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"O inferno são os outros", já dizia o filósofo. Quando uma quadrilha decide envolver os Mundos Espiritual, dos Homens e dos Demônios em uma trama macabra, Koenma se vê obrigado a interferir. Acompanhe a jornada de Yusuke, Kuwabara, Hiei e Kurama nesse quebra-cabeça sombrio e conheça Kiki, uma jovem que precisa aprender a enfrentar o seu próprio inferno particular.


Fan-Fiction Anime/Manga Nicht für Kinder unter 13 Jahren. © Personagens e universo Yuyu Hakusho são de propriedade de Yoshihiro Togashi e não me pertencem. Personagens originais e enredo, no entanto, são de minha autoria. Publicação sem fins lucrativos. Proibida a cópia sem os devidos créditos.

#yuyuhakusho #shounen #ação #mistério #aventura #drama #suspense #angst #oc
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Prólogo

AVISO: A história é contada como se fosse uma saga situada entre o Capítulo Negro e a saga dos Três Reis, ou seja, possui referências a acontecimentos do anime/mangá.


  ***


— Trouxe a encomenda da semana? O patrão não gosta de atrasos...

— É fácil para ele fazer exigências, sentado naquela sala, como se fosse um rei.

— Do que você está reclamando? Esse é um dos negócios mais lucrativos que a gente já teve! O mais fácil também...

— Só se for pra você. Esses humanos são um pé no saco. Bem, está feita a entrega. E meu pagamento?

— Calma aí, parceiro. Você lembra do combinado: mínimo de dez cabeças por mês ou nada da grana. E você não está nem na metade da cota ainda... se eu fosse você, corria atrás do prejuízo em vez de ficar enchendo a cara.

— Não amola! Precisava só de um adiantamento.

— Quer pedir direto pro chefe? Só te aviso que ele não está com muito bom humor hoje..

— Já entendi o recado, ok? Deixa que eu me viro. Aqueles humanos são uns trouxas mesmo, eu arranco alguma coisa deles.

— Sem chamar a atenção dessa vez. Não precisamos de problemas com o Ningenkai.


(...)


   Escola Sarayashiki. O sinal tocou, indicando o começo de mais um dia de aula. Era mais uma daquelas manhãs com os mesmos velhos professores de sempre, as mesmas aulas, as mesmas pessoas.... Yusuke não estava mais com cabeça para nada daquilo. Descobrir sua ascendência demoníaca tinha sido quase um choque, e o significativo aumento do seu poder era algo que ele ainda estava digerindo. Tirar um tempo para pensar em tudo isso não lhe parecia nem um pouco errado. Subiu aos pulos os degraus que levavam até o sobrado da escola, seu refúgio favorito em dias como aqueles, em que se dignava a aparecer no colégio. Longe do barulho e das interrupções, ele enfim podia repassar na sua mente os últimos acontecimentos — ou era disso que ele tentava se convencer.

   Ele só não esperava encontrar o lugar já ocupado. Desde que adotou o sobrado como seu espaço particular, nunca havia esbarrado com outra pessoa por lá. A não ser por Keiko, que subia até lá com o único intuito de arrastá-lo de volta para as aulas, e Botan, com quem às vezes conversava longe dos olhares curiosos dos outros alunos, mais ninguém frequentava o lugar. Por isso, estranhou a presença daquela menina, sentada com as pernas cruzadas por baixo da saia do uniforme e o olhar perdido no horizonte.

   — Ei, o que você está fazendo aqui? — ele perguntou, sem conter a curiosidade.

   Ela virou o rosto na direção do garoto, como se tivesse acabado de ser acordada. Demorou alguns instantes para compreender a pergunta e piscou os olhos algumas vezes, retribuindo a curiosidade.

   — Só dando um tempo...

   — Peraí, como que eu nunca te vi por aqui antes?

   "Pronto, começou", ela pensou, soltando um longo suspiro. Achou que fugindo para o sobrado da escola antes das aulas começarem seria uma boa maneira de evitar perguntas inconvenientes. O plano era simples: esperar sozinha até todos irem para suas salas e se misturar à multidão, sem dar tempo para as pessoas começarem o interrogatório. "Quem é você? De que escola você veio? Por que foi transferida?" e todas aquelas perguntas inconvenientes que ela simplesmente não estava com paciência para responder mil vezes. Não tinha como dar errado. E mesmo assim, deu.

   — Eu também nunca te vi antes. Estamos quites? — respondeu, cortando o assunto.

   Soltou uma nuvem de fumaça com a boca e voltou a olhar para a frente, na esperança que ele entendesse o recado e a deixasse em paz. Yusuke ainda levou alguns segundos para processar aquela cena e se dar conta de que a garota estava fumando sem a menor cerimônia, em plena escola. Aquilo era realmente uma novidade.

   — O que foi? — perguntou, incomodada com o rapaz que continuava a encarando.

   Ela seguiu a direção do olhar de Yusuke, que caía diretamente sobre o cigarro acesso em sua mão. Puxou mais um trago apenas para provocá-lo, repuxando o lábio em um sorriso cínico. Tirou o maço do bolso e estendeu para ele, convidando-o a se juntar a ela no chão.

   — Meu nome é Kiki, e o seu?

   Yusuke nem teve tempo de responder. Keiko já havia subido os degraus até o terraço em sua maneira esbaforida de sempre. Ela parecia ter um radar, sempre sabia quando Yusuke estava matando aula ou fazendo alguma outra coisa que julgava errada.

   — Urameshi! Eu sabia que tinha te visto subindo as escadas para cá! Quantas vezes vou ter que repetir: se continuar matando aula, você não vai conseguir entrar uma boa escola secundária! É isso que você quer? — ela gritou, no minuto em que colocou os pés para fora da porta, aberta com um estrondo.

   — Qual é, Keiko, me dá um tempo!

   Kiki olhou surpresa para a cena que se desenrolava na sua frente, sem entender o que se passava. Amassou o cigarro no chão e levantou, passando a mão pelos cabelos negros e curtos. Era a deixa que ela precisava para sair dali.

   E ela já estava com a mão na porta, passando por trás da Keiko, quando enfim sua presença foi notada. Keiko se virou, surpresa por não estar sozinha ali em cima com Yusuke como imaginou que estaria — e como sempre esteve nas outras vezes.

   — Você... é a menina nova...? — perguntou, confusa.

   Ela revirou os olhos e bateu a porta, sem se dar ao trabalho de responder. Desceu a escada correndo, aliviada por encontrar os corredores quase vazios.

   Keiko ainda encarava a porta recém-fechada do sobrado, absorta por aquela demonstração mal-educada, enquanto Yusuke aproveitava a distração para se distanciar. Tinha um certo carinho pela Keiko, e chegava a admitir em segredo que no fundo até gostava que ela pegasse no seu pé de vez em quando. Só não gostava de ter que se justificar mil vezes. Menos ainda do fato de ela não entender que ele não era como ela, que previa um futuro acadêmico brilhante pela frente. Sinceramente, tirar 0 ou 10 na prova já não fazia a menor diferença. E ele só continuava a frequentar a escola para satisfazer Keiko e sua própria mãe — não que ela parecesse acompanhar muito de perto o dia a dia do filho. Ainda assim, ele se sentia responsável por dar a ela algum orgulho, ainda que mínimo.

   — Yusuke, onde você vai? Vamos embora, você precisa descer! Toma jeito, menino!

   Já era tarde. Yusuke já tinha saído de vista. Havia decidido passar o tempo em algum lugar onde pudesse ficar em paz. Saiu pela escada de emergência, do outro lado do terraço e escapou pelos portões da escola antes que Keiko percebesse sua rota de fuga.

   Ainda era cedo para que eles entendessem que seus dias de paz estavam contados.

3. Mai 2018 04:15 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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