Harry Potter parou o movimento com a mão e baixou a varinha. O mundo ao redor saiu de foco e os olhos verdes prenderam-se na loira que se aproximava rapidamente. Fios platinados esvoaçavam ao redor do corpo ondulante. A garota era esguia e elegante, as pernas torneadas escapavam por um rasgo na saia a cada passada. Os olhos cinzentos fixos em Harry lançavam faíscas. Era uma tentação.
Diante do olhar abobalhado do rapaz, a garota parou na frente dele e lançou num tom de voz terrivelmente estridente:
– O que pensa que está fazendo, idiota?!
A pergunta despertou Harry para a realidade: estava no meio de uma missão. Ele balançou a cabeça, grudou no braço da loira e a puxou para trás do balcão no momento exato em que seria atingida por um estuporante.
Feitiços e azarações cruzavam de um lado para o outro do pub, graças à confusão criada pela loira que estava bem ao seu lado. A irritação da bela bruxa parecia longe de acabar.
– Quando vai nos tirar daqui? – ela perguntou estremecendo quando uma magia particularmente forte atingiu a frente do balcão onde se escondiam.
– Calma. Tudo faz parte do plano – Harry ajeitou os óculos na ponta do nariz – Você está muito bem assim, Malfoy.
– Maldito! – a loira praticamente cuspiu fogo – É a última vez que eu uso Polissuco de uma garota!
Harry fechou a cara.
– Com certeza é. Eu vi aquele cara te dando o maior mole e você...
Outro feitiço atingiu o balcão cortando a acusação e jogando o corpo de ambos pra frente com a força do impacto. A garota se arrepiou como se fosse uma quimera sanguinária pronta pra dar o bote.
– Pra começo de conversa essa idéia ridícula foi sua, Potter! – vociferou no auge da fúria – E, caso não tenha percebido, agora não é o momento para ter um ataque de ciúmes!
Mal terminou de recriminar e um feitiço acertou as garrafas da prateleira atrás do balcão espirrando bebida nos bruxos. Faíscas de uma azaração caíram muito perto, fazendo o líquido começar a pegar fogo. Se não saíssem dali seriam atingidos pelas chamas que começavam a crescer.
– Merda!
– Merda uma vírgula, Potter. Eu não quero morrer assim. Falta mais de meia hora pro efeito da poção passar e...
A parede dos fundos estremeceu e o rapaz arreganhou os dentes exibindo um sorriso tubarão para a garota:
– Ninguém vai morrer aqui, Malfoy.
Novo estrondo, mais alto e mais forte, então a parede simplesmente desapareceu, como se tivesse sido desintegrada. A bruxa loira fungou.
– Pelo menos Weasley tem um bom timming.
Estendeu o braço com a mão direita aberta sendo imitada pelo companheiro. Duas cordas surgiram pelo rombo, nas quais eles se seguraram fortemente. Entre azarações e feitiços que voavam para todos os lados e o fogo que se alastrava por trás do balcão, os dois foram içados pra fora do pub, como peixes que acabaram de morder o anzol.
Vielen Dank für das Lesen!
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