Ano 2105,Num mundo assolado por mudanças climáticas bruscas,o mapa cartógrafo não sobrevive á mudança do território,costas continentais foram inundas pelos leitos do oceano,o reino do deus Nereu,o El Niño,como um punho divino julgador e descontrolado,destruiu e desertificou vários biomas, a civilização caiu em completa anarquia,um sistema globalista multi fragmentado,formado por clãs,gangues,impérios ao estilo Norton,comunas e tribos urbanas se consolidou como estrutura da realidade do planeta terra,que repousa num braço espiralado qualquer da via láctea,no meio desse caos e confusão,vive uma jovem mulher empoderada,de nome Vivianne,que mora nas ruínas de Paris e alimenta e protege seus dois irmãos mais novos,gêmeos entre si,Rômulo e Remo,em homenagem aos miticos fundadores de Roma,Vivianne faz o tipo comum da mulher francesa,magra e de cabelos claros,e que no mês de Abril,escala a torre Eiffel enferrujada por chuvas ácidas,na tardezinha,num cenário bucólico alaranjado,em busca de algo para comer,seja ele um croissant levado por um Tordo,ou peixes levados por uma tempestade de Cumulus Nimbus que praticamente choveram na cidade da luz na época do verão(se bem que ela não pode ser chamada mais assim,pela falta de energia elétrica),e para complementar:um novo continente emergiu do oceano,que liga a antárdida á oceania,e supostamente uma civilização superavançada se estabeleceu lá,em despeito á falta de governantes no mundo(se bem que ninguém liga para esses lobos em pele de cordeiro),por algum motivo não explicito e nem racional,Vivianne sabe da existência desse continente,e sente que um dia poderia levar seus irmãos e ela para lá,num éxodo retirante,bem,continuando..,Vivianne volta para a casa com pouca quantidade de alimento,praticamente uns quatro ratos mortos,adaptados pela seleç]ao natural para sobreviver a detetizantes,os gêmeos se aproximam famintos da sacola que Vivianne segura,"acalmen-se!!,tem comida para todos nós!!"diz ela sendo puxada pelas calças jeans rotas,os garotos não dão tregua para a irmã deles ,que é praticamente uma mãe agora,Rômulo e Remo não sentem nojo algum dos ratos mortos,eles comeriam até um abutre,tamanha sua situação de fome,Vivianne assa os ratos em uma fogueira feita no quintal da casa,com pedaços de panfletos avisando sobre o fim do mundo,que ninguém deu trégua no passado e agora estão obsoletos,pois a profecia já se cumpriu.
e ao anoitecer,sem lua e com muitas estrelas no céu,não mais ofuscadas pela luz da capital,Vivianne e seus irmãos caçulas comem o churrasco de rato e contam histórias entre si,muitas delas falsas,outras verdadeiras,como a história que Vivianne contou sobre o mundo pré hecatombe,onde havia robôs e tecnologia avançada,praticamente brinquedos vivos na visão animista tipica da infância dos dois gêmeos,um deles rói o pequeno fêmur do roedor,e diz com a boca cheia de carne potencialmente leptospirótica:
"eu sonhei uma vez com um gigante feito de prédios e que falava com o universo através de suas antenas parabólicas,será que os tais robôs são parecido com isso,mana?!"
Vivianne responde com prontidão,cuidando de não quebrar a cartela de ovos onde pissa:os sonhos e fantasias de uma criança num futuro distópico;
"é mais ou menos isso!!só que único robô gigante que já conheci foi utilizado em uma guerra,e não tenho certeza se era coisa de filme,podendo ser dos Transformes ou dos Power Rangers,parece que o passado não me envia minhas memórias corretamente!"
Rômulo e Remo sorriem em unissono,e os irmãos passam a noite conversando sobre vários assuntos: de filmes de space opera até o uso de armas climáticas na terceira guerra mundial,que realmente aconteceu,comparando elas á dança tribal para fazer chover,e todos eles estão esperançosos,otimistas a despeito de toda situação que agora tem que sobreviver.
Matheus Salles
