Escrito por: @LuhDrama / @LuhDramaLS
Notas iniciais: Olá, xuxus! Estou aqui novamente neste projeto mara com uma fic trazendo um dos temas mais aclamados no mundinho yoonmin: o universo dki, mas em uma versão um pouco diferente.
Para quem gosta de playlists, vou deixar aqui uma com as músicas que fiquei ouvindo enquanto escrevia a fic e que me ajudaram a pensar e criar as cenas https://open.spotify.com/playlist/5VUt0XO9ZuKUpNt3WPX0rL?si=n0jcG4ivQ4-wbM2FmrRl4g
Espero que gostem e tenham uma boa leitura!
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— De novo esse jogo, Yoongi? Não cansa?
Um suspiro fatigado foi acompanhado pelo bufar de Yoongi, diante da pouca vontade de seu amigo de acompanhá-lo em seu jogo favorito.
— Vamos, JK, sei que você gosta de Bulletproof tanto quanto eu — resmunga, numa tentativa de convencê-lo.
— Mas tem evento novo no Overwatch!
Ah, Jungkook sempre dava prioridade para seu queridinho.
— Vou jogar sozinho, então — decidiu. Não era capaz de combater o novo vício dos gamers.
— E eu vou dormir na casa do Hoseok hoje, combinei com ele de virarmos a noite jogando. — Jungkook deu uma piscadela antes de sair.
Quando a porta do quarto que dividiam é fechada, Yoongi bufa audível, mas não se martiriza muito por ter sido trocado mais uma vez por outro amigo do curso. Talvez ninguém mais suportasse vê-lo jogando aquele jogo velho, que nem era mais vendido, enquanto havia novidades infinitas no mercado dos jogos.
Porém, o universitário era incapaz de descrever o quanto aquele jogo o transportava para outra dimensão. Por mais que fosse um jogo que não utilizasse do recurso online para ser sempre cheio de novidades, ainda assim era capaz de entretê-lo por horas a fio.
O jogo basicamente simulava a disputa de poderes entre gangues. Você podia começar já tendo um certo domínio da região, precisando defender e conquistar, ou então, você iniciava sozinho e sem grandes recursos, precisando obter seu armamento e territórios aos poucos.
Como Yoongi gostava de sentir a adrenalina de estar em constante perigo, boa parte das vezes optava por ser um gângster solitário, que precisava fugir da polícia enquanto invadia casas, festas e esconderijos em busca dos chefes para matá-los e ganhar seu espaço, até que toda a cidade estivesse dominada por si.
As possibilidades eram tantas no universo criado para aquele jogo e com gráficos quase realísticos devido à crescente onda de jogos realistas, que o universitário se via naquela vida. Ganhando um nome e vivendo emoções impossíveis na vida real, certamente um contraste com sua vida pacata de estudante que precisava conviver com muita teoria, provas, trabalhos e artigos nada emocionantes, exceto pelo risco de reprovar, caso não se dedicasse.
Não que não houvesse possibilidades além, como a de festas regadas a bebidas duvidosas, músicas barulhentas e sexo com desconhecidos ou com seus próprios colegas de turma e curso. Mas aquele não era bem o tipo de diversão que o entretia, além de sua pouca confiança em esbanjar seu visual por aí depois que seu tempo excessivo sentado na companhia de comidas gordurosas o tenham feito ganhar uns quilos protuberantes em sua barriga.
Jungkook dizia ser besteira e que deveria sair mais para se divertir com a realidade, mas não conseguia levar o amigo que gastava um bom tempo na academia muito a sério.
Por isso, o restou suas aventuras sendo um personagem moldado do seu modo, vivendo com os nervos à flor da pele através da tela, enquanto não era julgado por nenhuma de suas características irritantes.
— Mas que merda! — Quase gritou quando seu personagem foi atingido por uma bala, bem no momento em que pensou ter conquistado uma grande rede de transporte.
E aí aquela maldita risada ecoou no headphone, fazendo com que praguejasse antes de colocar uma quantidade considerável de salgadinhos na boca.
— Que cara chato esse Kitty. Quem deixou colocarem um personagem tão apelão nesse jogo?
Yoongi definitivamente amava aquele jogo, mas detestava um personagem em específico.
Kitty Gang.
Originalmente, este havia sido colocado como uma forma de chamar a atenção dos jogadores, assim como a aparência incomum dos outros personagens, como a de um gângster que sempre usava uma cabeça de cavalo azul e um outro que aparecia trajando uma máscara de coelho de olhos arregalados, o personagem favorito de seu amigo.
Seria até aceitável, uma vez que era um jogo, cada um possuir sua própria marca ou item memorável. Entretanto Kitty era um personagem que, além de possuir um arsenal de armas fora do habitual, ainda possuía a aparência oposta à dos outros personagens, parecendo o tipo de tática usada para atrair usuários interessados em personagens belos e hiperssexualizados.
Afinal, quem não se interessaria pelo gângster de cabelos cor de rosa, jaqueta de lantejoulas e coldre amarrado na coxa, guardando uma pistola com adesivos da Hello Kitty?
Yoongi felizmente podia dizer que não tinha caído em tal artifício, inclusive detestava o personagem, pois esse sempre fazia questão de aparecer em horas inoportunas e acabar com suas estratégias de maneira fácil demais para não considerar um roubo.
Como se não bastasse seu insucesso ascendente naquela noite em fazer bons pontos, uma chuva torrencial iniciou do lado de fora, batendo com força contra sua janela e gerando uma sucessão de raios.
Tempestades geralmente não incomodavam Yoongi, exceto nos casos em que algo ocorria com a rede elétrica de sua moradia. Então, quando a luz piscou e a tela da televisão automaticamente mudou a cena da disputa que travava com um líder das maiores gangues para nada além de chuviscos, Yoongi precisou conter a vontade de jogar o controle no chão. Jogar estava mais o estressando do que relaxando naquele dia.
— Era só o que me faltava agora! — esperneou, erguendo o corpo da cadeira com um suspiro e se aproximando do console para ver o que poderia ter acontecido. — Deveria ter comprado um filtro de linha, como o Jungkook falou — resmungava. Caso o console queimasse por causa de uma tempestade, ficaria sem poder jogar durante um longo tempo até juntar toda a grana para um novo.
Vendo que o aparelho não ligava de forma alguma, foi até a tomada, a qual tinha um multiplicador com vários plugues conectados dos aparelhos eletrônicos que usava. Ao tentar mexer entre as fiações, acabou por absorver uma descarga elétrica quando um raio atingiu a casa, mal sentindo a dor do choque antes de cair para trás, apagado.
[...]
Uma dor de cabeça intensa fez Yoongi querer massagear as têmporas, acreditando que, daquela forma, pudesse reduzir o sintoma. Seus olhos preguiçosos ainda não tinham sido abertos até que tentasse fazer o gesto de erguer os braços, só então percebendo que estava com os pulsos presos.
— Mas o que? — murmurou confuso, piscando várias vezes até sua visão focar no ambiente em que estava.
Parecia ser um quarto, pela decoração, havia uma cama pequena, uma mesinha de madeira e uma lâmpada irritante que balançava no ar devido o movimento do cômodo.
Movimento?!
A janela à sua direita deixava claro que, seja lá onde estivesse, movia-se de maneira constante, levando-o para sabe-se lá onde. Tentou levantar da cadeira em que estava com os pulsos amarrados e acabou por cair junto, batendo com o peito e o rosto no chão, pois suas pernas também estavam presas nos pés da cadeira.
Não era seu dia de sorte, definitivamente. Tentou virar-se para tirar a pressão incômoda, mas deteve-se quando ouviu o som da porta do quarto abrindo, acompanhado de passos quase ritmados em sua direção. A cadeira foi puxada por trás, e mãos cheias de anéis auxiliaram a endireitar seu corpo na posição que estava antes como pôde, aliviado de sair da forma incômoda que estava.
Porém, logo em seguida, preferiu encontrar o chão novamente quando o perfume forte o atingiu e o sol que entrava pela janela refletiu nos detalhes brilhantes da roupa de seu suposto salvador.
O tempo anda realmente louco.
— Vai me dizer que o Jungkook contratou aqueles caras sem graça que fingem te sequestrar para ter recordações humilhantes minhas no futuro? — questionou, aquilo tudo tinha muita a cara do garoto. Só ele sabe o que passou quando o pregaram uma peça com assombrações no primeiro Halloween que passaram juntos.
— Jungkook é o nome do seu namoradinho? — A risadinha fina fez o universitário semicerrar os olhos, tentando olhar por sobre o ombro quem estava ali. — Perdão os meus modos, vou deixar que me aprecie.
Yoongi se assustou com o súbito peso em seu colo, apesar do homem em cima de si não estar realmente apoiando as coxas grossas e cobertas por uma calça escura e apertada. Seu olhar então subiu do coldre cor de rosa em sua perna para a blusa da Gucci e sua jaqueta preta com pedras brilhantes e lantejoulas rosas até os fios sedosos da mesma cor, porém, mais claros.
Só podia ser brincadeira.
— Gosta do que vê? — perguntou atrevido, erguendo as sobrancelhas em provocação.
— Na verdade, eu quero que saia.
A expressão risonha rapidamente murchou, demonstrando uma tristeza fingida ao levantar de seu colo.
— Você era mais divertido quando estava apagado e resmungava sobre… — Apertou os olhos, procurando se lembrar das palavras exatas usadas. — Combos? Pontos de ação? Seja lá o que isso signifique.
— Em que século vive que nunca jogou videogame?! Saiba que está vestido como um personagem, caso não tenham dito a você. — Suspirou pesadamente, já cansado daquela brincadeira. — Agora me desamarre que preciso ir para casa, não posso faltar aula.
Kitty olha para o homem amarrado como quem joga Boogerman, um herói com péssimos hábitos de higiene, pela primeira vez, o rosto retorcido em desagrado. Se antes ele estava animado com a ideia de ter encontrado a resolução de seus problemas, agora parecia ter o receio de que Yoongi fosse atirar ranho em si, caso o soltasse.
— Pois saiba que temos em torno de cinco minutos antes de este vagão colidir com um trem que vem da estação final, então é melhor escutar bem o que vou te propor ou te deixarei aqui mesmo.
Yoongi não estava realmente preocupado, afinal, se não era uma pegadinha feita por seu amigo, então obviamente ele estava sonhando.
— Não é como se eu pudesse tapar os ouvidos — retruca, erguendo os ombros em indiferença. — Diga de uma vez.
O homem armado estava claramente ficando mais irado a cada minuto com a sua presença inconveniente, e Yoongi torcia para esse soltá-lo de uma vez ou que acordasse daquele pesadelo.
— Tem uns caras, líderes de gangues, que possuem territórios interessantes na região… Boas cargas, armamento, além de muita grana e boates. — O sorriso sugestivo faz Yoongi ter um dejavú, era como estar assistindo ao início de Bulletproof em primeira pessoa. — E eu quero cada um destes territórios para mim, porém, é loucura meter-se numa furada dessas sozinho.
Kitty está novamente muito perto, o cheiro forte de sua colônia impregnado em seu nariz, enquanto um canivete de cabo rosa claro encosta em seu queixo.
— Vamos fazer um acordo… Eu te solto e poupo sua vida em troca de me ajudar a matar os líderes dessas gangues.
Yoongi quis rir, então, sua risada reverberou no cômodo, como se tivesse escutado o maior absurdo da sua vida.
— Quer ter a língua cortada, gracinha? — A ponta do canivete pressiona a região em que estava encostada e Yoongi engole em seco ao sentir a lâmina afiada cortando sua pele. Doía como se fosse uma situação muito real.
— Sem querer te decepcionar, mas eu não sou lá muito útil. No máximo sirvo como peso morto, o maior esforço que faço ao dia é correr atrás do ônibus quando me atraso — fala Yoongi rápido e atropelado. Achava sua língua muito útil e não gostaria de perdê-la.
Kitty se afasta sem acreditar na desculpa, apesar de sua voz desesperada soar como quem realmente não condizia com a aparência que estava vendo.
— Você é um cara estranho… Porém, vou te soltar por ter me dado uma boa ideia.
As mãos do homem de cabelos róseos são habilidosas, rapidamente soltando os nós, porém não deixaria sua ajuda tão livre assim sem confiar nele antes, então mantém os pulsos firmes em sua mão.
— Que força! — murmura o universitário, indignado quando não consegue se livrar do aperto antes de ser amarrado novamente, os braços sendo mantidos em frente ao seu corpo. — Que academia você frequenta?
— Se continuar me perturbando, tamparei sua boca também. — Um pensamento parece recorrer ao possível assassino ou garoto-realiza-suas-fantasias, aquele sorriso sem vergonha voltando ao seu rosto. — Podíamos tentar algo assim qualquer hora, o que acha?
O comentário sugestivo fez as sobrancelhas escuras de Yoongi juntarem-se confusas, estava realmente recebendo um convite daqueles? Ninguém se atraía por ele daquela forma, muito menos fazia comentários indecentes incluindo sua pessoa.
— Por acaso você usa óculos?
Sua pergunta, entretanto, não é respondida, pois está sendo empurrado para a porta que os leva ao lado de fora e quando esta é aberta consegue ver os trilhos pelos quais o vagão está andando.
— Hora de pular! — O grito em seu ouvido o assusta, não dando tempo de processar que estava sendo empurrado para fora da plataforma em direção ao chão de cascalho e areia, podendo apenas rolar pelo solo até que Kitty o ajudasse novamente a se levantar.
— Realmente, te falta uns parafusos — prossegue reclamando em meio a resmungos de dor, porém, a explosão mais a frente pelo impacto do vagão em que estavam com um trem em alta velocidade, que vinha na direção contrária, fez com que agradecesse silenciosamente por ter sido empurrado.
[...]
Se o vagão em que acordou era a representação de um quarto sem graça e abandonado, a avenida para qual foi levado era a imitação das ruas noturnas de Tokyo, Hong Kong ou qualquer outra cidade ultra desenvolvida. Haviam muitas pessoas de todos os tipos, formatos e estilos, as ruas eram lotadas de painéis de led que faziam as mais diversas transições entre os anúncios, piscando e confundindo Yoongi.
Ou estava sobre efeito de drogas fortes ou aquele era o cenário de seu jogo na realidade. Jungkook investiu uma grana tão boa assim para pagar uma passagem para outro país?
Kitty andava com confiança entre a multidão, puxando o universitário pela corda, sem se importar de parecer suspeito.
— Para onde estamos indo é muito longe? Minhas pernas estão cansando. — Yoongi não tinha desistido de perturbar o personagem, confiante de que ele logo desistiria de levá-lo.
— Preciso resgatar minha moto e você vai ser a distração para que eu possa pegá-la.
No mesmo instante, Yoongi firmou os pés no lugar, fazendo Kitty o olhar impaciente.
— ‘Tá louco que eu vou fazer isso.
— Se prometer me ajudar, te deixo sair vivo de lá. — Seu sorriso zombeteiro indica que não desistiria fácil da ideia.
— Já disse que não! Você é ainda mais irritante em pessoa.
O som de sirenes aproximando-se faz o sorriso de Kitty Gang alargar, antes de parecer conformado com a escolha de Yoongi.
— Pelo jeito, você se vira bem sozinho. Pode dar conta deles também sem minha ajuda — comenta, soltando suas mãos com uma puxada estratégica numa das pontas da corda. — Nos vemos por aí, gracinha. Isso se conseguir dar cinco passos sem levar um tiro.
— O que?!
Kitty some por entre a multidão, furtivo como ele conseguia ser mesmo com o visual chamativo, deixando Yoongi sem saber o que fazer quando os carros da polícia derrapam na pista e se amontoam próximo a calçada em que estava.
Seu primeiro reflexo é se encolher quando o primeiro tiro é direcionado a si, sendo protegido pela confusão de pessoas que ainda se dispersavam desesperadas em uma massa colorida e confusa. Só depois teve a consciência de correr, procurando misturar-se entre os outros.
O universitário não tinha a mínima noção do porquê estava sendo perseguido. Só sabia que os tiros continuavam vindo em sua direção enquanto os policiais o seguiam pelas ruas, forçando-o a praticar toda a atividade física que ignorou por meses, mesmo depois de Jungkook tentar por diversas vezes convencê-lo a sair para correr um pouco que fosse.
— Aquele maldito me paga! — gritou com raiva, ao parar um pouco depois de se esconder em uma ruela com várias lojinhas cheias de bibelôs, peixes frescos expostos e comida de procedência duvidosa sendo preparada.
Seus olhos, então, foram de encontro à loja apagada que tinha parado em frente, as luzes sem uso recente no interior junto à uma plaquinha na porta indicava que estava fechada, mas o que chamou sua atenção foi outra coisa.
O reflexo de sua aparência na vidraçaria estava irreconhecível. Seu cabelo estava muito claro, cor que jamais pensou em pintar depois de ter arriscado fazer algumas mechas azuis e descoberto o poder do descolorante de estragar seus fios. Suas roupas também estavam estranhamente diferentes, parecia até mesmo alguém capaz de deter algum tipo de estilo de um famoso rapper.
Por isso Kitty estava tão confiante de ele ser a pessoa certa para ajudá-lo em seu plano?
Antes mesmo que pudesse chegar à uma uma conclusão, o vidro em que se olhava explodiu quando uma bala atravessou a superfície, fazendo com que se afastasse depressa enquanto cobria o rosto. Mais gritaria espalhou-se pela cidade e muita comida foi desperdiçada durante a fuga de quem estava no local, restando a Yoongi esconder-se por entre as bancadas fétidas pelo pescado mal conservado para escapar da mira dos policiais.
Em uma delas, um senhor estava agachado, os olhos arregalados em sua direção enquanto tentava usar uma estatueta de gato para se proteger.
— Esses caras são sempre agressivos assim? — sussurrou para o senhor, já sentindo saudades da sua cadeira gamer e, principalmente, de sua cama.
— Eu prometo te oferecer a carga que precisar, só deixe eles irem embora, por favor.
As sobrancelhas de Yoongi franziram diante do discurso suspeito, pensando no que diabos tinha se metido.
— Do que está falando?
— Você é integrante de uma gangue, não? — O barulho das bancas que começavam a ser derrubadas assustou ao comerciante, que indicou a sua lojinha ao lado para que fossem se esconder ali antes das autoridades os alcançarem.
Ao entrarem na pequena loja de artigos variados e enfeites que se mexiam e brilhavam, o senhorzinho tirou debaixo do balcão um objeto bem diferente e escuro, uma pistola. Yoongi não fazia ideia de como usar uma.
— Isso pode te ajudar a sair daqui. Sabe que aqui não é lugar para andar desprotegido.
— Bem, agora eu sei…
— Você não tem muito tempo, saia pelos fundos. Depressa! — disse, quase carregando Yoongi, que ainda segurava a arma de qualquer jeito quando esta foi empurrada contra seu peito. — Se eu fosse você, não andaria sozinho por aí, os caras estão na sua cola.
Se Yoongi estava confuso depois de ter acordado em um vagão, agora sentia o momento que explodiria como um pássaro do Angry Birds ao colidir contra porquinhos verdes. A sensação era nada boa.
A porta dos fundos dava para uma outra rua semelhante a anterior, porém, sem movimento. Não fazia ideia de como, mas constatou que precisava encontrar Kitty Gang.
[...]
Por fim, não foi Yoongi que encontrou Kitty, mas sim, o contrário.
O universitário estava em um bar cheio de caras mal encarados, na esperança de que o homem fosse aparecer por ali em algum momento, já que perguntar sobre o dono de cabelos rosas só o gerava problemas, como ameaças e cães raivosos sendo soltos para pegá-lo.
Pelo jeito, não era só o próprio Yoongi que guardava certo rancor dele.
— Você não parece muito feliz… Os policiais não quiseram te acompanhar na cerveja? — zombou Kitty, ao apoiar um milkshake colorido com algum álcool forte misturado sobre a mesa.
— Eu estou preso dentro do cenário de um jogo em que sou perseguido por respirar e você... — Aponta para o personagem. — É o culpado por eu estar nessa enrascada! — A raiva contida em sua fala não abala Kitty, que continua sorrindo mesmo com os lábios sorvendo o líquido por um canudo.
— É uma vida cheia de emoções, tenho que admitir. E por isso, preciso conquistar os territórios. Os grandes aqui são temidos e respeitados, nem a polícia se mete com eles.
Era verdade. Em Bulletproof, à medida que você avança e obtém novas áreas, menos autoridades incomodavam, apesar dos problemas com outras gangues aumentarem.
— E o que precisamos fazer para conseguir tirar quem já comanda esses locais? — questiona, já derrotado por ter corrido o bastante para ficar o próximo mês parado.
O sorriso de Kitty alargou naquele momento por ver Yoongi cedendo, poderia prosseguir finalmente com seus planos.
— Como eu disse, preciso recuperar minha moto. E a irmã desta aqui também. — Sua mão vai até a coxa, tirando dali a pistola com armação rosa e ferrolho preto, adornada com um desenho de uma Hello Kitty raivosa. — Esta é a Promise.
O loiro piscou surpreso ao ver a arma, vê-la em pixels em uma televisão era bem diferente de visualizar na vida real.
— E com quem está a Lie?
Kitty fica animado por ele saber o nome de sua outra preciosidade, terminando rapidamente sua bebida colorida antes de dizer:
— Hopeline Miami.
Naquele momento, Yoongi ficou feliz de não estar tomando mais um gole da caneca exagerada de cerveja que tinha conseguido ou teria desperdiçado parte do líquido devido à notícia.
— Eu fiz uma aposta com ele algum tempo atrás e eu iria ganhar, caso ele não tivesse trapaceado. Então, tenho o direito de pegar de volta o que é meu e ainda tirar aquele animador de festas do meu caminho — concluiu, muito animado com a ideia.
— Certo, mas se ele tem uma gangue e nós somos apenas dois, não acha que estamos em desvantagem?
— Mas é aí que está a diversão!
Talvez, aquela fosse a oportunidade dada a Yoongi para viver a vida que tanto almejava, cheia de ação e adrenalina. Porém, como nem tudo é perfeito nessa vida, a presença de Kitty não trazia toda a alegria que imaginou que sentiria em um momento como aquele.
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Notas finais: Quero agradecer a @jupteryoon e ao @peartae pela betagem e capas incríveis ❤ Só eu sei o tempo que fiquei babando no arquivo e em cada edição que deu vida a esse universo kkkkk
*Boogerman é um jogo de plataforma, lançado em 94, para Mega Drive e Interplay, mas eu jogava ele no computador mesmo kkkkk E sim, é um jogo bem nojento.
No decorrer da fic haverão outras referências à jogos e eu vou deixar nas notas algumas curiosidades/explicações aqui, ok?
Obs.: Hopeline Miami é inspirado no personagem de mesmo nome, criado pelo usuário @refrainbow no twitter.
Até o próximo capítulo!
Vielen Dank für das Lesen!
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