yoonseok_never Yoon Seok

Yoongi sempre foi um menino fechado e, com o tempo, foi desistindo da vida, se perguntava a cada dia o porquê de ainda estar vivendo, não tinha razões para continuar. Um dia, em um momento de pura coragem, resolveu que colocaria um ponto final nisso, ao se jogar da ponte que dava a saída da cidade. O que ele não esperava era que um ruivo passando por ali iria ver e o impedir de cometer o ato, mesmo dizendo que não tinha motivos para continuar, aquele ruivo – Jung Hoseok – prometeu mostrar que havia muitos motivos para viver a vida. Só é uma pena que nem tudo são flores e nem tudo é para sempre como queremos que seja.


Fan-Fiction Nur für über 18-Jährige.

#suicidio #drama #tragédia #romance #yaoi #shounen_ai #yoonseok #sope #sobi #seokyoon #dor #minyoongi #junghoseok #morte
Kurzgeschichte
7
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Você me fez viver, mesmo estando morto

— Min Yoongi, consultório 32, segundo andar.


E mais uma vez estou nesse lugar, indo para uma sala ver homem gentil que deseja me ajudar, mas eu não preciso de ajuda, e sim de paz.

Cá estou em frente ao consultório que tanto conheço, por causa das sessões, e que não aguento mais esperar passar a hora e assim poder ir embora. Três vezes na semana, uma perda de tempo em minha opinião.

O que você acha que há ali dentro? Eu lhe digo: há uma cadeira acolchoada de frente para porta e na frente dela uma mesa grande com um notebook, porta canetas, um calendário e uma agenda. Atrás disso tudo, há duas poltronas de couro preto que dão de frente para a enorme janela, que mostra o belo centro de Seul. Uma vista encantadora,para ser sincero.

Há cinco passos dessa porta tem um divã também preto e, na frente dele, um pequeno sofá, atrás desse sofá, uma estante com livros, certificados e alguns porta-retratos. Não posso esquecer-me da última coisa e não menos importante: o Doutor Kim SeokJin, que deve estar sentado sua cadeira, olhando para a janela. Esperando que eu entre em seu consultório para assim começar a sessão tortura.

Sempre quando chega esse momento, demoro a tomar a decisão: abrir a porta e começar outra sessão desnecessária ou dar meia volta e retornar para meu pequeno apartamento.

O desejo de fazer a segunda opção é grande, pelo simples fato de não querer estar ali — eu nunca quis isso — e não preciso disso em minha opinião, mas com esse passar dos meses,noto que ela não vale absolutamente nada para as outras pessoas. 

 Mas a vontade de pôr um ponto final nisso é mil vezes maior. O melhor que posso fazer é respirar fundo e enfrentar o que ando guardando para mim nesses três meses.

Finalmente abro a porta e logo de cara o vejo. O mais alto sorri na minha direção e eu me pergunto: “como alguém pode me lembrar tanto a “ele” e ainda ser tão diferente?”Eu não sei responder essa pergunta.

Sempre me deito nesse divã e fico encarando o teto sem dizer uma sequer palavra, mas hoje eu não quero isso. Se for para terminar e me livrar dessa sessão, é melhor abrir o jogo e falar tudo, porém que seja observando a paisagem a minha frente: a cidade de Seul.


— Boa tarde, Yoongi! Como você está se sentindo hoje?


Encaro-o indiferente e ignoro sua pergunta por uns instantes, sigo andando em direção à uma das poltronas, me sento em uma e fico admirando a paisagem a minha frente. Não se passam segundos e sinto a presença do loiro ao meu lado, o silêncio permanece por alguns minutos até que eu decida que já é hora de contar tudo.


— Você sempre me pergunta como estou hoje, o meu silêncio te responde, certo? — Deixo um leve levantar de lábios escapar e percebo que não terei sua resposta. Pelo menos, achei que não receberia.


— Claro que pergunto, cada dia é diferente do outro — diz serenamente, essa serenidade me irrita e me incomoda.


— Para outras pessoas pode até ser, mas ‘pra mim… todos os dias são iguais, você não tem ideia do que é isso.


— E o que seria isso? Qual é a sensação, Yoongi, me fale. — Sinto seu olhar em cima de mim e seu tom de voz curioso e animado. Acho que até eu ficaria animado se depois de um mês e meio de sessões meu paciente começar a falar.


— É vazio... silencioso… doloroso, totalmente mórbido. Faz-te questionar o porquê de ainda estar nesse plano — revelo olhando para minhas pequenas mãos pálidas.


— E por que você ainda está vivo?


— Porque eu prometi.


— Prometeu a quem?


— A Jung Hoseok!


— Quem é Jung Hoseok?


— Desde o início quis e ainda quer saber o porquê de minha mãe marcar essas sessões, não é? — Viro meu rosto em sua direção e vejo o loiro assentindo positivamente.


— Então te contarei o motivo, há nove meses eu conheci alguém. – Faço uma pausa com um sorriso melancólico nos lábios. – Alguém que me tirou dessa vida monótona que levo desde que fiz dezoito anos. Alguém que evitou uma “tragédia” e me fez viver intensamente como nunca pensei em viver, mas infelizmente eu não pude fazer o mesmo por ele — digo observando a movimentação da cidade a nossa frente.



۞ Nove meses atrás ۞



Sabe aquele momento em que tudo na sua vida está uma bosta? A minha está assim há muito tempo e duvido muito que com o tempo vá mudar algo. Estar vivo para mim é algo bem difícil, a cada dia, cada segundo que passa, eu peço que seja o último, o melhor disso tudo é que nem esse pedido é realizado.

Em um ímpeto de coragem, resolvo fazer esse último dia chegar, saio de casa bem cedo e ando em direção àponte de saída da cidade. Ao chegar lá, me sento no parapeito e fico olhando para a água escura abaixo de mim, fico pensando que se eu pular mudará algo na minha vida.

Estou tão preso em meus devaneios que não noto um garoto ruivo gritar montado em cima da moto.


Hey, garoto!


Vá embora.


Você vai pular?


E se eu for? O que você tem a ver com isso? falo de maneira grosseira, irritado com o xeretar do ruivo.


Nada, eu só quero assistir mesmo. Vejo diversão brilhando em seu rosto e isso me deixa curioso e confuso.


Que maluco quer assistir a uma pessoa se suicidar? questiono curioso e só o vejo dar de ombro em relação a essa pergunta.


Nesse tempo que fico confuso sobre isso, mal percebo que era o plano dele para se aproximar e me tirar do parapeito da ponte. Abraça a minha cintura, me tirando dali e me levando para perto de sua moto preta.


Quem te deu o direito de me tirar dali de cima? brigo me remexendo em seus braços.


Ninguém, mas você deveria estar vivendo em vez de ficar querendo a visita da Dona Morte. Aperta os braços em minha volta, mantendo-me mais perto ainda de si.


Não tenho razões para viver. Ergo meu rosto para encará-lo indiferente.


Se você quiser, eu posso te mostrar o quanto viver é divertido.


Eu dispenso sua ajuda.


E eu não aceito não como resposta.


Você é ridículo. Reviro os olhos em relação a sua resposta.


Posso até ser, mas sou muito bonito que acaba eliminando esse adjetivo diz em um tom malicioso e um sorriso ladino nos lábios finos.


Dá pra me soltar? reclamo tentando me soltar dos seus braços.

Só quando me dizer o seu nome.


Yoongi revelo ao conseguir afastar seus braços de mim e pôr uma distância segura entre nós.


Belo nome como o dono. O meu é Hoseok.


Eu pensei que depois daquele dia eu nunca mais o veria, mas pelo visto, o destino mostrou que entre eu e o Hoseok ainda iríamos nos esbarrar bastante no decorrer dos meses.



۞



Oi, tampinha.


Você está me seguindo por acaso?


Que isso, eu só estava passando indo para a cafeteria que tem a duas quadras. Mas aí eu te vi aqui, quietinho lendo seu livro que resolvi dá um “oi”. Sorri em minha direção.


Oi… Já pode ir embora. Reviro os olhos e volto a focar no livro em minhas mãos

Nossa, que grosso, nem condiz com a sua aparência frágil fala com a mão no peito fingindo estar ofendido.



Nunca julgue um livro pela capa.


Realmente não deveria acreditar muito nessa sua beleza encantadora. Pisca um dos olhos ao jogar os fios ruivos para trás.


Fico envergonhado pelo elogio repentino e levanto o livro na altura do meu rosto escondendo minhas bochechas rosadas.


Bom, foi muito bom te rever, Yoongi sussurra e vai embora, me deixando com um pequeno sorriso em lábios.



۞



E voltamos a nos encontrar novamente, na verdade,eu o vi, já ele está entretido com os amigos e posso admirar o seu belo sorriso de longe. Por mais inconveniente que ele seja, é um cara legal.

Mais tarde, voltando para casa, ele surge pilotando ao meu lado puxando assunto. Eu faço questão em ignorá-lo, mas com o passar dos dias, deixo-o se aproximar e aqui está uma amizade nascendo entre nós dois. A ideia de abandonar esse plano fica cada vez mais distante.



۞



Yoongi?


Hm?resmungo de olhos ainda focado no livro em mãos.


Você bem que podia dar cor a esses fios loiros, né?comenta mexendo em meus cabelos.


Nossa,Hoseok, que ideia maravilhosa. Eu acho que irei pintar ele de azul. Viro para ele com uma falsa animação.


Isso! Você vai ficar mais lindo do que já é. Ergue-se da cadeira do shopping e segura em meu pulso, puxando-me em direção ao salão no do no segundo andar.


Pera aí, eu estava brincando,Hoseok…


Acabou que nesse dia eu tive meus fios tingidos de um azul bem claro e ainda tive que aguentar o Hoseok no meu ouvido. Me envergonhando no salão após a cabelereira terminar o trabalho dela. Na ida para casa,eu tive um beijo roubado e uma mãe surtando ao extremo por me ver de cabelos azuis. E por incrível que pareça, não me senti nem um pouco arrependido.



۞



E aqui está minha mãe novamente reclamando de minhas saídas e principalmente da companhia dessas saídas. Mamãe sempre diz que Hoseok faz mal a minha saúde, mal sabe ela que o ruivo é a cura de muitas coisas dentro de mim. Eu não sei mais viver sem a presença dele, cada dia acontece algo especial. Pode ser simples aos olhos dos outros e é por isso que se torna único aos meus olhos.

Como no dia em que ficamos deitados no terraço de sua casa observando o céu estrelado. Teve um momento em que tive meus lábios novamente roubado pelos de Hoseok e foi a primeira vez em que eu correspondi, o sorriso que surgiu nos lábios finos me deixou em êxtase. Um momento que se deve guardar eternamente na memória, o lugar certo com a pessoa certa.



۞



Yoongi, você já fez uma loucura?


Você sabe que não.


Quer fazer uma agora?


Eu poderia sim negar, mas o sorriso em seus lábios e o brilho de diversão em seus olhos me convencem a topar a loucura que ele deseja fazer. Assinto positivamente com a cabeça respondendo sua pergunta e em seguida sinto meu corpo sendo erguido e colocado em cima de sua moto preta.

O ruivo coloca o capacete em minha cabeça com o maior cuidado e de brinde ganho um beijinho na ponta do nariz, me deixando envergonhado e, com toda certeza, corado. Ele ri e sobe na moto, me fazendo abraçar sua cintura.

Hoseok sai com a moto em alta velocidade, tudo que eu vejo são vultos coloridos a nossa volta, não demora muito até chegarmos ao local. Um parque de diversão que está fechado, antes que eu possa perguntar, Hoseok pega em minha mãe e nos guia em direção ao muro, ele me dá impulso para ficar em cima do muro e fico ali o observando.

Em questão de segundo ele está do meu lado e em outro está dentro do parque esperando que eu pule, mesmo com medo de me arrebentar totalmente no chão o que não aconteceu por ele me pegar —,estou são e salvo no chão. Hoseok volta a me puxar até uma casinha ali, eu olho em volta e vejo lentamente o parque ganhar vida com as luzes coloridas.

Não andamos em todos os brinquedos ali, mas alguns foram bem divertidos, arrancando-nos risadas e sorrisos, é errado, no entanto, eu me sinto tão vivo ali que a questão de ser errado some de minha mente. E foi nessa mesma noite que ele me fez dele. Fez-me experimentar um tipo de felicidade e satisfação nunca sentida antes. Fazendo eu me sentir amado e me fazendo amá-lo cada vez mais e mais.



۞



Em uma noite qualquer, recebo um sms de seu número, após ler a mensagem, eu sei que tem algo errado, só consigo colocar um casaco e sair o mais rápido possível de casa. Ignoro os chamados de minha mãe e corro, corro o mais rápido que eu posso para chegar em sua casa que fica a cinco quarteirões da minha.

Chego em frente à sua casa totalmente ofegante, toco a campainha e logo sou atendido por sua mãe que está em prantos por Hoseok não abrir a porta para ela de jeito nenhum. Não percebo quando chegamos no corredor do seu quarto, apresso meus passos em direção à porta do seu quarto, bato três vezes na madeira e não escuto nada lá dentro que me indique que está bem e vivo.


– Sou eu,Hobi. Abra a porta, por favor!


Demora alguns minutos dez, para ser sincero para ouvir o barulho da tranca da porta ser destrancada e a esta ser aberta. Sou puxado para dentro rapidamente e a porta atrás de mim volta a ser fechada, quando levo meu olhar em direção ao seu rosto, vejo o quanto está perturbado e desorientado.

Seus cabelos estão bagunçados, sinal claro que seus dedos andaram pelos fios ruivos, vejo Hoseok soltar meu braço e se afastar de mim, fica andando de um lado para o outro totalmente inquieto. Eu sei que essa inquietação é por causa da falta da droga em seu organismo, mas lá no fundo algo me diz que há algo a mais ali.

Foi nesse momento que vejo a arma em sua mão esquerda. Sinto o ar faltar em meu peito, fazendo-me engolir a seco, o ruivo bate o cano da arma na lateral da cabeça repetidas vezes. Até que em um momento ele para e vira seu rosto em minha direção, me encarando intensamente, dá passos rápidos em minha direção, só parando a centímetros de mim.


Prometa que vai viver intensamente, Yoongi.


Hoseok…


Prometa?! grita apontando a arma na minha direção.


E-Eu prometo, Hoseok. Minha frase sai um pouco gaguejante, mas no final consigo controlar saindo em tom firme e convincente


Hoseok fica me encarando por instantes que pareceram horas, nesse pequeno tempo, começo a dar pequenos passos em sua direção com calma. O que eu menos quero é que ele se assuste e resolva descarregar a arma nele ou em mim; ou em nós dois.


Agora, Hoseok, abaixe essa arma e...


– Por quê?


Porque isso pode ferir um de nós dois e eu sei que você não quer isso, certo? digo com uma das mãos erguidas para cima e na direção do seu braço que contém a arma.


Sim… faz uma pausa desviando o olhar para o chão com o cenho franzido. Eu não quero que nada aconteça de ruim com você, Yoongi.


Então me ouça, abaixe-a e tudo ficará bem.


Nada ficará bem, isso é só uma ilusão da sua mente. O sorriso que aparece em seus lábios são tão sem emoção alguma, que me faz gelar por dentro.


Por que fala isso com tanta certeza?


Porque não dá mais. Me desculpe! desculpou-se olhando no fundo dos meus olhos e levando o cano da arma em direção a sua boca.


Eu só ouço o som do disparo, tudo começo a passar em câmera lenta, o som repete várias e várias vezes em minha mente junto com a imagem de seu corpo desabando a minha frente. O sangue tingindo o chão lentamente.


NÃO! grito olhando para o corpo imóvel a minha frente. Oh!Meu deus?! Dou três passos largos e rápidos para ficar totalmente perto de Hoseok, o puxo para meu colo afastando sua franja para ver seu rosto. Hoseok, fala comigo chamo encarando o seu belo rosto que a cada passo fica mais sem cor.


Não, não, não… Não! Hoseok?! murmuro abraçado ao seu corpo o balançando para frente e para trás.


Hoseok, acorda, por favor...


O desespero se apossa de mim, eu só consigo gritar seu nome enquanto aperto cada vez mais seu corpo em meus braços e peito, o sentindo esfriar, sem vida. Durante o tempo em que minhas lágrimas deslizam por meu rosto em abundância, seu sangue penetra em minha roupa e pele, deixando claro a sua partida desse plano.


Hoseok… Hoseok...


Murmuro seu nome repetidas vezes, e não percebo a porta sendo arrombada e os paramédicos junto com alguns policiais entrarem no quarto. Só os noto ali quando sinto tirarem o corpo do Hoseok dos meus braços e os paramédicos começarem a examiná-lo. Sou tirado do quarto por um policial, acho que ele diz algo, mas eu só consigo prestar atenção no que fazem com Hoseok e torcer para que ele ainda esteja vivo.

Ao chegar lá fora, sou levado às pressas para a ambulância que está parada, tudo passa tão rápido por meus olhos que eu não consigo raciocinar de maneira nenhuma. Sinto a luz da pequena lanterna em meus olhos ao ser atendido por um dos socorristas, eu a vejo me perguntar algo, mas só consigo ouvir um grande zumbido, junto ao som do disparo.

O choque ainda passou. Além do zumbido que ouço, consigo me escutar o chamando várias e várias vezes em sussurros.

Até que o silêncio reina no ambiente e eu vejo… a pequenina esperança de que ainda esteja vivo que se mantém em meu peito desaparecer ao ver o corpo do ruivo ensacado. Na mesma hora, senti como tivesse recebido um belo murro na cara.

E a ficha cai, ele se foi. Me deixou sozinho nesse mundo nojento. Acabou. Tudo que foi construído nesse tempo desmoronou, como uma casa feito de cartas e eu não pude fazer nada.

Ele se foi. Escorregou pelos meus dedos que seguravam tão firme sua mão.

E ele caiu em um buraco fundo e escuro, desaparecendo totalmente da minha vista.

Hoseok não respira mais.

Hoseok não irá mais sorrir para mim.

Ele realmente se foi e eu não fiz nada.

Hoseok morreu…

Acabou!



۞ Nove meses atrás ۞



۞ De volta a atualidade ۞



— E foi há dois meses atrás que eu perdi minha fonte de alegria e esperança. A sensação que habitava meu peito antes de conhecê-lo voltou com toda força, me tirando o ar e o chão. — Paro de contar, vendo o sol se despedindo de nós com seus últimos raios de luz quente. — Eu tentei acabar o que havia sido quebrado, mas minha mãe foi mais rápida e chamou a ambulância.


— O que você fez para ela ligar pra ambulância? —questiona o loiro curioso


— Eu tentei suicídio, me entupi de calmante e remédio para dormir. Acomodei-me na banheira cheia d’água e esperei pacientemente o efeito chegar, não demorou muito e eu não estava mais nesse mundo. Senti meus batimentos diminuindo, como também meu pulmão sendo preenchido pela água da banheira. — Suspiro inclinando minha cabeça para frente e respirando fundo para controlar a vontade de chorar que veio de repente. — Acordei horas depois ou dias, não sei ao certo, mas sabia que estava em um quarto de hospital pelas paredes brancas e da máquina de batimento cardíaco. Foi nesse momento que notei que minha tentativa havia falhado e ouvi poucas e boas de minha mãe, e por isso que eu comecei a ter consultas com o psicólogo, você.


Após encerrar a minha confissão, espero que alguma coisa ou comentário venha do loiro ao meu lado, mas a única coisa que recebo é o silêncio. Olho em sua direção pelo canto do olho e o vejo olhando para frente com o cenho franzido.


—Yoongi, você, no início da conversa,disse que está vivo pela promessa, mas você a quebrou por tentar suicídio. — Não foi uma pergunta, e sim uma afirmação do fato, ao virar o corpo na minha direção e ficar me encarando intensamente.


—Uau, doutor, como você é inteligente, isso não é óbvio?! — Devolvo a encarada o olhando com indiferença. — Eu quebrei, contudo,entendi que terei de me conformar com a perda e continuar vivendo.


— Por que diz isso?


— Porque a morte recusa a minha chegada, é aquilo “não é a sua hora”. — Respiro fundo e bato minhas mãos em minhas pernas para me levantar do sofá e ir embora.


— Isso te aliviou?


— O alívio só chegará quando eu puder encontrá-lo novamente e será nesse momento que a paz que desejo irá me consumir.


Após isso,me ergo do sofá sem olhar para o psicólogo ao meu lado, olho uma última vez a paisagem a minha frente e lhe dou as costas, dando a volta no sofá para ir em direção a saída do consultório. Cada passo dado por mim parece em câmera lenta, uma eternidade angustiante para finalmente chegar àquela porta que me dará a liberdade.

Finalmente consigo alcançá-la, ao abrir um pouco,sinto uma brisa suave acariciar meu rosto, o que me faz fechar os olhos por uns instantes e uma sensação de conforto me possuir. Quando vou fechar a porta,dou uma última olhada no doutor que está em pé de costas para a janela e com os olhos concentrados em mim.


—Sabe o porquê de eu nunca ter gostado de você, doutor Kim? — Ele nega ao balançar a cabeça e continua com o brilho de curiosidade no olhar.—Porque seu jeito descontraído e a maneira que sorri me lembra de Hoseok. Aquele que eu amo e odeio ao mesmo tempo.


— Por que o odeia?


— O odeio por ter me deixado sozinho nesse mundo miserável e com um vazio maior no peito do que antes. Contudo,eu o amo demais para levar esse ódio em frente, o amo por ter me feito ser feliz e por ter feito eu me sentir vivo como nunca antes. — Faço uma pausa o encarando por segundos. — E por mais que eu não goste de admitir,entendo perfeitamente o porquê de ele ter partido, mas isso faz doer menos.


E é assim que nossa última sessão é encerrada, com o som da porta se fechando e meu corpo sendo levado por meus pés para longe daquela sala. Desço o pequeno lance de escada mergulhado em pensamentos em relação a tudo que contei, nas memórias que relembrei.

Quando desperto de meus devaneios, já estou bem distante do prédio que estava a minutos atrás. Não sei para onde meus pés querem me levar, mas andar um pouco e sentir a leve brisa no rosto me fará bem.

Hoseok foi a pessoa mais forte que conheci, aguentou muita coisa calado e,mesmo assim,tentou dar o seu melhor e pensar positivo, entretanto, eu sei que chega um momento em que é extremamente cansativo e desgastante. O que terminou de destruí-lo foi o uso excessivo da heroína para fugir dessa realidade cruel.

Lembrarei para sempre da sua fala na noite que me entreguei a ele.


Sabe, docinho, a heroína veio sendo a minha melhor amiga. Me proporcionando puro prazer e relaxamento, mas parece que tem uma droga que é mais poderosa do que ela.

Eu conheço ou é nova?

Você conhece muito bem ela!

Qual é o nome?

Min Yoongi, ela é pequena e inofensiva à primeira vista, porém ao ser consumida, mostra o quanto devastadora é. O prazer que me proporciona e a felicidade é mil vezes melhor e eu estou completamente viciado nela.


É uma pena que eu não consegui ser a droga forte que ele disse naquele dia, não fui o suficiente para evitar o que aconteceu para tê-lo ainda vivo ao meu lado, com seu jeito animado e falante.


Você me fez viver, mesmo morrendo aos poucos por dentro. Min Yoongi.

26. Juni 2018 22:06 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

Über den Autor

Yoon Seok ❀¸。ʏᴏᴏɴsᴇᴏᴋ ʜᴀʀᴅ sʜɪᴘᴘᴇʀ¸。❀ 彡 ʏooňɢı!ɞoţţom sզuѧԀ 彡 һosєoҡ!ţop squad ♡ ¡หd¡ε кσяεคห ♡ ❖ ℓєiτσrα❀¸。{ⒻⒶⓃⓉⒶⓈⓂⒶ}❀¸。αρσsєηтα∂α ❖ ɑɱɑ ɛรcʀɛver ɳɑร ɦѳʀɑร ѵɑgɑ

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