jongfuckin Leticia ㅤ

Baekhyun não tinha certeza se era incomum o suficiente pra resistir ao charme tão injusto de Kim Jongin. [K A I B A E K]


Fan-Fiction Nur für über 18-Jährige.

#kaibaek #baekai #exo #baekhyun #kai #jongin
Kurzgeschichte
8
5.5k ABRUFE
Im Fortschritt
Lesezeit
AA Teilen

Parte 1.

Baekhyun sempre se considerou uma pessoa normal porque tinha os cinco dedos nas duas mãos, cabelo, dentes, uma casa, família, emprego e vontade de fazer sexo de vez em quando.

Entretanto, se formos seguir ao pé da letra a definição do dicionário, normal é "que é usual, comum; natural." e Byun Baekhyun não tinha absolutamente nada de comum.

Comum é passar reto na calçada enquanto alguém está ali, ao relento, pedindo por algumas moedas e ganhando pouco mais que apenas alguns olhares de desprezo. Outros, de pena. Baekhyun fazia questão de tirar uma nota da carteira e mostrar um sorriso contente ao cumprimentar quem quer que estivesse sentado à beira da calçada, visitava orfanatos ao menos três vezes ao ano e, além de tudo, destinava uma parte do salário a doações para algumas instituições que ajudavam animais e crianças.

Comum era seguir o caminho de casa ao trabalho sem nem olhar para o rosto de ninguém, os fones brancos enfiados nos ouvidos tocando uma música alta só pra garantir que ninguém ia encher o saco com qualquer conversa fútil no metrô enquanto a única vontade que restava era uma soneca rápida . Baekhyun distribuía “bom dia”s durante todo o trajeto, parava na esquina para acariciar as orelhas do cachorrinho que dormia encolhido sobre um pedaço de papelão e ouvia a história de vida completa das senhoras que sentavam ao seu lado. Até puxava assunto se o delas acabasse, o que era bem difícil de acontecer.

Comum era pedir café preto sem açúcar na Starbucks e quando o atendente perguntasse "mais alguma coisa?", retrucar com um "não, só isso" e prosseguir até o cantinho da cafeteria até que o nome fosse chamado para poder prosseguir o dia. Byun pedia suco detox às oito da manhã e quando ouvia "mais alguma coisa?", pensava por uns cinco segundos pra soltar, divertido: "quem sabe um abraço?", só para fazer um sorrisinho, por menor que fosse, aparecer na carranca fechada daqueles que trabalhavam ali. Ainda fazia questão de apoiar-se no balcão e perguntar como estava sendo a manhã do funcionário que preparava sua bebida, enchendo seus ouvidos com perguntas bobas sobre a última vez que o novo colega fora ao cinema ou qual era sua cor favorita.

Comum era juntar uma grana boa durante trabalhos bobos na adolescência, se mudar para um apartamento que poderia ser comparado a uma caixa de fósforos e se empenhar na faculdade até conseguir um emprego digno que pagasse a cobertura do bairro mais caro da cidade. Ou ao menos sonhar com isso. Baekhyun até que fez o mesmo, mas cedeu um espaço no apartamento pequeno ao amigo de anos, Sehun, que era mais novo e não aguentava mais passar seus dias na casa que dividia com os pais.

Comum seria cobrar alguma coisa por isso, mas nunca sequer pediu pra rachar uma conta de luz com o amigo.

Eram vizinhos, viraram amigos e, depois, colegas de apartamento.

Baekhyun já havia terminado a faculdade e Sehun estava no terceiro ano do seu curso de contabilidade quando o mais novo trocou de emprego para que alugassem um lugar mais espaçoso. É óbvio que o baixinho nunca havia cobrado, mas não demorou muito até que Sehun sentisse a injustiça de não pagar nada e arrumasse um bico num barzinho ali perto para dividir o aluguel.

A verdade é que Sehun só queria mais espaço porque havia começado a namorar e Baekhyun era incomum demais pra reclamar dos gemidos discretos que conseguiam escapar pelas paredes finas, mas o maior sentia-se desconfortável com aquilo.

A tal namorada era uma graça, bastante tímida, mas nunca deixou de ser simpática com o baixinho. Baekhyun nem deixava que sua timidez atrapalhasse suas conversas bobas sobre ufologia — a paixão que os dois descobriram ter em comum — e culinária. Ele adorava quando a pequena ia visitá-los, nunca havia se incomodado, sinceramente. Mas já que Sehun fazia tanta questão, mal não iria fazer. Um apartamento enorme para cuidar das suas plantinhas e quem sabe adotar um gatinho, um cachorro de porte pequeno que não fizesse tanto barulho, talvez? Tantos animaizinhos jogados ao léu e o baixinho se sentiria a pessoa mais sortuda do mundo se pudesse ao menos ter um.

Baekhyun não tinha mesmo nada que o prendesse ao outro apartamento. Apesar de ser todo sorrisos para todo mundo, não tinha muitos amigos além de Sehun e Kyungsoo, que os visitava com freqüência. O novo apartamento também o abrigaria melhor, afinal era com muito pesar no coração que Byun via o amigo dormir no sofá de vez em quando, cada vez que resolvia passar a noite.

E, mesmo que fosse um pouco mais longe para Kyungsoo visitar, era mais perto da faculdade e o amigo poderia se acomodar por lá quantas vezes quisesse. Principalmente porque Kyungsoo tinha se formado em gastronomia e cuidava de um restaurante a beira da universidade. Apesar de ser famoso pelos petiscos deliciosos e a cerveja mais gelada daquela rua, o chefe Do fazia umas misturas com queijo e molho branco que conquistaria qualquer paladar. Não era a toa que vez ou outra Baekhyun fazia charminho para que o amigo viesse no domingo bagunçar a cozinha do apartamento miúdo com suas receitas deliciosas.

Byun, por sua vez, havia se formado em jornalismo. Nada mais justo, já que era ótimo com comunicação. Seu objetivo era o jornal das 22h, um âncora famoso, todo sorrisos e simpatia para as câmeras da emissora de notícias. Entretanto, tinha que se contentar com a redação do jornal impresso, vez ou outra ganhando o destaque que almejava nas folhas frontais. Era raro, mas já fazia seu dia.

Trabalhar com redação nunca foi fácil e não era exatamente gratificante, mas estava tudo bem para o Byun. O pouco de nervoso que passava durante o dia era compensado pelas conversas animadas no elevador ou as fofocas que compartilhava com os colegas do jornal local, que sempre tinham uma história nova para contar. Baekhyun era adorado por todos, até os que torceram o nariz quando entrou na empresa como estagiário e subiu de cargo mais rápido do que o normal acabaram se apaixonando pela personalidade agitada que ele exibia por aí. Mau humor nenhum resistia a um “bom dia” sorridente do baixinho quando chegava no trabalho entregando chicletes de menta recheados para todo mundo.

O único problema com o apartamento novo tinha nome, sobrenome e um sorriso injusto demais pra ser de verdade.

Kim Jongin.

O melhor amigo que Sehun trazia nas bagagens da vida morava exatamente ao lado do apartamento que iam alugar. É óbvio que houve recomendação para o síndico, tudo ficaria mais fácil, inclusive ganharam um desconto porque o moreno era um ótimo inquilino e jurou de pés juntos que Baekhyun e Sehun também seriam. Todavia, o garoto era um abusado que adorava encher a paciência do baixinho com suas cantadas e investidas nada discretas. Era mais raro quando não moravam ali perto, Baekhyun mal o via. Contudo, morando injustamenteao lado daquele pedaço de pecado, o baixinho sabia que estava bem ferrado.

Quando abriu a porta depois de soada três vezes a campainha e deu de cara com o garoto parado na porta com um balde de frango frito, alegando ser um "presente de boas vindas", Baekhyun não teve outra saída além de respirar fundo e deixar o maior entrar.

— Isso aí é uma granada de gordura. Sabe que vai fazer mal pro seu coração?

— Conheço um cara que já tá fazendo.

Baekhyun soprou um riso divertido e se jogou ao lado do mais novo no sofá.

— Falando sério, não devia comer essas coisas.

— Tá oferecendo opções? — Sorriu, malicioso.

— Você não desiste?

— Janta comigo, vai. — Empurrou o balde de levinho na direção de Baekhyun. — Eu sei que você gosta, Sehun já me contou.

— Sehun... — Suspirou, fechando os olhos e massageando a testa em busca de paciência. — Olha, num é só porque eu gosto que isso fica mais saudável.

— Preocupado com a minha saúde, isso já é um avanço na nossa relação. — Animado, levou uma almofada na cara e gargalhou.

Baekhyun acabou se acomodando no sofá pra comer os franguinhos cheio de óleo que Jongin havia trazido e o mais novo resolveu se comportar durante o tempo que comiam e um filme de comédia passava na TV.

Quando Sehun chegou com Yerim ao seu lado, sorriu sem discrição nenhuma ao ver os dois amigos quase juntinhos no sofá e cochichou para a namorada que fossem para o quarto, deixar os dois sozinhos ali. Um "cheguei, hyung" foi o suficiente, além de um oizinho acenado da garota mais nova, antes que se enfiassem corredor adentro e não aparecessem mais por ali pelo resto da noite.

Quando acabaram de comer, Jongin estava encostado no sofá e virou o rosto na direção do mais velho, sorrindo com o cantinho da boca. Baekhyun até tinha percebido e estava quase deixando-se ficar tímido, mas resolveu se levantar e jogar fora o balde vazio no lixo da cozinha.

Jongin o seguiu.

— Hyung... — Baekhyun suspirou, paciente. — Tô com saudade do seu beijo, isso não é legal.

Encarou Jongin com o canto dos olhos e sorriu meio acanhado.

— Beijo? Que beijo?

— Aquele que você me deu no meu sonho. — Fez beicinho, arrancando uma risada do mais velho. — Gosto quando te faço rir.

— Vai pra casa, Jongin. Tá tarde.

Seguindo a linha do incomum, Baekhyun nunca fora de ficar tímido sobre absolutamente nada. Além disso, não era de tratar ninguém mal, mas Jongin era tão... Tão Jongin! O pequeno não conseguia controlar a vermelhidão das suas bochechas quando o moreno estava por perto porque ele era tão injustamente bonito e estava tão injustamente afim de dar uns beijos em sua boca.

A rejeição vinha só por conta das palavras que Sehun soltava pra lá e pra cá de vez em quando, julgando o melhor amigo por não aquietar, viver em festas, sair com várias pessoas ao mesmo tempo. Baekhyun não queria fazer parte daquilo. Não é que não se sentisse atraído pelo moreno. Isso, na verdade, era impossível. Mas ter um coração partido não fazia exatamente parte dos seus planos, era muito contente e amigo da vida pra ficar choramingando pelos cantos por ser machucado por um garoto qualquer. Então, decidiu que não, não gostava de Jongin e, nunca, jamais deixaria o garoto roubar um beijo de seus lábios, muito menos qualquer outra coisa que o moreno estivesse pensando em roubar.

— Não posso ficar mais um pouquinho com você? — Baekhyun jurou ouvir muita manha na voz do mais novo e o coração quase derreteu dentro do peito. Quase. — Você não trabalha amanhã mesmo...

— Você nem gosta de série policial pra ficar aqui assistindo comigo.

— Você não tá vendo série policial.

— Mas... Eu vou ver.

Jongin riu.

— Sabia que eu tenho muito respeito por quem não quer ficar comigo? Não abuso de ninguém, se a pessoa realmente não quiser, então ela não quer.

— E daí?

— Não tá se perguntando por que ainda não te deixei em paz?

— Não sei, vai ver você é masoquista e gosta de ouvir não.

— Você fica nervoso comigo.

— Que?!

— Suas bochechas ficam vermelhas. — Se aproximou devagarinho, aprisionando o corpo do mais velho entre o seu e o balcão da cozinha. Baekhyun até tentou recuar um passo, mas deu um encontrão no mármore gelado. — Às vezes até treme. Vive encarando a minha boca. Você gosta de mim, hyung.

Baekhyun tentava se convencer de que a respiração pesada era só porque Jongin estava pressionando-o e não tinha ninguém por perto para salvá-lo daquela situação.

— Você tá doido. — Retrucou, somente, e Jongin soprou um riso.

— Pode se fazer de difícil, eu gosto. — Estalou um beijinho na bochecha do menor, fazendo-o cerrar os olhos por breves segundos e se afastando, em seguida. — Mas uma hora eu te faço baixar a guarda e consigo o meu beijo.

O pequeno sorriu de canto. Não duvidava nem um pouquinho das palavras do mais novo e queria se dar uns tapas por isso.

— Vai sonhando. — E aproveitou a deixa para sair da cozinha antes que o maior inventasse de prendê-lo contra outra parede.

Jongin o acompanhou, o riso travesso fazendo seu coração bater mais forte. Que droga, Baekhyun.

Apesar de tudo, Byun achava divertido todo aquele jogo com Jongin. O moreno atiçava tantas vontades e aquela personalidade difícil que era como se estivessem num mundinho só deles. E queria socar a própria cara por simplesmente gostar de qualquer coisa que envolvesse aquele garoto.

Jongin era o melhor amigo galinha do Sehun que adorava encher sua paciência e testar o seu controle, mais nada. Seus lábios nem eram tão atraentes assim, suas mãos não eram macias e seu abraço nem era tão gostoso. Aquela voz também não tinha nada de tão interessante, nem sua risada que era uma gracinha ou o seu cabelo tão bem arrumado. E quando ele resolvia fazer aquele topete? Ah... Ok, defeitos. Kim Jongin era cheio de defeitos para Baekhyun, mais nada.

— Então... Eu posso ficar? — Indagou de mansinho, aproximando-se do sofá onde Baekhyun havia se acomodado outra vez.

— Eu não vou te beijar.

— Isso é só da boca pra fora. — Riu, sentando-se ao lado do baixinho, mesmo que não tivesse lhe dado a permissão para ficar. — Que tal se a gente conversasse? Você não sabe quase nada sobre mim e nem eu sobre você.

— Quer beijar alguém que nem conhece? — Baekhyun debochou, buscando os óculos de armações finas sobre a mesinha de centro para encaixar na pontinha do nariz.

— Não preciso saber da sua vida pra te achar bonito. — Devolveu.

— Então cê beija todo mundo que acha bonito?

— Por que você é tão mau comigo?

Baekhyun riu e Jongin sorriu em resposta.

— Você é legal. — E isso é ainda mais injusto, completou mentalmente.

— Tá me elogiando, hyung? — Indagou, chocado.

— Pode entender como quiser.

— Eu sei que você é jornalista.

— E...?

— Tô puxando assunto. — Justificou. — Você gosta do que faz?

Baekhyun pensou por um tempinho.

— Gosto. Até que sim... É, gosto sim. — Sorriu.

— Por que tanta hesitação?

O pequeno suspirou e alcançou o controle da televisão, indo em busca do canal de notícias que tinha um âncora tagarelando vinte e quatro horas por dia. Ao ver os olhos maquiados e o cabelo bem penteado da moça do jornal das 23h, sua expressão sonhadora iluminou o rosto todo.

— Eu queria isso.

— A moça do jornal? — Soltou, chocado. Baekhyun gargalhou.

— Não, seu bobo. Apresentar um jornal na TV. Eu só escrevo, entende? — Desabafou. — Isso paga minhas contas e ainda sobra, o que é ótimo. Às vezes quando eu tô na cafeteria alguém me para pra elogiar minha coluna de domingo, isso é legal. Só que o meu sonho, meu sonho de verdade, é isso aí. — Apontou para a TV, a tal Minhee do jornal ironicamente sorrindo na sua direção. Parecia que gritava ao pequeno: eu tenho, você não tem, eu tenho, você não tem. Lá lá lá lá.

— É tão difícil assim conseguir entrar lá?

— É, é sim.

— Aposto que um dia você chega lá. — O sorriso caloroso que Jongin mostrou ao baixinho fez seu coração quase falhar. Que garoto injusto...

— Você pode apostar que eu vou tentar bastante.

— Ainda vou poder te visitar quando for famoso?

— Eu não te dou permissão nem enquanto não sou.

Jongin mostrou uma expressão chocada e o mais velho tampou os lábios com a mão, abafando a risada. Sem dúvida alguma, se divertia — e muito — naquele jogo de maltratar o moreno. Talvez fosse maldade, mas ele merecia. Um pouquinho.

Papo vai, papo vem, Jongin deixou pra lá suas segundas intenções e se deixou mostrar toda aquela curiosidade que tinha sobre tudo em relação a Baekhyun. O menor, por sua vez, também deu asas a sua falta de senso em aproximar-se do moreno charmoso que era o melhor amigo do seu colega de apartamento, mergulhando em suas histórias profundas sobre uma infância complicada, pais ausentes e babás abusivas.

Jongin já tinha escorregado a mão sobre o sofá propositalmente e alcançado os dedinhos do mais velho, brincando com eles entre os seus. O Byun fingia não sentir, só deixou a mão parada e aproveitou a proximidade, as pontinhas dos dedos do mais novo escorregando carinhosas por sua palma e causando arrepios. Devia, mas não se preocupou em negar quando um Jongin, lotado de sono, pediu, manhoso; "posso deitar no seu colo?". E Baekhyun deslizou os dedos por seu cabelo bonito ao que o assunto sobre suas vidas prosseguia, trocavam risos baixos e piadinhas sobre todas as coisas difíceis as quais tiveram e teriam que passar.

— Eu queria mesmo te beijar agora, hyung. De verdade. — Jongin disse, rouco. Talvez pelo sono, talvez porque a lua subia no céu cada vez mais naquela noite e estava tão tarde que se falassem um pouco mais alto que aquilo parecia que acordariam o prédio inteiro. Baekhyun só soprou um riso e fechou os olhos, não tendo a exata noção de quando caiu no sono, mas lembrava-se de acordar e dar de cara com um Jongin cheio de roncos e babas dormindo em suas coxas.

• • •

— Amélia é a mais bonita dentre todas vocês. Isso não é uma crítica pra nenhuma de vocês, é mais pra mim mesmo. Eu devia cuidar melhor, mas é que não tá me sobrando tempo, sabe? E aquele idiota do Jongin, ele... Vem, bagunça as coisas, a minha cabeça. Aí vai embora, não diz nada e nem aparece de novo. Idiota. Eu compartilhei meus sonhos com ele, vocês sabiam? Idiota... — Suspirou, a água do regador indo certeira em cada plantinha que Baekhyun havia pendurado na parede da sacada do novo apartamento. Era quase sagrado que o pequeno as regasse todas as manhãs. Ainda não havia desistido da ideia de ter um animalzinho, mas por enquanto se contentava em tagarelar com suas amiguinhas verdes. — Idiota! Idiota, babaca. Idiota. Ridículo. Idiota.

— Tá falando com as plantas de novo? — Kyungsoo surgiu absolutamente do nada, dando um baita de um susto no amigo que por pouco não caiu pra trás e foi de encontro ao asfalto quente com vários ossos quebrados.

— Que coisa, Soo! Quase você me mata aqui!

O Do riu.

— Me desculpa. Cê tava nervoso aí, xingando mais do que já te ouvi xingar o ano todo. Que que houve?

— Nada, eu só... — Suspirou, estalando a língua no céu da boca. — Nada.

— Você é o amigo mais esquisito que eu tenho. — Reclamou, indo até o parapeito para observar a rua lá embaixo.

— Sabe que isso é um baita elogio, né? — Retrucou, animado, fazendo Kyungsoo rir.

— Aham... — Suspirou. — O que houve, Baek?

Baekhyun terminou de molhar as plantinhas e tirou as luvas de jardinagem enquanto pensava sobre como responder aquela pergunta. Kyungsoo apenas o aguardava com paciência, os braços cruzados cuidando cada movimento do jornalista.

Por fim, o pequeno se jogou na única cadeira macia que ocupava a sacada, mirou o sol, torceu os lábios, resmungou.

— Tô confuso sobre uma coisa... Uma pessoa.

— Tá apaixonado? — Perguntou, interessado.

— Não, não é isso. Eu acho.

— Achei que você tinha prometido não gostar de mais ninguém depois daquele chinês que você namorou.

— É, ele era um idiota... — O Byun mordiscou o próprio polegar, pensativo.

Kyungsoo se ajoelhou a sua frente, buscando seu olhar vago a procura de qualquer sinal de que o amigo estava bem com os próprios sentimentos e que não precisava se preocupar. Mas o que via ali dizia exatamente o contrário.

— Quem é, Baek? Tá confuso por quem?

— Olha, isso não é importante. — Resmungou. — A questão é que... Não posso ficar mexido por conta dessa pessoa. Não posso, sabe? Só não posso.

— Por que não se afasta, então?

— Não dá...

— Sou eu? — Indagou, divertido, amenizando a tensão que invadia os poros do mais velho.

— Mas você é o meu docinho. Eu seria um sortudo se me apaixonasse por você... Por que não me apaixono por você?

— Que o Junmyeon nunca te ouça ou eu apanho. Crime passional.

Ambos riram baixinho e Kyungsoo ofereceu fazer um suco de maçã enquanto deixaria Baekhyun desabafar sobre os sentimentos confusos que tinha dentro do coração. O Byun, por sua vez, se pôs a reclamar sobre como os joguinhos do Idiota — apelido carinhoso que deu ao possível dono de suas insônias, só para não revelar nome, sobrenome e que era seu atual vizinho, para seu azar — faziam sua cabeça girar. Contou que fazia seu coração bater forte e deixava suas bochechas vermelhas, surpreendendo o cozinheiro, que nunca imaginou ver o amigo tímido por causa de ninguém.

— Ele é bonito? — Perguntou, servindo em dois copos grandes o suco que havia acabado de fazer.

— Caramba... — Baekhyun xingou outra vez. — Ele não é bonito, Soo, ele é... Um pecado. Droga, ele é maravilhoso. Tudo nele é bonito, até aquele maldito narizinho de batata e as marquinhas na bochecha quando ele sorri e...

— Ok, entendi. — Riu. — Você sabe que depois de tudo o que me contou agora, eu já sei exatamente quem é que tá mexendo com o teu coração, né?

Baekhyun quase engasgou com o suco.

— Soo...

— Não se deixa levar pelo que ouviu dele. — Sujou o lábio superior com a espuma do suco de maçã ao virar de uma vez, aproveitando o tempo que engolia a bebida para pensar no melhor conselho para dar ao amigo. Baekhyun sempre foi ótimo em ajudá-lo no que quer que fosse, suas palavras confortavam qualquer coração agitado. E, merda, Kyungsoo não fazia a menor ideia de como retribuir, mas sabia bem o que dizer sobre Kim Jongin. — Ele tá sempre te rodeando, investindo. Eu já vi.

— Ele gosta de brincar com as pessoas. Quando conseguir o que quer de mim, vai rodear outro coitado.

— E você já gosta demais dele pra ser só mais um?

Baekhyun suspirou. Odiava ter que admitir aquilo.

— É... Talvez.

• • •

Depois do final de semana todo resmungando pelos cantos, Baekhyun resolveu voltar a andar lado a lado com seu melhor amigo, o bom humor. Enquanto ia do apartamento ao trabalho esbanjava sorrisos calorosos e os tão famosos “bom dia”s que fariam o dia de qualquer pessoa começar bem.

O dia dos namorados se aproximava e seu trabalho para uma edição especial do jornal começava naquele dia. Não que o baixinho entendesse muito sobre dia dos namorados, já que no único o qual passou namorando alguém, foi com o idiota de sotaque chinês e pinta de americano. Um baita de um imbecil.

Seus dedos tamborilavam contra a escrivaninha de madeira enquanto ponderava sobre o que diabos poderia escrever e, depois de muito tempo, resolveu escrever sobre estar solteiro no dia dos namorados. Seu plano era dizer sobre como a data era superestimada e extremamente capitalista, além de como as empresas se aproveitavam disso para vender.

Apagou.

O jornal também queria se aproveitar da data para vender mais números. Aquele texto nunca passaria pela edição.

No fim das contas, Baekhyun sequer conseguiu escolher um tema para escrever quando a hora de ir pra casa marcou o relógio do computador antigo. O pequeno se distraiu com as outras matérias a serem veiculadas e sabia que a cobrança do material para a data especial viria no outro dia, então teria que dar um jeito de pensar em algo quando estivesse em casa.

Voltou cheio de sorrisos e ainda fez questão de comprar o frappuccino que Sehun e Yerim tanto gostavam. Sabia que os dois estariam em casa perto daquela hora, então optou por agradar o estômago dos dois amigos.

Sehun definitivamente era uma pessoa especial, o Byun jamais havia o visto como apenas alguém que morava de favor consigo. Era realmente um amigo, uma companhia importante. Até se sentia feliz por saber que Sehun havia encontrado alguém tão extraordinário quanto ele para estar junto. Yerim era igualmente preciosa, formavam um casal lindo. Talvez Baekhyun devesse escrever sobre os dois...

Ao entrar no apartamento, encontrou os pombinhos beliscando um cachinho de uva na cozinha. Sorriu contente ao encontrá-los ali.

— Cheguei, crianças. Trouxe um mimo. — E se aproximou do balcão, deixando os copos cheios de leite com café gelado com o gostinho preferido de cada um. Yerim amava chocolate e Sehun era louco por morango. Os dois ficaram eufóricos, enchendo os ouvidos do baixinho de elogios e agradecimentos.

— Sabe, em vez de me agradecer, vocês dois podiam me ajudar. — Disse, oportunista.

Sehun riu. Sabia que aquele agrado não viria de graça. Não fora de uma data especial e em plena segunda feira.

— Qual o problema? — Foi Yerim quem perguntou, curiosa.

— O que vocês dois vão fazer no dia dos namorados?

— Quer trazer alguém pra cá? — Foi a vez de Sehun perguntar, todo cheio de malícia na voz.

Baekhyun semicerrou os olhos em sua direção e riu baixo.

— Eu preciso escrever algo sobre o dia dos namorados. — Suspirou, lamentando-se. — Não faço ideia do que...

— Tema livre?

— Uhum.

— Oppa e eu estamos em dúvida do que fazer ainda. Você podia escrever algo com dicas de onde aproveitar o dia dos namorados pra quem também não sabe. Sorveteria, restaurante, parque de diversão, essas coisas.

— Faria sucesso. — Sehun concordou. — A maioria não sabe o que fazer ou pra onde ir.

— Yerim, eu acho que você é... — Mexeu os dedinhos das mãos, como se fosse fogos de artifício estourando nos céus. Ainda fez questão de imitar o barulho com a boca. — Genial!

Deixou a pequena aos sorrisos envolvida num abraço caloroso de Sehun, que a enchia de beijos pelo rosto e pescoço, provavelmente orgulhoso da namorada inteligente que tinha. Baekhyun, por sua vez, optou por tomar um banho demorado e quentinho para se acomodar com um copo de suco de laranja na frente da televisão. Pernas em formato de borboleta sobre o sofá, notebook no colo e óculos posicionados na ponta do nariz. Era hora de trabalhar. Vez ou outra se distraía espiando a TV por cima das lentes de grau, gostava tanto de observar o trabalho dos âncoras do jornal. Parecia até um tiro no peito admirar um trabalho maravilhoso como aquele e pensar que talvez nunca chegasse lá.

Depois de procurar dicas de lugares a se visitar no dia dos namorados na internet e reunir tantas informações que seu cérebro poderia dar pane a qualquer momento, começou a escrever a matéria. O prazo não era tão curto, mas se dissesse na editora que já tinha tema e até um início pronto, provavelmente ganharia créditos e uma reputação ainda mais exemplar.

Estava tão focado nas próprias palavras e nos dedinhos ligeiros que faziam o texto se formar com rapidez na tela que nem notou quando os amigos de Sehun chegaram e se reuniram na mesa da cozinha pra jogar baralho.

Yerim havia ido embora, tinha prova na manhã seguinte e não podia deixar de revisar a matéria sem maiores distrações. Jongin, Zitao e Chanyeol estavam bebericando uma garrafa de cerveja cada um e tentando controlar os gritos a cada rodada vencida para que os vizinhos não reclamassem da barulheira no outro dia.

Baekhyun, alheio a tudo que acontecia por lá, estava perto de terminar a introdução do material quando a última voz que gostaria de ouvir soou alta na sala.

— Cê fica ainda mais bonito todo concentrado assim, sabia, hyung?

Jongin estava parado na porta, braços cruzados, o sorriso conquistador no rosto e... Aquela camisa branca. A vontade que Byun tinha de se estapear cada vez que se via envolvido por qualquer coisa a respeito de Jongin era mil vezes maior quando via o garoto depois do trabalho.

Jongin fazia a mesma faculdade que Sehun e era estagiário num escritório de contabilidade do centro da cidade, por isso estava sempre desfilando com roupas sociais pra lá e pra cá. E Baekhyun... Bem, Baekhyun tinha um fraco por camisas brancas. Principalmente quando era Kim Jongin quem as vestia.

— Ocupadíssimo, Kim.

— Quem é esse tal de Ocupadíssimo Kim e por quê você tá me traindo com ele? — Indagou, divertido, caminhando até o sofá e se sentando bem pertinho de onde Baekhyun estava.

— Que tá fazendo aqui?

— Admirando você.

Baekhyun bem que gostaria de não ter sentido as verdades naquelas palavras, mas o olhar do moreno preso em seu rosto, talvez lábios, talvez pescoço, talvez a pintinha bem pequena que tinha no canto da boca... Jongin parecia querer engoli-lo apenas com o olhar.

— Quando acabar, cê pode me trazer mais suco? O meu acabou. — Mostrou o copo vazio, brincalhão. Só não esperava que o mais novo realmente pegasse o copo e, de bom grado, fosse até a cozinha pegar um pouquinho mais do suco de laranja que descansava na geladeira.

— Tá aqui. — Anunciou assim que voltou com o copo novamente cheio e o entregou de volta às mãos do baixinho.

— Obrigado. — Disse, sincero.

— Obrigado nada. — Se sentou novamente ao lado do mais velho, fazendo seu ombro de travesseiro enquanto tentava espiar a tela do computador. — Agora você me deixa te aproveitar um pouquinho.

— Interesseiro.

— Eu diria esperto.

Baekhyun sorriu. Odiava quando Jongin o fazia sorrir.

— Onde vai passar o dia dos namorados?

— Quer me levar a algum lugar? — Indagou, sedutor. Baekhyun beliscou seu braço como um castigo.

— Tô escrevendo sobre bons lugares pra passar esse dia. Onde você gostaria de passar? Com alguém especial.

— Onde você... Digo, a pessoa, onde a pessoa quisesse. — Jongin deu um jeito de alcançar a mão do mais velho que repousava tranquila sobre o teclado do computador. Acariciou entre os dedos longos devagarinho. — Se você quisesse passar o dia comigo, iríamos onde você quisesse.

— Você é muito cara de pau. — Baekhyun riu, puxando sua mão de volta.

— Você é mais ainda por gostar de mim desse jeito.

— Não gosto.

— Ah não?

— Não.

— Vou fazer questão de te lembrar disso quando você estiver com a boca coladinha na minha. — O sorriso de soslaio que Jongin exibia ao falar estava injustamente perto quando Baekhyun virou o rosto só um pouquinho para repreendê-lo com o olhar. Não conseguia acreditar que estava realmente deixando o mais novo atrapalhar sua concentração para falar aquelas bobagens.

Inflou o peito com paciência ao suspirar sonoramente e voltou sua atenção a tela do computador. Enquanto isso, Jongin mantinha-se encostado ao seu ombro. O pequeno até se sentiria pressionado em escrever com alguém olhando, mas o moreno estava bem distraído com a TV e com a manga do seu pijama. Vez ou outra o ouvia fungar no tecido que cobria seu braço, quase causando cócegas e fazendo-o rir. Não era possível que Jongin realmente existisse.

— O que é aquela barulheira toda na cozinha? — Perguntou, curioso.

— Os caras tão aí jogando.

— E por que cê não tá lá?

— Porque eu tô aqui. Duh.

Baekhyun não se conteve. Deu um peteleco na testa do mais novo, arrancando um riso dos seus lábios.

— Você é muito chato. — Resmungou.

— Na outra noite mesmo você disse que eu era legal. — Cruzou os braços.

— Eu tava sob o efeito de drogas pesadas. — Riu. — Se vai ficar aqui comigo então para de me desconcentrar e me ajuda com isso, vai.

E Jongin ajudou.

Ficou o resto da noite todo largado contra o baixinho que, depois de um tempo, já nem se importava com o fato do moreno estar se aproveitando da proximidade para roubar seu cheiro, deixar um carinho lento na coxa e lhe sorrir assim tão pertinho. Odiou-se por ficar encantado com o romantismo quando Jongin dizia tudo o que poderia fazer e onde poderia levar uma pessoa especial. Apesar de parecer focado em digitar tudo o que ouvia para organizar numa matéria bem feita mais tarde, vez ou outra sorria de canto. Injusto. Idiota e injusto.

— O que você acha de cerejeiras? — Perguntou, a mão que repousava sobre a coxa do mais velho pressionando a pele sobre a calça sem a menor intenção de levar malícia no toque.

— Eu? — Jongin concordou com a cabeça. — São bonitas. Visitei um parque cheio delas quando era criança.

— Então eu vou levar o meu namorado lá. — Sorriu.

— Você tem um?

— Tenho, mas ele não aceita. — Fingiu uma expressão triste, erguendo o rosto para fitar o mais velho um pouquinho melhor. — Vive me negando, sabe?

Baekhyun riu soprado. Não devia entrar naquela brincadeira.

— Por que ainda tá com ele então? — Soltou a sua curiosidade nem tão falsa assim.

— É que, depois de tanto tentar e errar feio com as outras pessoas, eu acho que encontrei a pessoa certa. — Confessou, baixinho. — Você desistiria da pessoa certa se encontrasse ela por aí, hyung?

A essa altura, o baixinho não conseguia desviar o olhar da expressão sincera e manhosa que Jongin mantinha no rosto. E, droga, era tão injusto que ele estivesse tão pertinho, falando tão baixo com aquele tom de voz gostoso de ouvir e a mão injustamente acariciando a coxa do pequeno como quem não quer nada.

— Eu acho que não... — Respondeu, suave.

Jongin chegou a desencostar do ombro que ainda era seu travesseiro e chegar pertinho do rosto do mais velho, que estava todo hipnotizado pelo seu charme. Não que Baekhyun não estivesse se odiando por isso, mas aqueles lábios que pareciam tão macios estavam tão perto dos seus. E as respirações se juntando no ar quando Jongin encostou a testa a sua.

Não poderia existir no universo inteiro momento mais inoportuno para Chanyeol entrar escandaloso na sala dizendo que a cerveja havia acabado. Queria a companhia de Jongin para irem até a conveniência buscar um pouco mais, mas quando deu de cara com os dois tão pertinho, desistiu de pronto. Entretanto, o choque foi suficiente para o baixinho se livrar de todos aqueles pensamentos bobos e vontades idiotas que o invadiram do nada, fechando o computador com força e pisando duro pra fora da sala.

Baekhyun tinha um misto tão doloroso de raiva e vergonha dentro do peito que nem se arrependeu de fugir e se trancar no quarto até que todo mundo desse o fora dali. Raiva de si mesmo por ter quase deixado aquele pedaço de coisa errada tocar seus lábios bem do jeito que ele vinha planejando há tempos e vergonha por ser pego quase fazendo isso por um dos caras que andavam com ele.

E agora, o que os amigos de Sehun pensariam que o Byun era? Mais uma das conquistas de Jongin? E ele se gabaria por isso pros amigos, rindo e se vangloriando dos seus charmes infinitos? Idiota.

O baixinho queria puxar os cabelos e gritar porque, por Deus, quando foi que se enfiou nesse buraco que era odiar Jongin com tanta afeição? Por que se deixou chegar a esse ponto?

Não ia chorar, isso não, mas era só suspiros jogado na cama e fitando o teto com a testa toda enrugada e uma careta de quem não tá afim de fazer nenhum amigo no parquinho.

Baekhyun ouviu o celular vibrar sobre o colchão e não acreditou quando leu a mensagem no aparelho.

Hyung, sai daí.
Não quero ir embora sem seu boa noite.

Rolou os olhos.

Boa noite, Jongin.

• • •

Com três soquinhos na porta, Baekhyun queria se certificar de que Sehun ainda estava acordado. Precisava conversar e não poderia ser com ninguém mais além dele. Bastou ouvir o "tá aberta" vindo do lado de dentro para que o baixinho abrisse a porta meio acanhado e adentrasse o quarto do amigo, a intimidade dos anos que passaram morando juntos permitindo que se enfiasse por entre as cobertas do mais novo e deitasse ali, juntinho dele.

Suspirou pesado antes de procurar os olhos alheios na luz baixa do abajur e encontrá-los encarando-o, compreensivos.

— Qual o problema, hyung? — Perguntou, virando o corpo até que ficasse de frente para o Byun, assim como ele estava.

— Jongin.

— Ele sempre foi problema. — Sorriu.

— Não pra mim. — Se ajeitou no travesseiro, pigarreando. — Tô com medo, Sehun, sei lá.

— Só porque ele gosta de você?

— Só porque eu ainda sou um desafio pra ele. Assim que conseguir o que quer de mim, vai perder o interesse. Eu conheço o tipo.

— Você tem medo de que, hyung? — O maior indagou, parecendo bastante empenhado em ajudar o pequeno.

— Me machucar... — Murmurou. — Me entregar, me acostumar com ele, querer a companhia dele sempre e, de repente, puff. Ele some. Enjoa de mim e vai embora.

— Ele é o meu melhor amigo, não vai sumir daqui. — Descontraiu, ganhando um tapa no ombro e uma careta do mais velho.

— Você entendeu.

— Então dá um beijo nele, se você acha que é só o que ele quer. Um beijo, ele perde o interesse em você, pronto. Você tem paz.

— Acontece que eu acho que não quero que ele me dê paz. — Confessou, sentindo o coração se quebrar em mil pedaços por finalmente admitir em voz alta que queria que Jongin continuasse por perto.

— Hyung... — Sehun respirou fundo. — O Jongin não é um monstro, sabe? Ele tá em cima de você desde sempre e vive falando sobre você, perguntando de você pra mim. Eu nunca vi isso, não vindo dele. Então você só tem duas opções, tá bom? Me ouve bem, eu não vou repetir. Corta conversa com ele, corta qualquer contato pela raiz, ou se entrega de uma vez. Você já gosta dele, mesmo que diga que não. E se você acha que vai se machucar de qualquer jeito, então por quê não aproveitar a felicidade, mesmo que seja curta? É experiência, de qualquer jeito. E eu prometo não te deixar ficar triste por isso se tudo der errado e ele for um imbecil com você. Tá certo?

Baekhyun torcia os lábios ao ouvir Sehun todo adulto, dando conselhos que o baixinho jamais imaginaria ouvir saindo da sua boca. Nunca se enganou em todas as vezes que pensou sobre quão singular o seu colega de apartamento era. Então, sorriu pequenininho e concordou com a cabeça, aliviado em ver a solução dois passos à sua frente. Não que isso não causasse batimentos acelerados e aquela sensação geladinha no estômago, só de pensar no toque dos lábios do moreno nos seus, mas mesmo assim, estaria tudo bem.

Sehun acabou por abraçar o Byun com força no meio das cobertas e caíram no sono entre afagos e cafunés.

De manhã, Baekhyun já sabia o que fazer.

30. Juni 2018 12:29 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
2
Fortsetzung folgt…

Über den Autor

Leticia ㅤ Escritora de gaveta nos finais de semana. Vinte e quatro horas por dia acumulando plots e vontade de escrever. Literalmente.

Kommentiere etwas

Post!
Bisher keine Kommentare. Sei der Erste, der etwas sagt!
~