vanychan734 Vany-chan 734

Sakura acordou afoita do genjutsu do Rinengan de Sasuke, sabendo que o ex-companheiro e Naruto duelavam no Vale do Fim e que precisava impedi-los antes que ambos se matassem. Sob protestos de Kakashi, ela segue com o sensei até o local da batalha e finalmente intervém na luta. A Kunoichi que nenhum deles viu seria lembrada para sempre.


Fan-Fiction Nur für über 18-Jährige.

#drama #naruto #sakura #Time7 #UN #TimeKakashi #Universo-Natural #morte
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Capítulo Único - O Elo Perdido

Ela não podia acreditar no que estava vendo. As lembranças eram tão reais, tão intensas que qualquer um poderia sucumbir a elas, mas Sakura sabia que aquilo não era verdade, embora desejasse com todas as forças que fosse. Sua mente – não, seu coração – gritava que aquilo estava errado e que ela deveria ajudá-los.

Naruto.

Sasuke.

As memórias da academia ninja se dissiparam quando a pequena rosada gritou “Kai” saindo da ilusão do genjutsu. Ainda que estivesse presa numa visão falsa do próprio Rinnengan, ela era uma kunoichi habilidosa e a sua Inner não deixaria que perdesse tempo.

Os olhos verdes se abriram, ela levou alguns segundos para focalizar a visão e quando conseguiu, viu seu sensei olhando-a preocupado.

- Kakashi-sensei? – perguntou confusa.

A última lembrança que tinha era de ter se declarado novamente para Sasuke com o intuito de pará-lo, porém ele a havia chamado de irritante de novo e simulado um ataque em seu coração.

Ela sentiu uma dor forte no peito, como se realmente tivesse sido atacada por ele. Irônico pensar que novamente ele estava machucando seu coração. Levou a mão até a região e apertou a blusa preta, como se segurasse o órgão pulsante e também a própria vontade de chorar.

Irritante. A voz sombria dele ainda a atormentava.

Kakashi se aproximou cauteloso ao ver a expressão de dor da aluna.

Como ela acordou tão rápido?

- Sakura, você dormiu por alguns minutos... como se sente?

- O-onde eles estão? – respondeu com outra pergunta.

Ela olhou nos olhos bicolores do sensei com determinação e percebeu quando seus olhos arregalaram minimamente, concluindo que ela iria atrás deles, não importando o estado em que estivesse.

- Sakura, é melhor deixar que eles se resolvam... – intercedeu.

A menina estreitou o olhar, não podia acreditar que o seu sensei, Hatake Kakashi, estava lhe dizendo para abandonar seus companheiros naquele momento. Ela não era mais uma criancinha que necessitava ser constantemente salva por eles, agora era uma kunoichi formada e ninja médica, treinada diretamente pela Godaime Hokage.

- Eu não vou abandonar um amigo – praticamente rosnou.

E antes que o prateado pudesse responder qualquer coisa, por exemplo como a sua interferência poderia ser danosa ao distrair Naruto, um estrondo chamou-lhes atenção. As nuvens no céu se aglomeraram num vórtice nunca antes visto pelo shinobi e a onda de impacto chegou até eles, destruindo tudo ao redor da batalha dos meninos, levando os destroços em suas direções.

Kakashi agarrou a aluna pela cintura e saltou com ela para longe, observando uma pedra gigantesca cair na posição em que estavam. Pousaram e ele a soltou, vendo-a cambalear um pouco, contudo, já firmando os pés no chão enquanto olhava aflita para o vórtice no céu.

- Sasuke-kun... – sussurrou baixíssimo.

Mas ele ouviu e sentiu por ela. Kakashi tinha grande apreço por seus alunos, incluindo Sasuke, mas sabia que era preciso acabar de vez com sua vida, não havia redenção possível para seu pupilo e foi preciso que estivessem literalmente no fim do mundo para que aceitasse o fato. O caminho que ele havia trilhado não tinha volta, mas seus companheiros não aceitavam isso.

- Sakura, o único que pode detê-lo é o Naruto – falou.

O ar sério do sensei atraiu o olhar da menina, entendendo que aquela frase tinha muito mais significado que aparentava. Sentiu os olhos marejarem, mas não chorou. Não havia tempo para chorar, precisava ajudar Naruto.

- Não vou deixar que ele faça isso – disse convicta, cerrando os punhos e voltando a olhar para o céu.

Kakashi ficou confuso quanto ao “ele” que ela se referia, mas não disse nada. Ainda observava a postura austera da aluna e percebeu orgulhoso como ela tinha evoluído. Ele sabia que ela queria chorar, todavia mantinha-se séria.

Outro estrondo soou e mais uma onda de choque veio, essa trouxe apenas a poeira do campo de batalha, obrigando-os a tamparem os olhos com o braço. O vento forte movimentava seus cabelos e sentiam algumas pequenas pedras cortando rapidamente seus membros.

Ele olhou novamente para a garota ao lado e sorriu sob a máscara quando ela abaixou o braço machucado pelo ácido em uma das dimensões de Kaguya. Provavelmente estava doendo, entretanto, ela não aparentava nenhum sinal de dor física. O que a machucava no momento era saber que seus dois companheiros – o amor de infância e o melhor amigo – estavam batalhando até a morte.

E foi quando notou que ela estava concentrando chakra. Sakura ainda olhava para as nuvens negras que soltavam raios, contudo a pele em seu braço estava deixando a cor avermelhada para a tonalidade branca comum, além da própria postura melhorar com a vitalidade do chakra canalizado.

- Eu não tenho chakra suficiente para te curar, Kakashi-sensei. Preciso chegar até eles antes disso – disse calma.

O copy-nin aquiesceu e então se posicionou para correr junto dela até o centro da batalha. Sem aviso ou qualquer outro sinal, começaram a correr juntos, desviando dos destroços no caminho. Ele sentia-se fadigado, mas ali era sua equipe, era sua responsabilidade cuidar de cada um deles e não colocaria a vida de Sakura em perigo.

Enquanto ele tinha as próprias reflexões, a mente dela estava a mil, pensando em alguma estratégia que pudesse usar para se aproximar deles e talvez distrair Sasuke o suficiente para que Naruto apenas o desacordasse, o prenderiam e então obrigariam o último Uchiha a libertar o mundo do Tsukuyomi Infinito. O problema era como distraí-lo, Sasuke sempre fora uma pessoa centrada num objetivo – centrada até demais, tanto que escolheu as decisões erradas que os levaram até ali.

Quanto mais se aproximavam, mais destroços apareciam, além do cheiro caraterístico de fumaça se tornar mais forte e os raios continuavam atingindo o solo, porém com maior frequência, o que dificultava a corrida dos ninjas.

Ao pular para sair do campo de um raio, Kakashi pousou exatamente onde outro atingiria e por milésimos de segundos, conseguiu saltar novamente, mas um destroço voou e atravessou sua coxa.

- Ah! – gritou, caindo no chão e levando as mãos ao ferimento, apertou fortemente a região a fim de estancar o sangue, mesmo com a ardência.

- Kakashi-sensei! – Sakura gritou preocupada, voltando pelo caminho já percorrido.

Se ajoelhou próxima ao corpo do Hatake, que grunhia pela dor. Ela não sabia o que fazer, inconscientemente já havia posto suas mãos sobre o machucado e estava prestes a influir chakra, quando se lembrou que não poderia auxiliar Naruto se o fizesse. Ela estava quase esgotada, precisava chegar até os meninos, mas não podia abandonar o sensei.

- Kakashi-sensei... – resmungou, enquanto lágrimas grossas caiam de seus olhos.

O homem sorriu para ela, como se dissesse “tudo bem, pode ir, a minha hora chegou” e Sakura negou com a cabeça, resmungando baixinho. Não podia fazer isso com o homem que mais admirava, aquele que primeiramente acreditou nela como kunoichi.

- Shannaro... – as mãos começaram a brilhar e logo a dor na perna dele foi diminuindo ao mesmo tempo que a vitalidade dela ia cessando.

Outro raio atingiu um ponto próximo a eles, o que fez Kakashi empurrá-la para longe de si, Sakura o olhou assustada, não entendendo o comportamento.

- Saia daqui! Eles precisam de você! – disse quase rudemente.

- Kakashi-sensei! – repreendeu, voltando a se aproximar.

- Sakura! – ele segurou suas mãos, impedindo-a de continuar o tratamento – Naruto é o único que pode vencê-lo, mas você é a única que sempre chamou a atenção de Sasuke. Vá.

Os olhos verdes arregalaram. Para ela, Sasuke sempre a havia ignorado, mas agora várias lembranças vinham como flashes em sua cabeça, momentos em que Sasuke a ouvia e respondia, embora à sua maneira grossa e orgulhosa.

Balançou a cabeça tentando afastar aquelas imagens, afinal, não era hora para bancar a garotinha apaixonada. Sentiu outro raio vindo em suas direções e rapidamente jogou uma pedra nele, o minério sobrecarregou e explodiu em pequenos pedaços, deixando o ar carregado de poeira.

- Vamos sair daqui, juntos – determinou, enquanto passava o braço do sensei por seus ombros e o puxava pela cintura.

Voltou a correr, dessa vez um pouco mais lenta por causa de Kakashi ainda ferido, mas logo conseguiriam se salvar. Estavam quase chegando numa vala quando outro estrondo – dessa vez ainda mais alto – soou, a onda de choque veio e os arremessou metros atrás. O copy-nin se separou dela pelo impacto, enquanto ambos os corpos rolavam pela campina destroçada.

- Shannaro! – reclamou, se levantando com as pernas bambas.

Olhou ao redor e viu o corpo do sensei a alguns metros de si, se apoiando nos braços trêmulos. Correu até ele e o ajudou novamente, enlaçando a sua cintura.

- Você está bem? – perguntou com a amabilidade característica.

Ele assentiu e voltaram a saltar pela depressão íngreme.

As pernas já bambas de Sakura cederam ao chão quando viu o estrago que os dois haviam feito, o Vale do Fim estava completamente destruído. As duas estátuas clássicas de Hashirama e Madara eram simples destroços, o rio que havia ali represado agora era um pequeno córrego, a montanha bruta tinha imensos buracos que se assemelhavam a cavernas, a vegetação estava queimada. Tudo estava morto.

Kakashi soltou um suspiro exasperado, cansado. Estava certo afinal, ambos estavam lutando para parar o outro, definitivamente. Olhou para o campo, observando Naruto em uma margem do – antigo – rio e Sasuke no alto de uma parede montanhosa.

O Uchiha e o Uzumaki se olhavam com tanto foco e rancor que não perceberam os corpos dos outros dois se aproximando. Já haviam dito muitas coisas e se batido mais ainda, mas não estava acabado, e sabiam bem como aquela batalha terminaria.

Sakura aproveitou a desatenção dos dois e colocou Kakashi numa área mais segura, não tão perto do alcance dos ataques deles, depois se virou e tencionou ir até os amigos, porém foi parada pela mão do sensei em seu pulso. Virou-se novamente para ele, com a expressão confusa.

- Kakashi-sensei? – questionou.

Será que ele ainda não confia em mim? Nas minhas habilidades?

No entanto, foi a frase seguinte que a libertou de qualquer dúvida.

- Estou orgulhoso de você, Sakura.

As lágrimas escorreram, mas não fez questão de limpá-las. Aquelas eram as palavras mais bonitas que ele poderia ter dito, o reconhecimento de um dos maiores ninjas era o melhor elogio que poderia receber, principalmente numa situação crítica como aquela. Aquiesceu, dando-lhe um beijo casto na bochecha encoberta e depois se virou para a batalha final.

Fechou os olhos, inspirando profundamente. Havia ainda uma pequena reserva de chakra em si e era ela que usaria. Soltou a respiração e ao abrir os olhos, seu Byakugou foi ativado – ainda que lentamente. As linhas azul-marinho percorreram seu corpo, circundando-a por inteira, curando quaisquer ferimentos e deixando-a pronta para intervir.

Naruto, vamos fazer isso juntos!

E foi quando deu o primeiro passo que percebeu ser tarde demais. Sasuke já estava com um chidori pronto em mãos, pulando em direção a Naruto, enquanto o portador da Kyuubi fazia o mesmo, com seu rasengan na mão direita.

A cena se assemelhava àquela no telhado do hospital de Konoha, até mesmo o sentimento aflito nela era o mesmo. Saber que Naruto e Sasuke estavam duelando para matar era uma coisa, agora presenciá-los era outra, Sakura tinha vontade de vomitar só de pensar que poderia perder um dos dois, e sabia também que nunca conseguiria perdoar o outro por tirar um deles de si.

Por que aqueles dois idiotas tinham que ser assim?!

Quem visse seus passos pensaria que agiu por impulso como na outra vez, quando ainda era criança, porém agora fora tudo premeditado. Ela sabia os riscos e os aceitava. Não teria Kakashi para salvá-la no último instante e mesmo assim estava indo com toda a vontade do fogo que continha em seu coração.

Ela viu quando eles a olharam de esguelha, percebendo tarde demais a situação se repetir. Não conseguiriam parar novamente e a idiota estaria entre eles. E ainda assim, o olhar dela se mantinha determinado e um sorriso começava a brotar no rosto.

Não podia deixar Naruto fazer aquilo e se culpar pelo resto da vida por ter assassinado Sasuke, não podia deixar Kakashi presenciar a morte de um dos seus alunos e pensar que havia falhado como tutor, não podia deixar o amor de infância matar o único amigo e se afundar cada vez mais na escuridão, e por último, não podia presenciar seu time, sua amada equipe 7, ruindo diante de seus olhos.

Há anos, Naruto havia lhe dito para não atrapalhar, para não se envolver nas disputas idiotas deles dois, mas não podia. Amava a ambos – ou melhor, o trio – e não podia vê-los se degradando daquela forma.

Desculpe, Naruto.

- SAKURA-CHAN! – o loiro gritou.

- Sakura – Sasuke sussurrou irritado.

E foi como o planejado. Eles não pararam a tempo e ela se materializou entre eles, com os braços abertos e um sorriso límpido. Sasuke afundou o chidori em seu coração e Naruto transpassou seu ombro direito. A mão do moreno, dessa vez sem chakra, alcançava o peito coberto de Naruto pelas grades de proteção, já a mão do loiro segurava o ombro dele, manchando a pele alva de sangue – um sangue que não o pertencia.

Sakura vomitou sangue e se apoiou em Sasuke, que estava de frente para ela. Ele ainda a olhava chocado.

O que está fazendo aqui? Como saiu do genjutsu?

- Sakura-chan... – Naruto repetia constantemente, enquanto ainda tentava entender o porquê de sua amiga e amor infantil fazer aquilo.

Era uma batalha entre os dois. Não dizia respeito a ela! Estava quase conseguindo, faltava pouco para derrotar Sasuke e leva-lo de volta, como havia prometido um dia. Eles ainda seriam um time, tinha certeza. No entanto, ela o tinha impedido.

- Sakura-chan... – tentou retirar o braço dela, mas um grunhido alto bastou para que permanecesse assim.

- Na-Naru-to... – resmungou, enquanto cuspia mais sangue no tórax exposto de Sasuke – Me...des-culpe...

Sakura mantinha a cabeça baixa. A dor era entorpecente. Sentia o coração estralhaçado e o próprio sangue quente inundando seu interior, logo morreria de hemorragia, e ainda assim continuava sorrindo, afinal, tinha conseguido seu objetivo: pará-los.

- Sakura – fora a primeira vez que ouvira a voz de Sasuke com um tom semelhante à preocupação.

Sentiu vontade de gargalhar apesar da dor. Lá estava ele, o maior causador do seu sofrimento finalmente se preocupando consigo. Por quanto tempo havia desejado isso? Ela já repassava todos os momentos – felizes ou não – de sua vida na cabeça, como uma despedida da vida.

Eu vou morrer.

- Olhe pra mim – Sasuke mandou ou pediu. Ela não soube identificar ao certo.

Levantou os olhos e viu as íris escuras que tanto amava e se sentiu feliz por isso. Queria que Sasuke fosse a última coisa a ser vista antes de morrer, principalmente ao vê-lo arrependido. O último Uchiha poderia não dizer, mas seu olhar transmitia aquele sentimento, ela sabia que apesar de muito irritante aos seus olhos, ainda assim, ele não a mataria naquele momento propositalmente.

Queria tocá-lo. Ah! Como queria tocá-lo!

- Vamos dar um jeito, Sakura-chan, você vai se recuperar – Naruto falou ao sair de seu torpor.

Sakura negou minimamente com a cabeça, feliz por seu amigo se preocupar tanto consigo e ainda conservar aquele coração puro. Era óbvio que morreria. Seu coração estava despedaçado – fisicamente falando – e seu pulmão havia sido perfurado por Naruto, não tinha como sobreviver.

- Eu...amo...você... – falava fraco e pausadamente, mas antes de completar a frase, vomitou mais um pouco de sangue – Naruto-kun.

Era verdade. O amava, tanto quanto amava Sasuke. Mas não da mesma forma. Ele pareceu entender quando começou a chorar e se aproximou mais de si, como se a abraçasse no fim da vida, apertando o ombro de Sasuke dolorosamente.

Nós fizemos isso com ela.

- Me perdoe, Sakura-chan! – gemia, enquanto ela sentia as lágrimas dele escorrerem por sua nuca.

Sakura queria responde-lo, falar que era melhor assim, que agora eles poderiam finalmente se acertarem, que perdoava os dois, contudo, não tinha forças para isso, e se fosse para falar algo no fim da vida, seria para libertar Sasuke de qualquer culpa futura e reafirmar que o amava.

Ainda olhava para os ônix fixos em si. Sorriu, tendo certeza que seus dentes brancos estavam manchados de sangue e que o sorriso que deveria ser doce estava macabro. Conseguia sentir o gosto metálico inundando sua boca e ainda assim o olhou da forma mais apaixonada que conseguiu.

- Me... deixa – cuspiu sangue – ... tocar... você...

Era um pedido tão simples mas sentia como se fosse uma necessidade. Sasuke engoliu em seco e permitiu que ela o fizesse com um meneio de cabeça, porém notou que sozinha ela não conseguia, estava debilitada demais para isso. Com uma carranca irritada, talvez até culpada, puxou um dos braços estendidos dela até onde estava a mão de Naruto – sobre seu ombro – e manteve a mão dos três unidas.

Sakura sorriu com o modo sutil em que Sasuke se comunicava, e Naruto urrou entendendo também, apertando a companheira contra seu corpo.

Sua cabeça estava pesando, as lágrimas caiam sem impedimento, o corpo estava mole e trêmulo, sentia frio, queria vomitar. Eram tantas sensações que nem conseguia focar em uma só.

Sasuke ainda a olhava e sentiu quando suas pernas trepidaram, ela caiu, obrigando-os a se ajoelharem no chão e a sustentarem com os braços, juntos. Naruto olhou assustado para o melhor amigo e percebeu que ele também estava mexido com a iminente morte de Sakura.

O Uchiha na verdade se sentia como no dia em que seus pais foram mortos. Ele não presenciou o ataque em si, mas se sentiu culpado por não estar lá na hora e parar seu onii-san, e agora ele sabia que a culpa era sua. Naruto não era o responsável por aquilo, mesmo que tivesse o braço a transpassando, o loiro nunca batalharia com ele dessa forma se o próprio não o tivesse provocado e Sakura não se sacrificaria para salvar os dois.

As linhas azuis-marinho do Byakugou foram se retraindo devagar até o centro da testa da Haruno enquanto ela sussurrava coisas desconexas. Sasuke e ela estavam tão perto, que o garoto conseguia ver pequenas sardas rosadas em suas maçãs do rosto, antes nunca percebidas, e ela não podia acreditar que precisava morrer para tê-lo assim tão próximo de si.

Sorriu com amargura.

E no último ímpeto de força vital, levantou a mão e acariciou a bochecha dele ao mesmo tempo em que se jogou para frente, encostando os seus lábios. Não se importava de ser rechaçada agora, ela simplesmente se recusava a morrer sem beijá-lo. Abriu os olhos, deixando as lágrimas fluírem livremente e então parou de resistir.

Naruto continuava chorando, tremendo, mas ao notar que não havia mais o som da respiração errática dela, ele próprio teve vontade de morrer junto. A garganta estava apertada e os olhos vertiam água como se fosse a nascente de um rio.

Por que ela tinha feito aquilo com eles?

Kakashi observava a distância com a mesma dor no coração que Naruto. Ele sabia que era uma péssima ideia tê-la deixado ir ao encontro deles, mas quem pararia aquela menina teimosa? Ele deveria ter parado. O pensamento amargo era um soco no estômago e nem se importava de estar chorando novamente por mais um dos seus companheiros falecidos.

A morte dela fora tão parecida com a morte da Rin. A culpa estava começando a se alastrar e ele não sabia como a superaria dessa vez. Kakashi entendia os motivos para Rin se jogar em sua frente, também entendia os motivos de Sakura para se jogar na frente deles, mas será que elas não percebiam que havia outro jeito? Que sempre havia outro jeito?!

Queria ressuscitá-la só para repreendê-la.

Enxugou os olhos com a mão enluvada e saltou até os meninos, observando o grande estrago que sua morte havia feito. Naruto parecia desolado, pior que quando Jirayia morreu, Sasuke estava petrificado, ainda a carregando nos braços e olhando fixamente, e ele sentia um vazio em si começando a dominá-lo.

Os três se mantiveram em silêncio – exceto com alguns soluços proferidos por Naruto – e quando o sensei se abaixou para fechar os olhos verdes opacos e sem vida, os olhos negros se voltaram para ele.

- Não devia tê-la deixado vir – rosnou, direcionando sua raiva para alguém.

Claro, porque Sasuke não conseguia assumir que aquilo era culpa sua. Culpa das suas decisões erradas que a levaram a tomar medidas desesperadas.

- Ela veio porque amava vocês dois – respondeu, repreendendo-o e se sentindo triste por se referir a Sakura no passado.

Não havia mais vida naquele corpo bonito e juvenil.

- Honre a memória dela e faça com que seu sacrifício tenha valido a pena – disse, usando do bom-senso, ele parecia ser o único a tê-lo ainda ali.

- Não pedi que se sacrificasse – resmungou, retirando o braço dela, deixando o sangue escorrer livremente pelo buraco no peito.

Kakashi o olhou irritado e sem perceber, seu punho já havia atingido o maxilar do mais novo, com força. Pegou-o pelo pescoço e o trouxe para si.

- Eu não tenho chakra suficiente para acabar com você agora, mas mesmo que tivesse não faria isso por respeito a ela. Sakura te amava e você não merecia um pingo desse amor! Pelo menos uma vez na vida, deixe de ser egoísta e respeita a memória daqueles que sonharam um futuro glorioso para você! Naruto, eu, Sakura, seus pais e Itachi! Todos queríamos que fosse honrado, mas você é só um garotinho de merda – soltou o pescoço dele e se virou para o corpo desfalecido.

Não se importava se receberia um chidori pelas costas ou não. Não eram mais um time há muito tempo. Se ajoelhou e afastou delicadamente o corpo dela de Naruto.

- Precisamos enterrá-la, Sakura merece isso – disse ameno para o garoto.

Naruto assentiu, ainda chorando, mas retirou o braço de dentro da companheira e permitiu que o Hatake a levasse para um local especial. Antes de seguir o sensei, o loiro recobrou sua consciência e se virou para Sasuke com um olhar ferino.

- Eu queria que ela tivesse me amado como amou você, porque se dependesse de mim, Sakura nunca morreria dessa forma e nem seria tão infeliz enquanto viveu.

E após destilar sua verdade, saltou para fora do Vale do Fim, seguindo o prateado que levava o corpo consigo. Sasuke continuou parado no local e observou o céu até clarear e tomar uma decisão.

Não queria mais fardos, não queria mais viver culpando alguém ou jurando vingança, estava cansado disso. Cansado de tirar vidas e Sakura foi apenas um efeito colateral de suas escolhas estúpidas. Não a amava, sabia disso, mas também não queria ser o causador de sua morte.

Respirou profundamente e depois de alguns minutos – ou horas, ele não sabia direito – correu atrás dos companheiros. Se viu entrando novamente na Aldeia da Folha, destruída pelo ataque de Pain e seguiu os pontos de chakra ativos ali. Era previsível que fossem enterrá-la em Konoha, mas se surpreendeu com a localidade escolhida.

O campo de treinamento do time 7.

As memórias do primeiro dia ali acertaram a todos, mas se mantiveram quietos. Não queriam falar, não queriam nem mesmo estarem cavando uma cova para ela. Quando Kakashi iria pegar o corpo inerte para depositá-lo no buraco, Sasuke se aproximou e com gesto de mão simplório, pegou-o, levando até seu devido local.

Os três olharam para o corpo sem vida de Sakura sentindo um aperto no peito. Os cabelos rosados estavam jogados na terra além do próprio corpo mutilado e com certeza não era uma visão bonita. Jogaram a terra cavada por cima e não disseram palavras bonitas, não havia motivo para isso, o que deveriam ter dito a ela já havia passado.

Naruto se aproximou de Sasuke sem olhá-lo e pegou sua mão para fazer o símbolo libertando a todos do Tsukuyomi Infinito. Após terminarem o justu, se separaram e cada um seguiu sua direção.

Anos se passaram, as Vilas se reergueram, mas Naruto, Kakashi e Sasuke nunca mais foram os mesmos. Eles sabiam que Sakura queria que eles voltassem a se encontrar e a conviver em paz, mas ela nunca imaginou que eles estariam fugindo uns dos outros e evitando lugares típicos do time 7. Naruto nunca mais comeu rámen no Ichiraku, Kakashi nunca mais chegou atrasado aos seus compromissos e Sasuke nunca mais pisou em Konoha.

E nada foi como antes porque o elo que unia o time 7 havia sido perdido. 

25. Februar 2018 20:26 2 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

Über den Autor

Vany-chan 734 Fada do Fluffy e maluca dos angst. Luto pelo fim dos leitores fantasmas, por SasuSaku e por ShiIta, meus OTPs! "KakaSaku - Uma Chance para Nós" não será repostada aqui até ter sido devidamente betada, assim como "O Caminho que Trilhamos".

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Elisa M Elisa M
Ela era àquela que sempre estava lá, olhando por eles. Nunca precisou ser de um clã poderoso ou algo assim, ela apenas amadureceu com tempo e se tornou mais forte a sua maneira. sempre os amou incondicionalmente não importando o que é quando se perde alguém tão importante é não sabe o que fazer faltando um pedaço de si. Você mostrou tudo isso de modo incrível e tocante. Com todas as palavras e uma linda história.
February 26, 2018, 23:24

  • Vany-chan 734 Vany-chan 734
    PELO AMOR DE DEUS, PERDOA MINHA DEMORA EM RESPONDER! EU NAO VI A NOTIFICAÇÃO! AAAAAAAAAAAAA Eu juro que ja teria respondido há tempos. Foi mal. Elo foi o meu primeiro drama, então eu quis me esforçar bastante pra fazer o pessoal chorar (risos), mas também queria demonstrar a importância que ela tinha pro time 7. Afinal, eles eram uma familia, e ela (a meu ver) era o que tornava a convivencia mais leve e pacifica, então passar isso pra vcs leitores, sempre foi o objetivo. Obrigada pelo coment viu? E novamente, desculpa o atraso! Beijocas <3 <3 March 25, 2018, 23:02
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