moonbyul Mariana Garcia

Sexta-feira à noite e balada marcada. Entre o medo e a curiosidade, Hinata precisa decidir se deve fugir do amor ou ficar e se entregar para a noite.


Fan-Fiction Anime/Manga Nur für über 18-Jährige.

#naruto #inohina #girls-love #songfic #k-pop
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Fique comigo esta noite

Oito e meia da noite.

“Desculpa, mas eu acho que não vamos chegar a lugar algum assim”

Hinata encarava por horas a mensagem que havia recebido há uma semana atrás, seus olhos perolados quase não piscavam e, diferente do que outras pessoas achariam e reagiriam ao receber uma mensagem daquelas ela não havia chorado uma lágrima sequer. Apesar de não sentir tristeza, estava se sentido dominada por culpa e profunda preocupação, não só com a autora da mensagem, mas consigo mesma.

A mensagem não era um ponto final, até porque Hinata sabia que a pessoa aguardava uma resposta, mas era uma resposta que ela não tinha, Hinata não conseguia se forçar a concordar ou lutar por aquilo que podia se tornar um relacionamento. Seus amigos diziam que ela era uma pessoa fria, emocionalmente distante, focada demais nas coisas que nem sempre importava, Hinata concordava com cada um deles e não procurava desculpas em seu passado – apesar do mesmo ser a fonte de vários traumas – pois gostava de ser do jeito que era, sabia que se poupava de muitos outros problemas.

Mas sabia que um dia aquele sentimento chegaria, sabia que ser sozinha não seria suficiente por muito tempo.

A porta de seu quarto abriu bruscamente e Hinata escondeu o celular. Estava desde a hora que voltara do trabalho deitada em sua cama esperando por algum sinal que lhe dissesse o que fazer. Sakura, sua colega de apartamento, invadira seu quarto como de costume, a garota procurava nas gavetas da cômoda ao lado da cama por uma joia que combinasse com o seu look: Estava vestida com um vestido tubinho curto cor-de-rosa e usava saltos prateados e decorados com pedras brilhosas.

– Pode me emprestar alguma coisa? – Sakura perguntou enquanto já fuçava na caixa de joias da colega de apartamento.

– Fique à vontade, você vai pegar mesmo se eu não deixar.

– Te amo, baby. – Sakura tinha nas mãos uma pulseira de pedras brancas e um colar de pérolas falsas que Hinata fingia serem verdadeiras. – O que vai fazer hoje à noite?

– Pedir em algum delivery, ver um filme, aproveitar a casa vazia... – Hinata disse dando de ombros, fazendo uma lista que sabia que não ia cumprir, sentou na beirada da cama e coçou os olhos, sentia-os lacrimosos.

– Amiga... – Sakura fez beicinho e agachou na frente dela, apoiando-se nos joelhos da colega. – Porque não sai com a gente? Vamos naquela baladinha coreana que abriu recentemente, lá é friendly! – Sakura se referia ao seu grupo de amigos.

– Não acho que estou muito afim de uma festa. – Hinata mentiu, apesar da frieza e do pouco tato com as pessoas, Hinata adorava uma festa, mas sabia que a probabilidade de encontrar a tal pessoa lá era enorme.

– Hina, você precisa mudar de atitude, sei que já percebeu que ser assim não vai te levar a lugar nenhum, no quesito de relacionamentos. – Sakura olhou de relance para o celular da Hyuuga.

– E você prefere que eu fique sofrendo em relacionamentos igual a vocês? – Hinata perguntou grosseiramente, causando uma reação ruim em Sakura.

– Bom, de qualquer jeito, você acaba sofrendo.

Sakura se levantou e colocou as joias emprestadas da amiga, Hinata se levantou também e coçou a nuca, sentindo-se envergonhada pelo comentário que havia feito. A Haruno parou alguns segundos para se olhar no grande espelho do quarto da colega e depois saiu, antes dizendo o horário que o grupo de amigos pretendia sair, estavam todos no apartamento delas fazendo uma social na cozinha.

Hinata se encontrou sozinha novamente, encarando o nada. Seu primeiro instinto era de pegar novamente o celular e encarar por mais alguns minutos a tal mensagem, ás vezes abria a foto e admirava a beleza daquela que poderia ter sido seu primeiro interesse romântico em anos. Hinata não era nenhuma puritana: volta e meia estava de enrolo com alguém, mas tudo não passava de ficadas sem ligação na manhã seguinte; ás vezes ela reencontrava as mesmas pessoas, ou se deparava com garotas que eram iguais a ela: difíceis de se lidar, distantes emocionalmente. Apesar da inabilidade de continuar uma relação, Hinata era extremamente boa no flerte, era esguia e esbelta, possuía um rosto de dar inveja e um senso de estilo que atraía as outras mulheres para si, mas também tinha aquela reputação que deixava a desejar.

Pegou o celular e abriu a mensagem novamente, os dedos começaram a deslizar uma mensagem extensa e sem sentido, ás vezes Hinata escrevia somente para tirar o peso do coração, porém, quando via o sinal de online apagava tudo e quase desligava o celular, tinha vontade de atirá-lo longe. Porque era tão difícil?

Talvez fosse mesmo hora de uma mudança de atitude.

Dez e meia da noite

A cozinha do apartamento de Sakura e Hinata era grande e espaçosa, assim como todo o apartamento. Não era algo que nenhuma das duas conseguiria pagar sozinha, mas tinham a sorte de serem amigas e terem empregos que podiam sustentar os seus luxos, como um apartamento espaçoso. Sakura era uma garota de gostos caros e que, apesar não estar acostumada com o luxo, sentia-se extremamente apegada à ele: Antes uma garota vinda da fazenda, filha de fazendeiros, ela se mudou para a grande metrópole japonesa à procura do sonho de se tornar modelo. A boa genética familiar lhe garantiu pequenos trabalhos por um tempo até conseguir assinar com uma agência de porte médio, a Haruno ainda não era uma modelo famosa, porém não ficava sem trabalho: estava em capa de revistas de média circulação, fazia propagandas para marcas e era uma reconhecida modelo de mão. Os últimos anos haviam se tornado uma corrida contra o tempo, estava para chegar aos seus 26 anos e precisava alavancar a carreira, fazia todo tipo de ensaio que conseguia encontrar e também servia de modelo para amigos fotógrafos e artistas. O esforço valeu a pena: naquela noite de sexta ela estaria indo festejar com seus amigos mais próximos o seu mais novo contrato com uma grande agência.

– Um brinde à Sakura! – Sasuke disse, erguendo a taça com champanhe e abraçando a colega de trabalho, ele era um fotógrafo freelance e dizia que Sakura era sua musa. – Que os melhores contratos a alcancem antes das rugas!

– Tim tim! – Sakura exclamou, imitando o som das taças de vidro se chocando, todos do círculo riram com o brinde.

Sakura era toda sorrisos naquela noite, mas uma ruga se formava em sua testa quando pensava em Hinata, aquela era uma celebração incompleta sem ela.

– Querida, diga-me o que está passando. – Sasuke a puxou para um canto enquanto os outros socializavam, Sakura bufou e tomou um gole do champanhe.

– Você tem um sexto sentido, amigo.

– Ele vem junto com o combo da homossexualidade. – Sasuke jogou os cabelos e fez uma pose, fazendo Sakura rir.

– Estou preocupada com Hina, ela está diferente desde que você sabe quem deu um fora nela. – Sakura sussurrou.

– Então é verdade, eu achei que fosse boato... – Sasuke deu um pequeno gole. – Mas foi o que lhe contei quando elas saíram pela primeira vez, Ino é a única que poderia abalar Hinata a ponto de fazê-la questionar suas atitudes.

– Mas será que ela realmente precisava disso? – Sakura questionou.

– Eu não sei querida, mas o encontro delas estava escrito nas estrelas. – Sasuke bebeu mais um pouco e então sinalizou para outra pessoa da sala vir e acompanhar a fofoca.

– Do que as senhoritas estão falando? – Temari se aproximou, abraçando os dois de uma vez e dando beijinhos nas bochechas.

Temari era uma loira excêntrica: Editora-chefe de uma revista de arte e moda que, aos poucos, começava a tomar mais espaço nas bancas e nos sites, Sakura havia feito diversos ensaios para ajudar a amiga, que também a ajudava com a divulgação. Temari também era amiga e ex-ficante de Hinata.

– Adivinhe. – Sakura não precisou nem dizer o nome para que ela entendesse, Temari revirou os olhos.

– Pare de criar rugas por causa de Hinata, ela não tem salvação.

– Eu não quero acreditar nisso. – Sakura encheu as bochechas de ar, parecendo uma criança teimosa.

– Nem todo mundo precisa de alguém na vida, meu bem. Hinata está bem consigo mesma, não está? – Temari perguntou.

– Esse é o problema sapatão. – Sasuke disse. – Ela não está bem, Ino deu um fora nela.

– Ah... – A loira exclamou, como se tivesse juntado as peças de um quebra-cabeça. – Ela está trabalhando lá na Soju hoje, já até pediu para ser liberada mais cedo para poder curtir com a gente.

– Então acho que Hinata nem vai querer dar as caras... – Sakura disse.

– Vocês são umas bixas fofoqueiras mesmo. – A voz séria de Hinata ecoou.

Como a luz do sol clareando o céu azul, o rosto de Sakura se abriu em um sorriso ao ver a amiga toda arrumada chegar na cozinha. O longo cabelo negro de Hinata estava preso em um rabo de cavalo volumoso e seu rosto levemente maquiado contrastando com o poderoso batom vermelho em seus lábios, o look era completamente icônico: um body preto rendado e uma calça de cintura alta com as barras elásticas e espantado de chamas, completando com um coturno chique preto metálico, completando com uma jaqueta jeans e anéis prateados.

– Meu bem, você está um arraso! – Temari exclamou, indo logo cumprimenta-la. – Você precisa abandonar essa carreira de empresária e se tornar modelo, ainda dá tempo, vai por mim, te consigo trabalhos num piscar de olhos!

– Você não parece um dia mais velha desde os dezessete. – Sasuke também foi cumprimenta-la e se dispôs a servi-la uma taça de champanhe.

– O quanto você ouviu? – Sakura sussurrou em seu ouvido enquanto a abraçava. – Sinto muito mesmo...

– Não se preocupe. – Hinata respondeu, tentou sorrir para tranquilizar a amiga. – Vocês não disseram nada que não fosse mentira.

– É pra isso que servem os amigos. – Temari sorriu.

– Só que amigos não falam pelas costas. – Hinata disse, aceitando a taça oferecida por Sasuke e olhando no fundo dos olhos de cada um deles.

– Me encare o quanto quiser bee, sei que estou certo e que estou lindo. – O Uchiha fez pose, algo que ele adorava fazer.

– Decidiu ir com a gente então? – Sakura perguntou.

– Sim, decidiu mudar a minha vida hoje.

A Haruno deu pulinhos de alegria e, em conjunto, eles fizeram outro brinde.

Meia noite.

A casa noturna Soju era uma balada recentemente aberta que usava o tema coreano para se destacar entre as outras casas noturnas do centro da cidade, seu diferencial também estava no público e em suas atrações, voltadas em sua maioria para o público LGBT+. Como Sakura havia mencionado, o local era friendly para os seus amigos e para si, já que espaços assim eram difíceis de encontrar. Naquela noite a programação era somente a balada comum e horas especiais para as divas do pop coreano, na noite seguinte haveriam apresentações de drag queens.

– Devíamos ter marcado esse rolê para amanhã. – Sasuke suspirou entristecido ao ler a lista de artistas que se apresentariam no sábado, Hinata lhe deu uma cotovelada forte, a noite era especial para Sakura e ela não queria ninguém reclamando ou para baixo.

– Vamos entrar? – Sakura perguntou ao se aproximar do grupo, sem ter ouvido o comentário de Sasuke. A Haruno enganchou os braços nos amigos e todos eles entraram no ambiente.

O espaço da balada parecia pequeno de fora, porém se relava ser bem maior e ajeitado. A recepção ficava separada, onde cada um recebia sua pulseira e registrava no celular a sua comanda, por uma abertura enfeitada com cortinas de brilhos ficava a entrada para a pista de dança e toda a estrutura do local. O bar era enorme e muito bem abastecido e a pista de dança já estava lotada, aparentemente a programação principal de divas coreanas ainda não havia começado pois um pop americano estourava nas caixas de som do local.

As luzes coloridas e o ambiente escuro faziam com que tudo lá parecesse misterioso e em segredo, Hinata adorava a atmosfera das baladas, onde ela sentia que podia se soltar sem julgamentos, sentia-se em casa, ainda mais em um lugar onde era aceita. De canto de olho via Sasuke se maravilhar com as roupas das outras pessoas e sabia que seu olhar fotográfico iria se lembrar para sempre do local, tinha certeza que ele tentaria até fazer um ensaio no local. Temari já estava se perdendo na pista de dança e arrastou Sakura junto, que parecia uma adolescente animada e mal conseguia se equilibrar nos saltos, nem parecia uma modelo. Hinata não queria ficar sozinha então as acompanhou.

Dançaram por alguns minutos até que Temari anunciou que precisavam beber, a garganta de Hinata se fechou, ela não havia prestado muita atenção no bar e temia que o que seus amigos tinham fofocado naquela noite fosse verdade, por outro lado não queria ficar sozinha na pista de dança, não estava em uma festa da faculdade onde precisava ficar guardando seu lugar para dançar e, apesar de ter quase certeza de que naquela noite a balada estaria cheia de pessoas como ela, Hinata tinha um sexto sentido para detectar homens heterossexuais à sua volta.

– Você vem? – Sakura perguntou, oferecendo a mão.

Apreensiva, Hinata aceitou. As três então seguiram em fila indiana até o bar, o balcão parecia novo e os bancos eram pregados ao chão, haviam vários bartenders trabalhando e Hinata olhou de um lado para o outro a procura de Ino, quase se sentindo aliviada por não a ter visto, e também se sentindo triste.

– Hina.. – Sakura cutucou seu ombro, ela virou na direção do olhar da amiga.

E então, Hinata avistou a mulher que tinha mexido com sua cabeça.

Ino Yamanaka tinha um superpoder de sempre fazer uma entrada triunfal nos lugares, mesmo que fosse só um andar qualquer em uma direção qualquer. Era como se a luz escolhesse iluminá-la, como se a música tocasse somente para ela, e ali não seria diferente, principalmente em uma balada. Ao som de uma Doja Cat agressiva, Ino desfilou pelo bar para fazer a festa de seus clientes, a cabeleira loira e longa balançava de um lado para o outro exibindo os fios sedosos, seu corpo definido e esguio estava apertado em um vestido tubinho curto e preto, fazendo com que os seios quase saltassem para fora, clamavam por liberdade. Hinata se segurou para não babar, mas não conseguiu não a encarar por muito tempo.

É claro que Ino a notou também, mas a Yamanaka era mais sutil.

– E aí minhas garotas favoritas! – A voz adocicada e forte dela invadiu os ouvidos de Hinata, de repente ela estava muito perto, a centímetros dela, somente o bar as separavam.

– Ino-chan! – Sakura exclamou e a abraçou pela bancada.

– Estou tão feliz por você garota! A primeira rodada é por minha conta!

– Ah, as vantagens de ser amiga da bartender! – Temari disse. – Que horas você sai?

– Posso sair as duas da manhã, aí vou dançar um pouco com vocês! – Ino respondeu sorridente para as duas garotas, depois deu um olhar fatal para Hinata, como quem quisesse passar uma mensagem. Hinata engoliu seco.

Ino serviu a primeira rodada para as meninas, que acabaram com tudo num gole só, continuaram virando mais alguns shots até que Temari não aguentou mais e quis ir dançar, dessa vez Hinata não se juntou a elas. Sakura e Temari invadiram a pista de dança em mãos dadas e se acabaram, Hinata pôde assisti-las por um tempo até que a multidão as engoliu. Sentada na banqueta do bar, ela observava Ino trabalhar pelo canto do olho enquanto também checava a hora, não conseguia parar de contar os minutos e os segundos.

No meio de sua espera, fora interrompida por um homem completamente inconveniente.

– Nossa, está sozinha? – O bafo de álcool do cara parecia perto demais, Hinata olhou para o lado e percebeu que ele havia tentado sussurrar em seu ouvido, uma tentativa falha. O homem era alto e loiro, tinha olhos azuis e ela tinha certeza de que algum amigo gay o vestiu e o arrastou para aquela balada.

– Não, obrigada. – Hinata gritou de volta e desviou o olhar dele.

– Calma gata, eu só quero conversar um pouco, estou meio perdido nesse mar de... – Ela percebeu que ele hesitou em completar a fala, sentiu o sangue subir. – Gente, gente né.

– Entendo sua dor, mas não quero conversar.

– Então a gente pula essa parte. – Ele sorriu faceiro.

– Cara, eu sou lésbica. – Hinata o encarou e ele fez uma cara de cachorro perdido, como se não tivesse entendido o que ela disse.

– Oi?

– Eu sou lésbica, eu gosto de mulher. – Hinata repetiu e explicou. – Você está numa balada LGBT, esperava encontrar o quê? – Mais uma vez o homem parecia visivelmente confuso.

Hinata não estava a fim de conversar muito menos ajudar aquela pobre alma a encontrar seus amigos, mas o homem continuou insistindo em conversa, ela então perguntou a ele onde estavam os amigos dele, a resposta dele foi que ele estava perdido e bastante bêbado para ficar sorrindo, tudo isso com um sorriso sugestivo.

– Então procure seus amigos e peça para que ele explique tudo isso para você. – Hinata disse já soando extremamente irritada.

– Porque você não me ajuda? – Ele se inclinou até ela mostrando aquele sorriso sugestivo no rosto.

– Cara, que parte de ser lésbica você não entendeu? – Hinata gritou mais uma vez, porém soando muito mais irritada. O homem olhou fundo nos olhos dela com a maior cara de perplexo que ela havia visto naquela noite.

– Poxa moça, nenhum cara vai querer ficar com você se continuar com isso. – Ele respondeu e finalmente tomou seu rumo, Hinata ficou perplexa.

– O que foi que eu presenciei? – A pergunta não veio de Hinata e sim de Ino, que estava assistindo tudo.

Hinata virou no banco e encontrou Ino rindo sem parar dela. Hinata se sentia uma otária naquele momento, mas ver a risada da mulher fez com que ela sorrisse também, aquela tinha sido a interação mais estranha que ela já tinha passado.

– Acho que quero ficar bêbada igual esse cara. – Hinata comentou.

– Posso te ajudar com isso... – Ino pegou um copo de shot e serviu Hinata, que virou o líquido de uma vez e logo pediu por outro. – Vai com calma garota.

– Preciso disso essa noite.

– Para que? Criar coragem? – Ino perguntou enquanto a servia, Hinata a encarou e viu que ela tinha um olhar sugestivo.

– É o que vou precisar? – Hinata perguntou.

– Você ainda não respondeu minha mensagem. – Ino colocou o copo na frente dela e saiu, Hinata olhou no relógio.

Duas da manhã.

As paredes do corredor que levavam para os banheiros eram revestidas por estofado avermelhado e aveludado, além da iluminação ser fraca o suficiente para fazer daquele lugar o mais confortável e propício para pegação. Hinata passou por ele para ir até os banheiros e se deparou com cenas no mínimo intrigantes, alcançou o banheiro feminino rapidamente e se surpreendeu com a limpeza dos mesmos, mas era o esperado já que o local era novo, o ambiente possuía luzes fracas também e era todo decorado com um papel de parede que imitava grafites e outros tipos de ilustrações, o lugar estava vazio então ela pode admirar por um tempo.

Como vinha fazendo desde que tinha visto Ino, Hinata checou o horário no celular, logo a loira sairia de seu turno e iria curtir com os amigos, porém ela sabia que antes a Yamanaka queria vê-la. Hinata queria jogar água no rosto, porém não podia borrar a maquiagem, abriu a torneira e lavou as mãos, se apoiando na pia e suspirando pesadamente, procurando palavras para dizer. Não sabia o que faria nem como faria, não sabia onde encontraria Ino e como a convenceria a não desistir.

Não teria muito tempo para pensar já que Ino aparecera lá, novamente numa entrada triunfal, ao som dos perfeitos vocais de uma diva coreana, que implorava na música que a pessoa amada ficasse com ela. Se as palavras de Hinata falhassem ela deixaria que a música se expressasse por ela.

– Oi. – Ino disse.

– Oi.

– Está bêbada o suficiente?

– Nem um pouco. – Hinata respondeu, sentia-se lúcida até demais.

– Quer ir beber... – Ino começou, porém foi interrompida por Hinata.

– Não vá embora. – As palavras saltaram de sua boca.

– O que? – Ino perguntou, rindo de nervoso.

Hinata puxou o ar, não acreditava que tinha deixado algo escapar tão facilmente, encarou a pia novamente e sentiu o mundo girar, aquilo era exatamente o que queria fazer, queria se abrir para mostrar a Ino que valia a pena o risco, mas não estava disposta a deixa-la machucá-la. Porém não importava mais os esforços da Hyuuga, sentia que já não tinha mais o controle dos seus sentimentos quando estava com Ino Yamanaka.

– Hinata, você está bem? – Ino foi ampará-la.

– Não... – Hinata sussurrou. – Não estou bem sem você.

– O que está dizendo? – Ino estava visivelmente preocupada, tentando segurar Hinata em seus braços.

– Não vá embora. – Hinata repetiu, implorando. – Fique comigo, pelo menos essa noite.

– Oh Hinata... – Ino disse. – Não sou eu que quero fugir, você não me deixa entrar.

Não houve mais resistência da parte de Hinata, sentiu a força de seus músculos de volta aos seus braços e tomou a cintura de Ino para si, puxando-a e invadindo seu espaço pessoal com um beijo apaixonado e demorado. As mãos de Ino envolveram seu pescoço e se agarraram a ela, retribuindo o beijo e as carícias, andaram devagar até uma cabine e Hinata trancou a fechadura, voltando a beijar Ino com mais ferocidade, deixando que suas mãos passeassem pelo corpo da loira, levantando o vestido e sentindo sua intimidade úmida. As mãos rápidas e esguias de Ino abaixaram o body de Hinata, deixando os seios da morena livres para serem tocados e massageados enquanto ela estimulava o clitóris da Yamanaka. Suspiros e gemidos invadiram o banheiro enquanto a música abafada coreana repetia o mantra.

“Fique comigo, fique comigo esta noite” sussurrava Hinata junto à música.

Ino colou seu corpo ao de Hinata, sentindo a pressão dos seios dela, Hinata também abaixou um pouco o vestido tomara-que-caia dela, libertando o par de seios DD que ela tanto sentia falta, apertou e acariciou os mamilos de Ino e os pressionou contra o dela, beijava e sugava sua língua, desejando fazer o mesmo com seus seios. Quando pararam de se beijar Hinata não perdeu tempo e dirigiu sua atenção aos mamilos dela, chupando-os e lambendo-os em um ritmo alternado, ora mais rápido, ora mais devagar, Ino suspirava e gemia alto, afagando o rosto de Hinata e a apertando contra si. Hinata tinha costume de ser mais ativa com as outras garotas, sentia-se no controle total do corpo de Ino e não queria parar tão cedo.

Porém, indo contra sua vontade, Ino pediu para que ela parasse.

– Estamos aqui pela Sakura, lembra? – Ino disse, a voz pesada e suspirada.

– Sim... – Hinata tentava retomar o fôlego.

– Ainda precisamos conversar, conversar sério. – O semblante da loira havia mudado completamente, estava feliz e séria ao mesmo tempo.

– Tudo bem. – Hinata concordou.

– Venha para a minha casa esta noite.

– Sim. Sim. – Hinata continuou a concordar.

Devagar, as duas se desgrudaram uma da outra e ajeitaram suas roupas e os cabelos, saíram da cabine do banheiro e encontraram outras garotas, que deram risinhos e sorrisos sugestivos, com certeza elas não eram as únicas aproveitando a noite, já que de outra cabine podiam-se ouvir outros gritos e gemidos bem mais altos.

Ino e Hinata saíram juntas do banheiro, porém sem as mãos dadas, passaram pelo bar e pegaram duas cervejas, a Yamanaka se despediu de seus colegas de trabalho e as duas mergulharam na pista de dança em busca do grupo de amigos. Encontraram Sasuke primeiro, dançando como um louco junto com outros colegas artistas, Hinata perguntou por Sakura e um dos amigos – Gaara, um garoto que também era modelo e gay – apontou para um canto com um sorriso sugestivo, com algum esforço Hinata conseguiu ver o que ele estava apontando: Era Sakura e Temari, trocando beijos e carícias num canto da balada.

Quatro e meia da manhã.

Hinata só havia ido duas vezes no pequeno flat em que Ino vivia, mas isso não a impediu de se sentir em casa, partindo diretamente para o quarto da mulher com a mesma nos braços. Não houve muita conversa no início e, mesmo que Ino quisesse realmente conversar, ela primeiro queria saciar o que estava lhe fazendo falta. Hinata a deitou na cama e despiu a maravilhosa lingerie de rendas que ela vestia e a chupou, sentindo-se cada vez mais excitada e animada a cada gemido e sussurro de seu nome que saía dos lábios de Ino.

Ino não se sentia satisfeita somente com aquilo e tratou de despir Hinata assim que teve a chance, trazendo a morena para cima de si e afundando sua boca em seus seios. Hinata odiava o som de seu próprio gemido e se sentia idiota durante o sexo, porém não conseguia se segurar quando estava com Ino, os olhares da loira sobre si só a deixavam cada vez mais excitada. Ino escorregou seus dedos pela vagina de Hinata e a dedou, a morena fez o mesmo enquanto trocavam beijos, passaram horas trocando carícias e posições, pulando do sexo selvagem para o sexo amoroso e meloso, não queriam sair insatisfeitas daquela noite.

Só pararam quando a exaustão foi maior, mas Hinata jurava que podia continuar até o sol começar a raiar no céu.

– O que não demorará muito... – Ino comentou enquanto se cobria e deitava sob o peito de Hinata.

– Ainda bem que hoje é sábado... – Hinata beijou a testa de Ino e a aconchegou ao seu lado.

– Então, sobre a mensagem... – Ino começou tentando não gaguejar, ela não era uma pessoa de ficar nervosa facilmente, mas sentia as palavras vacilarem naquele momento. – Sobre nós...

– Eu sinto muito, Ino. – Hinata falou, parecendo bem clara e decidida. – Eu sei que sou uma pessoa difícil de lidar, mas isso vai mudar, eu quero mudar.

– E está certa do que quer? – Ino apoiou em seu braço para poder olhá-la nos olhos.

– Estou, cansei de fugir de quem gosto.

– E de quem gosta de você. – Ela sorriu.

– Isso. – Hinata sorriu. – Eu não posso garantir que tudo será maravilhoso, mas essa é a beleza das coisas, eu não quero mais perder chances por causa do medo.

Ino sorriu, seus olhos esverdeados sorriam também.

– Só tenha paciência, eu sou nova nisso, provavelmente um pouco desajeitada... – Hinata corou e desviou do olhar penetrante de Ino.

– Não se preocupe. – Ino beijou a bochecha dela carinhosamente, fazendo-a ficar mais vermelha ainda. – Você pode deixar isso comigo.

25. Mai 2020 19:22 0 Bericht Einbetten Follow einer Story
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Das Ende

Über den Autor

Mariana Garcia Mariana / 24 / Fanfiction

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