Aquela noite… Não queria ir me deitar aquela noite. Sabia que não dormiria bem.
Olhava para o relógio constantemente enquanto lia coisas inúteis na internet. Pouco depois da meia-noite a internet caiu, para meu deleite desespero. Desliguei o computador e arrumei minha cama. Apaguei as luzes e me deitei. Sabia o que vinha, sabia o que esperar, sabia que iria chorar muito, sabia que era inevitável, sabia que minha mente me assombraria…
Não passou muito tempo até a palavra vir a minha mente.
“Irritante”. Soou gravemente.
Encolhi-me timidamente esperando pelas lágrimas. Chorei por longos minutos que pareceram uma eternidade, a única coisa que conseguia pensar era “Me desculpe.” Comecei a sentir falta de ar e me virei na cama. Encarei a parede no escuro enquanto minha mente vagava, jogando insultos para cima de mim.
Procurei alguém em que pudesse pensar alguém que eu sabia que me abraçaria e me acalmaria, ou algum lugar que me recebesse bem. Não consegui achar nada. Vasculhei minha mente novamente. Não havia lugar nenhum que eu poderia ir (mesmo que mentalmente), não havia ninguém que pudesse me ver. Não tinha ninguém a quem recorrer.
Uma pesada dor pousou sobre o meu corpo. Abri os olhos no escuro e encarei a parede. As lágrimas haviam cessado enquanto a dor se apoderava de tudo o que eu tinha. Minha mente ficou em branco por alguns segundos. A palavra saiu como um trovão pela minha mente. “Solidão”. Minha respiração deu uma falha dolorida.
As lágrimas voltaram, ininterruptas. Chorei por muito mais tempo dessa vez. Encolhi-me o máximo que pude. Meus joelhos quase tocavam meu queixo. Abracei o cobertor, depois comecei a mordê-lo, impedindo um grito eminente. Meu coração batia dolorosamente, meu corpo inteiro tremia e minha cabeça começara a doer muito. Muito. Por um breve instante imaginei que aquela dor excruciante fosse me esmagar e transformar em Nada. Ou que minha dor de cabeça fosse me fazer ter um AVC, ou que ela simplesmente fosse explodir.
Encolhi-me mais, tentando em vão fazer a dor daquela… Sensação se esvair.
Por mais que o espaço que eu estava ocupando fosse pequeno, eu sentia olhos sobre mim, me julgando, me jogando para um espaço cada vez menor. Minha sombra parecia incomodada comigo mesma. Passei a ficar incomodada comigo mesma. Não queria meus dedos tocando minha mão, não queria minha mão tocando minha pele, não queria ar saindo por meus lábios secos entreabertos, não queria sentir meu coração batendo sob a minha carne. Minha existência estava me negando. Estava com raiva de ser eu. Estava com nojo de mim.
Minha garganta começou a se fechar devido às lágrimas que ainda caíam. Acabei molhando meus dois travesseiros, parte de meu cobertor e meu urso de pelúcia ao qual eu abraçava com força.
Virei na cama e comecei a encarar as trevas de meu quarto. Não dava para ver um palmo na frente dos olhos de tão escuro. Minha respiração se acalmou com o tempo. Consegui respirar com a boca enquanto meu nariz descongestionava. Ainda encarava meu quarto. Quanto mais eu olhava, mais escuro parecia ficar.
As acusações de minha mente haviam parado, mas… Havia parado tudo. Minha mente estava vazia, em branco. Senti-me estranha, mas não conseguia pensar sobre isso. Só encarava o escuro com vontade de me dissolver nele. A escuridão de meu quarto mesclou-se às minhas interiores, e fechei os olhos sem perceber.
Dormi assim, sem ver, sem pensar, sem sonhar.
Vielen Dank für das Lesen!
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