- Fanfic feita para o desafio CrackShipp #vemprocrack;
- Shipp: Naruto - John Stewart (Lanterna Verde);
- Universo Alternativo.
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“Eu estou me sentindo fora de mim, jogando coisas.
Chorando, tentando entender onde diabos eu errei.
A dor refletida nesta música não é nem metade do que eu estou sentindo por dentro.
Eu preciso de você, preciso que você volte para a minha vida, amor.”
Mariah Carey – We Belong Together
A manhã ganhava seu espaço após a fria madrugada. O clima estava agradável e o céu encontrava-se limpo. Um belo contraste com o tom frio pairado dentro daquela residência.
As cortinas estavam semiabertas e um pouco da luz solar adentrava o amplo quarto pelas frestas da grande janela.
Os olhos verdes mal foram abertos e logo o dono deles já estava fechando-os com a claridade em seu rosto. Suspirou frustrado.
Havia esquecido de fechar as cortinas por completo antes de dormir.
Olhou para o despertador em sua cabeceira, ele marcava quinze para as sete da manhã, o horário a qual devia levantar. Esticou o braço desligando o objeto, não precisaria mais dele, então podia dispensar o incomodo som que aquilo fazia.
Livrou-se de suas cobertas e colocou os pés para fora da cama sentindo o contato com o piso de madeira frio arrepiar sua pele. Passou as mãos pelo rosto soltando um bufo alto demais. Mas não importava, estava sozinho naquele cômodo. Deu de ombros, já estava acostumado com isso. O outro sempre levantava primeiro como se fugisse de sua presença.
Dando início a sua costumeira rotina, seguiu para o banheiro. Tomou um banho frio para despertar. Vestiu um terno de três peças na cor azul escuro e seguiu rumo á cozinha.
Travou na entrada do local para estudar o homem á sua frente, aproveitando que ele estava de costas para si. O mais novo trajava uma blusa gola V preta de manga longa e uma calça rente ao corpo da mesma cor. Havia uma grande caneca laranja em suas mãos e John não precisava olhar o conteúdo para saber que era chá de hortelã.
O loiro amava começar o dia tomando aquilo. Era uma das manias do Uzumaki-Stewart que o de olhos verdes aprendera a se acostumar com os anos de união.
Eram sete e meia quando os dois sentaram-se a mesa que ficava na lateral da cozinha para se servirem do café da manhã preparado pelo de íris azuladas. O silêncio era total e ambos os cônjuges já haviam se habituado á ele.
John não conseguia explicar o que havia acontecido para chegarem a essa situação. Ao direcionar sua atenção para o loiro de olhar frio e rosto inexpressivo, não encontrava nada daquela pessoa falante e energética ao qual havia se apaixonado na época da faculdade.
Naruto parecia um fantasma do homem que já fora. Sempre sério e controlador. Tudo tinha que ser na hora certa e dia certo. Livros em ordem alfabética e os móveis da casa precisamente calculados e com o tom de acordo com o piso e paredes. Totalmente o oposto do rapaz desordenado e espalhafatoso que era antigamente.
O café era sempre as sete e meia e o jantar ás oito da noite. Não tinha erro. Essas eram as duas refeições que podiam fazer juntos devido à rotina de trabalho que ambos possuíam.
John passava o dia na corretora de imóveis enquanto o loiro era dono de um Café no centro da cidade. Viam-se apenas durante o começo do dia e o resto da noite. Esse era o pouco tempo que passavam juntos e era sempre com os mesmo diálogos monótonos de poucas palavras.
“Passa o sal.”
“Hoje eu vou chegar mais tarde.”
“O jardineiro vai vir amanhã.”
“Preciso ir ao mercado.”
Nunca diziam o que realmente queriam. As palavras presas em suas gargantas e os sentimentos aprisionados em seus olhos. A atenção prendia-se ao prato que degustavam para não encararem um ao outro, porém quando os olhares se cruzavam a tensão e o medo ficavam explícitos dentro da expressão estóica de Naruto e a despreocupada de John.
Ao término da refeição os dois deixaram a casa rumo aos seus compromissos. Sem beijo de despedida ou um singelo abraço. Não pareciam ao menos que eram casados.
Cada um em seu carro usando a distração no volante para arejar os pensamentos. O de olhos verdes cansado daquela pesada e agoniante rotina que seu matrimônio havia se tornado. O de tez bronzeada com medo de encarar o quão seu casamento estava quebrado.
[...]
Eram quase duas horas da tarde quando John conseguiu deixar o escritório para almoçar. Seu carro estava estacionado em frente ao estabelecimento de seu marido e o corretor não se importava de admirar o brilho que os orbes azuis ganhavam enquanto o homem loiro cozinhava. Sabia como ele amava isso.
Lembrava-se como Naruto era feliz quando cursava gastronomia e criava pratos para todos os gostos. O sorriso enorme e a luz que radiava dele quando inaugurou a loja que sempre sonhara nunca sairiam das memórias de John.
Sentia falta daquele Naruto.
Quanto mais emergiam em suas carreiras, mais distantes ficavam. As conversas leves, as risadas divertidas e as trocas de confidências ficaram cada vez mais escassas. Pareciam colegas de quarto que mal se conheciam.
Fazia tempo que não sentia a pele dourada sobre a sua. O calor daquele corpo sob o seu e os carinhos que o Uzumaki fazia em seu peito após se amarem por horas.
Tinha vontade de agarrá-lo sempre que chegava em casa. Naruto era sua maior paixão. Seu pecado mais quente. Seu amor mais profundo. Doía não conseguir alcançá-lo. Havia um muro enorme entre os dois e nenhum deles sabiam como derrubar.
O medo de que qualquer movimento quebrasse de vez aquela casinha de cristal que era aquele relacionamento assombrava ambos os homens.
Passavam a noite em claro de costas um para o outro fingindo um falso sono enquanto o de olhos verdes rezava para que ainda restasse amor no de olhos azuis celestes e o loiro chorava em silêncio com medo de seu marido decidir deixá-lo na manhã seguinte.
John ouviu seu celular tocar e ao destravar a tela para atendê-lo seu olhar caiu sobre a data no visor.
Era seu aniversário de casamento.
Hoje fazia doze anos que dividia a vida com Naruto.
Doze anos que dissera sim no altar.
Doze anos que escolhera o loiro como seu.
Doze anos que não trocaria por nada.
O choque o atingiu de forma dolorosa. Á quanto tempo não comemoravam essa data? Fazia anos que aquele dia havia se tornado comum para os dois. Sentiu seus olhos molharem. O que havia acontecido com seu casamento?
[...]
Às sete e meia da noite Stewart adentrava sua casa. O lugar parecia silencioso e estava pouco iluminado. A única flor que carregava pesava em sua mão. Era uma Tulipa de cor vermelha, a favorita de seu esposo. A mesma ao qual havia lhe dado há doze anos com um anel de noivado entre as pétalas.
Quanto mais avançava para o interior da residência um som invadia seus ouvidos. Na sala de estar o rádio tocava baixinho e John reconhecia aquela música em qualquer lugar.
Apenas a luz do abajur que ficava no canto do cômodo estava acesa e seu marido estava sentado na janela encarando a escuridão que habitava lá fora com uma taça de vinho na mão enquanto We Belong Together soava pelo ambiente. Ele trajava um de seus blusões de basquete que cobria a peça íntima que ele usava por baixo como costumava fazer antigamente quando dizia que estava com saudades e vestia sua roupa para sentir-se mais próximo de si.
O rosto molhado denunciava as lágrimas que o homem loiro havia derramado e o olhar melancólico deixava claro o seu estado entristecido.
John não sabia que era a décima vez que Naruto escutava a música naquela noite. A mesma canção que dançaram juntos na formatura da faculdade e no dia que disseram sim um para o outro.
O loiro virou-se e se surpreendeu com a presença do outro ali. Havia ficado tanto tempo enclausurado em seu sofrimento que não percebeu o tempo passar. Seu olhar caiu sobre a flor que ele carregava, logo retornando aos olhos verdes que tanto amava.
John se aproximou e lhe estendeu a solitária tulipa que tinha um significado muito grande para os cônjuges. Com o olhar preso um no outro o de pele bronzeada pegou a flor. O mais alto fez um carinho em seu rosto e Naruto segurou a mão dele contra sua bochecha não querendo que aquilo acabasse.
Não aguentava mais aquela situação. Pareciam dois estranhos que tiveram um passado. Queria seu marido de volta.
- Sinto sua falta.
- Eu também.
John retirou a taça das mãos do outro deixando-a sob o encosto da janela. Suas mãos foram para ambos os lados do rosto do homem que dominava seu coração e o beijo aconteceu.
Havia tanta saudade. Tanta dor. Tanta ânsia naquele ato que o desespero logo veio á tona.
O corretor pegou o de fios loiros no colo, este entrelaçou as pernas em sua cintura. A urgência para se amarem era tão grande que o tapete felpudo no chão da sala foi usado como cama.
As roupas foram jogadas para qualquer canto em meio às carícias exasperadas. Quando estavam nus, o mais alto não pode deixar de admirar o homem embaixo de si.
Naruto ainda era tão belo e exótico que qualquer um que o visse jamais imaginaria que tinha seus trinta e seis anos.
A franja loira caía sobre a testa e as laterais esparramavam-se sobre o tapete. Seu olhar brilhava em carinho e saudades. John não sabia como havia conseguido se manter longe daquele ser por tanto tempo.
As mãos exploravam os corpos alheios e as bocas se devoravam após cada intervalo para a recuperação de ar. A música ainda tocava e tornava a se repetir quando chegava ao fim.
Mas eles não se importavam, a melodia fazia parte da vida que construíram e deixava aquele momento mais intenso e importante.
Amaram-se como há muito tempo não faziam. Cada beijo. Cada toque. Era como se fosse à primeira vez. As horas passavam e a noite se aprofundava mais e mais, ainda assim eles permaneciam memorizando a textura de suas peles e o sabor dos lábios que os deixavam tão alucinados e calorosos.
Quando a madrugada chegou o loiro se encontrava deitado sobre o peito do outro deixando um carinho ali como sempre fazia quando terminavam o ato desejoso. John tinha a cabeça inclinada em sua direção e deixava beijos no topo de seus cabelos dourados sempre apreciando o cheiro que eles exalavam.
As promessas de amor foram renovadas e a esperança de um futuro melhor retornava aos seus corações.
Talvez tudo não estivesse tão quebrado.
Vielen Dank für das Lesen!
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