juh-hime Juh Hime

É engraçado como o tempo perde a importância quando apenas existimos ao invés de vivermos. Cada lembrança tão bem gravada em sua mente, em sua alma. Esquecer Victor Nikiforov não estava sendo fácil, esquecer o que aquele homem havia lhe feito estava lhe destruindo. “Droga, eu sou um fodido da vida mesmo.” Como tudo poderia ter se complicado daquela forma? Como se afundara tanto logo após se erguer? Como podia ser tão fraco? Como poderia se deixar levar pela merda de um sorriso e palavras inicialmente carinhosas?


Fan-Fiction Alles öffentlich.

#yurionice #victuri
Kurzgeschichte
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Apenas esta noite.

      Sugiro que escutem a musica Just Tonight - The Pretty Reckless

https://www.youtube.com/watch?v=Y7VGOnV2QhU




   

   



      É engraçado como o tempo perde a importância quando apenas existimos ao invés de vivermos.

Dois meses? Três? Quanto haviam se passado?

Duas horas? Três? Quantas haviam se passado?

      A garrafa de cerveja à sua frente a muito estava quente, a musica alta perturbava seus ouvidos, e a vontade de chorar lhe invadia a cada lembrança que lhe acometia como uma faca entrando em seu peito.

       Cada lembrança tão bem gravada em sua mente, em sua alma.

      Esquecer Victor Nikiforov não estava sendo fácil, esquecer o que aquele homem havia lhe feito estava lhe destruindo.

      “Droga, eu sou um fodido da vida mesmo.”

      Como tudo poderia ter se complicado daquela forma? Como se afundara tanto logo após se erguer? Como podia ser tão fraco? Como poderia se deixar levar pela merda de um sorriso e palavras inicialmente carinhosas?

      O intuito ao sair de casa naquele dia era ter uma noite como muitas da que estava tendo até então. Encher a cara, beijar alguns caras aleatórios, e seguir sua vida fingindo que um filho da puta não havia pisado até no último resquício de sua esperança de ser feliz.


      “Aquele desgraçado tinha que estar aqui?”


      As orbes azuis haviam se cruzado com as suas no momento que chegara ali, pensou em dar meia volta e seguir para alguma outra boate, haviam tantas por ali, poderia encher a cara em outro lugar, onde não correria o risco de vê-lo, de senti-lo.

      Imaginar tudo que poderia ter sido...


      “Foda-se”


      Não sairia, era sua boate preferida, e ele devia saber disso, no mínimo estava ali para atormenta-lo, e não seria vencido tão fácil. Sempre fora absurdamente territorialista, essa era uma característica que nunca iria mudar, aquela era sua boate favorita, não sairia apenas por uma presença desagradável.

      – Quantas dessas você já bebeu? – Aquela sem dúvida era uma aproximação que Yuuri não aguardava. O havia ignorado categoricamente quando chegara ali, achava que ele faria o mesmo.

      –Não lhe interessa. – O sorriso daquele maldito ainda era o seu preferido, sempre seria, fosse em uma manhã de sol, fosse sob aquelas luzes de cores diferentes que faziam seus olhos se irritarem pela falta do óculos que deixara em casa.

      –Não seja rude. Não combina com você. Não com a imagem que você tanto tenta passar – Quem era aquele bastardo para falar o que combinava ou deixava de combinar com Yuuri? Quem era ele para sequer pensar em lhe dirigir a palavra.

      Como alguém poderia ser daquele jeito? Cínico, dissimulado? Agindo como se não tivesse despedaçado aquele a seu lado em mil pedaços e deixado no chão. Quem ele pensava que era, não deveria sequer pensar em demonstrar aquele maldito sorriso novamente em sua direção.

      Pequenos detalhes tornam tudo mais difícil.......

            –Vai se foder, Victor. – o sorriso sarcástico em seus lábios causaram arrepios na espinha do moreno. Por que justamente naquele momento? Por que aquele demônio decidira lhe atormentar naquele bar?

      –Soube que foder é algo que tem feito muito por aí. Quem diria, não? – Pela primeira vez seus olhos foram em direção àquele que estava ao seu lado.

      – Não sou obrigado a te aturar aqui, no trabalho já é mais que suficiente. –Pegando a nota onde continha os valores referentes ao que consumira aquela noite seguiu para o caixa. Não era obrigado a passar por aquilo, já havia passado por muito por causa daquele desgraçado, estava cansado.


Cansado, na verdade, era a palavra que o definia.

Casado de chorar, do drama, da saudade, da mágoa.

Tudo o estava cansando, e a cada dia que passava se sentia mais e mais exausto.

Cansado de sempre tentar, e tudo sempre ser em vão.


      Exausto do trabalho, onde tinha que fingir estar muito bem todos os dias. Onde tinha que passar por Victor e fingir que não o via. Onde via o novo namorado dele e tinha que fingir não vê-lo, onde tinha que fingir que aquele desgraçado não estava com Victor apenas por vingança, apenas para atingi-lo.


Odiava perder, e aquela havia sido uma derrota e tanto.


      Com a conta devidamente paga seguiu para fora da boate. Uma garoa fina caía, a noite estava fria, e o vento jogava várias gotículas de água em seu rosto.

      De alguma forma aquela fria e gélida noite que me envolveu, aflorava ainda mais a sensibilidade do meu corpo, me fazendo pensar como seria estar nos braços dele.


“Justo hoje esqueci o casaco.”


Esfregando uma mão na outra o moreno seguiu em direção ao estacionamento onde havia deixado seu carro, pensou em ligar para algum amigo para ir busca-lo, talvez tivesse passado um pouco do limite em relação à bebida. Mas logo lembrou que seus amigos o estavam evitando.

De alguma forma ele passara de vítima a criminoso.


“Foda-se, se eu morrer não fará diferença alguma.”


      As chaves do carro já em suas mãos desativou o alarme, só queria entrar ali e esquecer o frio que estava sentindo.

   –Eu apenas queria conversar com você, nunca vai deixar de ser ignorante? – o moreno não precisou se virar para saber quem era aquela definitivamente não era sua noite, péssima ideia sair de casa.

   – Não tenho nada a falar com você. – Categórico, Yuuri deixou sua voz sair alta e clara, deixando claro que não tinha nada a falar, e que acima de tudo, não queria falar com Victor.

   –Você vai falar comigo... Olha aqui... – O homem agarrou seu braço o virando de forma rude, fazendo os olhos de Yuuri se focarem nos seus.


Lágrimas. Lágrimas escorriam dos olhos do moreno.


      Ele não queria falar com Victor, não queria sentir seu toque, não queria sentir seu cheiro. Queria esquecer tudo aquilo, queria esquecer aquele homem e toda a dor que ele lhe causara, esquecer tudo que sentia.

      –O Chris não gostou de você falando com ele. Pare com essas loucuras de ameaçá-lo, esta agindo como louco. – O moreno levou alguns segundo para entender.

      Havia sim falado com Christopher, mas não o ameaçara, apenas falara sobre coisas do passado, sobre por que Christopher repentinamente se interessara por Victor quando descobriu que Yuuri estava apaixonado por ele, em momento algum ameaçara aquele desgraçado.

      Mais mentiras a seu respeito. A situação estava virando uma bola de neve da qual Yuuri não possuía mais controle.

   O homem mantinha seus olhos cravados no moreno, estava irritado, com raiva, estava cansado das loucuras daquele rapaz, desde quando seu doce namorado o estaria usando para se vingar, a seu ver Yuuri Katsuki estava perdendo completamente o juízo, estava ficando obcecado por sua pessoa.

   –Não ameacei seu namorado, apenas conversamos. – Onde estava o jovem doce que havia conhecido há um ano? O jovem que o encantara e que até pensou em realmente ter algum envolvimento. Aquilo era assustador, como as pessoas poderiam ser loucas daquela forma. – Agora quer fazer o favor de me soltar... Que inferno.

      O moreno se desvencilhou do aperto em seu braço tenso o mesmo arranhado pelas unhas do homem que ainda o olhava fixamente.

      Aquele olhar poderia lhe desarmar... Há alguns meses teria lhe deixado no chão. Mas não mais.

      – Você devia se preocupar mais com seu namorado e menos comigo... Deixe-me em paz Victor. – O moreno já se virara novamente em direção ao carro, pronto para sair dali porem mais uma vez seu braço foi segurado de forma bruta.

      Seu corpo bruscamente virado em direção ao homem que em vez de apenas chamar sua atenção atacou seus lábios.

      Os lábios perfeitamente encaixados. Aquele era o primeiro beijo deles... Meses de flerte, meses de carícias, e aquele era o primeiro beijo? Em meio a uma briga em meio a acusações.

      A língua de Victor invadindo bruscamente a de Yuuri, sem ao menos lhe dar chance de recusar aquele contato.

      A mão que segurava o braço do moreno posicionou-se em sua lombar o trazendo para mais próximo e ao sentir aquele toque Yuuri não mais quis resistir, se entregou por inteiro aquele mover de lábios, aquelas mão em suas costas, àquele desejo que existia em si a tanto tempo.

      Não havia mágoa naquele beijo, não existiam palavras ditas, não existiam atitudes que machucaram, não existiam mentiras, não existia mais nada.


      Apenas os lábios de Victor, apenas o sabor doce de alguma bebida que Yuuri não conhecia. Apenas o cheiro do perfume que ele adorava usar.


      Apenas a mão de Victor em sua lombar, enquanto a outra procurava pela maçaneta da porta do banco de trás do carro enquanto os braços de Yuuri se entrelaçavam em seu pescoço procurando por um apoio... Não só naquela situação, mas na vida.


      Deitados no banco de trás daquele carro, Victor possuiu Yuuri, o teve em seus braços enquanto o moreno chamava por seu nome, gemia o quanto o amava e o quanto precisava dele para ser feliz. Palavras totalmente verdadeiras, mas que seriam esquecidas em tão pouco tempo, que seriam jogadas no porta-malas e esquecidas como se nunca houvessem sido pronunciadas.

      Victor se movimentou, arrumando a calça já que não se dera ao trabalho de removê-la, apenas comprovara sua hipótese.

      Yuuri ainda deitado naquele banco, totalmente sujo de Victor. A felicidade repentina do ato lhe deixando... Victor estava de saída

      Sua face era questionadora, talvez ate assustada. Haviam feito amor a pouco certo? O que estava acontecendo?

      –Você realmente virou uma vadia não é? Transa com qualquer um em qualquer lugar. Meio nojento. – Os lábios do moreno se entreabriam em surpresa ao ouvir aquelas palavras. Lagrimas novamente tomaram conta dos olhos de Yuuri, mas não escorreram.


      –Vai se foder.


      Foram as últimas palavras que saíram dos lábios de Yuuri, antes de Victor sair do carro fingindo que nada havia ocorrido ali.

      Cigarros e mais cigarros foram fumados naquela noite, em outra boate. Yuuri se afogou em bebidas. Afogou-se em outro corpo, procurou esquecer cada toque de Victor, tentou se livrar de seu cheiro impregnado em seu corpo, das memórias cravadas a ferro e fogo em sua mente. Não retornou ao emprego nos dias que se seguiram, pediu demissão logo em seguida.

      Tornou-se a vadia que Victor afirmou que ele era... Transar com caras aleatórios se tornou rotina, assim como ignorar a existência de Victor.

      Os anos se passaram, nunca mais viu aquelas orbes azuis, nem sentiu aquele cheiro, mas esquecer-se de Victor sempre seria impossível. Desistiu de tentar esquecê-lo e preferiu apenas aceitar a existência daquele homem em sua mente, convivendo com a saudade.


Quantos anos mais levariam para se esquecer?

Quantos anos para se recuperar de uma noite?

Quanto tempo para aprender a viver com toda aquela dor como se fosse uma velha amiga, companheira?

Quantas noites chorando?

Quantas camas frequentadas em busca de um corpo que se encaixe tão perfeitamente ao seu como aquele?

Quantos toques experimentados em busca de um único?

Nunca seria o mesmo, nunca esqueceria... Apenas aprenderia a viver.

Havido sido... Apenas uma noite.

3. April 2018 22:13 1 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

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AnnyeCS AnnyeCS
Mds eu nem sei o que dizer. Não sei o que sentir. Tô no chão. Arrasada. Senti tanta dor no Yuuri. Nunca imaginei o Victor agindo assim, o yuuri agindo assim. Quero me enrolar no meu cobertor e chorar.
June 02, 2018, 04:31
~