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– Está distraída – Archer me ajuda a levantar do chão, o mínimo que podia fazer depois de ter me jogado nele.
O encaro furiosa.
– Devo te lembrar que tenho um encontro com nobres daqui a pouco? – Pergunto tentando limpar o rosto.
– Desde quando se importa com isso?
– Desde que Ethan irá me açoitar se aparecer neste estado – Retruco.
Ele coloca as mãos na cintura e abre um sorriso torto.
– Mil perdões, Madame – Archer faz uma reverencia exagerada.
– Eu deveria te esfolar – Ameaço – Porem tenho nobres babacas a “agradar”.
Archer gargalha.
– Tente não ferir o orgulho deles, como fez da última vez – Ele grita enquanto me afasto.
Mostro meu dedo do meio a ele enquanto caminho de costas, ele faz uma careta.
Disparei em direção ao meu quarto onde Madame Charlotte já me esperava.
– Elena – grita assim que coloco o pé dentro do quarto. – Ó céus, você está imunda – ela me olha aterrorizada – Va já para o banho!
O rosto de Madame Charlotte era uma mistura de irritação e decepção. Ouvi-a reclamar enquanto me banhava rapidamente, em seguida já estava de frente para o guarda-roupa a procura de algum vestido.
– Não corra pelo quarto, Elena, Ira encharcar tudo de água – Ela grita de algum canto do grande quarto.
Me vesti. Já estava disparando na direção da porta quando reparei no meu reflexo no espelho. Levei a mão a meu rosto e o toquei, a pele estava brilhante. Os lábios, carnudos e definidos. Quando olhei para meu corpo, por debaixo de toda aquela ceda lilás, os ombros magros expostos. Me observei, tão profundamente, tão secamente. Estava bem, pior que isso, estava ótima, e me odiei por isso, me odiei por parecer tão bem quando estava tão mal, quando passava anos e anos desejando liberdade, quando estava tão profundamente triste que a morte era uma tentação, quando estava definhando por dentro, morrendo.
– Pare de se admirar e vá encontrar nossos convidados – Madame Charlotte bufa alto.
Dou um leve aceno de cabeça e vou em direção a entrada da mansão. Quando chego avisto Ethan parado em frente a porta principal, frio como pedra. Um calafrio percorreu minha espinha.
– Está atrasada, Elena, e acho que tem a mínima noção disso.
Parei a seu lado.
– Sinto muito.
Ele me avaliou. Desde as sandálias brancas até o pequeno e delicado diadema de pérolas.
– Te disse que não gosto desse vestido a última vez que o usou – Ele diz rispidamente – Tem centenas de outros vestido para usar e escolhe justamente o que parece uma cortina. Consegue ao menos respirar com isso?
O encarei.
Ethan não gostava de vestidos soltos. Não em mim. Ele queria que minha curvas ficassem amostra, como se fosse um banquete que qualquer um podia reivindicar.
Quando o corpo for seu pode decidir o que fazer com ele. Era o que queria dizer, era o que queria vociferar a ele, porem estava tão, mas tão cansada.
Cascos de cavalo soaram, segundos depois a porta principal se abriu.
Um macho, acompanhado de uma fêmea com uma criança entram na mansão. A fêmea de cabelos pretos e a criança levemente afastadas do macho.
– Ethan, é um prazer te rever – O macho tinha um sotaque do norte. Não conseguia distinguir de onde exatamente.
– Digo o mesmo Nun – Ethan deu um leve aceno de cabeça.
Nun dirigiu seu olhar a mim. Não ousei o encarar.
– Você deve ser a tão comentada Elena – Ele me avaliou com um olhar malicioso –, é encantadora.
Ethan enrijeceu ao meu lado.
– Grata – Digo, a voz quase um sussurro.
A fêmea me olhou de soslaio, também me avaliando.
– Temos muitos assuntos a tratar, é melhor começarmos logo – Nun volta sua atenção a Ethan.
Fervilho de raiva. Ele nem se incomodou em nos apresentar a família.
– Claro – Ethan me encara – Elena, poderia acompanhar a família do senhor Nun?
Cuide para que não nos atrapalhe, era o que realmente queria dizer.
Quando Ethan e Nun já estavam no final das escada me virei para a fêmea e a criança.
– Poderia saber seus nomes? – Tentei perguntar com uma voz acolhedora.
– Sou Carolyne, Senhora – Ela responde imediatamente, como se minha pergunta fosse uma ordem e fez uma reverencia exagerada – E esse é meu filho Tomi.
Abri um sorriso doce.
– Meu nome é Elena, mas já sabem disso.
Vielen Dank für das Lesen!
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