mais problemas e eu tinha certeza que era isso que ele queria. Sasori odiava Kakashi, por tudo que ele era e representava.

O dia estava sendo extremamente estressante. Comecei com uma discussão em casa, depois com a notícia que a maioria dos meus colegas querem que eu seja demitida, e agora com insinuações de que só tenho o emprego porquê transo com meu superior.

— Você está melhor Sakura?

— Vou ficar bem, obrigada Kakashi.

— Vocês sabem que eu preciso reportar isso né?

— Pois então pode fazer isso agora mesmo Sasori. - era minha mentora.

— Não é nada Tsunade, só estava brincando com ambos.

— Chega de brincadeiras, vamos ao trabalho!

Minha mentora havia chegado na hora certa, não sei até que ponto aquela discussão iria, ainda mais por Sasori e Kakashi não se darem bem. Sasori odiava Kakashi pois era sempre ele que refutava algo em suas pesquisas, era sempre ele que achava uma brecha.

— Sakura, preciso que vá até minha sala, precisamos conversar. - Tsunade parecia não estar em seus melhores dias, era melhor eu ir logo.

Eu não sabia como agir, ainda estava com o rosto sujo devido ao choro, ainda me sentia mal, e agora enfrentaria Tsunade, minha mentora.

— Não precisa ficar nervosa, só quero que diga o que está realmente acontecendo? Sabe que me preocupo com você, já fazem três anos que estamos juntas nessa, eu quero te ajudar.

Parecia que na realidade eu estava sendo julgada, que dependendo minha resposta eu seria demitida na hora.

— Vamos Sakura...

Eu suspirei fundo, parecia besteira mas eu teria que falar afinal.

— É apenas discussões com meu pai, ele não apoia o que faço, acha que é apenas uma obsessão de adolescente.

— Então é isso, eu compreendo. Olha vou ser bem sincera com você, não é apenas seu pai que acha que sua devoção pelo trabalho é obsessão...

— O que você está falando, quem pensa essas asneiras sobre mim? - aquele dia já estava uma merda mesmo, erguer a voz e interromper minha mentora seria apenas mais um dos problemas.

— Fique calma, você sabe que aqui a maioria sente inveja por você ser jovem e ter uma vasta pesquisa conclusiva sobre vida fora da terra. Você sabe que existem pessoas aqui que estão mais de vinte anos e não conseguiram nem um por cento do que você conseguiu, então é normal.

— Eu sei, eu sei... - eu dei uma pequena pausa, não sabia se devia falar ou não, mas ela continuou me olhando esperando eu terminar. - A senhora sabe que eu amo isso aqui, eu trabalho de domingo a domingo, é algo que eu nem preciso fazer, mas faço porque cada dia que passa encontro mais respostas, faço porquê sei que ainda encontrarei algo que todos procuram.

— Sim, tenho plena certeza disso e, admiro sua força de vontade. É por isso que eu e Kakashi apostamos tanto em você, passando você de estagiária para efetiva. Nós sabemos que você ainda tem muito a oferecer, mas de fato os atrasos fizeram com que essa galera que sente inveja recorressem para que você fosse demitida.

— Eu sei que vacilei por esses dias, prometo não acontecer mais e, espero que vocês logo encontrem o substituto, assim poderei focar cem por cento do meu tempo somente as minhas pesquisas.

— Desculpe Sakura, sei exatamente que essas tarefas não são mais suas, mas fique calma que tudo se ajeitará, nós seguimos as regras mas sabemos quando algo é certo e errado. Você ficara conosco.

— Obrigada. - Finalmente me sentia aliviada, tinha dois dos superiores ao meu lado.

— Mais uma coisa, você vai tirar pelo menos uma semana de férias.

— Não, isso é muito tempo, eu tenho muito o que fazer e ...

— Sakura, isso não foi um pedido foi uma ordem, nesses três anos aqui você vem trabalhando freneticamente, tá na hora do descanso.

— Acho que não tenho escolha.

— Não mesmo, mas hoje você ainda pode trabalhar normalmente, amanhã começa seu descanso. - Sai da sala meio cabisbaixa, era nítido, mas Tsunade tinha razão quando disse que necessitava de uma pausa, eram três anos diretos no trabalho, claro que por vontade própria.

Quando cheguei a minha mesa percebi que todos os subordinados de Sasori se olhavam entre si e falavam algo, com certeza aquele verme ruivo devia ter falado algo sobre o que viu entre eu e Kakashi e distorcido tudo, agora sim eles teriam motivos para querer minha demissão. Era hora de colocar a mente no lugar, pensar somente nas descobertas do novo dia. Eu sabia que só estava aqui ainda pelo minha capacidade. Então finalmente uma hora depois eu finalmente começaria meu trabalho, que dia mais bagunçado. Colocava meu jaleco e esticava meus braços até o mais alto que podia, amarrava meu cabelo e começava.

Analisando os dados dos últimos dias percebi que minha pesquisa estava estagnada no último mês, não tinha recebido nenhum outro sinal da Ross 128, uma estrela a uma distância de 11,01 anos-luz da Terra. E agora com essa pausa ficaria ainda mais atrasada as coisas...

Alguém pegou em meu ombro, parece que não conseguiria trabalhar em paz hoje.

— Sasori?

— Dr. Sasori, não se esqueça disso, agora vamos preciso falar com você Sakura.

Era só o que faltava, eu odiava esse cara, sempre sentia algo ruim emanando dele. Seu sorriso era cínico e dissimulado, por trás da pose de bom moço para seus subordinados eu tinha certeza que algo podre se escondia. Chegando ao primeiro andar onde ficava a sala de reuniões vi que nosso chefe estava lá, assim como Kakashi. Agora tinha certeza do que era aquilo tudo, Sasori tinha armado alguma coisa.

Entrei na sala com as pernas bambas, encarava Kakashi e nosso chefe com aflição. O que será que viria agora?

16. September 2018 06:37 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Fortsetzung folgt… Neues Kapitel Alle 30 Tage.

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