"À quem possa interessar
Eu estive morrendo
Maltratando a mim mesmo enquanto insistia em algo que só me fazia mais doente
Se eu estiver morto enquanto alguém lê isto
Eu sinto muito
Mas eu não vou pedir malditas desculpas por tirar algo que pertencia apenas a mim
E que me machucava profundamente"
O pequeno texto, escrito atrás de um rascunho de um desenho, foi pensado por um artista.
A letra garranchada descrevia tudo que o homem sentia e ao mesmo tempo não era nem o começo de sua dor.
Depois de anotar rapidamente a última frase, o homem, se afogando em toda sua melancolia, subiu na cadeira, ouvindo a madeira ranger abaixo dos seus pés.
Engoliu suas lamentações e posicionou a corda em seu pescoço, tirando uma pequena lâmina do bolso apenas para fazer uma linha longa e funda em seu pulso, vendo o sangue começar a jorrar, em gotas grossas, descendo até sua mão.
Soltou o objeto e molhou seu dedo indicador no sangue, passando em seu rosto, fazendo desenhos, sem sentido para quem olhasse de fora.
As pessoas não entendiam sua tristeza.
Passou o dedo vermelho em seus lábios secos e machucados, descendo para seu queixo e então seu pescoço.
Ao sentir seu dedo encostar na corda, ele pulou, empurrando a cadeira para trás.
A pressão contra seu pescoço o fez começar a se contorcer, não porque queria viver, mas porque queria morrer logo e parar de sentir aquela dor.
Tanto a de sua garganta, quanto a do seu peito.
A razão pela qual naquele momento o homem se sacudia e chorava, desejando a morte, era a dor mais profunda que alguém já pode sentir.
A dor de ver seu amor morrer.
Seu amor, não uma pessoa.
Seu amor, a arte.
Enquanto o homem perdia a consciência, a corda se partia, fio a fio, lentamente, o dando uma segunda chance.
Ao cair no chão, sentindo o aperto em seu pescoço cessar, o homem começou a tossir, arfando por ar, e agonizando, e chorando mais.
Em seu peito a dor só aumentou.
As cordas das consideradas bruxas na idade média não foram cortadas pela injustiça que era a vida.
Mas a daquele homem foi.
Ele gritou por isso, sentindo sua garganta arder como o inferno.
Mas nada doía mais que seu peito.
Naquele momento um homem sofria por amar demais.
Vielen Dank für das Lesen!
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