Um servo. Um homem que nasceu para ficar com a cabeça baixa e se curvar diante dos homens de sangue azul, escolhidos pelo Senhor para governar os leigos e tolos; aqueles que se sentavam nas cadeiras cobertas pelo veludo vermelho, embelezados por adornos de ouro, jóias raras e preciosas, essas que combinavam com cada lorde, cada senhor existente dentro das terras do grande Império.
Homens e mulheres que nasceram para serem servidos, jamais para servir. Todavia, tal afirmativa não se encaixava para os cavaleiros: os quatro Lordes do atual imperador, Laxus I, um nobre que conquistou e dominou todo o continente ao longo da última década. Quando Laxus subiu ao trono, ainda era um jovem de dezenove anos que possuía ambições exuberantes ao ver do conselho e dos anciãos, esses que o chamaram de lunático por desejar conquistar todo o território. Começaria pelos mais próximos, para depois expandir, marchando em direção ao Sul.
Tudo aquilo para realizar um sonho antigo. Havia se iniciado com seu pai, passando-o para o seu filho Laxus, que foi o primeiro rei a virar imperador; graças aos seus fiéis cavaleiros, aqueles que traziam o caos.
“Não tememos a Laxus I e sim aos homens que ele comanda, os generais com apelidos peculiares.” Esses eram os homens que todos aprenderam a temer, assim como respeitar. O medo fazia as pessoas curvarem suas cabeças, debruçar o corpo sobre a terra batida em poças de lama. Nobres, servos, “reis” e “princesas”, toda a realeza tremia diante da simples menção de seus nomes. Entretanto, Park Jimin era uma exceção.
De longe, o servo observava o manto negro, a marca do Lorde da Guerra, dono da coroa de ferro e da muralha de pedra. A espada encontra-se no meio do escudo cruzado em meio a rosa vermelha, era uma peça de prata com traços avermelhados. O emblema de um dos cavalheiros. Do homem responsável pelos batimentos irregulares do humilde e jovem servo, Jimin.
“Como um homem pode ser tão belo? Eu deveria parar com esses pensamentos, parar de perder-me em meio a beleza de meu lorde”, o servo pensou abobalhado, sorrindo abertamente. Bastava pensar no Jeon para que o seu coração batesse mais rápido.
Apesar de amá-lo, Jimin tinha fortes receios em relação a confessar-se sobre os seus mais singelos sentimentos e dizer em voz alta o que sentia. Afinal, era um homem comum, filho de servos, criado em meio a classe que mantém a ordem dentro de um dos castelos mais importantes de todas as terras do Império. Seus cabelos loiros e olhos azuis, como duas belas safiras, fazia-o se destacar em meio aos criados da casa dos Jeons, onde um dos lordes responsáveis pelo “apocalipse” residia.
Guerra, aquele que levava o caos, responsável por estragar, corromper; levar a destruição de vilas e reinos considerados inferiores por seu imperador. Apelido dado por Apolo, o último rei de Solaria, um dos primeiros reinos a ser conquistado por Laxus I.
Em todos os reinos, aqueles que ousaram ir contra o imperador, que se negaram a assinar a rendição, a se aliar a Laxus I por conta própria. Todos, sem exceção, caíram; foram tomados após uma batalha sangrenta, onde os quatro chefes das grandes casas do atual império, tomaram o castelo e mataram todos os guardas. Somente quatro homens, esses que na época eram conhecidos como: os cães de guerra do imperador.
Os quatro cavalheiros do rei eram os lordes da Fome, Peste, Guerra e Morte. As casas dos Kim, Jung, Jeon e Min. Os responsáveis por levarem vitória ao império, tirando a paz das nações rivais; apavorando moradores somente com as menções de seus nomes, deixando-os assustados diante os atos hediondos cometidos por eles em nome da “paz”, tudo para realizar as ambições de Laxus I, diante os momentos de êxtase, no instante em os lamentos inundavam os ouvidos dos homens, fazendos-os gritar, ditar ordens e comandar com precisão todas as tropas. Tudo em nome do primeiro imperador, daquele que os governava e orientava, apesar de todas as casas exercerem forte dominância das decisões imperiais, especialmente as relacionadas a guerra e a administração de terras conquistadas.
Monstros que até o próprio homem que os comandava temia. Donos de força, habilidade, uma mestria excepcional para a arte de guerrear, de derrubar e dominar nações; mas em especial a casa dos Mins e a dos Jeons, os cavaleiros da Morte e da Guerra, Yoongi e Jungkook.
Os insaciáveis, os últimos a abandonar o campo de batalha, de abandonar o território devastado. Marcado pelo caos, pela mancha que cortava o chão árido, os vestígios, os restos daqueles que lutaram bravamente, onde muitos perderam para fome, outros para a peste, alguns para a guerra e todos cederam para a morte. Para as mãos dos lordes favoritos de Laxus I.
Apesar de Jimin ter cedido para o amor, para o homem que raramente sorria, que tinha como passatempo cuidar dos territórios dados a ele após o término da última guerra. Um que vivia para o trabalho, para os seus afazeres e prazeres.
O senhor da Guerra, dono de uma beleza única e rara diante um alguém que jamais se aventurou para fora da enorme fortaleza. Mantendo-se constantemente ocupado pelos deveres, pelo trabalho que aprendeu ainda novo, quando os pais ainda estavam vivos e cuidavam de si, com zelo e ternura.
Todavia, após o término da última guerra, durante o enorme banquete para comemorar o retorno do lorde, Jimin cedeu, perdendo para o álcool, para o desejo crescente de se entregar para o único homem que amou, apesar dos momentos ao lado do homem serem breves e raros. Conviveu com ele até o décimo segundo aniversário de Jungkook, quando ele foi enviado para o rei, para se tornar um prisioneiro de guerra. Retornando poucas vezes, em ocasiões especiais, era quando Jimin o via, comemorando o retorno de seu senhor. O único que o consolou quando perdeu seus pais, pois mesmo sendo um nobre, Jungkook não hesitou em lhe afagar os cabelos e dizer que tudo ficaria bem.
Jimin não sabia, não se lembrava quando os seus sentimentos mudaram, em que instante a admiração virou amor.
Mas naquela noite, Jimin apenas queria se distrair, aproveitar um pouco do tempo livre e a folga rara. A garrafa do vinho tinto, a mistura que o deixou anestesiado, com um sorriso bobo nos lábios, essa que o fez cometer uma insanidade.
Uma que irá lhe render bem mais do que boas lembranças.
[...]
Luize, a mucama chefe, certamente não tinha pena de Jimin, ou simplesmente não havia notado os esforços por parte do servo para fugir de seu senhor. Dando o espaço que sua filha sempre desejou, Angeline, uma das muitas mulheres que trabalhavam no castelo, uma serva que ansiava virar a senhora da forteleza.
— Angeline estava desocupada… ela deseja tanto ficar ao lado do lorde. Mande ela ir até nosso senhor! — comentou abatido, sentindo-se esgotado.
Os dedos pequenos tremeram ao bater na porta de madeira. Em silêncio, Jimin ficou a espera da ordem, para que pudesse entrar na sala ampla, no espaço reservado para os estudos do lorde. Seu escritório, localizado próximo ao quarto de Jungkook, em uma área privada, onde somente poucos servos tinham autorização para entrar.
Um “entre” foi escutado pelo servo, esse que abriu a porta lentamente, temendo ser inconveniente, apesar de ter sido autorizado a entrar. O humor de Jungkook encontrava-se ácido.
— Senhor… — Jimin sussurrou, temendo irritar o homem. — lorde Jeon, vim lhe…
Jimin foi interrompido, a fala embolada do servo irritou Jungkook, que não entendeu o que este quis dizer.
— Diga. — As folhas gastas e os recebidos antigos foram abaixados. Com os dedos cruzados, Jungkook o encarou. — Seja breve, tenho trabalho a fazer e não gagueje ou sussurre.
Era um homem dono de feições rígidas, olhos castanhos, cabelos pretos intensos, marcantes, assim como a beleza existente no rosto masculino. Nos traços únicos e definidos.
— O lorde da casa dos Min’s mandou uma carta para o senhor! — informou em voz alta, esperando que Jungkook dissesse para ele se aproximar. — O mensageiro deixou a pouco e a mucama mandou entregá-la ao senhor.
— Deixe em cima da mesa e retire-se.
As pernas de Jimin vacilaram e seus pequenos dedos tremeram enquanto segurava a carta com cuidado; temia amassá-la, o que irritaria o lorde, que andava estressado nos últimos dias, perdendo a paciência facilmente, principalmente quando não faziam as coisas conforme era ordenado.
Apesar de tratar Jimin com gentileza, sendo compreensivo com os erros do servo. Igual a última vez, quando exagerou no vinho, embriagando-se, parando em um dos quartos nu, coberto pelas luxuosas roupas de cama, do linho dos lençóis e do algodão macio das mantas; da coberta negra, da mistura grossa, intensa, que o manteve aquecido junto ao seu lorde.
Esse que somente o encarou, observando com cuidado o rubor intenso no rosto do servo, deixando-o no quarto para dar mais privacidade para Jimin, que se desculpou; temeu ser repreendido ou expulso do castelo, sendo mandado para os campos.
Todavia, Jungkook não lhe disse nada a princípio, o homem não o xingou e nem o encarou com nojo, apesar do lorde ter pedido segredo, para que ninguém além deles soubesse, foi o que realmente aconteceu, afinal, ele era um homem de sangue azul e mesmo com as mãos sujas com o sangue vermelho, não deveria se envolver com um servo.
— Sim, senhor — respondeu-lhe educado, curvando-se para o lorde.
Suas pernas esbarram na pequena mesa, fazendo-o resmungar, soltando um baixo exclamo de dor junto a um pedido de desculpas. Jungkook era um apreciador do silêncio, não suportando nenhum ruído, a não ser o do tinir das espadas, do disparo dos canhões, do zumbido das flechas cortando o ar, dos lamentos de dor, o pranto daqueles que cruzavam seu caminho. As súplicas dos reis que perderam suas coroas, as ameaças vazias destinadas a eles e a Laxus I. Esses eram os sons favoritos de Jungkook, além da voz trêmula de Jimin durante o orgasmo.
— Desculpe, não foi… — murmurou.
— Saia. Tenho trabalho a fazer. — Seus olhos se voltaram para os pergaminhos amarelos, documentos gastos em suas mãos.
Jimin se curvou, despedindo-se do lorde. O servo fechou a porta com cuidado, temendo irritá-lo ainda mais.
Ele respirou fundo, sentindo o corpo tremer, pois foi a primeira vez desde o ocorrido que o viu, que teve tempo e uma coragem mínima para observar os olhos de seu senhor.
Após recuperar-se, o jovem servo correu, indo em direção as escadas, essas que levavam até a cozinha. Queria enterrar a si mesmo, fugir da vergonha, do vexame. Jungkook olhou para si, Jimin pôde sentir os olhos castanhos lhe encararem fixamente.
Seus dedos foram em direção ao peito, esse que subia e descia descompassadamente, fazendo-o suspirar. O rubor em seu rosto se intensificou, recordava-se da noite em que se deitou na cama luxuosa, desfrutando de uma noite longa e apaixonante ao lado de seu senhor, um dos homens mais temidos de todo o império. Jungkook o fez gemer e suspirar, causando-o uma explosão de prazer dentro de si, uma mistura viciante de êxtase e luxúria.
As feições rígidas de seu senhor o encantavam. Deixando-o com a sensação de borboletas no estômago, com um desgostoso formigamento nas palmas das mãos, essas que tensionam o corpo pequeno, fazendo com que Jimin gaguejar e em certos momentos tremer. Mas não de medo, longe disso, mas de vergonha por ter se entregado a um nobre, dando a ele o seu primeiro beijo, a sua primeira vez, permitindo que ele tocasse no corpo nu do jovem Park. Algo que ele pensou que não aconteceria devido ao fato de ser um comum, um servo, um homem que passou a vida zelando pelo enorme castelo. Tudo para impedir que o tempo estrague a fortaleza centenária.
“Jungkook, olhou para mim, o meu lorde olhou para mim!”, pensou abobalhado, não contendo o sorriso e os suspiros apaixonados. Como um adolescente, apesar de ser um homem com seus vinte e dois invernos vividos.
— Senhor Jeon… — murmurou, não contendo o sorriso, esse que foi coberto pelas mãos pequenas. — Senhor Jeon…
Sentia-se realizado, foi um ato tão singelo, mas ao para si tão significativo, grandioso até; pois desde aquela noite em questão, passou a evitar o Jeon, fugindo dele com medo de ser repreendido ou tornar-se um estabanado, se atrapalhando ao fazer algo. Temia até mesmo falar, dizer algo indevido e acabar gaguejando, coisa que acontecia sempre que tentava falar com o lorde.
Apesar de ainda recordar-se da noite, de quando entregou-se de corpo e alma ao seu primeiro amor, ao homem que constantemente faz o seu coração esquecer de como bater corretamente, fazendo-o suar, suspirar e em certos momentos fantasiar um cenário quente, onde novamente era capaz de tocar no corpo másculo.
Beijar os lábios avermelhados, passar o tato calejado sobre as cicatrizes de guerra, sobre a marca que cada cavaleiro tinha; essa cravadas em seu peito, com o símbolo do imperador, junto ao do clã, da casa na qual ele pertencia.
— Jimin, deixe de sonhar, vá trocar a roupa de cama do Lorde! — Luize, a mucama chefe, ditou irritada, fazendo-o despertar e sair de dentro da sua pequena bolha de fantasia.
— Ela foi trocada ontem…
— Está questionando as minhas ordens? — A mulher questionou, cruzando os braços.
— Não, mas está quase na hora do meu descanso, não poderia pedir para Angeline? Ela passou o dia…
— Não mandei Angeline, mas sim você! Agora se apresse e vá!
Jimin, suspirou, sentia o corpo doer, o estômago protestar de fome. Não havia se alimento, no momento que pensou que poderia, acabou por ter que ir até o escritório do lorde. Queria paz, um descanso, mas desde a noite em que se deitou com Jungkook, algumas coisas mudaram. Luize e Angeline passaram a tratá-lo secamente.
O jovem Park caminhou lentamente para os aposentos de Jungkook, desejando ser capaz de completar a sua simples tarefa o mais breve possível.
[...]
Suas costas protestaram de dor ao terminar de limpar o quarto, deixando-o arrumado para o homem que em breve se deitará. Havia demorado, a mucama não lhe deu paz. Afinal, era somente para trocar as roupas de cama, mas assim que abriu a porta, Angeline mandou que Jimin lavasse as roupas de cama e limpasse todo o quarto, além de organizar os baús e as roupas de Jungkook, para depois trocar, lavar e perfumar as roupas de cama e cobertas.
Uma tarefa exaustiva, ainda mais pelo fato das peças serem pesadas, algumas delicadas, que acabam por se desgastar facilmente, especialmente quando não são lavadas com cuidado.
— Luize deve vir em breve — Jimin comentou cansado, com o corpo dolorido e com um estranho desejo por pão.
Ele sorriu ao ver o quarto limpo e organizado. Sentia-se realizado ao ver o cômodo perfeitamente organizando.
— O que faz no meu quarto? — a voz grave, autoritária, de um alguém acostumado a gritar, ecoou pelo cômodo.
Ditar e dar ordens precisas. Jungkook, encontra-se parado na porta, com os braços cruzados. Encarando ao servo que se curvou, temeu olhar os olhos castanhos, a mistura que transcende ao vermelho em momentos de raiva, excitação.
— Responda!
— Senhor, vim para organizar vosso quarto. Desculpa incomodar o seu descanso, irei me retirar.
Sua voz novamente vacilou, gaguejar na frente de Jungkook tornou-se tão costumeiro, pois tornou-se incapaz de manter e formar qualquer tipo de diálogo, apesar de ansiar ouvir a voz do homem, de sentir o tato áspero sobre a pele sensível.
Jimin suspirou. Seu coração parecia tão acelerado, suas mãos suavam e seu estômago se contraiu.
Jungkook observou as feições do servo, os dedos trêmulos, o corpo curvado em sua direção; os fios loiros que estavam maiores, deixando-o ainda mais belo.
— Fique. Precisamos conversar. — Jimin sentiu o sangue de seu corpo gelar.
Seus dedos agarraram a peça gasta com força ao ouvir o som dos passos, do ruído causado pela bota de couro sobre o chão de mármore branco. O lorde estava a se aproximar, podia sentir a essência usada para perfumar as roupas do homem. Jungkook parou, ficando poucos centímetros de distância do jovem.
— Fiz algo que desagradou ao meu senhor? — questionou receoso. — Se sim, por favor, diga para que esse servo possa melhorar.
— Esse servo não escuta o seu senhor — disse tocando nos fios loiros. — Esse servo se curva sem motivos e treme sempre que me vê. Diga-me, homem, sente tanto medo assim de mim? O que lhe fiz para ganhar tamanho desprezo!
— Meu senhor… vós não me fez nada, somente tenho vergonha, sou um homem tímido.
Jungkook o encarou, observando os olhos claros e os fios loiros. Queria beijá-lo, tomá-lo em seus braços, enchê-lo de ouro e safiras, dar castelos e territórios ao homem mais doce já visto por ele, dono de um coração tão puro.
— Deixe-me ver as suas mãos.
— Senhor…
— Homem, deixe-me ver suas mãos!
— Meu senhor, as minhas mãos não são bonitas, então por qual motivo deseja vê-las?
Jungkook não lhe respondeu. Seus olhos pareciam buscar qualquer marca, uma falha para explicar a forma como o jovem se rebaixava, o fato de ser um servo não fazia de si menos humano. Afinal, o lorde não tinha um coração puro, suas mãos encontravam-se sujas com o líquido rubro, enquanto as de Jimin, nunca nem ao menos tocaram em tal sujeira, apesar das unhas curtas terem arranhado a carne das costas do lorde, marcando-o com os lábios róseos, no qual Jungkook ansiou perder-se novamente. Embebedar-se no aroma floral, do cheiro doce e fraco que emanava do corpo do servo.
Havia se perdido nos olhos azuis, na beleza existente nas íris do Park.
Azuis. Como safiras. Jóias brilhantes e cintilantes. Raras nas terras do norte, no território de guerra, apesar de existir em abundância no sul, onde o lorde da Morte controlava a maioria dos territórios. Esse que através da carta escrita a punho, com a caligrafia rústica e mal trabalhada do Min, lhe felicitou por ter encontrado um alguém, dizendo que daria a ele safiras, adornos de ouro branco para o homem que domou o coração do cavaleiro.
— Não sei, somente anseio por ver seus dedos, tocar em sua palma, admirar os seus membros pequeninos e beijar as costas de suas mãos — respondeu sincero, observando a tonalidade rubra nas bochechas de Jimin, que recuou, temendo perder-se em meio às falas doces e a beleza existente nos movimentos de Jungkook. Como se o fato do lorde respirar o deixasse eufórico.
— Já disse não há nada de belo em…
— Estás duvidando de mim, Jimin? — ele negou. — Não acredita nas palavras do seu lorde?
— O senhor sabe o meu nome… — comentou.
Jimin não conteve o sorriso e a felicidade que se apossou de si. Seu senhor, um homem de poucas palavras, que vivia para o trabalho, sabia o seu nome. Tinha consciência de quem ele era! Parece algo tão tolo, tosco, mas para si, era um marco importante. Algo valioso, seu nome, aquele seus pais lhe deram quando nasceu, esse que carregava consigo, sempre o dizendo com orgulho, afinal, seus pais quem lhe deram esse nome, esses que foram levados para longe de si, para um lugar onde as mãos pequenas não podiam tocar.
Ele ficou só, sendo cuidado pelas pessoas na qual seus pais passaram a vida trabalhando junto.
— Park Jimin. Como não saberia o teu nome? Como não saberia o nome do meu pequeno anjo.
— Senhor, sou somente um servo, um lorde não precisa…
— Não se menospreze, ser servo ou senhor não interfere. Porém, de todos os que trabalham para mim, os servos e mucamas de minha casa, você é o único na qual os meus olhos seguem e perseguem intensamente. Irônico, afinal, eu lhe disse para manter isso em segredo, apesar de me recordar de cada detalhe de seu corpo.
— Lorde…
— Responda-me, quando irás deixar de ser tão tímido e confessará o que está escondido dentro do seu coração? Jovem, sou um homem que nasceu na guerra, conheço o caos e a desordem; nesse momento sinto que vós está uma completa bagunça, então responda-me, o que se passa dentro da sua cabeça! Diga-me tudo, pois prometo fazer o meu melhor para realizá-lo!
— Não tenho nada, meu lorde. Não tenho esses tipos de pensamentos em relação ao meu senhor. Portanto, não há nada que o meu lorde tenha que fazer.
Jimin abaixou a cabeça, tentando conter o tremor que tomou conta de suas mãos, fazendo-o suar, ao mesmo tempo em que sentia o coração e o estômago pesarem, uma forte ânsia, um gosto amargo da bile, do ácido em sua garganta. Tinha medo de dizer algo indevido, de confessar o seu amor e ser chamado por palavras pejorativas, ser castigado pela mucama chefe, afinal, Luize estava o importunando. Essa que tinha uma forte aversão a Jimin.
— Não diga isso, sei que sentes algo por mim! Pois o seu eu bêbado, é mais sincero que a sua versão sóbria.
— Não era eu, era somente um bêbado falando demais, peço desculpas pelo meu comportamento naquela noite. — Novamente, irritando a Jungkook, Jimin se curvou. — Estou fazendo como o senhor me pediu, estou tentando esquecer.
— Jimin…
— Senhor, perdão! Preciso ir… tenho que ajudar a mucama a preparar a vossa comida.
— Não há necessidade, estou sem fome! — exclamou irritado.
Assustando a Jimin, que se encolheu.
— Perdão…
— Não diga tais palavras, somente saia, quero ficar sozinho!
Sentiu-se vazio, jamais havia sido rejeitado, da mesma forma que nunca havia amado alguém.
Vielen Dank für das Lesen!
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