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“Após a cirurgia no ombro de Yoongi, Jimin decide limpar sua agenda e passar alguns dias ao lado do namorado para ajudar no processo pós-operatório. Com o Min cansado e dolorido, Jimin dá o seu melhor para cuidar dele e fazer com que os dias de recuperação não sejam tão difíceis. ”


Fan-Fiction Bands/Sänger Alles öffentlich.

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Capítulo Único

Escrito por: bbmoonie e TMessi /ThalieMessi


Notas iniciais: Oi! Essa fanfic se baseia nos acontecimentos recentes e na cirurgia do Yoongi. Foi uma época meio tensa, então esperamos que essa fanfic ajude a acalmar um pouco o coração de vocês.

Muito obrigada @_thays /_thays pelas capas e pelo banner e @mygsyl2/ mygsyl pela betagem! <3
Esperamos que gostem, boa leitura!


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Jimin sentia todas as células de seu corpo vibrando em ansiedade naquela manhã de quinta enquanto dirigia pelas ruas cheias de Seoul a caminho do hospital central da cidade. Ele não admitiria se fosse questionado, mas desde a tarde passada, sentia como se a qualquer momento sua racionalidade fosse abandonar sua alma por causa de todo o nervosismo.

No dia anterior, Yoongi havia sido internado no hospital da cidade para realizar a cirurgia de reparação em seu ombro esquerdo, este que o atrapalhou ao longo de todos os anos da carreira do grupo com dores crônicas que o deixavam muitas vezes paralisado. O Park sabia muito bem da importância daquela cirurgia para seu namorado e como ela ajudaria a melhorar a sua saúde física e mental, bem como sabia que o mais velho realizaria o procedimento com o grupo de melhores cirurgiões ortopedistas do país e que as chances de haver complicações eram mínimas, porém, mesmo sabendo de tudo isso, a única coisa que o rapaz conseguia sentir era o mais puro e brutal nervosismo.

Desde a manhã de quarta, quando havia se despedido do companheiro antes que ele seguisse para o hospital com seu manager, Jimin sentia como se cada terminação nervosa de seu corpo fosse um cabo de energia. Quando recebeu a notícia de que a operação tinha sido um sucesso, na noite daquele mesmo dia, sentiu um grande alívio tomar posse de seu corpo, aliviando uma tensão que ao menos sabia que estava sofrendo com.

Entretanto, apesar do conforto momentâneo com a notícia, uma nova preocupação tomou conta de sua mente ao pensar na semana que teria à frente: cuidaria do Min durante o começo de sua recuperação, enquanto ainda não estivesse bem o suficiente para fazer algumas tarefas mais básicas, tanto pela medicação pesada, como pelas recomendações médicas de que ficasse em repouso. Para que isso fosse possível, o Park teve que conversar com os managers do grupo para limpar sua agenda durante a primeira semana após a cirurgia, o que não foi tão difícil, levando em consideração o lançamento recente do álbum do grupo que não teria promoções. Apesar disso, apenas conseguiu liberar uma única semana de sua agenda, sendo que em seguida, teria que voltar para ensaiar para as futuras premiações que o grupo participaria, então ansiava que aquela semana fosse tranquila para os dois, já que depois não conseguiriam se ver com uma frequência alta.

Jimin despertou de seus pensamentos quando um carro atrás do seu buzinou após o farol ter ficado verde. Rapidamente colocou seu veículo em movimento, sentindo as bochechas esquentarem por ter se distraído completamente no trânsito. Ele havia optado por buscar seu hyung no hospital, para que assim, tivessem maior privacidade ao voltar para casa, dispensando o manager que se ofereceu para levar o casal até o apartamento de Yoongi, porém, neste momento, se arrependia por ter recusado a oferta, já que não conseguia se concentrar na estrada e temia que algo pudesse acontecer.

Alguns minutos depois, a alta fachada branca do hospital já aparecia em seu campo de visão, mesclando-se à paisagem tomada de prédios altos do centro da capital do país. Jimin já não conseguia manter os dedos das mãos parados, batucando o ritmo de uma das músicas do grupo no volante ao tempo em que manobrava o carro para entrar na garagem subterrânea.

Os minutos seguintes passaram como um borrão para o rapaz, que rapidamente estacionou o veículo em uma vaga próxima de um dos elevadores, subindo calmamente até o andar VIP que o hospital mantinha para pacientes ricos e famosos. Chegando na recepção específica daquele andar, ele informou seus dados para que sua entrada fosse liberada pelo acompanhante de seu hyung, logo ganhando um crachá, no qual se lia em letras garrafais “visitante”, e conseguindo as informações de como chegar ao quarto particular em que o mais velho estava internado.

A caminhada pelo corredor vazio foi cortada em poucos passos largos, o coração do Park batendo descompassadamente em seu peito conforme lia os números nas portas ao longo do caminho. Ao chegar em frente do qual a recepcionista havia informado, ele hesitou por um segundo, toda a ansiedade das últimas horas se acumulando e o baqueando de uma vez, tirando o ar de seus pulmões por uma fração de segundos. Podia jurar que até seu coração havia suspendido suas batidas por aquele curto momento.

Reunindo coragem de onde sequer sabia que tinha, deu duas leves batidas na porta, escutando um baixo “pode entrar” como resposta. Sentindo sua mão escorregadia e gelada pelo suor frio de nervosismo, virou a maçaneta de metal, abrindo apenas o suficiente para poder se esgueirar por entre o batente e a madeira.

Apesar de todo o tempo que havia imaginado encontrar o namorado após a cirurgia, desde que o mais velho havia contado para todos que tinha marcado a data do procedimento, a imagem que encontrou ainda foi um choque de realidade para Jimin.

A cabeceira da cama estava um pouco elevada, formando um ângulo de 45° graus com o chão. Yoongi dormia com seu busto afundado nos travesseiros brancos do hospital. Seu braço esquerdo estava imobilizado por uma tipoia preta que dava apoio desde o ombro até a mão, enquanto seu braço direito encontrava-se estendido ao lado de seu corpo, uma agulha conectada a uma bolsa de soro chamava a atenção para a parte interna de seu cotovelo direito. Os cabelos negros do Min estavam bagunçados, alguns fios apontavam para direções diversas, os olhos felinos fechados, com os cílios repousando sobre as bochechas pálidas, uma expressão serena tomando suas feições.

— Bom dia, Jimin-ssi! — O manager, Sejin, curvou-se levemente, cumprimentando o Park, que havia parado em frente a porta após ter a fechado com cuidado.

— Bom dia, manager-nim! — o rapaz respondeu, também se curvando. — Como ele está?

— Ele despertou durante a madrugada, mas passou pouco tempo acordado. Os médicos disseram que vai passar um bom tempo sonolento por causa do tipo de anestesia que usaram, já que foi uma cirurgia de grande porte.

— Comentaram alguma coisa sobre quando ele vai receber alta?

— A médica disse que antes do meio-dia, se já estiver acordado e desperto o suficiente para entender o que aconteceu, vai poder ir para casa. Ela deixou bem claro que ele precisa ficar em repouso absoluto por, pelo menos, mais alguns dias, e daqui duas semanas precisa começar a fisioterapia.

— Essa vai ser a parte mais difícil — observou, rindo levemente junto ao manager, ambos sabendo bem da teimosia de Yoongi graças aos anos que se conheciam.

O barulho pareceu acordar o acamado, que começou a se mover na cama, seus orbes visivelmente se movimentando por baixo das pálpebras pequenas.

— Minnie? — A voz de Yoongi fez-se presente no quarto, rouca pelo pouco uso e pela sonolência que ainda o consumia.

— Bom dia, amor. Como está se sentindo? — Cruzou a pouca distância que ainda o separava da cama, analisando atentamente o rosto do Min antes de deixar um selar sobre os seus fios.

— Bem.

— Tem certeza? — A única resposta que obteve para a segunda pergunta foi um pequeno menear positivo. — Não está sentindo dor? A tipoia não está desconfortável? E os travesseiros?

— Eu estou bem, Minnie. Para de fazer perguntas, por favor! — Yoongi respondeu, o sono por pouco não tomando sua consciência novamente. Mesmo que seu corpo pesasse do modo que sabia que apenas acontecia quando dormia demais, ele ainda sentia todos os músculos de seu corpo clamando por mais tempo no mundo dos sonhos, assim como seus olhos continuavam pesando, recusando-se a ficarem abertos por mais do que poucos segundos seguidos.

Os outros dois presentes no cômodo, mais uma vez, não conseguiram conter a risada com a fala do mais velho, que virou seu rosto para o lado oposto ao do Park assim que terminou, fechando os olhos e se acomodando melhor nos travesseiros, preparando-se para voltar a dormir.

— Tudo bem, hyung. Descansa mais um pouco. Vou estar aqui quando acordar! — Jimin deixou mais um selar, desta vez, na testa de Yoongi, antes de se afastar do namorado, seguindo em direção ao pequeno sofá no qual o manager estava sentado. — Se você quiser ir para casa, Sejin-hyung, fique à vontade. Eu cuidarei dele.

— A cirurgiã disse que viria mais uma vez conferir como ele estava antes das 10 horas. Acho que vou embora depois disso. Ficarei apenas para saber como está e saber se precisará de alguma coisa.

— Claro, hyung — Jimin concordou, sentando-se no estofado. — Como está a sua filha?

(...)

Aproximadamente uma hora depois, enquanto Yoongi ainda dormia na mesma posição que tinha adormecido anteriormente e, os outros dois homens conversavam em tom baixo sobre amenidades da vida, eles foram interrompidos pelo som de um par de batidas na porta do quarto.

Após ter a entrada autorizada por Jimin, a porta abriu lentamente, dando espaço para uma senhora de meia-idade. Seus cabelos escuros estavam amarrados em um rabo de cavalo comportado, as roupas brancas se mesclando ao jaleco de mesma cor, os óculos de armação fina que usava davam contorno ao rosto de bochechas cheias e queixo fino. Ela trazia em mãos algumas folhas, provavelmente as fichas médicas de Yoongi.

— Bom dia, sou a médica Hayun, responsável pelo caso do Sr. Min! Como ele está? — O sorriso simpático que decorava o rosto da senhora não sumiu em nenhum momento.

— Ele dormiu a maior parte do tempo. Na única vez que acordou, disse que estava se sentindo bem, que nada doía.

— Certo. A radiografia que fizemos após a cirurgia mostrou ótimos resultados e esperamos que ele se recupere perfeitamente. Isso, se respeitar o período de descanso e as horas de fisioterapia até que o tecido esteja recuperado. Se tudo correr bem, ele poderá voltar às suas atividades em cerca de 6 meses. Já passei as informações detalhadas sobre o pós-operatório para o Sr. Min antes da cirurgia.

— E quando ele receberá alta? — dessa vez, foi Jimin quem questionou.

— Levando em consideração o resultado do exame e o quadro estável dele, acredito que assim que acordar e estiver alerta o suficiente, ele poderá ir para casa. Quando isso acontecer, apenas chame uma enfermeira e peça para que me avise. Depois disso, não acho que demorará mais do que meia hora para ser liberado.

— Tudo bem! Muito obrigado, doutora! — Os homens curvaram-se brevemente.

—Não precisa agradecer! Até breve. — A médica também se curvou antes de sair.

O silêncio reinou por alguns segundos após a senhora fechar a porta atrás de si, sendo quebrado quando o manager levantou, pegando sua bolsa que estava jogada em uma mesa no canto do quarto.

— Se está tudo bem, já vou indo, Jimin-ah. Qualquer coisa me ligue.

— Ligo, sim. Muito obrigado por cuidar dele, Sejin-hyung! — Jimin, ainda sentado, fez uma breve reverência, olhando atentamente o manager sumir por trás da madeira branca.

O Park respirou profundamente, encarando o rosto do mais velho antes de se aconchegar no sofá, retirando seu celular do bolso de suas calças, desejando uma distração até o momento que Yoongi acordasse, para que pudessem ir para o apartamento dele.

Ele havia recebido algumas mensagens dos outros membros, estes que compartilhavam da mesma preocupação que havia sentido mais cedo naquele dia. Logo, abriu o aplicativo de mensagens, começando a respondê-las.

(...)

Jimin empurrava calmamente a cadeira de rodas em que o namorado estava sentado, tentando causar o mínimo possível de desconforto para ele. Yoongi estava acordado há pouco mais de uma hora e estava bem o suficiente para trocar algumas palavras emboladas com a médica e assinar sua alta, mas, ainda assim, estava grogue por conta da anestesia e dos analgésicos, então o Park tentava ao máximo ser gentil em cada gesto e movimento.

— Está se sentindo bem, amor? Algum mal-estar? — perguntou enquanto o conduzia pelos corredores.

— Nós nem saímos do hospital ainda — resmungou o Min, encolhendo-se ainda mais sob o cobertor fofinho que o mais novo havia jogado sobre seus ombros antes de saírem do quarto. Mesmo que o clima não estivesse muito gelado naquele final de ano, sabia que Yoongi sentia muito frio e que isso apenas seria agravado pelo estado no qual se encontrava.

— Eu sei, mas se você se sentir mal ou enjoado, me avise, tudo bem? Nós podemos fazer uma pausa ou eu posso ir mais devagar.

— É uma cadeira de rodas, Jimin, não a Fórmula-1. E você já está indo devagar.

O Park apenas revirou os olhos, decidindo não responder. Sabia que ele ficaria rabugento por causa de todo o desconforto da operação e por conta dos efeitos da medicação, e não queria estressá-lo ainda mais com discussões que poderia evitar. Não seria nada bom ter o Min irritado sem nem mesmo ter chegado em casa.

Em poucos minutos, ambos já estavam no estacionamento do hospital, ao lado do carro do Park.

— Amor, vou precisar da sua ajuda agora, okay? — Ouvindo um murmúrio incerto em resposta, continuou: — Você precisa entrar no carro e eu não consigo te levantar sozinho. Consegue se apoiar em mim por alguns segundos para eu te ajudar a sentar?

O Min assentiu, remexendo-se debaixo do cobertor até conseguir desenroscar sua mão livre do pano, estendendo-a na direção do amado, abrindo e fechando seus dedos algumas vezes. Se não fosse pela situação e pela aparência cansada do mais velho, Jimin não teria contido alguns comentários sobre o gesto fofo.

Depois de alguns minutos de esforço e de tentativas atrapalhadas, os dois haviam conseguido entrar confortavelmente no carro espaçoso, para o alívio do Park, que até mesmo havia cogitado por alguns segundos voltar para pedir a ajuda de algum funcionário do hospital.

— Está se sentindo bem?

Com a falta de resposta, olhou para o lado, percebendo que Yoongi já havia dormido novamente; a cabeça apoiada no encosto, o rosto voltado para o lado do banco do motorista.

Suspirou, sentindo o peso que os dias que viriam pela frente teriam e como seriam complicados. Seu coração doía ao ver o mais velho tão cansado e desgastado, mesmo sabendo que era passageiro e que era apenas um ônus de algo que o ajudaria muito.

Ajeitou o cobertor novamente sobre o corpo dele, garantindo que não estava se enroscando na tipoia, e acariciou os fios de seu cabelo com calma.

Aqueles dias seriam cansativos, mas daria o seu melhor para fazer com que o Min se sentisse bem e descansado.

(...)

— Yoongi, você precisa tirar essas roupas — avisou Jimin, procurando um pijama de botões confortável em seu armário, recebendo apenas um muxoxo como resposta. — E não adianta resmungar para mim. Essas roupas estão sujas do hospital. Você pode dormir depois de trocá-las.

Assim que se virou para o mais velho, que o esperava sentado na cama com um bico irritado nos lábios, sentiu seu coração amolecer. Não conseguia ficar irritado com ele por muito tempo, muito menos em uma situação como aquela.

— Venha aqui, eu te ajudo. Sei que está cansado, amor, mas é rapidinho, eu prometo. Depois disso, você pode descansar até a hora dos seus remédios, tudo bem?

— Tudo bem, Minnie — foi tudo o que respondeu em um sussurro. Sua voz ainda estava rouca pelo sono, porém conseguia falar com um pouco mais de clareza, não se embolando mais tanto com as palavras.

Depois de um pequeno contratempo ao tentar passar a camisa pela tipoia e para conseguir vestir a calça de flanela, Yoongi finalmente estava vestindo roupas confortáveis, aconchegado entre os cobertores quentinhos de seu próprio quarto. Vendo essa cena, o Park sentiu toda sua agitação e estresse diminuírem um pouco pela segunda vez no dia. Ter o Min por perto, seguro e bem, era algo que o mantinha calmo e são.

Após dar uma última olhada para dentro do quarto para garantir que o mais velho já estava dormindo confortavelmente, apagou as luzes e deixou a porta entreaberta, indo para a cozinha.

De acordo com as recomendações da médica, seria ideal que Yoongi comesse apenas refeições mais leves até que seu estômago acostumasse com a medicação, já que existia a chance dos antibióticos e analgésicos causarem desconforto gástrico no rapaz; então aproveitou o final de tarde para responder as novas mensagens dos membros que continuavam preocupados, atualizando-os sobre como o Min estava, e cozinhou uma sopa leve de legumes.

Foi só depois de desligar o fogão e fechar o aplicativo do celular que Jimin se permitiu relaxar. Após passar o dia inteiro em uma completa pilha de nervos pela situação de Yoongi, a sensação de finalmente sentar e respirar fundo era extremamente revigorante. Mesmo que apenas por alguns minutos, tudo estava sob controle. Apesar dos dias difíceis de recuperação que viriam, seu namorado estava em casa e bem agora. Estava seguro após uma cirurgia de sucesso e era isso que importava.

Respirou fundo e cobriu o rosto com as mãos, sentindo o peso que havia passado o dia sobre seus ombros se esvair um pouco.

O Park não sabia se o tempo havia passado rápido demais ou se havia dormido por alguns minutos naquela posição sem perceber, a noite anterior mal dormida finalmente cobrando o seu preço, mas rapidamente levantou-se ao ouvir um murmúrio vindo do cômodo ao lado:

— Jimin?

Levantou apressadamente do sofá, seguindo até o quarto o mais rápido que conseguiu sem correr. Definitivamente não precisava de mais uma pessoa acamada.

— Ei, amor, como está se sentindo? — perguntou, correndo para o lado da cama assim que entrou no cômodo.

Yoongi estava sentado na cama, ainda grogue demais para se levantar, mas um pouco mais desperto do que quando havia chegado em casa. Jimin o ajudou a se sentar sobre o colchão, garantindo que não colocasse o peso do corpo sobre o ombro operado.

— Sono — resmungou, inclinando-se para frente para apoiar a cabeça no peito do mais novo em um pedido mudo por conforto.

— Eu sei, eu sei. — Acariciou seus cabelos suavemente, sentindo o corpo do Min relaxar contra o seu. — Mas logo, logo você vai precisar tomar seu remédio, então não durma ainda, okay? Aguente mais um pouquinho.

— Okay, Minnie. Eu vou tentar, mas não garanto nada. Estou com sono.

O Park não pôde conter um sorriso, aliviado em estar presenciando novamente o jeitinho teimoso do mais velho. Tinha vontade de abraçar o namorado e deitar ao seu lado até que ele se sentisse totalmente bem, mas sabia que teria que ser racional e forte o suficiente para negar os pedidos manhosos que ouviria no decorrer dos próximos dias.

— Você quer tentar comer um pouquinho? Fiz uma sopa bem levinha para você.

Yoongi inclinou a cabeça para trás, deixando o queixo encostado em seu peito para olhar para seu rosto com os olhinhos inchados e cansados.

— Sua comida é gostosa, Minnie.

Jimin engoliu a vontade de gritar e apertá-lo contra si, contentando-se em segurar seu rosto com delicadeza com ambas as mãos e se abaixar para beijar sua testa.

— Obrigado, querido. Você é a pessoa mais fofa desse mundo, sabia?

— Para, Jimin. Nem começa com esse papo de fofo — brigou, franzindo o cenho.

— Começo, sim. — Beijou seus cabelos antes de se afastar com cuidado. — Vamos para a cozinha, você precisa comer. Depois te dou seus remédios e te deixo dormir mais um pouquinho.

— Dormir muito.

— Nada disso — riu, ajudando-o a levantar com cuidado. — A médica disse que ficaria sonolento, mas não imaginei que fosse tanto assim.

Sem ouvir uma resposta, conduziu o mais velho até a cozinha e o sentou em uma das cadeiras de madeira que ficavam em volta da mesa de jantar. O Min ainda parecia estar tão mole e grogue que não conseguiu deixar de se preocupar, temendo que ele fosse perder o equilíbrio e caísse quando se afastasse para pegar a comida.

— Você está bem? Consegue ficar sentado sozinho uns segundinhos?

— É claro. Eu não sou criança, Minnie, estou bem. — Vendo que o mais novo parecia incerto, completou: — E eu quero comer sua comida logo. Por favor?

— Tudo bem. — Cedeu, sentindo o peito se encher de carinho com o pedido. — Se você se sentir mal, me avise.

Yoongi sabia que Jimin se desesperaria nos primeiros momentos. Ele sempre fora uma pessoa muito cuidadosa e preocupada com aqueles que amava. Aquela era sua natureza e era algo que o Min admirava muito, então apenas tentou se conter para não ser teimoso demais, entendendo que era o jeito do namorado de cuidar de si.

— Aqui está — falou o Park, colocando a tigela cheia de uma sopa fumegante e cheirosa à sua frente. — É bem levinha, acho que não vai irritar seu estômago.

— Minnie? — chamou, encarando-o com os olhos brilhantes. — Obrigado.

— Não precisa agradecer, querido — assegurou, sentindo-se orgulhoso. Ele gostava de agradar as pessoas que amava. — Apenas tente comer tudo, por favor. Você comeu muito pouco hoje.

Assim que provou a primeira colherada sob o olhar atento e cheio de expectativa do mais novo, Yoongi não conseguiu conter uma risadinha contente. Após tentar comer a comida horrível do hospital, a sopa de seu namorado parecia estar ainda melhor do que já era em outros dias corriqueiros.

— Está incrível! — comentou, sentindo as bochechas se esquentarem ao ver o sorriso largo de Jimin.

Os dois comeram em silêncio por minutos a fio, até que o Park percebeu o mais velho soltando a colher dentro da tigela com o braço direito, que usaria para tudo até que o outro estivesse completamente recuperado.

— Não quer mais, Yoon?

O Min apoiou o cotovelo na mesa, descansando a cabeça em sua mão enquanto lançava um olhar cansado para o rapaz.

— Sono.

Jimin assentiu, imaginando que os remédios fortes ainda estavam deixando-o cansado muito rápido. Ele provavelmente já havia usado toda a energia acumulada da soneca. Sem pensar duas vezes, aproximou a cadeira em que estava sentado próxima a ele.

— Quer que eu te dê o resto?

— Mas não sou criança, Minnie — repetiu, balançando a cabeça em discordância.

— Eu sei, meu amor. Mas nem só crianças precisam de ajuda, não é? Você está se recuperando de uma cirurgia, cansado e com dor. Está tudo bem se precisar de ajuda também, estou aqui para isso.

Yoongi olhou em seus olhos por longos segundos enquanto se decidia, até finalmente ceder. Apesar de odiar se sentir sem autonomia, a fome que sentia era maior que a vontade de fazer as coisas sozinho, por isso, assentiu.

— Obrigado, querido.

— Pelo quê?

— Por me deixar cuidar de você.

Calmamente, conforme comentava sobre as mensagens dos outros membros para o distrair, Jimin ajudava o Min a terminar seu jantar, dando os remédios que o mais velho precisava tomar logo depois. Não queria que o companheiro sentisse qualquer dor, então se apressou em lhe dar assim que o relógio indicou a hora exata.

— Pronto para ir para cama?

— Sim. Estou acabado. Nem as tardes de treino me deixam tão cansado assim, parece que vou apagar a qualquer momento — descreveu mais uma vez, com os olhos quase se fechando.

— Não, não. Não durma na mesa, senão eu não vou conseguir te levar de volta. Venha, vamos para a cama logo.

Entre muitos resmungos e passos lentos, o Park finalmente conseguiu o colocar sobre o colchão fofinho, ajeitando os cobertores e travesseiros contra seu corpo para garantir que não se remexesse durante o sono e se deitasse sobre o braço operado.

— Você não vai dormir? — indagou o Min, com um bico nos lábios.

— Eu já venho. Preciso tomar um banho antes. Não quer que eu deite na sua cama cheirando a suor, quer? — provocou, tentando animá-lo um pouco.

— Quero que você fique aqui.

A resposta o pegou de surpresa. Yoongi não gostava de cheiros fortes e desagradáveis, então Jimin esperava que concordasse em deixá-lo ir tomar um banho antes de se deitar também. Mas, aparentemente, o homem estava não só teimoso, como também excepcionalmente manhoso naquela noite.

— Tudo bem, querido. Vou ficar aqui até você cair no sono — proferiu, sentando-se no chão ao lado da cama. — Depois, eu tomo um banho rapidinho e volto para a cama, pode ser?

O Min apenas soltou um muxoxo não muito contente, sabendo que não teria como convencê-lo, e estendeu a mão boa em sua direção. Jimin rapidamente a segurou, acariciando seus dedos no mesmo tempo em que deslizava a outra mão sobre seus cabelos.

Tentando acalmá-lo o suficiente para que dormisse tranquilamente, começou a cantarolar sua música, Serendipity, observando-o rapidamente cair no sono.

Ali, sentado no chão, segurando sua mão, o Park teve, mais uma vez, a certeza de que faria tudo naquele mundo por Min Yoongi.

(...)

O relógio de cabeceira marcava pouco mais de três horas da manhã quando Jimin sentiu seu corpo ser chacoalhado. Ele resmungou, irritado por ter sido incomodado durante o sono e, ao ser chacoalhado novamente, resmungou mais alto, virando-se para o outro lado.

— Ei, Jimin.

Ao ouvir a voz de Yoongi, despertou de supetão, sua mente voltando a trabalhar rapidamente enquanto se lembrava da situação em que se encontravam.

— Yoon? O que foi? Você está bem? — perguntou afobado, sentando-se no colchão e estendendo as mãos para tocar o rosto do namorado em busca de qualquer sinal de desconforto.

— Estou bem — afirmou calmamente, colocando a mão livre sobre uma das suas. Seu cenho franzido não passou despercebido por Jimin. — Só estou com um pouco de dor.

— Dor?! Minha nossa, hyung, você está se sentindo assim há muito tempo? Você não esperou muito antes de me acordar, não é? Nós combinamos que me chamaria assim que acordasse!

Se levantou com as pernas bambas, correndo para a cômoda em busca do analgésico recomendado pela médica.

— Eu acabei de acordar, prometo — reforçou Yoongi, tentando tranquilizar o rapaz. — Respira, amor.

Vendo as mãos trêmulas do mais novo ao lhe entregar o comprimido e um copo de água, o Min voltou a franzir o cenho. Dores e desconfortos eram esperados, principalmente nos primeiros dias. Ele estava preparado para isso e achava que Jimin estava também, após as diversas conversas que haviam tido antes da cirurgia. Mas, aparentemente, havia subestimado a preocupação do amado.

— Está tudo bem, Minnie. De verdade, eu estou bem. É normal, sim? Nós sabíamos que ia acontecer — sussurrou, espantando o sono para longe a fim de acalmá-lo.

O outro apenas assentiu com a cabeça, pegando o copo de suas mãos, ajudando-o a se deitar e dando a volta na cama para fazer o mesmo.

Diante do silêncio estranho que se seguiu, Yoongi se ajeitou o máximo que pôde e virou a cabeça para olhar para o namorado, que o encarava com os olhos arregalados e cheios de lágrimas.

— Não, não, Jimin. Não precisa chorar, amor.

— Eu não estou... — balbuciou com a voz embargada, tendo que parar para suprimir um soluço — chorando.

— Nós conversamos sobre isso, lembra? — falava baixinho, tentando passar serenidade para o homem preocupado ao seu lado. — É normal doer no começo. Vai passar depois e meu ombro vai ficar bem. Não é tão ruim.

— Eu sei, Yoon, eu só… — Jimin se interrompeu mais uma vez para engolir em seco enquanto uma lágrima teimosa escorria por sua bochecha. Não queria chorar, não queria preocupar o mais velho quando ele já tinha tantas coisas para lidar e sentir. — Só não gosto de te ver sentindo dor. Não queria que tivesse que passar por isso.

— Venha aqui — sussurrou, puxando-o para mais perto de si com o braço bom, sentindo o Park abraçá-lo pela cintura logo em seguida. — Eu estou bem. E você também está indo muito bem. Cuidou de mim durante todo o dia, falou com os meninos, fez uma sopa tão boa. Tão carinhoso, tão cuidadoso.

— Para, Yoongi — brigou, dando-lhe um tapinha leve no torso —, não é para você cuidar de mim agora. Eu vou ficar bravo de verdade se você continuar.

— Mas você…

— Shh — impediu-o, colocando uma mão sobre sua bochecha. — Obrigado, meu amor. Mas agora, volte a dormir e me deixe cuidar de você mais um pouco. Isso vai me fazer sentir melhor. Além disso, você deve estar morrendo de sono e, se ficar cansado amanhã por causa dessa conversa, juro que vou chorar.

O Min não conseguiu conter uma risada, sentindo o coração se esquentar com a fofura do mais novo. Queria estar com os dois braços livres e bons para poder abraçá-lo contra si e só soltar ao amanhecer, então, como não podia, apenas murmurou, já sonolento:

— Me abraça mais forte, Minnie. Eu não vou quebrar.

— Não tenho tanta certeza disso — provocou.

— Só me abraça.

Jimin rapidamente cedeu, enlaçando sua cintura com força e cuidado no tempo em que descansava a cabeça sobre seu braço bom e passava uma das pernas sobre as suas.

— Até que é bom ficar assim, para evitar que você vire durante a noite, sabe?

— Hum.

Com a resposta curta, o Park sorriu e esfregou o rosto no pijama do mais velho, finalmente se sentindo calmo o suficiente para voltar a dormir.

(...)

Yoongi dormia muito por causa dos remédios. Jimin não sabia se era bom ou não. Por um lado, se sentia aliviado por saber que o namorado estava descansando o suficiente para se recuperar sem sentir muita dor, mas, por outro, sentia sua falta e temia que ele se sentisse mal durante o sono e não pudesse lhe dizer.

Mesmo tendo conversado diversas vezes com o Min, com os médicos responsáveis por todo o processo e com os outros membros, não conseguia deixar de se preocupar. Achava que estaria preparado para lidar com tudo nos dias seguintes à cirurgia, mas logo descobriu que nunca, nunca estaria preparado para lidar com o fato de que o namorado estava sentindo tanta dor e desconforto; mesmo que no final isso fosse cessar os diversos dias em que ele mal conseguia levantar o braço e o ajudaria a não precisar de todas as injeções que constantemente tomava para lidar com o ombro machucado.

Após a noite anterior, o Park sabia que ainda teria muitos dias difíceis pela frente, mas daria o seu melhor para cuidar do companheiro. Tudo o que queria, era que Yoongi se sentisse bem, e se fosse preciso aguentar o coração apertado por um tempo, então daria o seu melhor para fazer isso por ele.

Respirando fundo, Jimin pegou o pote de macarrão instantâneo já pronto e o levou para sala, onde o Min o esperava, sonolento.

— Já escolheu algo para assistir, hyung?

Durante o tempo em que esquentava o miojo, o Park havia dado a Yoongi a tarefa de escolher algo para assistirem enquanto comiam, na esperança de mantê-lo desperto durante os minutos que passara na cozinha.

— Hum, qualquer coisa — resmungou, ajeitando-se entre as diversas almofadas que o rodeavam.

O mais novo apenas deu de ombros, sentando-se ao seu lado. Ele não se importava com o que veriam, afinal. O Min estava desperto o suficiente para comer um pouco e isso era tudo o que importava.

— Vamos jantar? Não coloquei muitos acompanhamentos porque a médica disse que você ainda não pode comer nada muito pesado, mas quebrei um ovo, do jeito que gosta. Se ela perguntar, isso nunca aconteceu.

Mesmo estando cansado e tendo que usar todas as energias para se manter acordado, Yoongi sorriu, sentindo o peito se esquentar com o carinho do rapaz. Amava a forma como Jimin reparava até nos pequenos detalhes e se sentia infinitamente grato por todo o cuidado e carinho com que ele estava lhe tratando. Então, fazendo um esforço para se desvencilhar da barreira de travesseiros, almofadas e cobertores que ele havia colocado à sua volta, inclinou-se em sua direção e beijou sua bochecha.

— Obrigado, amor.

Ao olhar para o rosto de Jimin, não conseguiu conter uma risada alta. O homem estava completamente corado, com os olhos arregalados, tendo sido pego de surpresa pela demonstração de carinho inesperada.

Tossindo forçadamente para se recuperar, o Park ajeitou-se sobre o sofá e desviou os olhos para o pote em suas mãos.

— Senta direito — reclamou, tentando parecer bravo. — E trate de não forçar esse braço, Min Yoongi.

— Você ficou envergonhado — provocou o mais velho, ainda rindo.

— Desisto. Nada de miojo para você.

Depois de um jantar demorado, cheio de pausas para comentários de Jimin sobre o programa de variedades que passava na televisão e para as reclamações de Yoongi sobre conseguir comer com seu braço livre da tipoia, o mais novo se levantou para levar a louça até a cozinha, decidindo deixá-la na pia para lavar em algum outro momento quando o mais velho já estivesse medicado e descansando — o que provavelmente não demoraria, considerando o estado perenemente grogue do Min.

Na volta, andou cautelosamente até o sofá, esperando ver o namorado dormindo, mas acabou se surpreendendo ao vê-lo o encarando com os olhos inchadinhos pelo sono.

— Dorme mais um pouquinho, amor. Eu te acordo para tomar o remédio.

— Não quero — cochichou, manhoso. — Quero ficar com você.

Em um piscar de olhos, Jimin já se sentava ao seu lado, chegando o mais perto que conseguia com os diversos travesseiros e almofadas que cercavam Yoongi.

— Tira — pediu, referindo-se a tudo que estava a sua volta, e que estavam sendo insolentes o suficiente para o impedir de chegar perto do Park.

— Não vou tirar nada, senão você vai ficar de mau jeito de novo.

— Mas eu quero te abraçar.

Queria contestar, lembrá-lo das instruções da médica e sobre como poderia se machucar se acabasse apoiando o peso no braço operado, mas vendo-o tão vulnerável daquela forma, não conseguiu negar seu pedido. Ele sabia que nunca conseguiria rejeitar um pedido de carinho vindo de Yoongi, ainda mais em um momento tão delicado.

Respirando fundo, começou a reajustar os travesseiros, cuidadosamente inclinando o Min em sua direção. Quando o mais velho finalmente estava descansando sobre seu peito, com a cabeça em seu ombro, o Park se permitiu relaxar contra o encosto do sofá.

— Confortável?

— Uhum.

Um silêncio aconchegante se estabeleceu entre os dois. A sala escurinha, com apenas a luz e o som da televisão se fazendo presentes, o conforto de estarem descansando juntos e o estômago cheio após o jantar fizeram com que uma sensação sonolenta tomasse conta do Park.

O homem estava quase fechando seus olhos quando sentiu Yoongi se remexendo contra si. Alerta, esperou mais um sinal de desconforto, mas tudo o que se seguiu foi uma esfregada de bochecha em seu ombro.

— Yoongi? — sussurrou, sonolento.

— Cabelo.

Era quase inacreditável ver o mais velho vocalizando suas vontades, mesmo que com poucas palavras, então não perdeu tempo antes de levar uma mão até sua cabeça.

Foi enquanto acariciava calmamente os fios sedosos do Min que o Park finalmente cedeu ao sono.

(...)

Ao acordar após a merecida soneca no sofá, Jimin remexeu-se, ainda lento, logo sentindo o corpo congelar ao ouvir um muxoxo irritado ao pé de seu ouvido. Por alguns segundos havia se esquecido da posição em que estavam.

— Ei, Yoon, acorde. Já deve estar tarde, temos que ir para a cama.

O namorado apenas franziu o cenho e tentou esconder o rosto em seu pescoço novamente.

— Nada disso — contestou, sem conter a vontade de acariciar seus cabelos. Ele amava ter Yoongi pertinho assim, apesar de toda a situação complicada em que se encontravam. — Na verdade, acho que é bom tomarmos um banho antes.

A falta de resposta o fez engolir em seco, preocupado.

— Vamos levantar antes que você durma de novo, sim? Me ajude, querido. Não consigo te carregar sozinho.

Levantou o mais velho com cuidado, enlaçando sua cintura e passando o braço não-operado sobre seu pescoço. Lentamente, com calma e paciência, conseguiu levar um Min sonolento até o banheiro, onde o ajudaria a tomar um banho para poder descansar completamente.

— Vai ser bom para tirar um pouco dessa sensação pesada, Yoon. Um banho fresquinho sempre ajuda.

Ele apenas piscou, voltando a franzir o cenho em desconforto.

— Pode ser amanhã? — ponderou com a voz fraca. Era como se precisasse dividir todas as suas forças entre responder o namorado e lutar contra a dor persistente que começava a se alastrar por seu ombro.

— Tecnicamente, já é meia-noite…

— Okay, okay — respondeu, cortando a provocação que sabia que viria. Se sentia mal e não estava com paciência para entrar em briguinhas, mesmo que de brincadeira. — Rápido?

— Isso aí, rapidinho. Cuidado — falou, colocando-o sobre o assento fechado da privada —, eu vou só ligar o chuveiro. Não caia.

Se não estivesse se sentindo tão cansado, ele certamente teria respondido com algum tipo de reclamação sobre não ser um bebê, mas tudo o que parecia haver em sua mente era sono e uma sensação desconfortável que sabia que não sumiria tão cedo.

Mesmo com os medicamentos e cuidados, seu ombro esquerdo ainda estava sensível e dolorido, e provavelmente continuaria daquela forma até que cicatrizasse um pouco.

Yoongi não falava nada, não querendo preocupar Jimin ainda mais e sabendo que apenas os remédios que tomava regradamente a cada algumas horas poderiam ajudar, mas ali, sentando no banheiro frio quando tudo o que queria fazer era ceder ao cansaço e dormir, ele se sentia mais abatido do que nunca.

Tudo o que queria era deitar em sua cama quentinha e dormir nos braços do Park até que estivesse completamente bem, mas o cansaço, o desconforto e o mal-estar pareciam não passar nunca.

Assim que ouviu o som do chuveiro, sentiu seus olhos lacrimejarem. Yoongi não queria chorar, não estava triste ou bravo e definitivamente não queria preocupar o mais novo, porém as lágrimas pareciam ser inevitáveis. Elas escorriam por seu rosto sem que conseguisse as conter.

— Você quer bem quen… Yoongi?

Os olhos de Jimin se arregalaram e em um segundo o rapaz já estava agachado à frente do Min, segurando seu rosto delicadamente.

— Ei, amor, ‘tá tudo bem. Está tudo bem.

Gentilmente, enxugou as lágrimas que caíam sobre suas bochechas, beijando sua testa em uma tentativa delicada de acalmá-lo.

— Está sentindo alguma dor? Quer que eu ligue para o hospital? Vou ligar para o Sejin-hyung. — Ele tentava manter sua voz em um tom calmo para não assustar o mais velho, mesmo que estivesse surtando por dentro

— Não. Não liga, Minnie — pediu por entre os soluços, segurando com a mão livre na blusa do namorado fortemente.

— Meu amor, se não está bem, nós precisamos ir para o hospital — justificou, pesaroso. Seu coração doía como nunca em ver aquele que tanto amava sofrer. Queria poder tomar toda a sua dor e desconforto para si.

— Eu não quero. Não quero ir.

Jimin suspirou, abraçando-o com todo o cuidado que tinha. Ele não queria ignorar os pedidos de Yoongi, mas sabia que sua saúde vinha em primeiro lugar.

— Eu preci…

— Vamos tentar as coisas que a médica falou.

— Querido, ela falou para irmos para o hospital se fosse uma emergência.

— Não é! Eu só… — O Min respirou fundo, tentando se concentrar nas palavras. Era difícil focar quando tudo o que queria fazer era tomar um remédio e dormir até tudo passar. — Eu só estou com dor, mas não é uma emergência. Eu quero tomar um remédio e ir para a cama, Minnie. Não liga para o Sejin-hyung, por favor.

Cedendo, Jimin murmurou, perdido:

— Não vou. Não vou ligar. Mas preciso saber do que precisa, Yoon. Eu não sei o que fazer.

O Park se desesperava mais a cada segundo, sentindo-se como se tivesse as mãos atadas.

Vendo o estado do mais novo, Yoongi inclinou-se para frente, em busca do conforto do abraço apertado do outro, que o acolheu de prontidão.

— Eu estou cansado. Quero que pare, Minnie — confessou, voltando a chorar.

Mais do que tudo, o Park queria cessar as lágrimas do mais velho, mas sabia que seria bom deixá-lo colocar a frustração para fora um pouco, então apenas o apertou mais forte em seus braços e descansou a bochecha sobre seus cabelos. Mesmo que estivesse em uma posição desconfortável, ele esperava que ela fizesse o Min se sentir mais protegido e tranquilo, como se não precisasse se preocupar com nada mais no mundo naquele momento.

— Vai parar logo, logo, querido. Seu ombro vai ficar bom como nunca e você não vai mais precisar tomar remédios e injeções para não sentir dor. Isso é muito bom, não é? — sem esperar, continuou sussurrando calmamente para o namorado: — Você vai poder se movimentar tranquilamente e quando menos perceber, já vai estar sem essa tipoia ou sem precisar de mais nenhum remédio.

Aos pouquinhos, seu monólogo ia acalmando Yoongi, que fungava contra seu pescoço enquanto o ouvia silenciosamente.

— Vai ficar tudo bem, hyung. Vou cuidar de você até tudo ficar bem. Eu sei que é desconfortável e que deve estar muito dolorido, então vamos com calma, okay? Vou fazer tudo o que puder para se sentir bem, mas preciso que me diga como está, do que precisa, o que está sentindo.

— É difícil.

— Sei que é — articulou, beijando-lhe os cabelos. Imaginava o quão complicado deveria estar sendo para Yoongi lidar com o fato de que estava completamente vulnerável e necessitando de ajuda. O Min gostava de ter autonomia sobre tudo, mas naquele momento, aquilo era impossível. — Mas você está sendo tão forte. Logo vai acabar, amor. Me deixe cuidar de você enquanto isso, por favor.

Engolindo em seco, o Min assentiu. O cansaço se tornava tão grande que até mesmo chorar parecia demandar energia e trabalho demais.

— Está se sentindo mais calmo? — perguntou Jimin, afastando-se minimamente.

— Um pouco. Obrigado.

— Não me agradeça por isso, Yoon. — Acariciou os cabelos do homem em seus braços, puxando-os cuidadosamente para trás. — Quer ir deitar e deixar o banho para depois?

Finalmente, lembrando-se do chuveiro, Yoongi afastou-se do abraço, esfregando o rosto molhado com a mão livre.

— Uhum. Cama?

— Cama. Vamos tomar seu remédio e ir deitar — chamou, desligando o chuveiro e conduzindo-o a passos lentos até o quarto que compartilhavam.

Sua mente trabalhava a todo vapor, buscando qualquer opção que conseguisse pensar para ajudá-lo a se sentir melhor. O remédio ajudaria, mas não traria alívio imediato.

Subitamente, uma das possibilidades dentre as várias que a médica havia listado antes de liberar Yoongi surgiu em sua mente. Uma compressa gelada talvez o ajudasse a se sentir bem o suficiente para conseguir descansar.

— Eu volto em um segundo, hyung. Espere um pouquinho.

Ouvindo uma lamúria descontente, Jimin correu para a cozinha em busca de alguma bolsa de água gelada ou até mesmo saco de vegetais congelados esquecidos no freezer do Min.

Enrolando a compressa improvisada em um pano de prato, correu de volta para o quarto.

— Trouxe algo que pode ajudar — contou, entregando o embrulho gelado para o namorado por alguns segundos, em que pegava os comprimidos sobre a cômoda. — Tome e deite-se, talvez a compressa alivie enquanto o remédio age.

Quando Yoongi finalmente descansou confortavelmente sobre o colchão macio, Jimin se permitiu suspirar, apagando as luzes e enfiando-se debaixo do cobertor ao seu lado. Com cuidado, pegou a compressa de suas mãos e a posicionou levemente sobre o ombro operado.

— Quer conversar um pouco com os meninos até o sono vir? Talvez te anime um pouquinho — falou, em uma tentativa de distraí-lo enquanto o desconforto não diminuísse um pouco.

Apesar de só querer dormir, o Min não podia negar que sentia falta da movimentação do dormitório e da rotina ao lado de seus amigos, então assentiu, aproximando-se do namorado.

O Park o aconchegou contra si da melhor forma que conseguiu e pegou o celular com a mão livre. O brilho da tela do aparelho era a única coisa iluminada no quarto escuro, e com apenas alguns toques, a chamada havia sido atendida.

“Oi, Jimin-hyung! Tudo bem por aí? Como o Yoongi-hyung está?” A voz de Jungkook soou alta.

— Tudo bem, Kookie. Estamos indo dormir agora, na verdade. O hyung só queria conversar com vocês um pouquinho.

Após alguns segundos de comoção e gritaria do outro lado da chamada, os membros já se aninhavam perto do celular do mais novo do grupo para conversar com Yoongi.

“Você dormiu o tempo todo, hyung?”

— Uhum. O tempo todinho — murmurou, sorrindo levemente com os olhos já fechados.

O Min sentia as preocupações sumirem um pouco quando conversava com seus amigos.

“Yoongi, fique bem logo para irmos pescar juntos, okay? Prometo que deixo o maior peixe para você.” Seokjin brincou, sendo respondido com um murmúrio inconformado.

O vai-e-vem de perguntas continuou por alguns minutos e quando as respostas pararam de vir, Jimin desligou o viva-voz do celular, colocando-o contra a orelha para terminar a conversa.

— Yoongi está cansado e com dor. Conversar com vocês o animou um pouquinho. Obrigado!

“Como estão as coisas aí? Você sabe que se precisar de qualquer coisa é só chamar, não sabe?” Namjoon soava preocupado.

Apesar de terem decidido que seria melhor para Yoongi passar os primeiros dias em seu apartamento, longe de qualquer bagunça ou agitação, todos queriam poder estar por perto para ajudar. Era difícil estar longe, principalmente quando sabiam que um deles não estava completamente bem.

— Eu sei, hyung, obrigado. Vou chamar, sim. Achei que precisaria levá-lo para o hospital de novo, mas ele não queria de jeito nenhum — suspirou, passando a mão pela cintura do mais velho, que já dormia ao seu lado. — Se ele não estiver se sentindo melhor na hora do próximo remédio, vou tentar convencê-lo.

“Se precisar, é só ligar, Chim. Não importa se for sete horas da manhã ou se for ao meio da madrugada. Estamos aqui, okay?” A voz de Hoseok tinha um tom sério, mas pacífico, como se estivesse tentando se conter para acalmá-lo. Jimin sorriu. Ele sabia muito bem como era esse sentimento.

— Logo mais ligo de novo para vocês conversarem — garantiu, sentindo-se sonolento após a noite cheia de emoções.

“Ligue quando ele estiver bem acordado!”

— Isso vai ser difícil, ele tem dormido muito esses dias. Mas prometo que assim que puder, coloco ele para falar com vocês.

Depois de alguns minutos de despedidas e brincadeiras, o Park finalmente desligou o celular, descansando por completo sobre a cama.

Sentindo o peso do dia complicado tomar conta de si, ajeitou-se ao lado de Yoongi, tentando colar seu corpo ao dele o melhor que pôde, e selou os lábios contra sua testa.

Satisfeito ao tê-lo seguro em seus braços, finalmente se permitiu dormir, torcendo para que o dia seguinte fosse um pouco mais fácil para aquele que tanto amava.

(...)

Na manhã seguinte, Yoongi acordou antes do Park, sentindo a respiração do mais novo fazer cócegas em seu rosto por causa da posição em que dormiam. Mal conseguia manter os olhos abertos nos primeiros segundos, sentindo o corpo completamente pesado. Porém, depois de alguns minutos, conseguiu finalmente entender o seu redor.

Jimin havia se movido durante a noite e agora seu rosto estava perto o suficiente do de Yoongi para que sua respiração o acordasse. Além disso, a bolsa de gelo que havia ficado sobre seu ombro, agora se encontrava na temperatura ambiente, porém o tecido molhado de sua blusa continuava gelado contra sua pele.

Ele não conseguia lembrar muito sobre a noite anterior, apenas lembrava de sentir muita dor, de ter chorado por causa do desconforto e de depois ter ido dormir com seu namorado.

Não podia deixar de se sentir um pouco mal por toda a preocupação que estava causando ao mais novo, bem como pelo trabalho que sabia que estava dando. Apesar disso, se sentia extremamente grato por tudo o que Jimin estava fazendo, já que sequer conseguia imaginar como seriam os dias após sua alta se não tivesse o namorado ao seu lado.

Enquanto admirava o rosto do mais novo, o Min pensou em o acordar para que pudessem começar o dia. Entretanto, enquanto olhava atentamente, ele não podia deixar de notar as olheiras que começam a adornar os olhos de Jimin. Sequer conseguia imaginar como aqueles dias estavam sendo estressantes para ele, já que o Park se encontrava em estado de alerta a todo segundo, pronto para levá-lo para a emergência do hospital desde que saíram de lá.

Pensando nisso, decidiu que o melhor a se fazer seria o deixar descansar por mais algum tempo. E, mesmo que quisesse continuar na cama quentinha, naquele abraço carinhoso, ele sentia algumas pontadas desconfortáveis em sua bexiga, então não teria outra opção a não ser levantar para ir ao banheiro.

Com muito cuidado para não interromper os sonhos de Jimin, tirou os braços que circundavam sua cintura com sua mão livre, parando algumas vezes no processo para ajustar seu corpo e não correr o risco de machucar o ombro operado no processo. Apesar de culpar um pouco o sono que ainda tomava conta de sua consciência, não sentia mais dor no local operado, apenas a sensação irritante do desconforto presente desde a manhã que havia saído do hospital.

Após ter sucesso em sua missão, Yoongi seguiu até o banheiro, tentando fazer a menor quantidade de barulho que conseguia no processo. Por alguns segundos ele até mesmo pensou em tentar tomar banho — já que a oleosidade na superfície de sua pele estava o deixando desconfortável —, mas dispensou a ideia rapidamente, sabendo que os riscos de se machucar eram muito grandes, e isso poderia colocar não apenas toda a cirurgia em risco, mas também a sanidade mental do Park, que provavelmente surtaria se qualquer coisa acontecesse consigo.

Depois de lavar a mão, molhar e secar o rosto o melhor que conseguia apenas com sua mão direita, voltou para o quarto, imaginando que poderia voltar a dormir confortavelmente nos braços de seu namorado, porém assim que abriu a porta do banheiro, encontrou Jimin acordado, sentado na cama, uma mescla de confusão e preocupação estampadas em sua expressão.

— Bom dia, meu amor. — Yoongi sorriu, indo para perto dele, pensando em fazer um carinho leve em seus cabelos.

O Park parecia não ter processado o mundo ao seu redor ainda, mas assim que encontrou o rosto de Yoongi, sua expressão deixou de ser de preocupação e estampava nervosismo.

— Yoongi? Você está bem? Por que levantou? Por que não me acordou? Você tinha prometido que iria me acordar!

— Eu estou bem, Jimin. Apenas precisava ir ao banheiro. E você parecia um anjo dormindo, então não quis te acordar, meu amor. — Ajeitou os fios do Park o melhor que conseguiu, mesmo que eles se recusassem a ficarem no local onde os colocava.

— Mas o seu braço…?

— Eu estou melhor. Aquela bolsa de gelo que me deu ontem ajudou a diminuir a dor. Também acho que o analgésico ainda está funcionando. Não está doendo muito, apenas está desconfortável.

— Mas por que não me acordou? Poderia ter se machucado levantando ou, pior, poderia ter caído no banheiro ou…

— Jimin, eu fiz uma cirurgia no ombro, não perdi toda a minha pouca noção de espaço e equilíbrio por causa disso. Sim, estava doendo muito, eu continuo cansado e desconfortável, mas agora não está doendo tanto. Isso é bom, certo? Posso aproveitar um pouco enquanto a dor não volta de novo.

— Sim, eu sei que sim. Apenas não quero que se machuque. Não quero que sinta mais dor do que a que já está sentindo e se precisar enrolar você em plástico bolha com vários travesseiros e uma etiqueta de “cuidado, frágil”, fique sabendo que é exatamente isso que vou fazer — terminou a frase com um sorriso triunfante no rosto ao ver a indignação estampada no rosto de Yoongi.

Em momentos como esses, o Min se perguntava como havia conseguido um ser tão precioso como Jimin ao seu lado, cuidando de si e lhe dando todo o amor que sabia que existia naquele coração imenso.

O momento do casal foi interrompido por um ronco da barriga do Park, esta que claramente não estava poupando esforços para mostrar toda sua indignação com a demora para receber seu merecido café da manhã. O rosto dele esquentou com o barulho, sentindo-se envergonhado pelo som alto. Yoongi apenas riu da situação e do sorriso sem jeito do outro.

— Você já escovou os dentes, hyung? — Ao receber um menear de negação, continuou: — Que tal escovarmos e, depois, faço o café para nós dois? Acho que uma taça de frutas não irritará seu estômago e você precisa comer alguma coisa para poder tomar os remédios.

Recebendo uma curta resposta positiva, Jimin jogou os lençóis para o outro lado da cama, desvencilhando as pernas da bagunça de cobertores. Antes de seguir para o banheiro junto ao mais velho, deixou um pequeno selar em seus lábios, sentindo o peito aquecer mesmo depois de tanto tempo juntos.

Após terem terminado de escovar os dentes e arrumar os cabelos até que ficassem, ao mínimo, decentes para poderem passar o dia, o casal seguiu para a cozinha, onde Yoongi sentou em uma das cadeiras da mesa de jantar, enquanto Jimin ajeitava algo para que ambos pudessem comer. O Min não negaria que toda aquela atividade daquela manhã já estava cobrando seu preço, seu corpo pesado com o cansaço que sentia e a sensação em seu ombro deixando de ser apenas um incômodo persistente para uma pulsação dolorosa. Entretanto, estava disposto a não deixar aquilo atrapalhar a boa manhã que tiveram até aquele momento. Logo menos, ele tomaria mais uma dose de seus remédios, colocaria a bolsa de gelo em seu ombro e tudo voltaria a ficar bem.

Não demorou muito para que o mais novo cortasse algumas frutas para Yoongi, colocando-as em uma vasilha funda para que fosse mais fácil de pegá-las sem que fugissem. Deixando-a sobre a mesa, junto a um garfo, rapidamente voltou para próximo dos armários da cozinha, colocando leite de amêndoas e um pouco de cereal em um prato fundo para si, não sentindo vontade de preparar nada mais elaborado do que aquilo.

Sentando-se à mesa, primeiramente garantiu que Yoongi conseguiria comer sem muitos problemas, antes de começar a tomar o próprio café. Ele sentia seu peito mais leve vendo como seu namorado parecia estar mais consciente naquela manhã, a expressão cansada ainda presente, mas ele não parecia que dormiria a qualquer segundo como acontecera nos últimos dias desde que haviam chegado do hospital.

A refeição correu sem nenhum problema, os dois rapazes satisfeitos e felizes por aquela fagulha de normalidade dentre aqueles dias conturbados que tiveram. Assim que terminaram a refeição, Jimin buscou os comprimidos que o mais velho deveria tomar, assim como um copo de água não muito gelada — do jeito que sabia que o outro preferia.

— O que você acha de procurar alguma coisa para assistirmos enquanto lavo a louça? — o mais novo sugeriu enquanto tirava a mesa, dando um beijo na testa de Yoongi antes de se dirigir para a pia, já com os pratos e talheres em mãos.

— Okay. — Foi a resposta que recebeu. Não precisava olhar para trás para saber que nesse momento Yoongi estava com um bico emburrado adornando seus lábios.

Não demorou muito para tudo estar organizado na cozinha, porém o Min ainda passava pelos canais da televisão, tentando encontrar algo que chamasse sua atenção. Aproveitando esse tempo extra, Jimin seguiu para o quarto, rapidamente arrumando a cama e pegando dois cobertores para que pudessem ficar mais confortáveis na sala. Aproveitou a viagem para pegar a bolsa de gelo que havia ficado perdida entre os lençóis, colocando-a novamente no freezer e pegando a que estava lá para que pudesse dar para o outro.

Quando finalmente entrou na sala de estar, encontrou o namorado sentado confortavelmente no sofá fofinho, seus olhos piscando lentamente enquanto um filme policial passava na televisão. Sabia que não demoraria muito para que ele se rendesse ao sono, ainda mais depois da quantidade de energia que tinha desprendido naquela manhã, mas Jimin não podia o deixar dormir no sofá sem antes garantir que esta vivesse o mais confortável possível.

Sentando na outra ponta do sofá de três lugares, ele colocou um dos cobertores que tinha trazido consigo sobre o colo, deixando o outro na mesa de canto ao lado.

— Deita aqui, amor. Vou colocar gelo no seu ombro — chamou, dando alguns tapinhas no próprio colo.

O Min sequer protestou, imediatamente inclinando o corpo em direção ao outro, tomando cuidado para não mover muito o braço esquerdo, decidindo deitar de barriga para cima para que ficasse mais confortável para ambos. Assim que deitou, Jimin jogou o segundo cobertor sobre seu corpo, tentando ao máximo garantir que todos os cantinhos do corpo de Yoongi estavam cobertos, apesar da posição não muito favorável.

Com os dois já bem enrolados, ele colocou a bolsa de gelo, que estava coberta com uma toalha de rosto, sobre o ombro do mais velho, tentando não pôr o peso sobre onde achava que se encontrava a ferida cirúrgica. Em seguida, começou a fazer um carinho no rosto e nos fios de Yoongi, sentindo o outro desmanchar no estofado com seu toque delicado e afetuoso.

Assim, ambos permaneceram por algum tempo, até que a voz do Min interrompeu o silêncio que tomava o cômodo, com exceção do som do filme que ainda passava na televisão:

— Muito obrigado, Minnie — Sua voz já estava rouca pelo sono que parecia consumir sua consciência mais e mais a cada segundo. — Obrigado por estar aqui e por cuidar de mim.

— Não precisa agradecer por nada, meu amor. Eu sempre vou estar aqui, ao seu lado, mesmo quando estivermos dois velhinhos chatos e implicantes — não conseguiu conter a risada doce que escapou por seus lábios, seus olhos diminuindo com o sorriso afetuoso que estampou seu rosto. Ele foi acompanhado por Yoongi, que também achou graça na ideia, ainda mais por saber que ela provavelmente se tornaria realidade

— Eu te amo, Minnie. — Segurou a mão do mais novo, que naquele momento estava fazendo carinho em sua bochecha direita, deixando um selar demorado sobre o dorso da mão.

Como resposta, Jimin beijou a coroa da cabeça do outro por longos segundos, desejando que pudesse expressar ao menos uma parte do amor que sentia por Yoongi com aquele gesto simples.

~~~~


Notas finais: Foi isso! Esperamos que tenha gostado! ^^
Muito obrigada por ter lido!

15. Dezember 2021 21:34 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

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