Maxwell acorda em sua cama, levanta, ainda sonolento e preguiçoso, as duas sensações que ele melhor conhece. Ele troca seu pijama por uma roupa mais confortável e começa suas atividades diárias, higienizando os dentes. Olhando-se no espelho, ele observa calmamente as bochechas salpicadas de algumas sardinhas, seus olhos verdes um pouco caídos no rosto e seu cabelo completamente desajeitado. Suspirando, ele arruma o cabelo e termina de escovar os dentes. Saindo do banheiro, ele vai diretamente para a cozinha pegar seu lanche da manhã.
O lanche da manhã sempre o espera, preparado com carinho por sua mãe, que por sua vez, já está trabalhando no momento em Maxwell é acordado pelo despertador, sua mãe e seu pai precisam trabalhar muito para que possam continuar morando onde estão, um dos melhores bairros da cidade. Eles pagam um aluguel alto, pois a casa está localizada próxima à escolas, supermercados e farmácias. Maxwell pega seu lanche, coloca-o em sua mochila e sai de casa, indo em direção à escola primária, onde passará o restante do dia. A distância entre a escola e sua casa é de cerca de três quadras, e durante todo o trajeto, Maxwell observa o ambiente ao seu redor. Esse é seu único passatempo.
Começando pelos vizinhos mais próximos, as casas são todas iguais, em tons de branco, cinza e preto. O garoto sempre sentiu que algo estava faltando quando passava por elas, como se toda a vida tivesse sido retirada daquele lugar, mas ele nunca conseguiu encontrar uma resposta. O próximo ponto de referência em seu caminho é o mais tedioso para ele, pois não há nada ali, apenas vários terrenos baldios que ainda não foram comprados por ninguém. Não há nada para o garoto observar, então ele acaba correndo, assim chegando mais rápido ao ponto de ônibus mais perto. Maxwell chega correndo e para abruptamente, quase fazendo-o cair. Estava todo eufórico e cansado, desejando nada além de um pouco de água e graças aos esforços de sua mãe, uma garrafa de bem cheia sempre o aguardava dentro da mochila. Saciando a sede Maxwell espera o transporte que o levaria para a escola. Nunca era o mesmo veículo que buscava as crianças e isso poderia ser observado pelas cores. Maxwell já havia reconhecido o padrão, nos primeiros dois dias semana era o ônibus amarelo que o buscava, no meio da semana o azul e nos últimos dois o vermelho e com isso concluiu que naquele dia seria levado pelo amarelo.
Assim que ele chegou, entrou o mais veloz que pode e sentou-se mais ao fundo, escondendo-se dos demais presentes aguardando impacientemente pela chegada ao colégio e consequentemente o fim do dia. O restante do dia passou tão rápido, que quando percebeu, seus pais já estavam esperando-o para leva-lo para casa, sem hesitar guardou os materiais em sua mochila e saiu correndo da sala.
Chegando em casa ele foca em concluir o banho, exercícios da escola e o jantar, dando boa noite aos pais ao mesmo tempo em que se direciona par ao quarto, onde se deita e fecha os olhos, lamentando o próximo dia que seria exatamente igual a esse.
Mas não seria...
Maxwell acorda pulando da cama, e vai para o banheiro iniciar suas atividades diárias, com um sentindo a carência de algo que sempre o acompanhou. Observador como sempre, percebe que algumas toalhas, escovas de dente e tapetes não estavam no local, imaginando que sua mãe ou pai haviam trocado de lugar ou guardado segue em direção a cozinha, pegando seu lanche consegue perceber mais itens que não estão presentes no ambiente, como alguns copos ou xícaras. É saindo de casa que Maxwell entende o que está acontecendo, pois como dentro de casa, fora dela tudo era semelhante ao real, aos olhos de qualquer outra criança poderia passar despercebido mas para o menino não, olhando atentamente para o horizonte captou movimentos no ar, lembrando tintas no papel, assim como as artes de Van Gogh. Essa foi a última prova de que precisava, confiante, sussurrou em voz baixa.
— Estou dentro de um sonho...
Seguindo o caminho que deveria ser o da escola, olhos afiados como o de um falcão olhando sem parar a tudo que poderia ou não estar diferente, até que, encontra uma chave no chão, pintada em forma de arco-íris. Sem saber o que fazer, a guarda em sua mochila, e segue em frente. Quando começa a passar pelas casas aparentemente sem vida, encontra também um baú, porém esse estava em cima de uma árvore, Maxwell para em baixo da mesma e quase desistindo, decide tentar pular, acreditando ser uma tentativa fútil se surpreende quando pula mais de 2 metros e segura o baú com as duas mãos, descendo suavemente ao solo, como se pesasse tão pouco quanto uma pluma.
Puro êxtase corria em suas veias, olhando de uma mão a outra, da chave para o baú até que por fim ele o abre. Até o momento não acreditava em magia ou fantasia, mas quando seres que mais pareciam espíritos de todas as cores começaram a sair voando do enigmático baú, sua percepção mudou. Os mesmos espíritos começaram a lançar sua magia contra tudo que viam na frente, mudando e entregando vida aos objetos, casas, cercas, mas principalmente ao coração do jovem Maxwell que teve sua resposta, o que faltava no lugar, mais cor. Tudo ficou mais belo, maravilhado com tudo, continua seguindo seu caminho.
Momentos antes de chegar a parte mais tedioso, Maxwell não encontra nada de diferente, tudo era como na vida real e isso o deixou frustrado, dizendo a si mesmo.
— Essa sempre será a pior parte...
Correndo o mais rápido que pode, Maxwell esperava ansioso pela pelo banco e a placa ao longe que indicavam ser o ponto de espera para o ônibus, mas inacreditavelmente ele nunca chegava. Intrigado com a situação ele para, fecha os olhos e começa a se lembrar de como era na vida real, um banco de madeira com suportes e detalhes em ferro pintado a preto, uma cobertura com quadros explicativos das linhas de ônibus que passam e para onde vão concluindo a imaginação com uma placa feita de alumínio mostrando visualmente que ali era uma parada. Como uma mágica, ao abrir os olhos lá estava ela, a parada de ônibus deixando Maxwell sem acreditar de que sua imaginação era incrível. Ainda sem acreditar ele se senta e aguarda pacientemente o veículo que o levaria para escola, sem pressa nenhuma para chegar a escola ele começa a relembrar seu trajeto natural para a escola percebendo que poderia usar sua imaginação e criar estruturas jamais vistas, se imaginar brincando em parques onde nenhuma outra criança jamais conseguiria, ficou envergonhado consigo mesmo por nunca ter aproveitado e ao mesmo tempo feliz de reconhecer isso.
Um borrão vermelho ao longe faz o coração de Maxwell bater mais rápido, mas uma gosma veio roxo-escuro meio verde limo o faz bater mais ainda. Segurando o pulso de Maxwell deixando uma sensação de fraqueza, era a sensação que Maxwell mais conhecia e a partir daquele momento a que mais odiaria, a gosma ia subindo de pouco em pouco em seu braço, segurando-se onde conseguia, deixando Maxwell ansioso. Observando seu ônibus e sabendo que chegaria logo, prometeu ali mesmo nunca desistiria, usou toda sua imaginação para se reforçar, imaginou as pessoas mais fortes e imponentes que conhecia, seus pais. Ficando forte e grande como seu pai, sentindo-se inteligente e determinado como sua mãe Maxwell consegue se livrar de suas amarras. Chutou a gosma para o mais longe que conseguiu e sorrindo embarcou no ônibus, sentando-se na frente, sem medo de nada e imaginando tudo e de todas as formas. Maxwell exausto de tanta aventura e aprendizado acabou dormindo dentro do ônibus, voltando a sua cama de verdade aguardando o toque do despertador, sinalizando que um dia cheio de emoções havia começado.
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