Parece que estamos sobrevivendo por aparelhos. Essa insistência da minha parte me esgota. Eu sinto e pressinto que nosso fim está próximo. E isso me angustia. Será mesmo que chegou a hora de realizar a eutanásia? Desligar os aparelhos e deixa-lo seguir em frente? Dói ver você não se importando mais comigo, não perguntando sobre a minha vida ou se comi direito. Dói perceber que tudo isso acabou. Lembro de quando tudo era colorido, agora, tudo nublou.

Às quatro da manhã, estou acordada pensando em um indivíduo que mal sabe da minha existência, quem sabe se tivesse a mesma coragem de Celeste que subiu na mesa do bar para chamar a sua atenção, a essa altura seria eu que estaria agora em sua cama, caso ele não me obrigasse a deixar sua casa depois do sexo, como fez com Géssica na noite passada, poderia chamar esse indivíduo de inúmeros adjetivos chulos, mas prefiro chamá-lo de pai dos meus filhos.

A vida é complicada. Tinha solidão. Mas o encontrei. Logo gostei. Queria que ele ficasse. Um pensamento veio então. Soltar ou não soltar. Mas por gostar, tive que o soltar. Eu o soltei. Então, Denovo solidão. Esperava que o voltasse Mas tinha alivio no coração. A liberdade voa, mas sentimentos não. E Voltar, não voltou não. Mas ali dentro, há uma gratidão. E aqui, que eu lhe agradeço. lindo pássaro, pela lição.