Você foi para o primeiro ano do ensino médio e acreditava que, se pisasse com o pé direito no local onde iria estudar, o ano letivo seria perfeito, sem estresse e sem encrencas. Com isso em mente, pôs-se a se arrumar rapidamente por conta da ansiedade. Queria chegar logo na nova escola, a fim de ter tempo para realizar seu ritual de boa sorte.
Após tomar seu café da manhã, dirigiu-se rapidamente à nova escola. Cada minuto parecia demorar uma eternidade para passar. Então, para se distrair, resolveu navegar por seu twitter pelo celular. Aquilo pareceu dar certo, já que em poucos minutos, o trem havia parado na estação onde você desceria. Acompanhar briga idiota de fandoms e dar risada disso realmente era um bom passatempo.
A escola não ficava muito longe da estação, então foi rápido alcançar o portão de entrada. Quando chegou lá, parou por um momento. Estava admirando o tamanho da escola. Mal podia acreditar que conseguira ingressar na Fukurodani, a escola que sempre sonhara em frequentar após assistir aos jogos de vôlei masculino. Sua intenção era se candidatar ao cargo de gerente do clube, pois admirava o esforço de todos.
Após se acalmar um pouco, andou em direção ao portão e, quando foi realizar seu ritual de boa sorte, um garoto esbarrou em seu pequeno corpo, fazendo com que você entrasse com o pé esquerdo na escola. Aquilo a desesperou profundamente, porque seu ano letivo começou em um desastre total. Você estava tão aflita olhando para o chão, onde havia os trilhos do portão, que não notou o garoto se aproximando.
— Você está bem? — O garoto perguntou preocupado, vendo se você não havia se machucado.
— Você… Você… Você estragou o meu ano letivo todo! Como pode fazer isso comigo? Agora meu ano todo vai ser um fracasso! — Você exclamou desesperada, com as mãos na cabeça e sem olhar para ele.
— Eu estraguei seu ano letivo? Mas ele nem começou ainda. — O garoto respondeu confuso e tentando entender a neura. — E aliás, se você ficar encarando o portão, vai acabar perdendo a cerimônia de entrada.
— E agora, o que vou fazer? Já sei, irei pular esse ano letivo e, no ano que vem, tentarei entrar mais rápido para que ninguém esbarre em mim! É isso! — Você começou a caminhar para fora da escola rapidamente, antes de ter seu caminho barrado pelo garoto. — Me deixe ir embora, eu não posso começar o ano letivo desse jeito!
— Primeiro me explica o que ‘tá acontecendo. Você ficou histérica de repente!
— Eu já disse: você estragou meu ano letivo! Vai dar tudo errado!
— Mas eu acabei de chegar aqui. A única coisa que fiz foi esbarrar em você sem querer!
— Esse é o motivo, inferno! Por causa disso, eu entrei pelo portão com o pé esquerdo e não o direito!
Um silêncio constrangedor se formou no ambiente. Você estava brava, espumando ódio por seus poros, enquanto o garoto estava com um ar confuso tentando entender o que tinha a ver uma coisa com a outra. O silêncio foi quebrado graças a outro garoto que se aproximou. Esse você notou a aparência, ficando com a face um pouco corada por achá-lo bonito.
— Bokuto-san, a cerimônia de abertura do ano letivo está para começar.
— Akaashi, ‘tô com problemas aqui, me ajude por favor!
— Qual o problema?
— Essa garota está me acusando de estragar o ano letivo dela, que nem ao menos começou!
— Oh. — Akaashi mudou sua atenção para você, que ainda continuava o olhando timidamente. — O que Bokuto-san fez desta vez? — questionou em tom sério virando-se para você
— Akaashi! — Bokuto exclamou indignado, pois esperava ser defendido pelo amigo.
— Ele me fez pisar para dentro da escola com o pé esquerdo! Todo mundo sabe que se isso acontece, a pessoa será desafortunada pro resto do ano letivo! Ele desgraçou o meu primeiro ano na Fukurodani!
— Acredita em superstições? — O moreno questionou, pensativo.
— Claro que sim, até hoje elas têm me ajudado muito na vida… Bokuto, você irá arcar com as consequências disso! — Você vociferou enquanto fuzilava ele com seus olhos.
— Não vamos criar confusão por causa disso. Eu vou resolver seu problema senhorita…?
— [Nome]...
— Ok. Bokuto-san, me empreste o vidro de sal que você carrega na mochila.
— Mas eu uso ele para me dar sorte… — Bokuto respondeu triste, tentando convencer o amigo a não usar seu precioso sal.
— Você causou isso, então é o mínimo que pode fazer, não acha?
— Tudo bem, só porque é você que está pedindo. — Com um biquinho nos lábios, Bokuto abriu sua mochila, pegou o vidrinho de sal e entregou-o a Akaashi. Você não estava entendendo nada do que acontece.
— Obrigado Bokuto-san. [Nome]-san, se me permite, posso derrubar um pouco de sal em seu ombro esquerdo?
— No que isso vai adiantar…?
— Todo infortúnio que passamos durante os dias é devido ao diabinho que repousa em nosso ombro esquerdo. Há uma superstição de que, quando jogamos o sal sobre o ombro esquerdo, nós cegamos esse diabinho, então ele não é capaz de atrapalhar o bom andamento do dia. — Akaashi explicou calmamente, fazendo você ficar bem mais tranquila.
— Entendo… Isso faz sentido! Vamos, pode tacar o vidrinho inteiro se quiser! Eu não me importo! — Você exclama toda eufórica, pensando na ideia de seu ano letivo ser salvo.
— O vidrinho todo não! Minha mãe me mata se me ver pegando sal duas vezes seguidas no mesmo dia. — O garoto mais alto se pronunciou. Um pouco de desespero pode ser notado em sua voz.
— É o mínimo que tu pode fazer por mim, já que quebrou todo o meu esquema!
— Ok gente. vamos fazer isso logo e ir à cerimônia de abertura.
Akaashi não esperou a resposta de ninguém. Apenas abriu o vidrinho de sal e jogou um pouco sobre o seu ombro. Você ficou tentada a tirar um pouco para não sujar seu novo uniforme, mas acabou desistindo. Você faria de tudo para que sua sorte fosse boa nesse novo começo.
Após todo o ritual, os três saíram correndo em direção ao ginásio, onde a cerimônia de abertura do ano letivo estava para começar. Chegando ao local, você precisou recuperar seu fôlego, pois estava com dificuldades de respirar. Os meninos pareciam normais, apenas um pouco suados por correrem tanto.
— Você ‘tá bem? — Bokuto perguntou preocupado.
— Eu ‘tô, só preciso recuperar o fôlego um pouco.
— Leve seu tempo. Parece que chegamos um pouquinho adiantados apesar de tudo.
— Agradeço a atenção de vocês meninos, mas podem ir. Não quero atrasar ninguém. — Você respondeu com um pouco menos de dificuldade, mostrando que já estava bem melhor.
— Não há problema em esperar, afinal, fui eu quem te atrapalhou, não é mesmo? — Bokuto falou sorrindo.
Seu coração estranhamente começou a palpitar novamente, mas você decidiu ignorar. Após se recuperar, os três foram para seus respectivos lugares, esperando que a cerimônia de abertura começasse. No final das contas, seu primeiro dia não começou tão ruim assim. Talvez seu ano letivo fosse divertido ao lado desses meninos e do time de vôlei. No fim, você pensou que precisa parar de ficar tão neurótica quanto às suas superstições, apesar de sempre serem efetivas.
Vielen Dank für das Lesen!
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