fuyuka_hideki Adrielle Victória

“Anjo; criatura celestial que habita o céu, puramente espiritual, inteligente; pessoa extremamente boa, virtuosa ou inocente. Naruto se enquadra quase que perfeitamente no estereótipo visualmente esculpido e adotado para esses seres. Loiro, olhos azuis, sua pele quando na claridade torna-se mais alva, dando-lhe aquele aspecto angelical, ainda acentuado quando um sorriso se estampa em seu rosto. Sou um admirador de sua beleza, sendo ela física e/ou interior. Já que o Uzumaki é a personificação de pureza e bondade na Terra. Logo mais, eu, Uchiha Sasuke, me julgo o outro lado da moeda quase perfeito de sua existência. Demônio; pessoa movida por sentimentos malignos ou que se comporta de forma cruel; indivíduo antipático ou grosseiro; manipulador de atitudes e palavras de outrem."


Fan-Fiction Nur für über 18-Jährige.

#sasunaru
15
7.0k ABRUFE
Abgeschlossen
Lesezeit
AA Teilen

Anjos e Demônios

Anjo; criatura celestial que habita o céu, puramente espiritual, inteligente; pessoa extremamente boa, virtuosa ou inocente.

Naruto se enquadra quase que perfeitamente no estereótipo visualmente esculpido e adotado para esses seres. Loiro, olhos azuis, sua pele quando na claridade torna-se mais alva, dando-lhe aquele aspecto angelical, ainda acentuado quando um sorriso se estampa em seu rosto. Sou um admirador de sua beleza, sendo ela física e/ou interior. Já que o Uzumaki é a personificação de pureza e bondade na Terra.

Não me deixo abater tão fácil mesmo tendo ciência do meu contraste absurdo com sua personalidade simplória e conquistadora. Ele parece ser feito para ser amado, jamais o contrário. Desta vez, não sou a exceção da regra. Seu carisma, o modo como leva a vida, sua falta de regras e interesses, fazem dele o ser humano de futuro mais promissor que conheço. Afinal, ele consegue conquistar coisas mesmo que não a queira. Ninguém consegue negar, seja o que for, quando Naru sorri.

Eu, Uchiha Sasuke, me considero verdadeiramente sortudo por tê-lo comigo, ainda que a mente esteja sempre alertando o meu entendimento de que não sou tão merecedor de seu carinho e afeição; logo mais me julgo o outro lado da moeda quase perfeito de sua existência.

Demônio; pessoa movida por sentimentos malignos ou que se comporta de forma cruel; indivíduo antipático ou grosseiro; manipulador de atitudes e palavras de outrem.

Se não estivesse imerso em pensamentos tão teológicos em plena manhã, teria notado as belas íris anil banhadas em bondade e sonolência que me observam. O semblante pacífico curioso pelo meu silêncio; é apaziguador, estar em sua presença sempre traz paz para o que é inquietante.

Um suspiro profundo me deixou. Corri a cabeça pelo travesseiro para lhe selar a testa, ganhei um sorriso sem dentes de gratificação, além dos braços que quiseram me manter por perto, transpassando aquele calor humano quando em proximidade. Seu perfume escolheu minha cavidade nasal como morada, instalando-se por aquelas áreas, aprofundando mais pelas vias, impregnando em meu cérebro como objetivo final concluído.

Seu bom dia foi um sussurro quase que imperceptível, entretanto estar tão colado não deixou passar despercebido. O tom ameno na voz me remete ao provocante do dia anterior, ou a madrugada de hoje. O que me faz pensar que talvez ele não seja tão angelical quanto aparenta. Sua dualidade pode ser que o faça ser quem é, mesmo que suas expressões ainda se remetam aos seres de asas brancas e auréola.

Do modo como estamos sinto as formas de seu corpo. Os pensamentos que emergem são de meus dedos trilhando por todos esses formatos, brincando com cada uma de suas voltas e curvas pouco acentuadas. Dentro do abraço desço a palma ao longo de sua coluna, chegando até onde a lombar faz ladeira, volto pelo mesmo caminho em lentidão do carinho que proporciono. Naruto se move mais para frente, mesmo que o espaço seja quase impossível de se ocupar, não é como se o loiro estivesse dando importância. O rosto toma lugar na curva de meu pescoço, a respiração profunda faz cócegas em minha pele quando solta numa expiração. Aqueles dedos quentes acariciaram as maçãs em meu rosto, até a consequência ser um doce beijo.

A claridade do dia de sábado tenta transpassar a cortina posta na janela, alguns raios de sol conseguem alcançar os nossos pés cobertos na cama. Espreguicei-me ao ser liberto dos amassos do outro, sentando na cama para passear os dedos nos fios e tomar a coragem necessária para finalmente colocar as solas no chão; peguei o celular no criado mudo, visualizando à hora marcada sobre nossa foto no papel de parede, são quase onze da manhã.

Me sinto cansado, poderia dormir mais que seria como ganhar o céu, mas fazer é dar espaço para uma quebra de rotina que atrapalha meu despertar na segunda. O Uzumaki reclamou quando fiz menção de deixá-lo só, a borda da minha cueca fora puxada numa tentativa de me fazer ficar, o elástico voltou contra a pele quando o mais novo soltou no meu erguer, não precisei olhar para saber que estava com uma tira vermelha naquela região. Escutei o riso divertido dele, apenas o encarei elevando uma sobrancelha.

— É a sua punição por me abandonar em pleno sábado. — Torceu o lábio.

— Se for o caso terá que me punir todos os dias pelas manhãs, não acha?

— Não. Hoje é final de semana. Os outros dias são necessários. Além disso, eu não permaneço aqui também. É aceitável.

— Então se levante. Vai fazer ser aceitável também. — Puxei o lençol quando passei pela borda do móvel. Seu movimento foi puxar o pano de volta e fazer bico a mim, o olhar me acompanha. — Vamos, deixe de preguiça. — Segui para o banheiro, mas ainda assim consigo ouvir perfeitamente os resmungos, isso faz brotar aquele sorrisinho satisfeito por ter sua companhia nas minhas matinas.

— Posso saber do que está sorrindo?

— De você. — Deixei que a frase soasse como fosse a coisa mais óbvia.

Ele usa apenas boxer como eu, a tatuagem no umbigo está livre, acompanhei seu caminhar por trás de mim quando passou ali em direção ao box. Sendo assim não tive outra escolha além de descer e preparar nosso café da manhã; quando surgiu novamente o Uzumaki vestia um short tão curto quanto a cueca anterior, pelo tronco um moletom que não me deixava ver suas mãos, até que as mangas fossem levantadas até os cotovelos, os pés ainda descalços.

— Deixa que eu termino.

Eu deveria deixar claro todo o bem que tê-lo como um marido sem aliança matrimonial e reconhecimento no cartório me faz. Mais de cinco anos de relacionamento com alguém como eu não é para quem quer brincar de estar junto. Apesar de que sou melhor do que quando nos conhecemos, sinto sempre que estou sendo melhor a cada pequeno momento que passamos juntos também. Não sou fácil de lidar, e ainda assim há toda uma maneira com que ele me dobra.

Selei sua têmpora quando cruzamos os caminhos.

O banho que tomei foi muito bem vindo. Lavei a alma por breves momentos, respirando fundo diversas vezes para tentar suprir os pensamentos sobre nós dois que tanto me afligem por essas horas vigentes. Passei a palma por todo o cabelo quando me vi defronte ao espelho, com a toalha enrolada na cintura segui até o guarda roupa para procurar algo leve, no final das contas acabaria vestindo algo parecido com o loiro, e assim desci. Pelo caminho da sala à cozinha visualizei de relance uma das primeiras fotografias que tiramos juntos. Sempre me traz boas lembranças, obviamente. Apesar do antes dela não ser tão fascinante assim. Posso defini-la como extremamente comum. Eu não era a paixão secreta do Uzumaki e nem ele a minha... Partindo disso, a aproximação se deu naturalmente. Descobrimos alguns gostos em comuns, e apesar do meu modo de segurança sempre ativado, o outro não corria para longe. Muito pelo contrário, parecia a cada segundo mais empenhado em derrubar a Muralha da China que havia em mim. Não que a mesma tenha sido extinguida, entretanto para ele sou um campo aberto.

— O que há contigo que tanto pensa?

— Foi uma semana corrida. Não tivemos muito tempo para nós dois. Não é nada. — Quando o encarei lá estava aquele mesmo olhar de curiosidade aguçada, isso me ganhou um sorriso sem dentes. — Vamos, diga o que tem a dizer. — Não mais o olhei, voltei para passar geleia no pão.

Suas palavras soaram baixas como um cântico suave, voltei para olhá-lo vendo aqueles belos olhos azuis lá.

— Sasuke! — O homem vestindo casaco laranja e preto vinha em minha direção acenando. Não retribui. — Desculpa o atraso.

— Não precisa pedir desculpas. Você sempre faz a mesma coisa. — Permaneci o encarando de cima, ele mantinha as mãos nos joelhos, respirava ofegante.

Não esperei pela sua recuperação para começar a andar. Escutei suas reclamações em minhas costas, quando se colocou ao meu lado, elas cessaram. Estamos indo lanchar, são pouco mais das três da tarde; quando sentamos na mesa perto da janela comecei a observar todas aquelas pessoas caminhando lentamente acompanhadas ou não.

— Pare de olhar lá para fora e olhe para mim... — Estalava os dedos em minha frente, tinha a testa franzida como se conversasse comigo e não estivesse obtendo resposta alguma.

— O que foi?

— Minha pergunta, essa daí. — Rolou os orbes azuis. — Quer ir dar uma volta? Não pedimos ainda, não será nenhum problema.

Não afirmei nada, somente o movimento que fiz de levantar já fora o suficiente para ser entendido. Seguimos no mesmo silêncio que nos encontrávamos lá anteriormente, sentindo o olhar do outro sobre mim a cada passo que era dado por nós.

Quando pausei e soltei um longo suspiro o fiz olhando para o lado. Fechei os olhos, balançando em uma negação, por que tudo tem de ser dessa forma? Na verdade, por que ele tem que tornar tudo dessa maneira? Segurei seu rosto, Naruto não fez menção de afastar meu toque, e assim segui com um selo de nossos lábios. Era a primeira de muitas vezes que eu tomaria essa mesma atitude.

— Tem momentos que te odeio de modo muito sincero — sussurrei, olhando para ele. — Por me obrigar a agir contigo completamente diferente de como faço com qualquer outro.

— É? — Sorria pequeno, notei um colorido em suas bochechas. — Eu gosto disso.

À partir dali tudo mudou. E olha nós dois aqui hoje, após tantos anos, tantas descobertas, tantas tribulações e pessimismo. E em meio a tudo, nenhum sinal de desistência, fosse de qualquer um dos lados. Afinal de contas, Naruto é o namorado perfeito ao qual todo e qualquer gênero existente deseja. Atencioso, carismático, bonito, alegre, românti -

— Você lembra do nosso primeiro beijo? — Sua voz soou.

— Não deveria lembrar?

— Lembra do que me disse e do que respondi?

— Qual o propósito disso?

— Lembra? — Ergueu a sobrancelha.

— Posso descrever tudo o que aconteceu naquele dia. Se é aonde quer chegar. Sabe que me lembro.

— E?

— E o quê?

— Estou esperando.

— Ah — bufei quando vi o modo como me olhava. — Eu disse que te odiava por me fazer agir diferente. E você, que gostava. Satisfeito?

— Bem que você poderia ter sido um pouco mais romântico. — Fingiu decepção. — Ah, claro, Naruto, você está falando do Sasuke.

— Ei!

— O quê? — Ele ria aquela risada gostosa.

Merda. Estou desarmado.

Rolei os olhos para entrar na sua brincadeira, mas ainda assim mantinha o olhar fixo em seu jeito desinibido.

Naruto consegue possuir graça em muitas atitudes, em muitas coisas que faça, por mais simples que sejam. Assim como consegue deixar tudo com leveza também. Incluso nesse quesito quando estamos brigando, fato que acontece raramente em nossas vidas. Mas que para qualquer casal, não deixa de ser algo presente, apenas para mostrar que existem opiniões divergentes dentro de um relacionamento. Nada vai ser flores o tempo inteiro. É ilusório acreditar nisso. De qualquer forma, isso não muda a visão que tenho sobre o meu pequeno Uzumaki, somente acrescenta um pouco mais de curiosidade sobre o que devo descobrir da próxima vez em que debatermos um determinado assunto. E observá-lo discursar é encantador. Não consigo encontrar um motivo que não me mova para me apaixonar por ele mais uma vez. Talvez essa dependência emocional me mate um dia. Não é como se eu me importasse com isso.

Quando o loiro abaixou a mão sobre a mesa, foi o tilintar da sua aliança contra o vidro que me trouxe de volta para o mundo real. Pisquei algumas vezes para realmente tomar o foco da realidade ao meu redor. Ah... Passeei a mão pelo cabelo, soltando um profundo suspiro com os olhos fechados.

Havíamos dado o nosso primeiro beijo e era tudo como se fosse natural entre nós. Continuamos rindo, nos olhando nos olhos e fazendo as mesmas piadas quando algo acontecia. E foi por aí que percebi o que havia entre nossos laços, era como se sempre estivéssemos estado em um relacionamento apenas ainda não havia nenhum dos lados tomado a atitude necessária para um passo mais adiante.

Eu queria perguntar sobre isso. E talvez a luz de pura curiosidade — coberta de receio — em meus olhos fora o que fez com que ele questionasse.

— É sobre o beijo? — Levou o café quente na boca. — Sinto como se não houvesse sido o primeiro. Entende? Parece que é corriqueiro, e aconteceu quando tinha que acontecer...

— Não acha estranho ter beijado o seu melhor amigo?

— Não é estranho quando se é alguém a quem você ama. Não precisamos negar que nosso envolvimento sempre foi mais do que isso, Sasuke. E com toda a certeza você entende do que digo. — Esticou a mão por cima da mesa, a segurei. — Eu te amo e nunca neguei.

A única coisa que me deixou nesse momento foi um sorriso de concordância, afinal de contas, dizer algo só estragaria o resumo de nossos sentimentos que fora feito por ele de forma tão adequada.

Quando fui à casa dos seus pais ninguém ficou surpreso com o pedido. A afirmação geral era que pensavam que já namorávamos há tempos. E o espanto foi nosso, apesar de não ser tão necessário. Mas claro, não é algo que se escuta todos os dias vindo dos seus sogros e paternos.

Naruto resmunga do filme deitado em meu peitoral.

— Não adianta muita coisa ficar reclamando dessa maneira.

— Eu sei. Eu sei. — Pelo modo como disse era notável que rolou os olhos.

Não sou a pessoa que mais assiste comédias românticas, então não tem como opinar sobre o que tanto é alvo da indignação do meu companheiro. Da minha parte havia apenas que concordar e rir algumas vezes.

Minha mão está em seus fios, assim como caminha suave em suas costas, erguendo o pano do moletom alguns momentos. A semana corrida me faz querer mais contato toda vez que chega os sábados e domingos. A rotina de trabalho e agitação nos deixa cansados.

— Qual é, Sasuke, me deixa assistir.

— Você já tem decorado todos os diálogos disso. — Girei no pequeno espaço, o mantendo encurralado entre o encosto e eu.

Sua posição era com uma perna sobre a minha. Deslizei a palma por sua coxa, acompanhando a inevitável curva que fazia até chegar perto das costelas. Os olhos azuis pregados nos meus, a respiração espalhando em meu rosto. Puxei com o polegar o seu lábio inferior, abrindo de leve sua boca antes de finalmente beijá-lo.

O apertei um pouco mais contra o macio em suas costas. Seus toques em mim eram tão calorosos quanto os que recebia.

Ergui um pouco daquela blusa grossa, fazendo com que chegasse até metade de seu rosto, apenas os lábios e nariz do lado de fora. Os braços para cima, como na intenção de retirar. Os meus dedos já trilhavam na direção da borda do short curto, correndo pela tatuagem e quando encontraram a barra do pano a campainha veio à tona.

— Vou atender.

— Não, não vai.

— Sério. Me deixa ir... — Suas reclamações não eram muito empenhadas.

— Não... Vamos fazer amor e depois ligamos para saber quem foi. Basta que seja silencioso e não denuncie que estamos no sofá.

— Sasuke. Temos visita. — O barulho soou outra vez. — Já vai — falou alto para me parar.

— Naruto... — resmunguei lhe dando passagem.

Enquanto caminhava arrumava o blusão no corpo, o quadril rebolava mais do que deveria para me provocar; o short não ajudava muito em manter o foco. Respirei fundo, resmungando comigo mesmo. Tsc. Que boa hora para receber alguém.

— Mãe! — Escutei o falatório feliz.

Não houve demora até minha sogra e o filho estarem aqui onde estou.

Kushina é uma ótima pessoa. Mas neste momento a estou praguejando por interromper. Espero não estar de cara feia. Sei que estou mais silencioso do que o costume.

No final das contas a ruiva veio nos convidar para o almoço de sua casa. Está nos esperando, subimos para trocar de roupa.

— Não fique com essa cara... — Veio de frente a mim, abraçando minha cintura.

— Não estou. — O virei de costas para fechar à corrente.

— Claro que está. Não é o fim do mundo, okay? Faremos à vontade quando estivermos de volta. — Deitou com a cabeça no meu ombro, puxando minhas mãos para lhe trazer mais junto num cerco ao redor de sua barriga, balançava de leve de um lado para o outro embalando numa leve dança. — Agora vamos descer.

Fomos nos bancos traseiros do carro. Um diálogo descontraído rola entre todos os quatro presentes, mesmo que ainda ronde em minha mente todas as possibilidades que aconteceriam naquela mobília. Não que eu me importe tanto com sexo, só é complicado o fato de ser interrompido quase no ato.

Estou respirando profundamente. O ar parece rarefeito ainda. Naruto suado e de pulmões errantes deita em meu peitoral, tenho meus dedos em seus fios, sentindo-os úmidos pelo suor.

Flashes me invadem a memória de algo tão recente, de poucos minutos atrás, é a verdade. Eu não havia idealizado esse momento. E esse foi o fato que favoreceu para transcorrer tudo de forma tão natural e bela. Parece que ambos estamos refletindo sobre o que acabou de acontecer.

Namoramos há alguns meses e essa foi a nossa primeira troca íntima. Quando o loiro sorriu rindo, questionei o porque.

— Você às vezes é tão rude com tudo... — Levantou o rosto e me encarou, os dedos corriam na pele próxima ao meu mamilo, fazendo desenhos aleatórios. — Foi bom... De verdade.

— Pensou que eu seria rude contigo? De onde tirou isso? — Franzi a testa.

— Ah, sabe como que é, não é? — Coçou a própria nuca.

— Não. Não sei. Por Deus, amor. — O abracei, girando nosso corpo me mantendo por cima, encarei seus olhos da menor distância que pude e que meu rosto fosse visto com nitidez, mordi o lábio encarando sua boca, percebi a coloração em sua bochecha.

— O que foi? — Um fio de voz apenas.

— Shii... — Beijei sua testa.

Dali mesmo desci com o nariz recostado pelo seu bronzeado, encontrando o perfume de seu pescoço que se tornaria tão conhecido após anos. Senti mais um pouco da curva nua sob mim, não percebendo que logo aquelas formas estariam decoradas. Provei do sabor de seus lábios, percebendo que essa era a única boca que queria beijar pelo resto da vida.

Talvez isso soe apaixonado demais, entretanto não é como se houvesse qualquer resistência entre nós quando se trata disto. Mesmo que eu seja o menos efetivo, e por conta alvo de zoação, nos mantemos equilibrado. Sabendo que depois de nos consolidarmos desta maneira nossa interação com certeza subirá em um patamar a mais de intimidade.

Naruto fechou os olhos quando me viu direcionar o lábio à sua orelha, uma carícia começou ao longo de minhas costas, subindo aos fios curtos presentes na nuca. Aproximei de modo que nenhum pequeno tom do timbre de minha fala fosse perdido. Faria de modo a caminhar por todo o corredor de seu ouvido.

— Eu amo você, anjo.

Seu riso foi baixo e suave; angélico.

A chegada na casa dos meus sogros foi rápida. Depois de servida a comida nos dividimos pela casa para conversas distintas. O loiro com sua mãe, e eu aqui com o que parece a cópia do meu marido.

— Como foi à semana na empresa?

— Cansativa. Apesar das produções irem bem.

— Teremos reunião com vocês dentro de um mês. Estou certo?

— Sim.

Pensei que fosse haver um buraco ali. Onde ninguém falaria nada, mas logo sua voz soou novamente.

— E vocês? Você e o meu filho. — Seus olhos estavam em mim.

— Bem, estamos muito bem. — Talvez um sorriso, que somente o primogênito desse senhor perceberia, esteja instalado em minha face.

— São anos, hein, Sasuke? E ainda é bonito vê-los juntos. Mesmo antes nós já sabíamos que algo iria acontecer. Ou que já estava acontecendo.

— Os senhores têm um filho incrível, Minato.

Ele sorria em concordância. Não há quem discorde da minha afirmação. O Uzumaki carrega se mostra desta forma, não há quem não se encante em como ele sorri e os olhos apertam. Ou o som doce de sua risada divertida.

— Sasuke? — O comando me trouxe de volta.

— Estou aqui.

— Não, não está. — Ria de mim.

Suspirei, concordando.

— O que estão fazendo? — O alvo da conversa me abraçou por trás, selando minha bochecha.

— Falando mal de você. — Tomei a frente de seu pai, o mesmo ria.

— Malvado. — Deu a volta na mobília para sentar ao meu lado.

Quando o mais novo tirou o celular do bolso, voltei a conversar com o meu sogro; poucos segundos depois o meu aparelho tocou, o homem aqui guardava o dele, dando atenção ao outro presente.

"Se eu tirar meu pai da sala, você me beija?"

Sorri pequeno. Era uma pergunta que deveria ser retórica, mas se ele quer uma resposta vamos dar.

"Talvez. Experimente e saiba o resultado."

Vi sua testa franzida logo em seguida a leitura. Não precisou nenhum esforço seu sobre retirar o outro, sua mãe o chamou de lá onde estava. Assim como não houve nenhuma iniciativa minha, já que meu rosto fora virado e não tive ação para afastar.

— Você me mata desse jeito — sussurrou pra mim. — Qual seu problema em apenas dizer um simples sim?

— O prazer de te ver achar que eu não faria. E na dúvida você mesmo executa.

— Você é um demônio, Sasuke. — O final de sua frase era outro beijo nosso.

O barulho de seus pais estando de volta foi o que nos separou, e mesmo com a chegada dos dois na sala ainda nos encarávamos. Kushina chamou nossa atenção reclamando com o marido sobre não olhar para ela daquela forma. O riso foi geral. Naruto deitou com a cabeça em meu ombro, enrolando seu braço e segurando minha mão.

Mesmo que tenhamos o aspecto de casal 21 perfeito, vez ou outra entramos em conflitos. São raras às vezes, mas os pólos espirituais diferentes podem ter sua influência nesses acontecimentos.

— Sasuke. — Ele respirou profundamente. — Estou cansado, não quero ser mal educado contigo. Me deixa em paz. Por. Favor.

— Vai dormir deixando tudo em aberto?

— Não estou deixando nada em aberto. Que saco. Você não confia em mim?

— Em você eu confio de olhos vendados e mãos atadas. É nas outras pessoas que não confio.

— Há, isso quer dizer que eu cederia? Por insistência ou algo do tipo?

— Não foi o que eu disse —

— Não foi com essas palavras — me interrompeu. — Há quantos anos estamos juntos? Uchiha, desde que te conheci não tenho olhos para ninguém mais. — Eu o via com raiva. — Droga, eu nunca falei nada de quando vejo as amigas de seus conhecidos dando em cima de você sem que perceba. E por causa de um bilhete de um babaca vai causar todo esse alarde?

— Naruto.

— Não. — Me mostrou a palma aberta na frente do rosto em sinal de pare. — Eu não vou brigar. — Suspirou fundo novamente. — Boa noite, e me deixa dormir só. Estou indo pro quarto de hóspedes.

O teu cheiro exala do seu lado da cama. Deixei o ciúmes tomar conta por um momento. Mas o Naruto é ingênuo, o bilhete foi apenas uma maneira direta de abordagem, já que ela deve vir acontecendo e ele não nota.

Eu deveria bater em sua porta para pedir desculpas e trazê-lo de volta.

— Naruto. — Me vi batendo.

Silêncio.

— Naru... — Recostei a testa na madeira.

Silêncio.

Até a fechadura abrir.

— O que foi? Estou com sono, tem trabalho cedo.

Inclinei a cabeça e selei nossos lábios lentamente.

— Por que não negou?

— Porque é meu marido. A pessoa que amo. Eu quero ir dormir.

— Aqui?

— Eu preciso. — Não olhava em meus olhos.

— Vou respeitar.

Foi uma das únicas vezes em que dormimos separados. Foi uma noite incomoda, como mínimo de palavra para ser usada.

— Bom dia.

— Bom dia — ditei. — A cama fica vazia sem você nela. — O abracei por trás, cheirando seu pescoço. A felicidade me abrangeu por sua reciprocidade em segurar meus braços.

— Não quero falar sobre isso.

— Tudo bem.

Estar com Minato e Kushina é realmente divertido. E logo depois ficamos sabendo que meus pais, junto com meu irmão e cunhado estão a caminho.

— Faz tempo que todos não se juntam dessa forma. — Subíamos ao quarto do loiro.

— Sim. É bom que todos se deem bem.

— Estou satisfeito e ao mesmo tempo não. Sobre não irmos cedo para casa.

— Ah, essa coisa novamente?! Não sou seu objeto. — Fez bico, rindo em seguida.

— Claro que não é.

— Vem aqui. — Caminhou até sentar na cama. — Vamos conversar sobre nós. Afinal, no próximo final de semana é nosso aniversário. — Olhando para os lençóis bem arrumados, perguntou: — Você é feliz?

— Se você é, eu sou. Se está comigo também. Não estaria contigo se não me fizesse no mínimo bem. Sabe disso. — Sorria pequeno. — Não me faça perguntas bobas, é sério. O que quer conversar sobre nós?

— Parece sempre que todos os dias é o dia em que me beijou pela primeira vez.

— O que quer diz?

— Mesmo com toda a nossa correria, com os estresses, e tudo que sabemos, você sempre dá um jeito de se manter perto. E isso me faz apaixonar todos eles por você. Sei que é algo que digo sempre, mas — deu de ombros — não me canso.

Arrastei o quadril pela cama, alcançando de mais perto o outro. Toquei sua bochecha, erguendo seu rosto para me encarar. Entreguei-lhe um sorriso, do qual recebi o troco, até que com esse mesmo sorriso nos lábios, fui beijado.

Levamos tempo demais na espera de algum dos presentes virem até nós avisando que meus parentes haviam chegado. E como houve muita demora, resolvemos conferir.

— Finalmente, o casal da década resolveu dar as caras. — O Itachi levantou e já vinha em minha direção.

Recebi seu abraço com tanto carinho quanto acolho o Naruto.

— Que saudades, maninho.

— Não me chame assim, mas, que saudades. — Nos olhamos, ele passou os dedos em minha bochecha.

— Olá, Sasuke. — Shisui me abordou. O outro Uchiha foi falar com o loiro ao meu lado.

Dado os cumprimentos, sentamos para conversar.

— Faz tempo que não nos reunimos dessa maneira — Kushina se expressou. — Uma das primeiras vezes fora quando eles se apresentaram para nós.

— Ah, com isso. Nós queremos dar-lhes um presente, garotos. — Encarei o homem do meu lado. — Como semana que vem vocês fazem mais um ano. Queremos presenteá-los com algo que vocês não têm noção de como acontece, temos certeza. — O Itachi trouxe até nós uma caixa não tão grande. Franzimos a testa. — Não abram aqui. Só em casa.

A curiosidade me abordou. E agora, eu tinha um motivo a mais para querer ir embora.

2. April 2018 00:00 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
3
Lesen Sie das nächste Kapitel Céus e Infernos

Kommentiere etwas

Post!
Bisher keine Kommentare. Sei der Erste, der etwas sagt!
~

Hast Du Spaß beim Lesen?

Hey! Es gibt noch 1 Übrige Kapitel dieser Story.
Um weiterzulesen, registriere dich bitte oder logge dich ein. Gratis!