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O jovem Park Jimin vive uma vida tranquila sem vizinhos de andar, mas tudo muda drasticamente quando Min Yoongi, um pianista encantador, se muda ao apartamento do lado. Entre flertes de elevadores e conversas fiadas, Jimin se vê deslumbrado por um homem sem nem saber o passado deste. Repentinamente, coisas estranhas começam a acontecer e Jimin não só se sente observado, como em constante perigo.


Fan-Fiction Bands/Sänger Nur für über 18-Jährige.

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Le Sol de L'Obsession

Escrito por: @lalliewritter

Capa por: @yoonckyn

Betagem por: @YinLua

Notas Iniciais: Eu me tornei insano, com longos intervalos de horrível sanidade. — Edgard Allan Poe


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00h01 am, 01 de outubro de 2019.


As paredes finas do quarto de Park Jimin não o impediam de ouvir todo o movimento que ocorria no quarto ao lado. Os móveis eram puxados de um lado para o outro e reorganizados de maneira desastrosa. Podia ouvir os passos duvidosos de seu novo vizinho caminharem para o centro da própria sala, pararem e analisarem a ordem dos móveis, para então retornarem a mover os mesmos de um lado para outro.

Esses sons eram novidade para Jimin, o qual já estava acostumado com o silêncio de um andar todo vazio — e, naquele momento, sentia falta daquilo. Puxou o travesseiro para cima da própria cabeça, formando uma casa ao redor dela, tentando, em vão, manter os ruídos longe de si e, consequentemente, o estresse que estava o causando. Tentava dormir urgente, na verdade, precisava dormir urgente, no dia seguinte teria uma prova e essa não seria das mais fáceis, o curso de arquitetura nunca colaborava para ser.

Quando o silêncio, enfim, reinou por dez minutos, comemorou a vitória e começou a pegar no sono, até que o som arrastado de uma cômoda pesada fez com que ele levantasse rapidamente com sangue nos olhos para bater na porta vizinha. Daria as boas-vindas de maneira educada e depois perguntaria, na mesma educação, se o dono do apartamento poderia mover os móveis amanhã, paredes finas e tudo mais.

Apertou a campainha com seu discurso já organizado na cabeça e esperou de braços cruzados na frente da porta. Os shorts curtos do pijama não o incomodavam, mas, ao abrirem a porta, agradeceu aos deuses toda a visão de seu corpo exposto.

­— Eu tô fazendo muito barulho, né? Desculpa — pediu o jovem passando a mão pelos próprios fios negros. Vestia uma calça de moletom e uma regata branca que, claramente, havia colocado apenas para atender a porta.

Os olhos de Jimin estudaram toda a pessoa em sua frente. A pele branca, o nariz redondo, o sorriso tímido.

— Eu sou Park Jimin, seu vizinho — disse, apontando para a porta. — Eu tava ouvindo os barulhos e pensei que você gostaria de uma ajuda.

— Não vai te incomodar?

— De jeito algum! — mentiu o mais novo, entretanto, não iria bem na prova do dia seguinte de forma alguma.

— Prazer, Min Yoongi — disse o de cabelos pretos, estendendo a mão para cumprimentá-lo.

Jimin não sabia de algumas coisas sobre aquela mão. Desconhecia o fato de tocar piano profissionalmente, também desconhecia o fato de que três semanas atrás aqueles dedos tinham uma aliança e também era ignorante sobre o fato de que, ao apertar aqueles dedos, estava assinando sua sentença de morte.


01h38 pm, 05 de outubro de 2019.


Era um prédio velho no qual viviam, logo, a engenharia do elevador não era das mais avançadas. Devia, ao menos, agradecer por não precisar subir sete andares na escada claustrofóbica, mesmo assim, Jimin detestava usar aquele elevador. Até então.

Tinha chegado de mais um dia estressante onde o chefe do estágio praticamente abusava de sua boa vontade. Tinham gritado com ele por absolutamente nada e sua orientação sexual era um deboche corriqueiro no escritório, entretanto, não sentia segurança para fazer nada além de revirar os olhos e ignorar as palavras doloridas. Por isso, só queria chegar logo na sua casa.

— Espera! — Ouviu uma voz gritar e, automaticamente, segurou o elevador.

Como se houvesse corrido uma maratona — mesmo que fossem apenas passos rápidos da entrada do prédio até o elevador —, o pianista entrou ao lado de Park Jimin colocando a mão no coração e, tirando assim, o primeiro sorriso do loiro.

— Dia corrido? — perguntou Jimin com um sorriso nos lábios.

— Dia péssimo, para ser honesto — respondeu o moreno como se colocar aquelas palavras para fora fizessem-no ficar mais leve. — E o seu?

Jimin deu de ombros.

— Nada novo. Um chefe babaca, colegas de trabalho ridículos, nada que eu não tenha visto todo dia. — Suspirou enquanto o elevador atravessava o quarto andar.

O quinto, o sexto e, por fim, o sétimo andar passaram silenciosos com cada qual perdido em seu próprio pensamento. Deram um sorriso de lado para uma simples despedida entre vizinhos, então Yoongi teve uma ideia, antes mesmo de abrir sua porta.

— Jimin, você gosta de chá?

O sorriso se esticou na cara do mais novo, o qual virou as costas para a entrada de seu apartamento e se dirigiu até ao do vizinho. Ali descobriu que Min Yoongi realmente fazia um chá fantástico, também descobriu que gostava como tudo em sua casa era perfeitamente detalhado e organizado. Não pôde deixar de sorrir quando pensou em tocar a mão do mais velho, que contava sobre as aulas de piano que estava dando a filhos de madames muito ricas, e segurou o próprio ar quando Yoongi tombou a cabeça na própria porta de entrada encarando os lábios de Jimin, mas esse apenas se contentou em encarar os olhos profundos e sussurrar um até logo.

Adentrou seu apartamento sorrindo como um bobo. Yoongi era interessante, interessante até demais! Fazia tempo que Jimin não se interessava por alguém e essa sensação o animava até mesmo para ir trabalhar no outro dia e, talvez, apenas talvez, o animava ainda mais a mísera chance de se encontrarem no elevador velho do prédio.

Jogou suas roupas no chão do banheiro antes de aumentar o volume do som e entrar alegre no banho, tentando não deixar a imaginação fértil ir além do que poderia.

—Pull you back to breathing, are you suffocating or are you someone else? — A voz suave de Jimin acompanhava, em meio as gotas de água, a música doce de Lissom. —Are we all someone else, are we undetermined?

Cantando ainda mais alto, fechou seus olhos deixando o shampoo escorrer sozinho dos cabelos. Por algum motivo, o coração que batia animadamente começou a se amedrontar, a imaginação de Jimin jurava ter mais alguém ali ao seu lado e um barulho alto da porta o fez abrir os olhos em num susto.

Estava sozinho, entretanto a porta estava semiaberta e ele não se lembrava de tê-la deixado daquela forma. Agarrou a toalha de maneira rápida e saiu do chuveiro, deixando-o ainda ligado.

— Quem tá aí? — perguntou em vão.

Era a primeira de muitas vezes que culparia alguma janela aberta. Em breve, seria a última.


02h21 pm, 09 de outubro de 2019.


Era um sábado e não era como se Park Jimin não tivesse amigos, entretanto, não era como se fosse convidado para muitos eventos os quais genuinamente sentia vontade de comparecer, por isso, inventou uma desculpa esfarrapada para Taehyung e não foi no churrasco que haviam combinado. Ficaria ali, sozinho, vendo a bonita face de Jake Gyllenhaal em Enemy, enquanto saciava uma pipoca de microondas.

Sua mente hora se focava no filme, hora se dispersava pensando sobre a possibilidade de alguém bater em sua porta. Obviamente que esse alguém, em sua imaginação, tinha um rosto, nome e sobrenome, porém Jimin batalhava nos últimos dias para não pensar muito sobre o da porta ao lado.

Em contrapartida, sua mente brincava mais e mais. Conseguia ouvir todas as noites a respiração de alguém perto de si, tão necessitado estava com a ideia de dividir uma cama com o mais velho. Acordava várias vezes pela noite com a sensação de ser observado e o rosto que passava em sua mente era o do homem ao lado. Pensava em Yoongi tanto que seu cérebro o colocava nas situações mais inusitadas apenas com a imaginação.

E pensar novamente o fazia se sentir sufocado.

Gastou uma tarde toda deitado no sofá, até ouvir barulhos altos vindos da casa de Yoongi. As paredes não deixavam de ser finas. Os ouvidos atentaram-se a tentar especular o que a voz irritada dizia, não era muito fácil de compreender as palavras, porém, o barulho de um soco abafado foi compreendido. Os olhos de Jimin se arregalaram em um leve susto.

— UM VERDADEIRO FILHO DA PUTA, É ISSO QUE ACHO QUE VOCÊ É!

As palavras finais saíram claras.

Um lado de Jimin gostaria de ter coragem o suficiente para ir até a casa ao lado e perguntar se estava tudo bem, entretanto, o outro lado, o sensato, sabia que era muita cara de pau assumir que havia ouvido a discussão por trás da parede.

Então decidiu seguir seu lado sensato e voltar para a frente da televisão. Já estava no terceiro ou quarto episódio de Orphan Black quando duas batidas em sua porta chamaram a atenção, fazendo-o pausar o episódio.

O vizinho estava agora parado a sua frente com um sorriso tímido. Os olhos de Jimin notaram um curativo mal feito nos nós dos dedos esquerdos, enquanto a outra mão segurava uma pequena xícara vazia.

— Jimin, você tem açúcar? — perguntou o outro com a mentira esfarrapada escorrendo face abaixo.

— Dia ruim? — perguntou dando espaço para Yoongi entrar em sua casa.

— Dia péssimo — assumiu. — Licença.

Os olhos negros estavam mais inchados que o comum e as olheiras abaixo dos olhos demonstravam que algo estava realmente cansando Yoongi, por isso Jimin não tirou o pote de açúcar para servir seu vizinho. Ao invés disso, pegou dois copos gordos e uma garrafa de whisky, ofereceu uma cadeira para o mais velho e logo disse:

— Não acho que um chá vai resolver seu problema.

O mais velho deu um sorriso de lado e aceitou a bebida de bom grado.

— Tá tudo bem? — perguntou Jimin e, ao perceber que talvez estivesse sendo inconveniente, acrescentou: — Desculpa, paredes finas.

— Ah, eu sou muito barulhento! — confessou, bebendo um grande gole do destilado. — A minha vida está de cabeça para baixo nesses últimos meses, Jimin, e eu... Eu só não sei o que fazer.

Seria uma grande mentira se Jimin dissesse que não estava curioso a respeito do rapaz ali a sua frente, porém escondeu sua curiosidade e deu espaço para estender sua própria mão em cima da outra e tentar, assim, o confortar.

— Me divorciei faz três meses — confessou Yoongi. — Eu o peguei na cama com outro e... É difícil de entender, mas eu apenas não consegui perdoar, sabe?

— Você ainda o ama?

Yoongi apenas acenou com a cabeça.

— Era ele no telefone?

Yoongi não respondeu. Ao invés disso, pegou a mão que estava acima da sua e a acariciou de volta.

— Acho que tá ficando tarde. Tenho que passar em um lugar antes que escureça — disse o moreno com os olhos escuros na mão pequena e Jimin entendeu a conversa como finalizada.

Já eram onze da noite, Jimin já havia trocado a seriedade de Orphan Black pelo segundo episódio da quinta temporada de How I Met Your Mother e ria sozinho dos personagens quando recebeu uma mensagem de Taehyung.


Taehyung

Valeu por ter vindo hoje.

[09/10 às 23h20]


Jimin revirou os olhos com o comentário provavelmente irônico e seguiu sua série até dormir no sofá.


03h47 am, 11 de outubro de 2019.


O garoto loiro se revirava na cama tamanha dor no estômago. Havia sido algo que comera, a pizza do dia anterior ou um lanche daquela mesma noite, mas tinha algo de errado em seu estômago e isso o fez levantar-se em um só salto e correr para o banheiro a fim de vomitar.

O líquido amarelo saía de sua garganta e o gosto azedo incomodava em sua língua. Odiava passar mal.

Bochechou um enxaguante bucal para tirar o gosto da boca e se deitou novamente.

Provavelmente não iria conseguir dormir, mesmo que no dia seguinte tivesse que estar cedo na empresa onde fazia estágio e pensar naquela falta de sono o deixava frustrado.

Levantou para beber um copo de água e percebeu a porta da sua casa aberta. Aquilo era estranho. Até mesmo quando vivia sozinho no andar, jamais havia deixado sua porta de entrada aberta. Abriu-a por inteira a fim de observar o corredor do andar, porém não havia ninguém ali.

Automaticamente seus pés foram até a porta de Yoongi e suas mãos se fecharam a fim de chamar atenção do mais velho, estava com medo de ter alguém em sua casa. Entretanto, as paredes eram finas e ele ouviu os gemidos ecoarem por elas. Claramente havia alguém com Yoongi. A pessoa gemia manhosa, enquanto o gemido mais grosso acreditou que saía da garganta do moreno.

Sua mão fechada não bateu na porta, ao invés disso, caiu ao lado de seu corpo. Seus pés se dirigiram até seu quarto novamente, e ficou ali deitado em sua própria cama, permitindo-se lembrar dos gemidos grossos e alcançar ao seu ápice sozinho, enquanto no apartamento ao lado as mãos de Yoongi enroscaram em fios loiros e ele gozava chamando pelo nome do vizinho: Jimin.


04h15 pm, 13 de outubro de 2019.


O corpo magro do garoto loiro se jogou numa cadeira de madeira da confortável cafeteria que ficava próxima ao seu estágio. Odiava o fato de ter que aparecer naquela empresa pelo menos três vezes por semana. Entretanto, o lado positivo de aparecer às quartas-feiras é que era apenas na parte da tarde e depois poderia comer naquela cafeteria de doces incríveis.

— Um macchiato de caramelo e um bolo clássico de limão, por favor.

O vento fraco causava um clima ainda mais gelado, a típica temperatura que Jimin gostava. Pegou seu livro sobre as obras de Antônio Gaudí e passou a ler sem notar nada ao seu redor. Olhos afiados e escondidos encaravam o pequeno loiro como um leão encara sua presa minutos antes de devorá-la por completo. Observava Jimin mudando de página de seu livro e o sorriso que estampou em sua cara ao experimentar sua bebida. A face do observador se contraiu imitando o sorriso do garoto, era perfeito. Uma vida tranquila, amigos simpáticos, um apartamento interessante, era tudo excepcionalmente perfeito. Levantou pagando a conta de ambas às mesas, a sua e a do rapaz que observava, e seguiu embora.

Mais tarde, naquela cafeteria, Jimin tentaria pagar a conta e seria surpreendido com o caixa olhando-o de forma estranha e dizendo que a conta já estava paga. Jimin discutiria a impossibilidade disso e o caixa riria, dizendo que já haviam pagado a conta dele.


05h09 am, 14 de outubro de 2019.


Era uma tarde comum como qualquer outra. Taehyung estava andando de um lado ao outro pela própria casa e dizia coisas estranhas para Jimin.

— Você era bem mais divertido ontem. Eu ria demais com você! — exclamou mostrando chateação com o melhor amigo.

Como assim ele era mais divertido ontem? O amigo de cabelos ondulados era doido, essa era a única explicação plausível que Jimin tinha.

Estranhou como a casa de Taehyung parecia tanto com o próprio apartamento, mas ignorou esse fato, deitando-se na cama. O garoto continuava falando coisas estranhas enquanto Jimin observava o teto. Havia algo de errado naquele. Uma abertura grande e um vazamento escorrendo por trás da cama.

Um barulho alto de porta rangendo o fez tirar os olhos do teto e encarar Taehyung assustado.

— Você ouviu isso? — perguntou ao amigo, mas esse não mais o encarava.

— VOCÊ VEIO! — disse o mais alto correndo para abraçar alguém aparentemente menor que ele. — Jimin, esse aqui é meu melhor amigo.

Jimin se levantou assustado. Como assim melhor amigo? Ele era seu melhor amigo! Sempre foi, desde os tempos mais antigos, desde que corriam pelo parque acreditando serem piratas desbravando uma ilha. E assim, repentinamente, ele muda de melhor amigo?

Então o corpo do mais alto se afastou do menor e Jimin encarou uma face muito conhecida. Os olhos pequenos, o sorriso doce, o cabelo loiro.

— Mas... Mas... Taehyung, ele...

— É meu melhor amigo.

— Ele sou eu! — afirmou Jimin.

O sorriso doce escapou da voz do rapaz idêntico a si abraçado seu melhor amigo e Jimin nunca odiou tanto a própria risada. Apontou o dedo no peito do falso Jimin e perguntou:

— Quem é você?

— Você não vê? — respondeu a voz suave, a sua voz suave na boca de um outro alguém.

Então, um barulho alto de bater de portas foi ouvido e Jimin abriu os olhos e acordou de seu pesadelo. O teto do seu quarto estava branco como sempre fora, não havia nada de errado, aparentemente. Seus olhos foram até o corredor e não havia ninguém.

Constou o horário no celular e fechou os olhos a fim de dormir, mas não sem antes ouvir um barulho vindo da sala.

Seu corpo tremia por inteiro, havia medo, havia adrenalina. Levantou rapidamente e correu em direção à sala, apenas para constar algo que já sabia. A janela estava aberta, a porta da sala novamente destrancada, e Jimin, amedrontado, tinha a plena certeza de que tinha alguém ali minutos atrás.


06h31 pm, 18 de outubro de 2019.


A definição de cansado no dicionário não era suficiente para descrever o esgotamento físico e mental que Park Jimin se encontrava nos últimos dias.

Desde que estava certo de que alguém havia entrado na sua casa, não conseguia ficar em paz consigo mesmo. Acordava todas as noites ouvindo passos e tinha a constante sensação que estava sendo observado. Sentia-se prestes a procurar um psiquiatra porque todos os seus amigos insistiam que era coisa da cabeça dele, algo normal para um estudante e estagiário em seu último ano de faculdade.

Mal deitou em seu sofá, o barulho da campainha tocando chamou sua atenção. Olhou pelo olho mágico antes de abrir, pois sua atual paranoia não o permitia apenas abrir a porta, porém o rosto amigável de Yoongi estava tenso do outro lado e, por esse motivo, ele abriu a mesma e foi surpreendido.

Imaginou que, ao abrir a porta, o mais velho o cumprimentaria normalmente e pediria algo como uma desculpa para conversarem, entretanto, a realidade foi bem diferente. As mãos grandes do vizinho entrelaçou em seus fios dourados e os lábios se juntaram. Jimin não entendia nada além de que ele também queria aquilo, ele queria muito, por isso retribuiu o beijo.

Por isso não pensou direito quando Yoongi começou a tirar a roupa e direcionar Jimin ao próprio quarto como se conhecesse aquele apartamento como a palma da própria mão.

Pensou menos ainda enquanto o outro o chupava tão bem, exatamente da forma que Jimin gostava, e dizia coisas como: "Eu precisava disso, Jiminie, desculpa." ou "Sei que prometi que não viria aqui, mas eu não resisti.".

Jimin apenas ignorava as palavras embaralhadas e sorria ao sentir o membro alheio dentro de si. Ele não compreendia nada que estava se passando com Yoongi, porém ele também precisava, ele tampouco resistia.

Finalmente, quando o garoto loiro dormiu, ele descansou de verdade.


07h04 am, 22 de outubro de 2019.


Não tinha falado com Yoongi desde que transaram há algumas noites. Era estranho parar para pensar que seu vizinho se sentia tão afoito por ele quanto o contrário.

Na noite em questão apenas haviam se deitado e perdido o tempo um com o outro, no silêncio. Yoongi havia ido embora tão repentinamente quanto tinha chegado. Deixou um leve selar na boca de Jimin e apenas se foi, deixando um sorriso bobo no rosto do loiro.

Entretanto, naquela manhã chuvosa de terça feira, ouviu o único morador, além de si, pedir para parar o elevador e Jimin, com seu melhor sorriso galanteador, parou.

— Bom dia! — disse alegremente para o outro que estava com cara de poucos amigos.

Yoongi parecia mais bonito que nunca para Jimin. Estava com uma calça social e uma camisa branca muito bem arrumada.

— Indo dar aula para algum filho de madame? — perguntou o loiro tentando puxar assunto.

Mas o mais velho negou essa oportunidade. Colocou as mãos dentro da calça e saiu em disparado quando a porta do elevador se abriu revelando o hall de entrada do prédio.

Não era como se Jimin estivesse desacostumado com esse tipo de tratamento, normalmente era isso que os homens faziam com ele. Transavam, tinham-no como um objeto, amavam vê-lo rebolando com eles por dentro, mas, no fim do dia, se deitavam para dormir de conchinha com alguém melhor que ele. A culpa não era de Yoongi por ser babaca, era de Jimin por se iludir.

Nesse clima paralelo a chuva torrencial que caía, Jimin se sentou na sua carteira de aula e deixou a imaginação voar longe. Não entendia o porquê de o doce Yoongi começar a tratá-lo daquela forma, porém, seus pensamentos foram atrapalhados por um rosto sorridente com uma pinta única no nariz que começou a contar sobre os dias anteriores àquele.

—... Aí perguntei o nome dele e ele respondeu. É Hoseok, só pra você saber. Na real, você saberia se tivesse ido comigo! — A voz de Taehyung saía animada, entretanto o mais velho estava apenas pensando no tratamento daquela manhã. Sua cabeça não conseguia de focar na conversa e o melhor amigo percebeu: — Jimin, você tá me ouvindo?

Os olhos do mais baixo piscaram repetidas vezes com a frase e, enfim, suspirou alto e assumiu que não estava, contando, assim, a história que ocorreu na sexta anterior e naquela manhã.

— E você só me contou agora? — indignou o amigo.

— Desculpa, mas aconteceu tão do nada e nós dois nunca mais nos vimos... Eu achei que era desnecessário, sei lá.

Um bico chateado formou no rosto bonito do amigo.

— Tá bom, eu vou te perdoar, mas é só porque você já anda estressado sozinho. Não precisa da minha ajuda para se estressar mais. — Então, incluiu chateado: — Na verdade, acho que não precisa da minha ajuda pra nada.

Os olhos de Park se reviraram. Odiava quando o amigo fazia dramas como se fossem piadas.

— Mas você não acha estranho? — perguntou Taehyung, repentinamente.

— O quê?

— O cara vai até a sua casa e te beija do nada, ainda te leva para o seu quarto, como se todos os dias estivesse ali. E tudo isso um pouco depois de você me falar que sente como se estivesse sendo seguido. — Os dedos finos de Taehyung contornavam o belíssimo queixo com um ar pensativo. — Não sei, mas eu não confio muito nesse cara — concluiu ao mesmo tempo em que o professor entrou na sala.

A testa franzida de Jimin durou a manhã toda, desde a aula sobre o TCC até a hora do almoço. Seguiu durando pela tarde enquanto estudava na biblioteca e não dissolveu quando chegou a sua casa. Mesmo depois de um longo banho, Jimin ainda estava pensando sobre o vizinho e ele ter alguma relação com a sensação de estar sendo observado.

Então seu telefone tocou e Jimin quase o derrubou tamanho susto.

— Alô? — perguntou.

Silêncio.

— Alô? — perguntou uma segunda vez.

Nenhuma voz se manifestou, entretanto um som pesado de respiração profunda começou a soar pelo outro lado da linha. Jimin podia ouvir a inspiração e a expiração, cada vez mais alta, cada vez mais profunda.

— Alô? — Sua voz agora tremia de medo.

O telefone desligou.


08h14 pm, 24 de outubro de 2019.


Taehyung já havia explicado mil vezes para o melhor amigo como que as linhas telefônicas não funcionavam às vezes. Cortes de sinais, ligações erradas, qualquer outra coisa que o convencesse que estava tudo bem em relação a sua segurança, mesmo assim, o mais velho não se deu por vencido e insistiu que o amigo dormisse na sua casa.

Tinha que confessar, odiava aquele prédio. Era feio, antigo e, Taehyung era ateu, mas aquele prédio o fazia acreditar em todos os deuses e demônios existentes.

— Isso é porque você não tá acostumado a viver nele — insistia Jimin ao passo que, cada minuto que passava, o amigo queria ir embora.

Haviam dividido um ramen e estavam cheios, mas, ainda assim, insistiam que cabiam todas as guloseimas as quais tinham comprado. Ambos de estômago estufado assistindo ao filme de terror Nós, o qual Taehyung constantemente insistia para Jimin assistir.

Estavam próximos de um momento de tensão quando a campainha os interrompeu e o dono do apartamento se dirigiu até a porta esquecendo-se de olhar pelo olho mágico.

Seu vizinho sempre fora branco, entretanto, o rosto transbordava desespero e a pele estava tão pálida quanto o normal. Os olhos inchados mostravam que estava chorando pouco tempo atrás e as palavras sem nexo que saíram de sua boca foram:

— Jiminie, por favor, a gente precisa conversar!

As sobrancelhas do loiro se estreitaram diante àquela situação. Ainda estava com medo de Yoongi, não fazia ideia do porquê daqueles gritos no quarto aquela tarde e menos ainda do porquê de estar ali na sua frente implorando para conversarem.

— Quem tá aí, amor? — perguntou a voz grossa de Taehyung desde a sala.

Então a fisionomia de Min Yoongi mudou. Seu rosto não mais expressava desespero, mas sim, raiva.

— Quem é esse? — perguntou com a voz rouca contendo a fúria dentro de si.

Com medo, Jimin decidiu não responder, ao invés disso, perguntou:

— Você tá bem?

— Não! É óbvio que não! — disse Yoongi tentando não gritar. As lágrimas escapavam de seus olhos novamente e a voz era um misto de raiva e necessidade. — Eu te pedi só uma coisa, UMA ÚNICA COISA!

As mãos magras coçava o próprio pescoço e o desespero aumentava gradativamente conforme as palavras saíram.

— Você sabia desde o começo! Você sabia desde sempre!

Desferiu o primeiro soco com a mão direita na parede. Não era muito forte, entretanto os sinais de violência começaram aparecer.

— Eu sabia o que, Yoongi? — A voz de Jimin era de uma falsa calma.

— Não acredito que você tá com outro. De novo.

Jimin tomou a decisão mais sábia ao fechar a porta na cara do vizinho. Apenas não sabia o que fazer em relação à toda essa situação, queria correr em direção totalmente contrária ou talvez apenas até os braços do amigo que o encarava assustado.

— Devíamos chamar a polícia! — disse Taehyung pela quinta vez.

Os sons do alto choro de Yoongi foram cessando conforme o tempo foi passando até se transformarem numa nada suave batida de porta e, assim, os dois amigos perceberem que o outro havia, enfim, entrado na própria casa.

Era um fato que não havia motivos para não chamar a polícia, entretanto, também era fato: Jimin não queria chamá-los. E nem mesmo o loiro sabia o motivo por trás disso.

Aos poucos a tensão acumulada foi se dissolvendo e Taehyung, enfim, foi tomar um banho. A amizade dos dois era algo que levava desde a infância. Jimin era tão importante para Taehyung quanto o contrário e, por isso, a porta do banheiro ficava aberta. Porque Taehyung confiava.

— Esqueceu sua toalha — disse Jimin entrando no banheiro com seu pijama de dinossauros e deixando uma toalha branca e limpa para o melhor amigo.

— Valeu, T-Rex! — brincou o mais novo, tirando, por fim, um revirar de olhos de Jimin.

Acabou o banho e se secou, correndo em direção ao amigo que estava cochilando na sala. Checou várias vezes o olho mágico para ter certeza que o tal de Yoongi não estava na frente da porta deles e acordou Jimin para levá-lo ao quarto.

— Acorda T-Rex! Vamos dormir!

— T-Rex? — perguntou o loiro sonolento e Taehyung percebeu que o engraçadinho havia trocado de pijama para não ter piadas sobre ele e dinossauros.

Revirou os olhos para a atitude do amigo e foram juntos dormir na cama de casal branca.


09h43 am, 28 de outubro de 2019.


Devido aos acontecimentos, o restante da semana, e consequentemente o final dela, foi passado no apartamento de Taehyung. Era um prédio alto, longe do centro da cidade, numa área bem arejada. O amigo insistia constantemente para que o outro alugasse um apartamento ao lado do seu, entretanto, Jimin gostava de economizar. Tinha como seu sonho ter sua própria casa arquitetada por si mesmo e, para isso, não poderia ficar gastando com aluguel de um imóvel caro.

Passou um animado fim de semana, porém a realidade bateu na sua porta ao domingo à noite. Teria que retornar a sua casa, pegar suas roupas e viver como sempre havia vivido. Não era justo consigo mesmo sair do seu ambiente devido a insanidades alheias, teria de lidar com isso.

Mas seu discurso foi por água abaixo quando, na segunda de manhã, o elevador chegou o sétimo andar e ao abrir a porta de ferro, Yoongi o encarava, como se já esperasse sua presença e pensar naquilo fez seu coração bater desesperadamente.

— Precisamos conversar.

Não era uma pergunta, não era uma informação, era uma constatação. A mão magra pegou o seu braço e o puxou para um canto entre seu apartamento e outro vazio que ali havia.

— Eu tô gostando de você — confessou Yoongi, e Jimin não sabia nem como reagir. Haviam conversado apenas umas três ou quatro vezes, como ele poderia afirmar que estava gostando de Jimin? — Eu gosto de verdade. Eu só... Eu só não estou entendendo o porquê de você ter feito isso comigo.

Nem mesmo Jimin sabia de onde tirava tanta paciência. Por um lado, sentia uma necessidade enorme de segurar o moreno pelos ombros e gritar com o mesmo fazendo com que, de alguma forma, esse entendesse o quão insano estava. Já por outro lado, e esse foi o lado que perdurou, estava com medo e só queria acalmar o outro suficiente para se manter distante deste.

— Isso o quê? O que eu te fiz, Yoongi? Pelo amor de Deus, você está doido.

Os olhos de Yoongi se estreitaram, como se não gostasse da palavra que estava ouvindo e Jimin fez uma anotação mental: jamais chamar um doido de doido.

— Você disse que me amava e que faria qualquer coisa para ficarmos juntos, mas, assim que pôde, estava com outro e este te chamando de amor — contava, não como se fosse uma novidade, porém com uma tentativa falha de trazer à memória de volta a cabeça do mais novo.

Jimin sacudiu a cabeça em negação.

— Yoongi, ele era só meu amigo. Apenas isso! E eu nunca te disse nada disso.

— Claro que disse.

— Yoongi, o que aconteceu no seu término?

Uma risada seca e sarcástica fugiu dos lábios alheios. As mãos magras correram até o próprio cabelo e a respiração se tornou funda, tentando em vão, controlar a própria raiva.

— É sério, o que você fez? —perguntou ignorando o próprio medo.

— Eu não fiz nada! — A voz já não escondia mais a raiva. Memórias do passado são coisas muito dolorosas. — A culpa não foi minha, foi dele! Perdi a noção por culpa dele!

Vendo o garoto moreno estava revelando os mistérios sobre seu próprio passado, Jimin resolveu arriscar mais uma memória e essa era uma que ele tinha muita curiosidade.

— Aquele dia que você e eu tomamos um whisky em casa, quem era a pessoa no telefone?

Yoongi franziu a testa como se aquelas perguntas não fizessem sentido algum.

— O amante do meu ex-marido — respondeu seco. — Ele queria dinheiro já que meu ex tá no hospital.

A última palavra arrepiou toda a espinha do loiro. Então havia um hospital e isso significava que também poderia haver uma agressão? Os surtos de raiva de Yoongi eram assustadores e o rapaz doce se revelou ao longo de um mês realmente perigoso aos olhos de Jimin.

A voz não mais escondeu o medo quando perguntou:

— Por que ele está lá?

Um meio riso irônico escapou dos lábios de Yoongi, que estava incrédulo ao ouvir tais palavras.

— Você acha que eu o coloquei lá?

— Foi? Me responde!

O moreno riu irônico, estava bravo demais para continuar a conversa.

— Tô atrasado para o trabalho, Jimin.

Desceu elevador abaixo, deixando Jimin assustado em frente a sua própria casa.


10h25 pm, 29 de outubro de 2019.


Havia de confessar que estava com medo de seu um vizinho e isso agora era claro para todos ao seu redor. Infelizmente, naquela noite, Taehyung tinha um compromisso sério com a empresa na qual estava cotado a ser um funcionário ao sair da faculdade, devido a isso não pôde dormir na casa do amigo, mas prometeu atender ao telefone sempre que necessário, para qualquer caso de emergência.

Jimin não mais queria ficar na sala, tinha medo que a porta repentinamente se abrisse e assim alguém entrasse. Tampouco se sentia seguro em seu quarto, ali parecia que alguém o observava o tempo inteiro. Na realidade, não mais se sentia seguro em sua própria casa.

Estava sentado na cozinha, em frente à mesa de vidro, quando o número desconhecido o enviou uma mensagem. Estava com medo de abrir, porém o que poderia dar errado com um simples número desconhecido?

Não tinha palavra alguma escrita, tampouco tinha foto do contato, apenas uma imagem para Jimin. Imagem à qual, quando este abriu, a primeira reação foi jogar o seu próprio celular longe de si, na incredulidade do que estava vendo.

Era uma foto sua sentado há umas semanas numa cafeteria próxima ao seu trabalho de estágio. Bebia tranquilamente seu macchiato e lia um livro sobre Gaudí.

Suas mãos tremiam, seus olhos estavam em um misto de marejados com fora de si, não enxergava as coisas normalmente. Uma ânsia o tomou e, quando percebeu, estava vomitando na própria pia de cozinha.

Lembrava-se daquele dia, óbvio que lembrava, um admirador secreto havia pago sua conta e agora ele percebia que não era apenas a conta que o admirador havia pego para si, mas também sua liberdade.

Em alto e bom som, ouviu o toque do telefone na sala. Respirou fundo antes de atender, o medo o consumia por completo.

— Alô?

Novamente ninguém respondia, finalizando, mais um dia, com o silêncio do outro lado da linha.


11h04 pm, 30 de outubro de 2019.


A verdade era que nem ao menos havia levantado aquele dia. Tinha tanto medo de sair de sua casa quanto medo de ficar na mesma. Não se sentir seguro com ninguém, nem em lugar algum.

Depois da ligação da noite anterior, havia desligado o telefone da tomada. Trancou à chave a porta de saída e todas as janelas, mesmo que seu apartamento fosse no sétimo andar.

Poucas foram as vezes que levantou da sua cama: para comer, para ir ao banheiro e até mesmo para tomar um banho. Não havia avisado Taehyung do que o aconteceu na noite anterior, mesmo com medo não queria que o amigo entrasse em pânico.

Em uma das poucas vezes que levantou já era noite e estava faminto. Sentou na cozinha com seu prato de ramen e o devorou rapidamente, mas então o telefone da sala tocou.

Jimin se lembrava perfeitamente de ter tirado o mesmo da tomada. Era humanamente impossível que estivesse ligado e, mais uma vez, Park Jimin duvidou da sua saúde mental.

Pé por pé, o loiro foi em direção ao telefone que, de fato, tocava.

— Alô?

Perguntou com os olhos cheios de lágrimas, mas, como já esperado, recebeu apenas o silêncio.

— Quem é?

Não mais escondia o medo em sua fala, o pânico estava o tomando por inteiro, por completo. E, pela primeira vez, teve uma resposta.

Honestamente, seria melhor não tê-la. Uma risada não desconhecida soava pelo telefone, como se toda aquela situação fosse muito engraçada e, de fato, para pessoa em si era.

O telefone celular nas mãos de Jimin vibrou. Novamente uma mensagem de um desconhecido apareceu em sua tela e novamente era uma foto, porém dessa vez a imagem era de Park Jimin de costas segurando o telefone na mão. Havia sido tirada naquele exato momento.

Aos tropeços, Jimin saiu correndo corredor adentro. Chegando próximo ao seu quarto, o celular vibrou novamente. A imagem agora estampada na tela era de umas semanas atrás, o garoto loiro deitado no sofá dormindo.

— Não, não, não...

Lágrimas e mais lágrimas escorriam pela sua face. Park Jimin entrou correndo dentro do banheiro, aquilo não podia estar acontecendo.

Então o celular vibrou mais uma vez.

A imagem dessa vez era de Jimin tomando banho. Não estava seguro em lugar algum.

Abriu a torneira em desespero e começou a jogar água no próprio rosto. Sentia que sua pressão estava caindo e em breve desmaiaria. Respirou fundo olhando para própria pia e então voltou o rosto para espelho.

Ao seu lado havia alguém exatamente igual a si. O formato dos olhos, o corte de cabelo, a boca carnuda a qual exibia um sorriso satisfatório.

Inclusive os dedos pequenos, os quais seguravam uma faca no pescoço de Park Jimin.


00h00 am, 31 de outubro de 2019.


O corpo magro de Park Jimin teve seu último batimento.


⊱⋅ ──────────── ⋅⊰


00h02 am, 31 de outubro de 2020.


As mãos maiores entrelaçaram com as menores, fazia exato um ano que Song Joosun morrera. Aquela face idêntica à dele, aquela voz tão similar. Não havia a menor chance de alguém não reconhecer Park Jimin ali, até porque a única diferença entre eles era uma pinta localizada na parte inferior da coxa esquerda.

Estava vivendo a vida que sempre quis. Com amigos incríveis, em uma casa incrível, com um namorado incrível. Essa era a vida que Joosun sempre mereceu.

— No que está pensando, amor? — perguntou Min Yoongi observando o silêncio de seu suposto Park Jimin.

— Tô me lembrando de quando nos conhecemos.

Passados sete dias do assassinato, Song Joosun pegou todas as informações sobre sua vida anterior e as queimou. Deixou o corpo do verdadeiro Jimin apodrecer debaixo de um rio e inventou desculpas atrás de desculpas para se corrigir com Min Yoongi. Via o pianista há anos e aquela havia sido a única chance que havia tido após tanto tempo.

— Sente falta do outro prédio?—perguntou o mais velho beijando sua mão.

— Aquele muquifo? Não! Taehyung tinha razão, deveria ter me mudado há tempos — confessou o falso Jimin.

— Muquifo o qual, sem ele, você não teria me conhecido— respondeu Yoongi com um bico no rosto.

Lógico que não diria que já o conhecia há tempos, nem diria que a causa de sua separação era ele ter juntado o marido com o amante e que sabia de tudo sobre a vida do pianista. Menos ainda, assumiria que matou o vizinho deste porque o mesmo havia acreditado que Song Joosun e Park Jimin eram a mesma pessoa, mas havia um total de zero arrependimento na cabeça do garoto loiro.

— Realmente, Yoon, aquele foi o melhor muquifo em que já me enfiei.

Aquela era a vida que Song Joosun sempre havia pedido aos deuses. Aquela era a vida que o rapaz merecia.

31. Oktober 2021 19:29 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

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