igorazevedoescritor Igor Azevedo

Do fracasso até a volta por cima. Quando é necessário mudar e seguir em frente para poder recomeçar. Data de publicação original: 18/06/2021. PLÁGIO É CRIME! TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À © 2021/2022 Igor Azevedo.


Kurzgeschichten Alles öffentlich. © 2021/2022 Igor Azevedo

#igor #igorazevedo #literaturabrasileira #conto #literaturamaranhense #EmbassadorPT #Embaixador
Kurzgeschichte
6
5.2k ABRUFE
Abgeschlossen
Lesezeit
AA Teilen

Foram três dias de dor. Entre uma sessão e o silêncio, sobrou lágrimas em meus olhos. A dor que me consumia, por fim, rondava nas maçãs do meu rosto.

A dor de saber a real verdade. O sentimento de culpa, arrependimento e um vazio que me afogava a cada minuto. Uma carência por um ombro amigo que nenhum nesse mundo se faria suficiente. E eu ardi, caí em pedaços num silêncio em que só eu ouvia e compreendia.

O fracasso me subiu a cabeça. A dor por ter sido trocado, as palavras de um psicólogo, o vazio em meu peito. A distância em que eu me encontrava de mim e o suposto orgulho que eu exalava para as outras pessoas. Seria cômico se não fosse trágico. Mas eu achei que foi cômico a quem me fez chegar a esse estado.

Eu estive desamparado. Sem nenhum lugar para a queda, eu caí. E sofri o baque. Dia 12 eu estava sozinho. E vi que todos aqueles que um dia me fizeram mal na pura desilusão estavam de par, sorrindo, alegres. Bom, esse sempre foi um dos meus maiores sonhos. A sorte de um amor verdadeiro.

Mas eu acabei de entender que eu precisava de mim para isso. E eu só servi de esponja, a acumular tudo o que era líquido e que de nada me servia. Levei meu passado para o presente, logo, nunca moldei o meu futuro, como cansei de pensar. Eu pensava que estava tudo bem quando nunca esteve. E a dor do choque foi enorme, subiu a cabeça e foi para o corpo inteiro. Dias chorando, dias sem fome. Dias abandonado, trancafiado em casa e o olhar na tela do celular, a tentar me distrair com uma série qualquer. Redes sociais deslogadas, o meu afastamento. A vida seria mais leve se algum dia eu tivesse sido amado e soubesse o que era amar. Foi tudo um teste.

Hoje não tem mais afeto. De tudo, sobrou o aprendizado. Depois da dor de lembrar que o para sempre sempre acaba, que nem tudo é como se quer e a vida segue e o tempo não volta nunca mais. De tudo, eu só me arrependo de dar amor sem ousar receber. De ser tudo em vão. Mas aprendi e aprendo que a vida é assim mesmo. Que a dor contagia mais fácil que a vontade de viver. Que a alma adoece, quando não morre. E o tempo segue sem parar, não espera a gente ficar bem. Mas a gente tem que dar o luxo de se cuidar.

Se cuidar. Há quanto tempo eu não ouvia essa palavra? Cuidar de si. Parar para se ver, para se admirar. Para saber de sua existência, perceber que se ocupa um espaço e esse espaço tem de ser nosso, pelo destino.

Estou investindo em mim. No autocuidado, autocontrole. Terapia. Investindo no que eu chamo de recomeçar. Moldar melhor as minhas atitudes, a minha maneira de agir, a quem mantenho por perto. Hoje eu quero cuidar mais de mim. Esquecer daquela dor do abandono e do desamor. Elas não me servem. É como calçar um sapato apertado. Eu não mais quero isso. Isso não me acrescenta, não me faz alguém melhor. Quero ocupar o espaço que me é de direito, mas quero estar bem. No futuro, eu quero dar o melhor de mim e o que tenho a oferecer. Eu quero oferecer amor, eu quero oferecer sorrisos. Não mágoas, tristeza, desânimo. A vida não funciona assim.

É preciso de um impulso. A gente chega a agradecer por aprender. É irônico. Muito irônico. Estou no processo. Sinto que não serei mais o mesmo de antes. Que finalmente sentirei que tenho algo a oferecer. Porque eu vou suprir essa dor, sei que irei. E vou sorrir nos quatro cantos, de felicidade. De orgulho pela pessoa que me tornei. O grande homem que eu sempre sonhei. Vou lembrar que a criação de minha mãe valeu à pena. Não serei somente alma e corpo. Terei o espírito, terei a vida, terei o real valor. E isso me enche de esperança, isso me enche de orgulho. O peito arde de prazer, de calmaria. Eu escolho isso.

12. Oktober 2022 14:56 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
9
Das Ende

Über den Autor

Igor Azevedo Professor e escritor. Autor de 6 livros publicados. Poeta, contista e aprendiz da vida. 🌊✨

Kommentiere etwas

Post!
Bisher keine Kommentare. Sei der Erste, der etwas sagt!
~