lovage Lovage

Todos os reis Plisetsky tinham sua própria maldição. A de Nikolai, apesar do orgulho, era ser rei e Yuri achava que a sua era a continuidade da linhagem, condição do avô para que a guerra na qual Torzhok estava envolvida se extinguisse. Casar não estava em seus planos, assim como ter um filho. E muito menos a proximidade adquirida com seu cavaleiro de confiança, Otabek. Imagem da capa retirada de: https://ayatominomusi.tumblr.com/post/172484175473#notes Ayato minomusi


Fan-Fiction Anime/Manga Nur für über 21-Jährige (Erwachsene).

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A Exigência

- Eu devia de estar à frente de nosso exército, já lhe dei provas suficientes disso! O senhor fala de proteção ao legado Plisetsky, mas sequer me deixa lutar por ele! Nosso povo está desgastado com essa guerra e eu não acho que a sua maneira de lidar com isso é a melhor.


- Julgue minhas táticas quando você for rei. Mas até lá, Yuri, eu estarei ou enterrado ou demente. Eu ainda sou o Rei e você deve obediência e lealdade a esta coroa. Não posso deixá-lo lutar, ainda mais quando sabe-se que definitivamente não é um bom guerreiro e não deixa um herdeiro para carregar o nosso nome. A continuidade da linhagem dos Plisetsky é algo muito maior que nós dois.


Nicolai já sentia o peso da idade. Carregara aquela coroa e a maldição que era ser um Plisetsky por tempo demais. Quando cogitou deixar o trono e repassar aquela tortura, seu filho e sua nora morreram, deixando para trás o pequeno Yuri.


O rei era bastante ambicioso, mas de toda a sua riqueza, definitivamente, seu neto era o bem mais precioso que tinha. Não podia perdê-lo para uma batalha chula que nem sabia se valia a pena.


Yuri queria defender seu povo, mas tudo o que o avô lhe exigia estava bem longe de seus planos. As damas da alta sociedade que seu avô insistia em lhe apresentar, eram por demais fúteis para seu gosto. Se considerava demasiadamente jovem para ter um filho. Também sabia que se dependesse de suas habilidades de luta, qualquer batalha estava perdida. Contudo, era um estrategista brilhante, o que já o tinha colocado em vantagem algumas vezes em pequenos torneios das redondezas.


Nicolai nunca fora um bom rei. Cobrava impostos em excesso, era um tanto egoísta e tratava com descaso os problemas da população. Já Yuri nutria tanto amor por aquele povo e por Torzhok, seu reino, que com toda certeza seria agraciado por gerações. As pessoas sentiam isso, o que terminava por equilibrar as revoltas e evitava conflitos internos.


- Nosso nome só não é maior que vosso ego, “Majestade”. – Yuri fez uma saudação em escárnio e pôde ver os bigodes de Nicolai se apontarem de tanta raiva. - O falava como seu neto, mas já que exige tanto assim de seu título, faço só um aviso. Os nossos passam fome. Nossa guarda se reduz a cada dia. Eles precisam de um motivo para lutar e creio que a sua impopularidade seja insuficiente. Se não me permite a frente, deixe-me colocar os meus homens. Marque uma reunião com o seu general e o conselheiro de confiança e os dois concordarão comigo.


- Você não passa de um principezinho mimado. Seus homens só não foram enviados porque sua falta de maturidade requer cuidado. Ou você acha mesmo que eu não gostaria de Otabek em nossa frente? Case-se, tenha um filho e lhe permito ir. Permito-lhe usar os seus homens e as estratégias que o vejo bolar. Só espero que a nossa “amada” plebe resista até você tomar a sua decisão.


Nicolai deu as costas e sua capa vermelha sacudiu-se pelo amplo salão de pedra onde esse tipo de discussão era comum. A guerra já se alastrava por alguns anos e a posse de parte do território de Torzhok era a recompensa. Nessa região passava o rio Tvertsa que fornecia bons alimentos, boa água e ainda poderia ser explorado para aumentar o tamanho do reino ou auxiliar no comércio. Parte do reino dependia daquele rio e o reino vizinho tentava toma-lo, sem sucesso. A morte do rei de Novgorod e a ascenção do próximo na linha de sucessão trouxeram consigo um novo fôlego a batalha que já estava praticamente perdida para o lado inimigo.


O conflito de entre os componentes da realeza naquela sala surgiu com a notícia da dizimação de um dos pequenos acampamentos fincados para impedir a entrada de soldados de Novgorod em território Torzhokês.


Yuri bufou de raiva, mas não podia responder. Desejava chorar, mas para um Plisetsky lágrimas não estavam permitidas. Nicolai o considerava mimado, mas lhe deu os melhores tutores, treinadores, ocupações e incluso os melhores homens da guarda.


Otabek era o cavaleiro que Nicolai mais apreciava. O estrangeiro fora encontrado ainda garoto, pelo próprio Rei, dentro de uma casa praticamente destruída em um vilarejo devastado nos conflitos da guerra. O exército o levou para o Torzhok e como sua idade se aproximava da de Yuri, assistia a algumas das aulas que o pequeno príncipe tinha.


Nicolai teve certeza que levar o garoto para o reino fora uma decisão correta quando o viu pegar em uma espada pela primeira vez. Ele tinha o talento que Yuri jamais teve e se aquela guerra se alongasse ainda mais, o menino seria decisivo. Nicolai o colocou para treinar com seus melhores oficiais e o jovem se sentia extremamente grato por aquilo. Aos 12 anos, já derrubava combatentes experientes, causando certo espanto.


Otabek terminou por crescer vendo o rei que Yuri se tornaria, admirando-o cada vez mais. Algumas vezes o acompanhava fazendo sua segurança no mercado ou nas visitas às fazendas e minas. O príncipe, apesar da seriedade e dureza, sempre se mostrava disposto a ouvir as reclamações e usufruir de seu poder para auxiliar nos problemas. Não era portador de grandes luxos e sempre exigia que fosse tratado como qualquer outro quando estivesse nas ruas.


O cavaleiro era grato ao que Nicolai tinha feito por ele, mas sua lealdade era para com Yuri. Era a esse que queria servir. Quando foi designado a sua guarda pessoal, se sentiu orgulhoso do trabalho que realizara dentro das tropas e ansiava pelo momento que iria lutar pelos interesses de Yuri, mas isso se postergou demais. As batalhas das quais podia fazer parte, eram as menores. Não conseguia entender o porquê de Yuri não se casar e finalmente conseguir colocar seus homens na frente de batalha.


Era sabido pela população que Nicolai enviava um razoável número de meretrizes mensalmente para o quarto do príncipe. Questionava-se se o mesmo apreciava tanto assim a esbórnia e os prazeres da carne para não ter seu povo como prioridade. E ao mesmo tempo sabia a resposta. Isso não se parecia com Yuri.

 

O príncipe deixou o salão e caminhou avidamente até o setor de treinamento, em busca de Otabek. Por terem crescido juntos, Yuri confiava no cavaleiro mais do que em qualquer outro serviçal do palácio e muitas vezes era a ele que confidenciava seus conflitos e contrariedades. Odiava quando Nicolai o tratava feito criança. O avô assumira o trono com a idade dele! Não é possível que o considerasse tão infantil assim.


O treino já havia se encerrado naquele dia. Voltar a seus aposentos ainda não era opção. Foi até a sala do trono, refletir sobre. Estava escuro. As paredes altas de pedra não traziam a luz que aquela sala merecia e nelas jaziam quadros de todos os reis anteriores a seu avô. Cada um com sua maldição. A coroa, assim como o nome Plisetsky, não era uma coisa fácil de se manter.


Sentou-se no chão, de frente ao trono e fechou os olhos. Pensou na real necessidade do pedido de seu avô. A linhagem se encerrava nele e com sua morte, quem assumiria o trono era o Duque da Cornuália, que não conhecia o reino, o povo ou as necessidades. Mas se casar... Nem sequer conseguia se relacionar com uma mulher!


Sempre que se deparava com uma cortesã em seu quarto era obrigado a embebedá-la e deixa-la dormir. Quando não conseguia, colocava as cartas na mesa. Se qualquer um desconfiasse que não tinha acontecido nada, a fúria de Nicolai desceria sobre ela. As moças sempre ficavam caladas.


O nome Plisetsky era uma condenação e colocar um ser no mundo para recebê-la também era crueldade. Mas o povo estava morrendo. Começou a esfregar as têmporas. O que valia mais? Foi surpreendido pela voz de Victor, conselheiro do avô.


- Vossa Alteza, não esperava encontra-lo por aqui a essa hora, ainda mais nessa situação tão... íntima. Posso ajuda-lo?


Sem nem sequer se mexer, Yuri respondeu:


- Diga-me uma coisa, Victor. O que faria em meu lugar? Sei que é mais coerente que meu avô. Me viu crescer, conhece-me melhor do que praticamente qualquer um. O que faria?


- Olha, jovem príncipe... Todos nós sabemos que Vossa Majestade não anda no auge de sua sanidade. Se seus homens fossem a frente de batalha, com as suas estratégias que são rejeitadas em todas as reuniões, já teríamos ganhado. Contudo, ele ainda é o Rei. Eu me condenaria a um casamento infeliz pelo povo. Sei que os sonhos de Vossa Alteza vão além desses, mas é um fardo a se carregar. Nada impede também que tenha uma amante, como vários dos reis expostos nessas paredes já tiveram desde que seja prudente e não promova escândalos.


Yuri suspirou. Aquela decisão era por demais difícil.


- E como sugeres que eu encontre uma esposa? Não gosto de nenhuma das damas da sociedade de Torzhok.


- Vou sugerir um baile. Com as damas da alta sociedade dos reinos ao redor. Princesas, duquesas, condessas. Filhas de nobres. Alguma delas deve ser do seu gosto. As moças daqui são um tanto fúteis. Talvez os ares novos nos tragam uma boa futura rainha. E Vossa Majestade há de concordar. Com essa guerra toda, o último baile oferecido aqui foi há quase dez anos.


O mais jovem ponderou sobre o conselho. Realmente um baile poderia ser de grande valia. Sua gente talvez se alegrasse, por pelo menos uma noite. Os eventos da nobreza sempre traziam cor ao reino. E se ao fim dele, encontrasse uma noiva... Aquilo poderia ser bem lucrativo. Yuri abriu os olhos, se levantou e encarou Victor, que mantinha uma postura ereta e tranquila.


- Victor, converse com meu avô sobre. Mas eu quero que a plebe também seja convidada. Eles devem ver quem são suas possíveis novas rainhas. O governo de meu avô anda por demais rejeitado para eu ainda por cima me arriscar a casar com alguém que eles não gostem. Ele vai acatar por causa disso. Você tem algum palpite forte sobre alguém?


- Eu apostaria na Condessa de Astracã, Mila Babicheva. Ela é um pouco extravagante, mas é educada, gentil e conhece os problemas de Torzhok, já que seu pai é amigo de Vossa Majestade. Creio que será uma boa opção. E lembre-se, jamais lhe seria permitido casar com alguém da plebe. Ainda mais no reinado do Rei Nicolai.


Victor realizou uma saudação e deixou o ambiente. Yuri manteve sua máscara dura e imutável. Os reis o encaravam esperando uma atitude digna de um Plisetsky. Yuri abriu as grandes portas e foi em direção aos aposentos de Otabek. Bateu algumas vezes e foi surpreendido pelo soldado usando apenas a roupa de baixo. Isso lhe causou certo nervosismo, que foi ocultado pela postura que aprendeu a assumir com os anos.


- Vossa Alteza! – Otabek se escondeu atrás da porta. – Posso ajuda-lo de alguma maneira?


- Vista-se. Eu preciso conversar. Vamos caminhar pelo arredor do castelo.


Otabek acenou com a cabeça e entrou. Pouco tempo depois saiu. Ele e Yuri caminharam pelo corredor em silêncio, até chegar na área externa. Assim que cruzaram o muro vivo do jardim, Yuri começou a falar.


- O Rei deseja que eu case logo. Você sabe. E hoje ele me encurralou sobre isso, colocando como único critério para que vocês e eu possamos ir à batalha. E se não fomos, estamos praticamente perdidos.


- Alteza, se me permite...


- Somos amigos, não somos? Se me acordo bem, Yuri é meu nome e sempre permiti que o usasse.


- Yuri, essa batalha já nos esperou por tempo demais. Não é do meu gosto que case para ser infeliz. E nem mesmo sei se deveria se sacrificar assim. Mas admiro a sua coragem e a maneira como coloca esse reino acima de si mesmo. O que pretende fazer?


- Victor vai sugerir a meu avô um baile. Espero conhecer alguém. Da última vez você me deixou menos... nervoso. Eu gostaria que fosse.


Yuri recordava-se muito bem daquele dia. Fora a primeira vez que usou uma roupa oficial e seu avô o obrigou a dançar com todas as moçoilas que pode. O Príncipe pisou nos pés de quase todas elas. Quando desistiu, foi até os estábulos olhar os cavalos e se deparou com Otabek, que tinha deixado a festa por ele. Yuri lhe confessou que odiava dançar e o futuro cavaleiro o ensinou. Os dois valsaram por um bom tempo a música vinda do Salão de Festas, em meio a palha e o relinche dos cavalos.


- Éramos crianças, Yuri! Se não percebe o quanto cresceu desde então, é realmente ingênuo. Esse baile está na palma de sua mão. Não precisa de um cavaleiro ordinário como eu para lhe deixar seguro.


Yuri não respondeu. Os dois deram a volta ao redor da fonte, enquanto as estrelas brilhavam alto lá no céu, se tornando as únicas fontes luminosas ali, além das poucas tochas acesas. Otabek o ouviu suspirar e admirou seus olhos verdes, que brilhavam mostrando o cansaço que seus pensamentos geravam.


- É um pedido. De seu amigo, de seu príncipe. Faria isso por mim?


- Tudo o que desejar. Sabe que lhe sou leal e estarei ao seu lado custe o que custar.


Yuri então encarou Otabek. O negro de seus olhos se perdia na escuridão da noite. A vividez de sua expressão lhe trouxe tranquilidade e o ar que aquele dia o tinha feito perder. Era satisfatoriamente prazeroso ter seu cavaleiro ao seu lado, jurando-lhe lealdade acima de qualquer coisa. Precisava dessa garantia, precisava de Otabek para seguir em frente.


A caminhada se alongou mais um pouco e decidiram retornar. Ambos entraram no castelo, se despediram e Yuri seguiu para seus aposentos, esperando que seu avô não tivesse lhe enviado ninguém naquela noite. Precisava de um banho para apagar as marcas daquele dia e dos lençóis macios de sua cama confortável, que sempre cedia às prostitutas enquanto dormia no chão. Só queria que toda aquela situação se resolvesse logo. 

17. März 2018 22:16 2 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Reira Trapnest Reira Trapnest
Famoso hino que todos louvarão. Amém e ansiosa pelo próximo capítulo!
March 17, 2018, 23:17

  • Lovage Lovage
    PRA SER SINCERA, EU TAMBÉM, SCRR HAHAHAHAHAHAH March 17, 2018, 23:56
~

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