moonbaek Luna Byun

Byun Baekhyun tem apenas um problema em sua vida - que sua mãe casualmente chama de dom - que são suas visões sobre o futuro. Ele tenta levar uma vida normal como qualquer outra pessoa, mas as vezes essas visões atrapalham um pouco, como quando ele teve uma visão sobre seu provável-futuro-namorado. Afinal, eles ficariam juntos ou não?


Fan-Fiction Bands/Sänger Nicht für Kinder unter 13 Jahren.

#exo #kpop #baekhyun #kyungsoo #do-kyungsoo #byun-baekhyun #baeksoo #soobaek #yaoi #fluffy
Kurzgeschichte
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Capítulo Único

Por mais que eu adore assistir a maioria das aulas, eu não aguentava mais. Meus olhos se fechavam a cada pausa que o professor dava. Infelizmente não tinha conseguido dormir bem de noite, porque eu acabei tendo uma visão sobre a minha avó e não consegui mais pegar no sono depois disso, o que explica o meu cansaço durante a aula.

As minhas visões vêm quando elas querem, eu não tenho controle. A um tempo atrás elas vinham turvas, mas agora eu as vejo com clareza. Se eu conheço a pessoa da visão eu tento prepara-la para o que está por vir, mas se não, eu guardo apenas para mim. Até porque não posso interferir no livre arbítrio dos outros. No início foi difícil, eu não sabia o que estava acontecendo, mas com o tempo eu acabei me acostumando. Nas primeiras vezes que as visões se manifestaram, minha mãe entrou em pânico, pois eu simplesmente virei os olhos e meu corpo tremia de leve. Ela se assusta com isso até hoje. Depois da primeira vez com quatorze anos, começou a ser normal.

Mas de qualquer forma, isso não justifica o fato de eu não ter conseguido dormir. Juro que a qualquer momento eu irei cair no sono! Mas para a minha sorte o professor resolveu finalizar a aula mais cedo. Ouviram as minhas preces!

Juntei meu material e saí da sala. Ainda tinha que fazer um trabalho para a aula do dia seguinte, então fui para a biblioteca. Não duvido que o trabalho saia uma porcaria, mas é o que eu posso fazer por agora. Escolhi uma mesa em um canto afastado e fui atrás dos livros que eu iria precisar. Estaria tudo bem se eu não tivesse pressentindo uma visão chegando. Larguei os livros em cima da mesa e fui correndo para o meio das últimas estantes, sentando no chão e encostando-me em uma delas.

Comecei a sentir a minha testa suar e a minha respiração ficar pesada. Respirei fundo e fechei os olhos. Não demorou muito para que a visão viesse.

“Estranhamente, a visão estava sendo através de uma pessoa. Tinha um sentimento de calma vindo dessa pessoa, enquanto procurava por algum livro na estante em frente. Tinha em mente que tinha que achar o livro logo, pois não tinha muito tempo, então quando o achou, foi o puxar para fora do lugar em que estava, mas acabou por o empurrar sem querer para o outro lado, fazendo com que caísse. Em seguida que o livro caiu, ouviu-se um gemido de dor o que fez com que ficasse assustado.”

Voltei a abrir os olhos e fiquei sem entender. Franzi o cenho ao pensar e não entender a visão. Uma estante e um livro caindo? O que quer dizer?

Tive o pensamento interrompido ao sentir algo pesado caindo em minha cabeça. Soltei uma exclamação de dor e coloquei a mão na cabeça, bem onde tinha sido atingido e procurei pelo que tinha me machucado, achando um livro vermelho próximo a mim. Olhei confuso para cima e vi um par de olhos arregalados pelo buraco que o livro deixou. Foi então que a visão fez sentido.

O garoto sumiu por trás da estante assim que notou que eu o olhava. Peguei o livro do chão, levantando em seguida. Saí de onde estava e fui para a seção ao lado, onde tinha visto o garoto.

— Acho que você deixou isso aqui cair. — Falei estendendo o livro para o garoto de olhos grandes, que estava de costas para mim.

Ele virou olhando-me com os olhos mais arregalados que antes, parecia surpreso com a minha presença. Bem, ele acertou um livro na minha cabeça, faz sentido ficar surpreso por me ver tão calmo.

— Obrigado. — Ele pegou o livro de minhas mãos e ficou me olhando com uma cara engraçada. — Você andou chorando...? Eu te machuquei?! — Ele me olhou e falou de uma forma tão engraçada e bonitinha que não tive como não rir.

— Não, eu estou bem. — Falei depois de tirar a mão da frente dos meus lábios, parando de rir aos poucos. Sabia que ele estava se referindo aos meus olhos vermelhos pela visão recente.

— Ah, que bom... — O vi apertar o livro entre os dedos e desviar os olhos para o lado. — Eu tenho um compromisso agora, então obrigado por não ter ficado bravo comigo e me desculpe. — Pronunciou rápido e curvou-se antes de sair do meio das estantes.

Um pouco surpreso pela forma de agir do garoto, apenas murmurei um tchau e o vi indo registrar o livro e depois sair da biblioteca. Com um bico de insatisfação nos lábios, voltei para a mesa em que estava e comecei o meu trabalho.

(...)

“A visão começou comigo rindo de algo, não entendendo o que estava acontecendo, resolvi apenas me deixar levar. Sabia que estava andando de mãos dadas com alguém, e quando virei a cabeça para olhar para essa pessoa, dei de cara com o garoto olhudo.

— Como você é ciumento, KyungSoo. — Me ouvi dizendo, rindo de novo em seguida.

Ele me olhou de forma contrariada e não me respondeu. Então a surpresa veio, eu o beijei. E apenas com o toque dos lábios eu senti meu coração acelerado e um tanto de emoções vindo em um turbilhão em seguida. Antes que acontecesse mais alguma coisa na visão, eu voltei.”

Sentei na cama e passei a manga da camisa na testa, limpando o pouco de suor que tinha ali. Mesmo com os olhos doendo e a visão um pouco desfocada, desci da cama e fui para o banheiro tomar um banho. Durante o banho eu tentava processar o que tinha sido aquela visão. Nunca tinha tido uma visão de algo que iria acontecer comigo, essa fora a primeira vez e eu não sabia o que fazer.

Depois de sair do banho e estar arrumado, peguei meu celular e fui atrás do nome que eu tinha falado na visão. Com um pouco de custo consegui encontrar o garoto no facebook. Seu nome é Do Kyungsoo e segundo a última publicação dele, ele estava no shopping servindo de burro de carga para a irmã.

Não precisei pensar duas vezes, terminei de me arrumar e chamei um táxi. Iria para o shopping atrás de Kyungsoo. Se iriamos ou não ter algo no futuro, agora isso estava em minhas mãos e eu faria o possível para que acontecesse, mesmo que eu não o conheça, apenas de lembrar de todos os sentimentos que senti quando o beijei na visão, faz com que eu queira tentar.

(...)

Ao chegar no shopping o primeiro lugar em que parei foi na praça de alimentação. Olhei o movimento e para a minha sorte encontrei Kyungsoo sentado em uma mesa sozinho, rodeado de sacolas de compras. Aproveitei para comprar algo para comer, como um hambúrguer, e fui em direção a mesa de Kyungsoo. Nem me importei se ele lembrava-se de mim ou não, apenas me aproximei.

— Olá, posso me sentar com você? — Perguntei apoiando a bandeja da comida em cima da mesa.

Recebi um olhar surpreso e apenas o silêncio em seguida. Fiquei o encarando por alguns segundos à espera de uma resposta, vendo que ela não viria, dei de ombros.

— Vou levar o seu silêncio como um sim. — Falei sentando-me na frente do garoto olhudo. — Aliás, meu nome é Byun Baekhyun e o seu? Nem deu tempo para nos apresentarmos aquele dia na biblioteca. — Comentei levando o hambúrguer até a boca, dando uma grande mordida em seguida.

Ele pareceu se situar, pois finalmente me olhou sem parecer perdido.

— Do Kyungsoo.

— O que você tá fazendo aqui, Kyungsoo?

— Estou acompanhando a minha irmã. — Como se eu já não soubesse.

— E cadê ela?

— Ela está em uma loja de sapatos. — Ele deu de ombros e ficou olhando para os lados. Ele olhava para tudo, menos para mim.

— Ela vai demorar muito?

— Eu não sei, mas eu disse que iria ficar esperando ela aqui.

— Hm... Você pode me emprestar o seu celular? — Perguntei terminando de comer e limpando as mãos. Kyungsoo me lançou um olhar desconfiado, então logo tratei de me explicar. — É que eu esqueci o meu.

Ainda parecendo relutante, ele me deu o celular. Procurei pelo contato da irmã dele e mandei uma mensagem dizendo que ele iria sair com um amigo e que iria deixar as sacolas no guarda-volumes. Bloqueei a tela do celular e o devolvi.

— Agora você vai ficar comigo. — Falei levantando da mesa. Fiz a volta na mesma e o puxei pela mão.

— Espera, como assim? Eu estou com a minha irmã.

— Não está mais, já avisei ela. — Peguei algumas sacolas do chão e voltei a olha-lo. — Você não vai vir? Prefere ficar seguindo a sua irmã? — Olhei-o de forma descrente, mas sorri contente quando ele se abaixou para pegar as outras sacolas.

Em silêncio nós fomos até o guarda-volumes e deixamos as compras da irmã de Kyungsoo lá. A situação estava um pouco estranha pelo silêncio, mas não iria deixar com que ela ficasse assim por muito tempo.

— Então, Kyungsoo... Você quer fazer alguma coisa? — Perguntei depois de termos guardado as compras. Mesmo que eu tenha tido essa ideia louca de ir atrás dele do nada, o nervosismo começou a dar as caras. Quer dizer, nós nem nos conhecemos! Eu não sei do que ele gosta de fazer, eu não sei nada sobre ele.

De repente senti que foi uma péssima ideia.

— Na verdade, sim. Eu preciso ir na livraria comprar alguns livros para uma das minhas aulas.

— Tudo bem. — Assenti com a cabeça e começamos a andar. — Falando nisso, que curso você faz?

— Pedagogia. E você? — O olhei de forma surpresa e dei uma risada contida. — O que foi?

— Você e pedagogia? Sinto pena dos seus alunos, você tem cara de estar sempre de mau-humor. — Comentei voltando a rir contidamente. — Medicina, vou cuidar de pessoas que precisem de mim. — Respondi não escondendo o meu sorriso orgulhoso por falar de minha futura profissão.

— Eu não pareço estar sempre de mau-humor! — O olhei de forma desacreditada por ter ouvido o que ele tinha dito. — Não adianta me olhar com essa cara. E você não tem cara de quem vai ser médico um dia. — Fiz minha melhor cara de ofendido e o empurrei de leve pelo ombro.

— Não preciso ter cara de médico para exercer a profissão. — Mostrei a língua para ele.

Apenas paramos com as farpas quando chegamos a livraria. O segui para dentro da loja e fiquei olhando alguns livros enquanto ele pedia pelo que queria. Tirei a minha atenção de um livro sobre vampiros quando o vi esperando pelo atendente. Aproximei-me devagar, parando ao lado dele. Respirei fundo e resolvi perguntar o que queria desde o início.

— Então... Você tá namorando com alguém? — Perguntei como quem não quer nada, fingindo interesse no livro que ainda tinha em mãos. Não tive coragem de olhar para a cara de Kyungsoo com medo de que ele me achasse estranho por perguntar algo do tipo, assim do nada.

— Namorando? Eu acho que não mais... Minha namorada não fala comigo a duas semanas. Porque você quer saber? — Arregalei os olhos e fechei o livro com força.

— Então você namora?! — Virei-me para poder olhar para Kyungsoo, fitando-o de forma indignada. Apenas parei para notar o jeito que tinha falado quando o vi me olhando de forma estranha. — Quero dizer... — Fui interrompido pelo atendente e soltei um suspiro aliviado, me afastei deles e larguei o livro onde ele estava antes.

As vezes a minha língua tem vida própria e só me mete em enrascada, não tenho nem como defender ela.

Fiquei quieto o restante do tempo em que ficamos na livraria, apenas vendo Kyungsoo andar para lá e para cá atrás dos livros que ele precisava. Admito que estava esperando ele esquecer sobre o que estávamos falando antes. Ainda não caiu a ficha de que vou ter que me virar para conseguir fazer Kyungsoo gostar da mesma fruta que eu.

Depois de Kyungsoo ter comprado todos os livros que ele queria, saímos da livraria e resolvemos ficar dando algumas voltas pelo shopping. Não tínhamos tentado conversar muito, mas eu não conseguia dizer se isso fazia tudo ficar mais estranho ou que não fizesse muita diferença. Aproveitei o silêncio para que pudesse o observar um pouco. Assim consegui notar que, pela primeira vez, encontrei alguém mais baixo que eu. Um ponto positivo. Por mais que Kyungsoo tivesse a expressão séria na maior parte do tempo, ele parece ser uma pessoa que fica bonita quando sorri, quem sabe um dia eu descubra. Outra coisa que tinha me chamado a atenção foram os lábios em formato de coração, pareciam ser bem macios... O que eu não daria para tirar a prova de que realmente são macios...

— Tem alguma sujeira no meu rosto? — Assustei-me com a pergunta, ainda mais por ter sido pego no flagra.

— Er... Tem uma coisa aqui... — Inventei na hora e me aproximei dele passando o dedo pela bochecha alheia, fingindo tirar um cílio dela. — Era um cílio. — Sorri amarelo e sai andando na frente enquanto ainda sentia meu coração batendo rápido pelo susto.

No fim acabamos passando um bom tempo juntos, depois de ter superado o meu flagra, consegui puxar assunto com o Do e até que conversamos bastante. Tivemos que nos separar quando a irmã dele ligou dizendo que queria ir embora e antes que ele fosse ao encontro dela, pedi o número do celular dele. Devo ter feito uma cara muito engraçada quando ele aceitou passar o número, pois pela primeira vez no dia eu o vi rindo. E eu tinha razão, ele ficou mil vezes mais bonito com um sorriso no rosto.

(...)

Depois do sábado no shopping com Kyungsoo, passei a mandar várias mensagens para ele até que resolvesse me responder. Acho que nunca encontrei alguém tão difícil de socializar. Tenho a impressão de que se eu não tivesse forçado a barra para conseguir a amizade dele, nunca mais teríamos nos falado na vida. E não seria por opção minha.

Passei o domingo inteiro incomodando ele por mensagens. Achei até engraçado ele não se encher com o meu grude, será que ele gostou de mim? Eu realmente espero que sim, pois estou começando a ter uma leve quedinha por ele, a atração física que já é presente ajuda mais ainda com isso.

Na segunda-feira eu não o encontrei pela faculdade, admito que toda vez que saía da sala de aula, eu ficava procurando-o com os olhos. Meus amigos até acharam estranho o meu comportamento, mas eu não dei bola para eles.

Na terça-feira, depois de beber algumas taças de vinho com os meus amigos, tive coragem de fazer a primeira ligação para Kyungsoo. Poderia ter sido uma ligação maravilhosa e linda, mas eu estava bêbado. Coisa boa foi que não saiu. Lembro de ter reclamado que ele não me dava atenção suficiente e que era para ele terminar logo com a namorada. No dia seguinte eu mandei uma mensagem de desculpas pelas coisas que eu tinha dito e ele me disse que seguiu meu conselho de bêbado e terminou com a namorada. Se festejei? Imagina. Algo a menos para me preocupar.

Durante esses poucos dias tive algumas visões... interessantes. Foram visões parecidas, mas que mudavam a cada dia. Visões em que eu estava com Kyungsoo, mas elas ficavam mudando de rumo muito constantemente. Não consigo entender o que está fazendo com que o rumo delas fique mudando tão loucamente, mas estão começando a me deixar levemente estressado. Com o pouco de conhecimento que tenho sobre o meu “dom”, a situação das visões pode mudar de acordo com as decisões tomadas. Então seguindo essa linha de pensamento, não sou eu quem está mudando as coisas, mas sim Kyungsoo.

Seja lá sobre o que Kyungsoo estiver pensando ou decidindo, eu espero que ele resolva logo, pois não aguento mais ter tanta dor de cabeça por causa das incertezas dele.

(...)

Na quarta-feira de noite, quando criei vergonha na cara, resolvi combinar com Kyungsoo de nos encontrarmos na faculdade no dia seguinte.

A tão bela quinta-feira chegou e eu não poderia estar mais nervoso. Passaria o intervalo com Kyungsoo e, talvez, tentaria uma aproximação maior.

Os horários de aula demoraram para passar, passei o tempo todo olhando para o relógio e bufando irritado pelos minutos passarem tão lentamente. Nem consegui entender o porquê de estar tão ansioso para ver Kyungsoo, mas sentia um frio na barriga só de pensar que iriamos conversar cara a cara pela primeira vez depois do sábado.

Foi o professor liberar para o intervalo que eu quase saí disparado da sala, mas lembrei que não iria adiantar de nada. Então respirei fundo e fui para a cantina como o combinado. Peguei algo para comer e sentei em uma mesa, ainda não tinha visto Kyungsoo pela volta. Tinha dispensado a companhia de meus amigos apenas por causa de Kyungsoo, então espero que ele realmente apareça.

Fiquei comendo o que eu tinha pego enquanto mexia no meu celular, até que ouvi o barulho de uma cadeira sendo arrastada. Olhei para o lado e dei de cara com o Kyungsoo.

— Você veio mesmo! — Falei contente e o puxei pelos ombros para um meio abraço.

— Menos Baekhyun, não gosto que fiquem me tocando. — Reclamou me afastando.

— Você parece um velho. — Resmunguei voltando a comer.

— E você parece uma criança. Eu tenho que ir na biblioteca, tem problema? — Ele perguntou e eu neguei com a cabeça.

— Não vai comer? — Perguntei ao notar que ele não tinha pego nada para comer.

— Não. — O olhei sério e empurrei meu cupcake para perto dele.

— Vou deixar você comer o meu bolinho. Não pode ficar sem comer! Como vai assistir as aulas com fome? — Briguei ainda o olhando de forma séria.

Percebi que Kyungsoo iria negar o bolinho, então o peguei e fiz com que ele desse uma mordida nele.

— É para você comer. — Mandei e levantei da cadeira, pois já tinha terminado de comer. — Vai comendo até a biblioteca.

Mesmo parecendo contrariado, Kyungsoo acabou por comer o bolinho.

Já na biblioteca, acabei por pensar que sempre acabava no meio dos livros com Kyungsoo. Seria engraçado comentar do dia em que o livro caiu na minha cabeça se eu não tivesse começado a suar levemente e a me arrepiar, indicando que uma visão vinha. Agarrei com força no braço de Kyungsoo e o puxei mais para o fundo.

— Não se assuste com o que vai acontecer, depois eu explico. — Falei antes que ele pudesse reclamar e sentei no chão, o puxando junto comigo.

Encostei a minha cabeça no ombro dele e fechei os olhos. Antes que a visão viesse aproveitei para segurar na mão dele, a apertando com força.

“Via pela visão de outra pessoa. Estava esperando o sinal abrir para que pudesse atravessar a rua e quando este mudou de cor, segui em frente para atravessar a rua. Escutei uma buzina e então aconteceu tudo muito rápido, senti uma dor enorme do meu quadril para baixo e depois em minha cabeça quando fui com tudo para o chão. Sentia tudo rodar e doer, antes que conseguisse apagar por completo escutei o nome de Kyungsoo ser gritado ao longe de modo desesperado, só entendendo que quem fora atropelado fora Kyungsoo.”

Abri os olhos e percebi que estava ofegante, o suor escorrendo frio por minha nuca. Coloquei as mãos nos olhos e tentei me acalmar, conseguindo depois de um tempo. Só então foi que lembrei de Kyungsoo. Tirei as mãos da frente dos olhos e o fitei, não ficando surpreso ao encontra-lo me olhando com uma expressão completamente assustada no rosto.

— Você quer ir comigo para o meu apartamento? — Perguntei com a voz um pouco rouca. — Eu explico tudo lá.

Não recebi mais do que um acenar de cabeça.

(...)

Acabamos por não comparecer nas aulas restantes, fomos direto para o meu apartamento. Eu não conseguiria prestar atenção nas aulas depois de ter uma visão de Kyungsoo se acidentando. Só de pensar nisso o meu coração se aperta de uma forma terrível, e o pior é que eu nem sei quando que isso pode acontecer.

Já estávamos no meu apartamento, tinha feito um pouco de chá e já o tinha bebido para que pudesse tentar me acalmar.

— Antes que você possa dizer algo, eu quero falar primeiro. — Pedi sentando no sofá, largando a xícara com chá na mesinha de centro. — Aquilo que aconteceu... Eu tenho visões, eu consigo ver coisas que podem acontecer no futuro. Então não precisa se preocupar. — Terminei de falar sem o olhar, limpando as mãos suadas na calça jeans que usava.

— Como assim? Visões? Isso é sério? — O ouvi perguntar em um tom incrédulo.

— É sério, eu não mentiria sobre algo assim! — O fitei de olhos arregalados.

— Então... Sobre o que foi a visão que você teve?

— Eu não posso te contar o que aconteceu nela, mas foi com você e não foi algo muito bom. Eu não quero que algo ruim aconteça a você, Soo. — Falei sentindo meus olhos encherem de lágrimas.

Por mais que eu fizesse parecer que esse dom não interfira na minha vida, era tudo um fingimento. Quantas vezes já não chorei por ver pessoas morrendo? Pessoas que eu nem conheço e não tenho como ajudar. Tendo visões sobre meus familiares e amigos, sobre mentiras, traições, acidentes, e não ter muito o que fazer. Mesmo que ainda tenha as poucas visões que sejam felizes, o resto parecer ser um mar de desastres. Eu apenas visto a minha máscara de “está tudo bem, isso não me afeta” para que não preocupe os outros.

Apenas saí de meus pensamentos quando fui puxado para deitar a cabeça no peito de Kyungsoo, sendo abraçado por ele em seguida. Não consegui me segurar, quando notei já estava chorando e o abraçando de forma apertada. Chorando por tudo o que deixei guardado dentro de mim por tantos anos. Finalmente estava conseguindo colocar para fora.

Devo ter passado vários minutos chorando e tentando me acalmar. Quando consegui afastei-me do abraço e passei as mãos pelos olhos, limpando o resto de lágrimas deles.

— Eu deixei seu suéter todo molhado. — Comentei rindo depois de respirar fundo, acabando por arrancar uma risada curta de Kyungsoo.

— Não tem problema... Você está bem? — Ele perguntou parando de rir e passando a me olhar de forma preocupada.

— Agora eu estou sim, obrigado por ter me dado esse momento. Eu acho que eu realmente estava precisando dele. — Falei rindo fraco, olhando para as minhas mãos em meu colo.

— Eu vou estar sempre aqui para quando você precisar, Baek. Pode me chamar quando quiser. — Parei de prestar atenção no que ele estava falando quando o escutei me chamar de Baek. O primeiro apelido que ele me dá, não consigo nem acreditar!

— Você me chamou de Baek! Me deu um apelido, você gosta de mim! — Falei animado, esquecendo momentaneamente que estava chorando minutos atrás.

— Você é impossível, Byun Baekhyun! — Ele falou me olhando de forma séria, mas acabou por rir segundos depois. Me joguei em cima dele e voltei a abraça-lo, feliz por estar tendo o relacionamento de amizade avançando.

— Eu não gosto de contato físico, me larga Baekhyun! — Ignorei o que ele disse e apenas ri alto, não o soltando.

(...)

Depois do fatídico dia da incrível cena de um Baekhyun chorando na frente de Do Kyungsoo... As coisas mudaram drasticamente. Kyungsoo passou a me dar mais atenção e até a ser mais atencioso (seria essa a palavra certa?) comigo. Passamos a conversar mais, tanto pelo celular quanto na faculdade, e também passamos a sair juntos.

Depois do dia em que ele disse que estaria sempre disponível para me ajudar, eu acho que comecei a vê-lo com outros olhos. O que acabou ocasionando em um Byun Baekhyun apaixonado como uma garotinha de colegial. Todas as noites esperava ansiosamente por alguma mensagem de boa noite de Kyungsoo, assim como as de bom dia também. A paixão parecia aumentar a cada dia em que ele vinha me ajudar quando eu tinha alguma visão, sempre se mostrando tão preocupado comigo. Com toda essa preocupação, eu fiquei confuso se ele me vê como alguém por quem ele pode se apaixonar ou apenas como alguém que ele pode cuidar.

Já tinham passado dois meses desde que eu tinha o conhecido e eu ainda não tinha conseguido descobrir se Kyungsoo poderia algum dia gostar de mim de uma forma romântica. Ele já sabe que eu sou homossexual e não mostrou-se ser preconceituoso, mas o que realmente é importante, eu não consegui descobrir.

Aos poucos eu sinto como se não fosse mais conseguir guardar meus sentimentos, uma hora eu irei acabar explodindo eles na cara de Kyungsoo, isso só não aconteceu ainda, pois tenho medo de perder minha amizade com ele.

Mais chances de isso acontecer se eu estiver bêbado... Por isso ando evitando beber, não quero repetir a mesma cena da primeira vez em que liguei para ele. Vergonhoso.

— Baekhyun! Cacete, tô te chamando a horas! — Arregalei os olhos ao ter uma de minhas orelhas puxadas por Kyungsoo.

— Ai, ai Kyungsoo! Isso doeu! Não consegue ser menos agressivo? — Perguntei massageando minha orelha dolorida e o olhando com um bico nos lábios.

— Não quando você não presta atenção no que eu estou falando! — Reclamou jogando uma almofada na minha cara, tive nem como me defender. — Afinal, você me convidou para vir na sua casa para ficar pensando na morte da bezerra?!

— O que você tem hoje, ein? Tá de TPM? — Perguntei já pegando a almofada que tinha acertado a minha cara para me defender de algum provável ataque vindo de Kyungsoo.

— Como assim o que eu tenho hoje? Eu estou completamente normal. — Abaixei a almofada e o olhei de forma desconfiada, ainda mais por ele ter desviado o olhar e ter ficado olhando para a televisão desligada.

— Ok... É real, você está estranho. O que você tá escondendo de mim? — Aproximei-me mais dele no sofá e fiz com que olhasse para mim.

— Eu já disse que não tô escondendo nada! — Exclamou afastando-se um pouco de mim.

— Não está escondendo nada, é? Porque, assim, eu tive uma visão sobre você... — Comecei a falar o que tinha recém inventado em minha mente, faria com que ele falasse o que estava escondendo de mim. — E sabe que não posso contar o que acontece nela, né? Mas foi algo realmente... Uau. — Fiz minha melhor cara de impressionado que consegui, tinha que o convencer. — Eu ia comentar sobre ela hoje, mas agora que eu sei que você esconde coisas de mim...

— Você é impossível, Baekhyun! — Kyungsoo exclamou me olhando de forma séria. Já tinha ouvido essa mesma frase diversas vezes... — Eu não estou escondendo, só acho que não é o momento certo e você fica me pressionando!

— Momento certo para o que?! — Perguntei também começando a me exaltar, não gosto quando escondem as coisas de mim.

— O momento certo para dizer que eu gosto de você! — Ele falou em um tom alto, me assustando levemente.

Tive que fechar a minha boca quando notei que ela estava aberta pela surpresa. Não consegui nem me mexer direito, ainda estava processando a frase de Kyungsoo em minha cabeça. Então ele gosta de mim?

Do Kyungsoo disse que gosta de mim? Tipo, romanticamente falando?

Se eu estiver sonhando, quero nunca mais acordar!

Apenas voltei para a realidade quando Kyungsoo levantou do sofá sem dizer nada. Arregalei os olhos com a possibilidade de ele ter se arrependido de ter me contado. Levantei do sofá e o puxei pelo pulso, fazendo com que ele parece de andar.

— Aonde você está indo? — Perguntei me aproximando dele e fazendo ele se virar de frente para mim.

— Embora. Eu não devia ter dito aquilo. — Falou olhando para qualquer coisa, menos para mim.

— Como assim você não devia? Claro que devia ter dito! E devia ter dito a muito tempo atrás! — Reclamei mantendo um sorriso nos lábios, esse que demoraria a sumir. — Eu estou a tempos esperando por um beijo, você vai ou não vai me beijar?

— Um beijo? — Kyungsoo perguntou tentando conter um sorriso.

— Sim! Vai continuar enrolando ou eu vou ter que ir aí te... — Fui interrompido ao ter os lábios selados pelos de Kyungsoo, ficando um pouco surpreso pelo ato do mesmo.

Fechei os olhos e passei meus braços pelos ombros alheios, sentindo-me estremecer levemente ao sentir as mãos de Kyungsoo apertando minha cintura e puxando-me mais para perto. Não esperei que Kyungsoo tomasse a iniciativa para aprofundar o beijo, com calma passei a ponta da língua no lábio inferior dele, não demorando para ser correspondido e ter uma explosão de sentimentos quando a língua de Kyungsoo encontrou com a minha, sentindo o gosto e a macies dos lábios dele contra os meus, fazendo com que meu coração batesse loucamente. Deixamos o beijo seguir de forma lenta, apenas parando quando faltou ar. Kyungsoo me deu mais um selinho e afastou-se, me olhando com as bochechas um pouco rosadas e os lábios vermelhos pelo beijo, o que deixou-os mais convidativos do que já eram.

— Você tá todo coradinho, Soo! Que coisa mais fofa. — Comentei rindo alto, o abraçando apertado.

— Se você continuar com isso, eu vou embora e vou te deixar aqui sozinho. — Fingiu me afastar e revirou os olhos.

Mostrei a língua para ele e o puxei de volta para o sofá.

— Agora somos namorados, não? — Perguntei abrindo um sorriso de orelha a orelha.

— Não sei, isso foi um pedido? — Perguntou rindo.

— Pode-se considerar como um pedido. — Falei puxando Kyungsoo pelo rosto para que pudesse dar um selinho nele. Quando nos afastamos lembrei-me de algo.

— Mas você não era hétero? — Perguntei ao lembrar-me que sempre pensei que Kyungsoo gostasse de mulheres.

— Eu sou bissexual, Baekhyun. Você nunca me perguntou. — Kyungsoo falou rindo e eu fiquei pasmo com a minha própria lerdeza de nunca o ter perguntado isso.

— Tudo bem, eu já tinha uma confirmação de que a gente ia ficar juntos mesmo. — Dei de ombros.

— Como assim, Byun Baekhyun?! — Me encarou com uma expressão desconfiada e eu sorri amarelo.

Ops, acho que eu falei demais.

8. Juni 2018 01:14 2 Bericht Einbetten Follow einer Story
9
Das Ende

Über den Autor

Luna Byun apaixonada por byun baekhyun ; amo muito baeksoo e chanbaek ; a louca dos fluffy ;

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Yume -ni Yume -ni
Tão bom encontrar essa fic aqui aaaaaa Saudades de histórias fofinhas assim!
November 06, 2018, 19:21

  • Luna Byun Luna Byun
    Fico feliz que tenha gostado! Muito obrigada pelo comentário <3 May 24, 2020, 09:49
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